União Europeia quer colocar educação financeira nas escolas desde o 1.º ciclo
Conselho Europeu apela à inclusão da educação financeira no currículo escolar logo a partir do primeiro ano, com o intuito de reduzir os elevados níveis de iliteracia financeira na União Europeia.
O Conselho da União Europeia tomou na terça-feira uma decisão relevante para combater os preocupantes níveis de iliteracia financeira no bloco europeu, como espelham os resultados do Eurobarómetro de 2023 da Comissão Europeia que colocam também Portugal no fundo da tabela da literacia financeira europeia.
De acordo, com as conclusões da 4023.ª reunião realizada a 14 de maio, o Conselho Europeu instou os 27 Estados-membros a integrar a educação financeira como disciplina obrigatória nos currículos escolares a partir dos seis anos de idade, “com o objetivo de abranger conceitos-chave e adquirir competências relevantes para a sua idade, a fim de os preparar melhor para a vida futura”, lê-se no comunicado.
Embora respeitando disposições constitucionais e competências pelo conteúdo do ensino e pela organização dos seus sistemas educativos, o Conselho apela para que os vários países “desenvolvam ou facilitem o desenvolvimento pelas partes interessadas de programas de literacia financeira tradicionais e digitais e de materiais didáticos para atividades escolares e extra-escolares, incluindo jogos de educação financeira” ao longo de toda a vida escolar.
No último barómetro realizado à literacia financeira dos europeus, publicado em julho do ano passado, Portugal era o segundo país da União Europeia com o pior índice de conhecimentos financeiros, apenas à frente da Roménia.
O Conselho acredita que, desta forma, os cidadãos estarão mais capacitados a fazer escolhas financeiras mais informadas e seguras no futuro, permitindo alcançar uma estabilidade financeira individual, mas também contribuir para uma maior resiliência económica do bloco europeu.
Contudo, as recomendações do Conselho da União Europeia não se ficam por uma aposta maior na educação financeira das crianças e dos jovens. As conclusões do Conselho ressaltam também a importância de desenvolver estratégias inclusivas de literacia financeira que respondam às necessidades de grupos adultos menos literatos financeiramente ou vulneráveis – entre esses grupos estão pessoas de baixos rendimentos, migrantes, indivíduos com deficiências e idosos, que enfrentam maiores riscos de exclusão financeira e fraudes.
É nesse sentido que o Conselho lança o desafio aos Estados-membros da União Europeia para que sejam capazes de promover eventos como seminários, workshops e campanhas de sensibilização junto desta população, “desenvolvendo programas de literacia financeira tradicionais e digitais e materiais didáticos”.
E para garantir o sucesso destas iniciativas, o Conselho sugere uma colaboração estreita com instituições financeiras, organizações sem fins lucrativos e entidades educacionais. Além disso, é também recomendado a utilização de instrumentos como o Programa Erasmus+ para financiar projetos de literacia financeira.
Independentemente de todas estas atividades, as conclusões do Conselho destacam também a importância de os países continuarem a monitorizar os níveis de literacia financeira dos seus cidadãos e avaliarem o impacto das iniciativas implementadas. A cooperação com organizações internacionais e a partilha de melhores práticas são vistas como essenciais para o avanço dessas políticas, destaca o Conselho.
Esta realidade é particularmente cara para Portugal dado que, no último barómetro realizado à literacia financeira dos europeus, publicado em julho do ano passado, Portugal era o segundo país da União Europeia com o pior índice de conhecimentos financeiros, apenas à frente da Roménia.
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