Emma dos colchões avança com despedimento de 18% dos trabalhadores. Não adianta impacto em Portugal

Portugal é um dos maiores hubs da empresa e viu este ano receber duas de um total de 10 lojas físicas que a empresa planeava abrir na Europa em 2024.

Dennis Schmoltzi, CEO da EmmaHugo Amaral/ECO

A alemã Emma, empresa de colchões inteligentes, avançou para o despedimento de 18% da sua força de trabalho global, afetando 200 trabalhadores. A empresa não adianta qual o impacto desta decisão no mercado nacional, um dos maiores hubs da companhia e onde, recentemente, abriu lojas físicas.

“Não podemos entrar em detalhes sobre o impacto específico da reestruturação no nosso escritório em Portugal”, reagiu fonte oficial da companhia quando contactada pelo ECO. Portugal era há dois anos apontado pelo CEO e fundador da empresa, Dennis Schmoltzi, como um dos maiores hubs da empresa alemã.

“Lisboa vai tornar-se o nosso maior hub de talento, maior do que Frankfurt, onde começámos. Porquê? Porque temos muito bom talento aqui, e a nossa companhia é sobre isso mesmo. É sobre talento que cria excelência em todas as áreas”, disse Dennis Schmoltzi, CEO da Emma. “Temos 250 pessoas a trabalhar aqui em Lisboa. Mas queremos crescer, com a contratação de, pelo menos, outras 200 pessoas nos próximos dois anos”, disse ainda o fundador numa entrevista ao ECO.

Lisboa foi também uma das cidades a receber as lojas físicas da Emma – retalhista online – tendo a empresa aberto este ano duas: uma no centro comercial Ubbo e a segunda na Avenida de Roma. Duas das 10 lojas próprias que pretendia abrir na Europa em 2024, tal como foi anunciado aquando a apresentação de contas de 2023. Nesse ano, a empresa terminou com receitas de 969 milhões de euros, uma subida de 13%, o “seu sexto ano consecutivo de rentabilidade”, destacava em março nota de imprensa.

Na semana passada avançou para o despedimento de parte da sua força de trabalho. “Na semana passada tivemos de tomar a difícil decisão de nos separarmos de 200 colaboradores cujo trabalho até aqui muito valorizamos, representando 18% da nossa força de trabalho. Enquanto CEO e fundadores da Emma, Manuel e Dennis tomam total responsabilidade pela decisão”, diz a empresa em comunicado enviado ao ECO.

“O plano inicial da Emma para 2024 estava focado na expansão do negócio e na diversificação do portefólio. Nesta etapa de crescimento, foram implementados novos sistemas de operações e finanças de forma a assegurar um serviço de excelência aos nossos clientes. Contudo, a migração para estes novos sistemas revelou-se de maior complexidade do que a antecipada, com a qual surgiram novos desafios operacionais – ao mesmo tempo que as condições de mercado se revelaram menos favoráveis do que o que seria expectável”, justifica a empresa.

Para esta decisão contribuiu ainda “o estado volátil da economia global nos últimos anos impactou significativamente os negócios e-commerce e a indústria de casa & decoração”, aponta.

“Considerados estes fatores, os planos da empresa foram ajustados de forma a não antecipar o crescimento da empresa para a totalidade do ano. Como consequência, tornou-se necessária a reestruturação da nossa organização face a este novo contexto“, diz a empresa.

“Lamentamos profundamente o impacto que esta decisão terá nos nossos colaboradores e estamos comprometidos a assegurar um processo de apoio justo a todos os Emmies afetados. Estamos imensamente gratos pela admirável entrega e contribuição para a nossa equipa, cultura e clientes.”

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