Paridade entre género ainda está longe de existir nas lideranças das empresas alemães em Portugal

Lideranças de empresas alemães em Portugal ainda são dominadas por homens. Temas da diversidade e igualdade são considerados prioritário mais pelas mulheres do que pelos homens, mostra estudo.

A igualdade entre géneros no mundo do trabalho ainda está longe da realidade, nomeadamente no que diz respeito às lideranças. De acordo com um estudo feito pela Merck, em parceria com a Câmara do Comércio Luso-Alemã, que será apresentado esta segunda-feira, quase oito em cada dez dos lugares de topo das empresas alemães com presença em Portugal ainda são ocupados por homens.

“As conclusões [do estudo], que representam 88% das empresas alemãs em Portugal, num total de 25.000 colaboradores confirmam que o top management destas empresas continua a ser dominado pelos homens, apesar das mulheres terem maior grau de escolaridade“, é sublinhado, numa nota que acompanha a análise.

Em concreto, entre as empresas avaliadas, 77% dos cargos de topo eram ocupados por homens, 18% por mulheres e 5% por indivíduos que preferiram não indicar o seu género.

Ou seja, estas empresas estão “longe da meta europeia de ter 40%” de mulheres nos cargos de liderança, frisa o estudo, referindo-se à meta definida na Estratégia para a Igualdade de Género da Comissão Europeia.

Ainda assim, a diversidade, equidade e inclusão são temas que têm conquistado atenção, no seio das empresas em questão. O estudo da Merck indica que 100% das mulheres ouvidas consideram que estas matérias devem ser prioritárias e também 88% dos homens também são dessa opinião.

Mas, olhando para as nacionalidades, há diferenças a notar. “A totalidade dos inquiridos alemães considera estes conceitos prioritários, comparando com 82% dos portugueses”, é salientado no estudo.

Há ainda diferenças relevantes entre os profissionais das diferentes faixas etárias: para os mais novos (35 a 45 anos), estes temas são muito relevantes (100% dos inquiridos dizem que são prioritários), mas entre os menos jovens (56 a 65 anos) só sete em cada dez partilha esse ponto de vista.

Contas feitas, a Merck sublinha que “a diversidade é ainda uma meta por alcançar“, mas defende que “a partilha de boas práticas assume um papel determinante para a construção de um futuro mais orientado para a diversidade, equidade e inclusão nas empresas”.

Há dois anos, a Merck já tinha feito um estudo sobre a evolução destes temas em Portugal nos últimos dez anos. Na altura, a conclusão foi a de que “apenas em 2052 as mulheres vão receber o mesmo salário mensal que os homens“.

A desigualdade entre géneros é um problema global do mercado de trabalho português, apesar das políticas públicas que têm sido implementadas para contrariar esse cenário. Uma delas foi a atribuição de um selo às empresas que tenham boas práticas, nomeadamente em termos salariais. O selo da igualdade salarial foi atribuído este ano a 14.114 empresas portuguesas.

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