Vasco de Mello apela à ação das empresas e do Estado para travar fuga de cérebros
O presidente da associação Business Roundtable Portugal considera que é positivo o país estar mais consciente do problema da saída de talento, mas deixa claro que não chega. Apela, por isso, à ação.
O presidente da associação Business Roundtable Portugal apelou esta segunda-feira à ação para travar a saída de profissionais qualificados do país. Num encontro sobre atração e valorização de talento, Vasco de Mello sublinhou que não basta o país estar mais consciente deste problema, é preciso que as empresas e o próprio Estado coloquem no terreno medidas para contrariar esse cenário, assumindo até como “desígnio nacional” o regresso de uma “parte significativa” dos portugueses que estão hoje lá fora.
“Infelizmente, o país ainda não está a ser capaz de fixar talento“, diagnosticou o também presidente do Grupo José de Mello, sublinhando que Portugal é, neste momento, o oitavo país do mundo com maior taxa de emigração.
“A manterem-se estes números, se não agirmos como rapidez, na próxima década podemos ter menos 200 mil licenciados, um número perturbador. Estamos a comprometer a realização das pessoas, mas também a sustentabilidade das empresas”, avisou o empresário.
Vasco de Mello insistiu que este não é um problema pontual, mas um dilema que ameaça deixar o país “sem empreendedorismo e sem capacidade intelectual e produtiva“.
“Pretendemos mostrar que é possível fazer mais, o futuro é mais do que tivermos a sorte de herdar. O futuro é aquilo que consigam construir”, salientou ainda o mesmo responsável, que deixou claro que os líderes empresariais têm de ser os primeiros a conduzir a mudança, encontrando novas formas de gerir o talento e valorizar essa pessoas.
Mas o Estado também tem um papel, frisou. “Temos de ser muito mais exigentes com o Estado para termos políticas públicas adequadas. Esta deve ser uma prioridade máxima independentemente de quem seja o Governo“, assinalou, numa altura de indefinição política, após as eleições de 10 de março.
No arranque deste encontro, Nuno Amado, da direção da Business Roundtable Portugal, já tinha salientado a importância de resolver o problema do talento, a bem do próprio crescimento do país.
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