Lucros da Luz Saúde sobem 16% e superam 31 milhões antes de ir para a bolsa

O grupo Luz Saúde fechou o ano passado com lucros de 31,3 milhões de euros, o que representa um aumento de 16,4% face aos 26,9 milhões alcançados em 2022. O resultado foi impulsionado pelo “contributo operacional das operações em continuação e em especial do segmento de cuidados de saúde privado”, revela a empresa, que deverá avançar com uma oferta pública inicial (IPO) ainda neste semestre.

Em 2023, o volume de negócios do grupo liderado por Isabel Vaz subiu 11,3%, para 666,9 milhões de euros, adianta a Luz Saúde no relatório e contas de 2023 divulgado esta quarta-feira. Este crescimento foi registado, sobretudo, à boleia do “segmento de negócio de cuidados de saúde privado, que face a 2022 cresce 13%, atingindo um volume de negócios de 661,8 milhões de euros”, sendo que, neste âmbito, a empresa destaca “o crescimento das unidades em que o Grupo investiu nos últimos anos nomeadamente, Lisboa, Coimbra, Oeiras, Vila Real, Guimarães e Torres de Lisboa”.

Por outro lado, no que toca ao segmento de “outros negócios”, o volume de negócios encolheu 9,4% em 2023, para 20,9 milhões de euros, penalizado pelo “abrandamento do negócio de venda de dispositivos médicos, que atingiu picos de atividade nos períodos de maior incidência da pandemia COVID-19, assim como resultado da alienação da unidade Casas de Carnaxide em setembro de 2022″, lê-se.

Assim, o EBITDA — lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações — cresceu 18,2% em 2023, face ao período homólogo, para 96,5 milhões de euros, “sustentado no crescimento no nível de atividade de todas as unidades e pela significativa melhoria da margem EBITDA fruto do esforço desenvolvido pela gestão para conter o crescimento da estrutura de custos, que em 2023 se revestiu de dificuldades acrescidas devido não só às pressões inflacionistas que a economia em termos globais tem sofrido, mas em especial da pressão salarial que o mercado de trabalho na área da saúde tem sentido“.

Em 2023, a Luz Saúde viu a dívida líquida encolher em cerca de 7,6 milhões de euros para 368,1 milhões de euros, face ao período homólogo, “ainda que o grupo tenha aumentado os níveis de investimento em relação ao exercício anterior”.

Por sua vez, o rácio dívida líquida/EBITDA “registou uma melhoria relevante, passando de 4,6 para 3,8“, nota o grupo liderado por Isabel Vaz. “Para esta acentuada melhoria muito contribuiu, por um lado, a evolução positiva da performance do Grupo em termos de crescimento dos seus resultados e, por outro lado, o esforço realizado para reduzir a dívida líquida”, lê-se.

Consultas, urgências, partos e cirurgias crescem cerca de 7%

Ao nível operacional, no que toca à atividade assistencial, esta cresceu “transversalmente face a 2022”, à boleia do “crescimento significativo do segmento de cuidados de saúde privados”. Neste âmbito, em todo o ano passado, o grupo fez mais de 2,2 milhões de consultas (+7% face a 2022), atendeu 421 mil episódios de urgência (+7,3%) e realizou mais de 68 mil cirurgias e partos (7%).

Atividade assistencial da Luz Saúde em 2023

Na mensagem da CEO presente no relatório e contas, Isabel Vaz destaca ainda que “o desempenho do Hospital da Luz Lisboa, que, no ano passado, “cumpriu o seu terceiro ano completo de atividade após as obras de expansão que aumentaram a sua capacidade assistencial face a 2019 em cerca de 80% (crescimento de 53,0% relativamente a 2019)”.