13% dos portugueses continuam a trabalhar mesmo depois de reformados
Maioria para de trabalhar quando passa a receber reforma, mas há quem continue a prestar serviços para fazer face a necessidades financeiras ou por vontade de continuar a ser produtivo.
A maioria dos portugueses deixa de trabalhar quanto começa a receber a pensão de velhice, mas há alguns que fogem à regra, seja por necessidade financeira, seja por vontade de continuar a ser produtivo. De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística, um em cada dez portugueses continua, assim, a trabalhar mesmo após estar reformado.
No total, no último ano, havia 1,1 milhões de pessoas a receber a pensão de velhice em Portugal, sendo que, destas, 57,5% indicaram que tinham deixado de trabalhar, quando receberam a primeira reforma.
No entanto, 13,2% continuaram a trabalhar, “principalmente por necessidades financeiras (46,5%), por vontade de continuar a ser produtivo (30,8%) e por necessidade de manter socialmente integrado (10,9%)”.
Este dado é particularmente curioso, tendo em conta que várias vozes têm alertado para a discriminação ainda sentida pelos mais velhos, no mercado de trabalho em Portugal. Por exemplo, em entrevista ao ECO, Elena Duran, fundadora da 55+, explicava que o país está a desperdiçar “talento fundamental” ao discriminar esses trabalhadores, adiantando que, na plataforma que desenvolveu, há vários utilizadores com idades mais avançadas, que continuam a trabalhar para complementar a pensão.
A propósito, segundo o gabinete de estatísticas, cerca de 70% dos pensionistas de velhice em Portugal recebem pensões até mil euros. “Destes, a maioria recebe pensões que não ultrapassam os 600 euros“, é observado, que revela que as mulheres recebem pensões, regra geral mais magras (resultado da disparidade salarial de género sentida ao longo de toda a vida ativa, mas também das maiores interrupções na carreira ligadas à maternidade e ao cuidado de outros).
Por outro lado, e de acordo com o destaque publicado esta manhã pelo INE, a maioria dos beneficiários de pensão de velhice estatutária receberam a primeira pensão de velhice sem qualquer bonificação ou penalização, enquanto 38,5% deixaram o mercado de trabalho antes de garantir o direito à pensão integral, tendo por isso recebido uma pensão com penalização. Já 4,7% beneficiaram de bonificação de valor por ter adiado a idade de recebimento da primeira pensão de velhice.
De notar ainda que a maioria dos portugueses reforma-se entre os 65 e os 69 anos, mas um quarto só o faz depois dos 70 anos.
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