Tailândia alarga prazo de oferta de seguros para conquistar turistas

  • ECO Seguros
  • 23 Junho 2024

Esta campanha usa seguros como vantagem para turismo internacional. Compensa turistas em caso de acidentes que provoquem a perda de órgãos ou incapacidade permanente, emergência ou morte.

O governo da Tailândia anunciou que vai estender a cobertura de seguros gratuitos para turistas até ao final deste ano, avançou o ministério do Turismo e Desporto do País.

Esta campanha oferece compensação monetária aos turistas em caso de acidentes, emergência ou morte. As condições da apólice ditam que em caso de morte, a família do segurado recebe 1 milhão de baht (cerca de 25 mil euros); os acidentes que provoquem a perda de órgãos ou incapacidade permanente estão cobertos por 300.000 baht (quase 8 mil euros); já as despesas médicas decorrentes de acidentes são cobertas tendo em conta as despesas reais até um máximo de 500.000 baht (quase 13 mil euros).

A iniciativa estava programada para terminar a 31 de agosto, mas foi prolongada sem custos adicionais para os turistas com o objetivo de aumentar a confiança e a perceção de segurança dos visitantes relativamente à Tailândia.

O ministro do Turismo e dos Desportos, Sermsak Pongpanit, esclareceu que esta campanha destina-se aos turistas internacionais em situações emergência, como acidentes, crimes ou desastres naturais na Tailândia. No entanto, não se aplica aos visitantes que estão cobertos por seguro pelas agências de viagens, ou quando o hotel, atrações ou operador turístico oferece cobertura de seguro separada.

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José Manuel Corral nomeado CEO da Mapfre Vida

  • ECO Seguros
  • 23 Junho 2024

O cargo de CEO da Mapfre Vida tem estado em rotação no último ano. Raúl Costilla Prieto abandonou a posição em 2023, foi substituído por Jesús Martínez Castellanos que apresentou a demissão em maio.

José Manuel Corral foi nomeado CEO da Mapfre Vida e vai assumir o cargo a partir de 1 de agosto deste ano, avançou o grupo em comunicado. Vai também integrar a direção geral do canal de Bancainsurance da Mapfre Espanha e o Conselho de Administração da mesma empresa.

José Manuel Corral assumirá o cargo de CEO da Mapfre Vida.

Há mais de 30 anos no grupo Mapfre, tendo ocupado diferentes cargos ao longo da sua carreira, é desde 2021 diretor-geral da Mapfre USA e será substituído na Mapfre USA por Daniel Olahan.

O cargo de diretor-geral da Mapfre Vida tem estado em rotação no último ano. Raúl Costilla Prieto abandonou esse cargo no final de 2023 quando foi nomeado para diretor-geral de negócio e diretor da Mapfre Internacional e foi substituído por Jesús Martínez Castellanos.

Martínez Castellanos, que estava há 35 anos na seguradora, apresentou a sua demissão voluntária em maio deste ano para se tornar CEO do Grupo Nacional Provincial (GNP), segundo o jornal El Confidencial.

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Sanlam vai comprar 60% do negócio segurador da Multichoice

  • ECO Seguros
  • 23 Junho 2024

Com a compra, a Sanlam passa a ter acesso aos 21 milhões de clientes em África da Multichoice. A joint venture Sanlam Allianz vai tratar do negócio fora da África do Sul.

A seguradora sul-africana Sanlam acordou com a MultiChoise Group a compra de 60% do seu negócio segurador, NMS Insurance Services (NMSIS). Segundo um comunicado conjunto, as empresas também acordaram em expandir, a longo prazo, as suas ofertas de seguros e serviços financeiros aos clientes da MultiChoice em África.

Calvo Mawela, CEO da MultiChoice, e Paul Hanratty, CEO do Grupo Sanlam, destacam a colaboração estratégica entre as empresas como uma oportunidade de alavancar mercado, tecnologia e inovação em seguros, beneficiando clientes e partes interessadas com maior valor e crescimento.

A aquisição tem um custo inicial em dinheiro de 1,2 mil milhões de rands (mais de 62 milhões de euros) para a Sanlam que também se comprometeu a pagar em dinheiro um montante até 1,5 mil milhões de rands (mais de 78 milhões de euros) – dependente do montante de prémios brutos gerados pela MNSIS até 31 de dezembro de 2026.

A Sanlam supervisionará as operações da NMSIS através do seu cluster Sanlam Fintech. Mas a transação ainda está sujeita a aprovações regulamentares.

Com esta aquisição, a Sanlam e subsidiárias podem fazer a venda cruzada de produtos financeiros aos subscritores da MultiChoice em África, que rondam os 21 milhões nos 50 países onde opera. A seguradora sul-africana vai utilizar os canais de comunicação da Multichoice e “capacidades integradas de recolha de pagamentos para fornecer ofertas mais alargadas aos clientes da Multichoice”. Fora da África do Sul, a Sanlam Allianz fica encarregue de estabelecer o contacto com os clientes.

O diretor-executivo do Grupo Sanlam, Paul Hanratty, afirmou que a “união” dá ao grupo “a oportunidade de alavancar” a presença do mercado e tecnologia da MNSIS “que irão apoiar o crescimento e a penetração no mercado, bem como proporcionar oportunidades para a realização de sinergias em benefício de todas as partes interessadas.”

A MultiChoice vai utilizar as receitas da venda para fins de capital de exploração. Nota que mantém uma participação de 40% da NMSIS “o que lhe permite continuar a beneficiar do elevado potencial de crescimento deste segmento, maximizando simultaneamente o valor dos seus acionistas“, lê-se no comunicado.

Para o diretor-executivo da MultiChoice, Calvo Mawela, “esta colaboração com a Sanlam é um marco estratégico para a MultiChoice”. Uma vez que “permite aumentar o valor” que a companhia fornecesse aos clientes e também permite “aproveitar a experiência da Sanlam para impulsionar o crescimento e a inovação nas nossas ofertas de seguros em todo o continente”, acrescenta o responsável.

A NMSIS registou um crescimento de 36% para 970 milhões de rands (50 milhões de euros) em emissão de prémios bruto no ano fiscal que terminou a 31 de março de 2024 face ao ano anterior, o lucro após impostos aumentou 51% para 296 milhões de rands (mais de 15 milhões de euros) e o valor líquido dos ativos foi de 277 milhões rands (mais de 14 milhões de euros).

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PR terá mesma “frente comum perante problemas” com novo Governo que teve com anterior

  • Lusa
  • 23 Junho 2024

"Se for possível haver a viabilização do orçamento, melhor", diz Marcelo Rebelo de Sousa, lembrando que "temos desafios económicos e financeiros pela frente muito urgentes"

O Presidente da República defendeu domingo que deve ter com o novo Governo a mesma predisposição que tinha com o anterior para “uma frente comum perante problemas nacionais”, considerando “preferível” se for possível ter o Orçamento do Estado aprovado.

“Eu acho que tenho a obrigação também de, havendo problemas importantes ou decisões importantes, ainda que por menos tempo e de forma menos intensa, ter a mesma predisposição relativamente ao novo primeiro-ministro e ao novo Governo. Por menos tempo porque o mandato está mais próximo do fim”, respondeu Marcelo Rebelo de Sousa à margem da inauguração de uma exposição em Vila Franca de Xira quando questionado pelos jornalistas se esta é uma nova fase de coabitação com o Governo de Luís Montenegro.

O Presidente da República recordou como nos últimos anos, e “até às vezes desagradando” a sua área política, entendeu ser fundamental “em momentos cruciais, estar ao lado do primeiro-ministro e do Governo anterior“, referindo-se a António Costa e à “crise financeira, crise bancária, fogos ou pandemia“.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, “em momentos cruciais” solidariedade significa o Presidente da República “estar em conjunto, em muitos momentos com o parlamento, mas noutros com o primeiro-ministro e com o Governo, naquilo que é uma frente comum perante problemas nacionais“.

“Não há dúvida que estamos com questões fundamentais para o país. Para mim a mais é importante é, além das que decorrem da guerra da Ucrânia e por isso é que eu convoquei um Conselho de Estado mal foram eleitos os novos membros, mas o problema do PRR porque todos temos a noção que é uma corrida contra o tempo”, explicou.

Questionado sobre se a aprovação do Orçamento do Estado para 2025 era uma dessas questões, o Presidente da República afirmou que essa é “outra realidade”.

“É evidente que se for possível haver estabilidade política e estabilidade económica e financeira e portanto ser viabilizado o Orçamento do Estado, penso que estamos todos de acordo que se isso for possível é preferível”, insistiu.

Marcelo Rebelo de Sousa admitiu que vê essa possibilidade, mas ressalvou que isso “depende dos partidos”.

“Sabendo da experiência do passado é bom isso estar presente precisamente porque estamos numa situação internacional pior, porque estamos com o PRR atrasado, porque temos desafios económicos e financeiros pela frente muito urgentes, se for possível haver a viabilização do orçamento, melhor”, enfatizou.

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Saldo orçamental do primeiro trimestre deverá ficar na linha de água

Instituto Nacional de Estatística divulga na segunda-feira o saldo orçamental do primeiro trimestre. Tema deverá voltar esta semana à 'ribalta', com audição de Sarmento no Parlamento.

Portugal corre o risco de não voltar a alcançar este ano o feito histórico registado no primeiro trimestre de 2023, quando pela primeira vez obteve um excedente orçamental no arranque do ano. O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga na segunda-feira o saldo orçamental do primeiro trimestre, em contabilidade nacional (a que conta para Bruxelas), e os economistas consultados pelo ECO consideram que o saldo orçamental, em contabilidade nacional, ficará na linha de água.

O tema promete voltar ao campo de batalha político, já que tem sido cavalo de guerra entre o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e o seu antecessor, Fernando Medina, a quem o governante social-democrata acusa de ter executado despesa não prevista com o anterior Governo em gestão.

“Admito que haja um ligeiro défice [no primeiro trimestre], dado aquilo que têm sido as comunicações do ministro das Finanças e em função de algumas despesas que não estavam previstas”, disse o economista e presidente do ISEG João Duque.

Por seu lado, Pedro Braz Teixeira, economista e diretor do gabinete de estudos do Fórum para a Competitividade, aponta para um saldo nulo. “Em contabilidade pública, o saldo foi de negativo de 259 milhões de euros, cerca de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB). Em contabilidade nacional há sempre ligeiras divergências, pelo que o saldo deverá ter sido aproximadamente nulo, podendo ser ligeiramente positivo se parte da despesa registada este ano for atribuída ao ano anterior”, prevê.

Já para João Borges de Assunção, economista e coordenador do NECEP – Católica Lisbon Forecasting Lab, “parece normal” que o excedente acumulado “no primeiro trimestre de 2024 desça ligeiramente do valor anormalmente elevado registado em 2023”. Contudo, considera pouco provável “que entre já em território negativo”.

Pelo menos desde o início dos anos 2000 (data da sério histórica do INE) que o país não registava um excedente orçamental, em contabilidade nacional, nos primeiros três meses do ano. Alcançou-o no arranque do ano de 2023: 1,1% do PIB, superando o melhor resultado até então, quando no primeiro trimestre de 2019 o ex-ministro das Finanças e atual Governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, registou um saldo neutro (e o primeiro excedente da história democrática portuguesa, de 0,1% do PIB na totalidade do ano).

No primeiro trimestre de 2022, Portugal registou um défice de 0,6% do PIB, enquanto nos primeiros três meses de 2021 o défice atingiu 5,7%.

Para João Bordes de Assunção, “houve aumentos significativos de salários na Função Pública e pensões que entraram em vigor em janeiro com a aprovação do orçamento de estado para 2024”, que influenciam o desempenho das contas nacionais entre janeiro e março.

“Também houve descidas no IRS para além da mera correção técnica decorrente da inflação. Acresce que o governo cessante pode ter antecipado algumas despesas no quadro do envelope financeiro dado pelo orçamento de estado. Nesse sentido há alguma incerteza sobre se esses efeitos todos terão um impacto material e visível nas contas públicas do primeiro trimestre do ano”, aponta.

Pedro Braz Teixeira recorda que a receita corrente cresceu abaixo do orçamentado, destacando a receita fiscal, que apresentou uma ligeira queda.

“Para além disso, a despesa subiu mais do que o previsto, em particular as transferências, que subiram 22,8% quando a meta anual era de 7,5%, e as despesas de pessoal (subiram 7,8%, quando deveriam subir 5,6%)”, indica.

De acordo com a execução orçamental da Direção-Geral do Orçamento (DGO), em contabilidade pública, o Estado registou um défice de 259 milhões de euros em março, último mês de Fernando Medina como ministro.

As contas em contabilidade nacional são apuradas pelo INE, em lógica de compromisso, sendo a utilizada nas comparações internacionais e na avaliação de Bruxelas. Os dados em contabilidade pública são divulgados pela DGO, sendo na ótica de caixa, ou seja, são considerados os recebimentos e pagamentos ocorridos em determinado período numa lógica de tesouraria.

O atual ministro das Finanças e o seu antecessor entraram em discórdia sobre as contas do Estado, em contabilidade pública, numa troca de acusações, na qual Miranda Sarmento estimou em cerca de 600 milhões de euros o défice registado até março, enquanto o ex-ministro das Finanças Fernando Medina refutou que o país apresente um problema orçamental.

A ‘guerra’ entre ambos levou mesmo o PS a chamar Miranda Sarmento ao Parlamento, onde será ouvido na próxima quarta-feira para esclarecer as declarações e a real situação orçamental.

Ligeiro excedente e 2024 ainda é cenário central

O cenário de um ligeiro excedente no final do ano ainda é o central para a generalidade dos economistas consultados pelo ECO, mas há riscos.

No Luxemburgo, esta semana, o ministro das Finanças mostrou-se confiante num excedente de cerca de 0,2% a 0,3% do PIB este ano, o que o economista João Borges de Assunção acredita ser possível. “Parece-me prematuro dizer que haverá um défice este ano. A atividade económica continua a evoluir de formal normal e sem agravamento no desemprego”, refere.

Por seu lado, João Duque considera que existe um risco de o país regressar aos défices já este ano, mas assinala que o ministro das Finanças tem alguns instrumentos para o evitar. “O ministro das Finanças vai fazer aquilo que aprendeu com Mário Centeno, que é cortar no investimento e assim evitar o défice. Vai ser assim”, antevê.

“No entanto, um défice de 0,1% ou um excedente de 0,1% é praticamente a mesma coisa”, defende.

Já Pedro Braz Teixeira destaca que “o crescimento tem sido em linha com o esperado, mas há significativos riscos geopolíticos, que não se têm materializado, mas que poderão concretizar-se até ao final do ano, podendo colocar em risco o cenário macroeconómico e, assim, a perspetiva de excedente orçamental”.

“Para além disso, o Governo não tem uma base parlamentar estável e tem havido coligações negativas na oposição, reduzindo a receita e aumentando a despesa. Por isso, existe um risco, sobretudo político, de regressarmos aos défices ainda em 2024”, conclui.

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JSD elege João Pedro Louro como presidente em congresso que marca os 50 anos

  • Lusa
  • 23 Junho 2024

João Pedro Louro, até agora secretário-geral da JSD, sucede a Alexandre Poço, atualmente deputado e vice-presidente da bancada social-democrata.

A Juventude Social-Democrata (JSD) elegeu João Pedro Louro como novo líder, com 81% dos votos, durante o 28.º Congresso Nacional, que terminou domingo em Lisboa, anunciou a organização.

João Pedro Louro, até agora secretário-geral da JSD, sucede a Alexandre Poço, atualmente deputado e vice-presidente da bancada social-democrata na Assembleia da República e que cumpriu dois mandatos à frente da estrutura jovem dos sociais-democratas.

Segundo a organização do congresso, João Pedro Louro foi eleito 15.º presidente da ‘jota’ com 81% dos votos (337 votos), 16% em branco (66) e 3% nulos (14 votos).

João Pedro Louro, 29 anos, era candidato único à presidência da JSD, cargo que só poderá cumprir durante um mandato de dois anos, uma vez que não se poderá recandidatar depois de atingir a idade-limite de 30 anos para militar nesta estrutura.

No seu discurso na sessão de encerramento do congresso, que decorreu entre sábado e domingo na Praça do Campo Pequeno, o agora presidente dos ‘jotas’ social-democratas afirmou que “qualquer problema da juventude portuguesa importa à JSD”.

Discursos xenófobos e de incitamento ao ódio, isso importa à JSD, porque acredita na dignidade da pessoa humana, independentemente de qualquer circunstância“, referiu.

João Pedro Louro reiterou a defesa da semana de trabalho de quatro dias, uma das suas principais bandeiras: “A minha geração não quer viver para trabalhar, mas quer trabalhar para viver“, justificou.

“Rejeitamos a ideia de um país dividido” e por isso, sustentou, “a coesão territorial vai mesmo ser uma prioridade, porque é investir na igualdade de oportunidades“.

Não pode haver um país de primeira e um país de segunda, um país que interessa e um país que é só paisagem”, afirmou o líder da JSD.

O novo presidente disse ainda querer inverter a “triste pirâmide demográfica” e aumentar a representatividade dos jovens nas autarquias, estabelecendo o objetivo de o PSD “ter mais jovens autarcas [nas eleições autárquicas] em 2025”.

Já o líder social-democrata, Luís Montenegro, que discursou na mesma sessão, saudou “de forma muito viva” João Pedro Louro, agradecendo “profundamente o apoio, alegria e energia da JSD nas duas últimas campanhas [legislativas e europeias]”.

Montenegro deixou uma mensagem ao atual secretário-geral, João Pedro Luís, e ao atual presidente da JSD: “Não me esqueci do vosso entusiasmo, espírito de solidariedade e companheirismo, mesmo numa campanha onde individualmente tinham algumas razões para não estarem satisfeitos“.

Ao presidente cessante, Alexandre Poço, manifestou um “profundo reconhecimento pela forma como conduziu os destinos da JSD” nos últimos anos, reconhecendo que os dois “nem sempre” estiveram de acordo e houve “momentos de alguma tensão”.

“Sempre soubemos colocar o interesse das nossas estruturas e do país à frente desses pequenos momentos”, comentou.

No congresso, com o lema “Somos a História do Futuro”, os participantes cantaram os parabéns à JSD, pelo 50.º aniversário.

Estiveram presentes, entre outros, a vice-presidente da Assembleia da República Teresa Morais; a ministra da Juventude e Modernização e antiga líder da JSD, Margarida Balseiro Lopes; a eurodeputada Lídia Pereira, eleita pela Aliança Democrática (AD), ou o líder da Juventude Popular, Francisco Camacho.

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📹 Número de milionários no mundo não pára de crescer

  • ECO
  • 23 Junho 2024

No final de 2023 havia quase 23 milhões de pessoas com património acima de um milhão de dólares, mais 55% do que há dez anos.

Há cada vez mais pessoas com elevado património líquido e a sua riqueza engordou 4,7% no ano passado, para quase 87 biliões de dólares. As perspetivas de cortes de taxas de juro e o ambiente económico mais favorável vão permitir aos milionários capitalizar boas oportunidades de investimento. Saiba mais no vídeo.

http://videos.sapo.pt/ow9ZNh2ZOtzSHGKKDed1

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para ver o vídeo.

 

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Rock in Rio Lisboa regressa ao Parque Tejo em 2026

  • Lusa
  • 23 Junho 2024

No sábado, de acordo com a organização, estiveram na 'cidade do rock' 60 mil espectadores.

O festival Rock in Rio Lisboa, cuja 10.ª edição hoje domingo, vai regressar ao Parque Tejo em 2026, anunciou a organização, revelando que aquele espaço volta a estar acessível ao público a partir de 15 de julho.

“A próxima edição do Rock in Rio Lisboa está confirmada nesta casa linda que é o Parque Tejo“, afirmou a diretora do festival, Roberta Medina, numa conferência de imprensa ao início da tarde, no recinto do Rock in Rio Lisboa, convocada para assinalar o último dia da 10.ª edição. O Rock in Rio Lisboa acontece de dois em dois anos, por isso a 11.ª edição irá acontecer em 2026.

Desde que se estreou em Portugal, em 2004, a ‘cidade do rock’, o recinto do festival, foi sempre erguido no Parque da Bela Vista, tendo este ano acontecido, pela primeira vez, no Parque Tejo.

Aquele espaço, que começou a ser recuperado para acolher, em agosto do ano passado a Jornada Mundial da Juventude, voltará a estar acessível ao público em geral, “parcialmente”, a partir de 15 de julho. De acordo com Roberta Medina, a partir desse dia “a população pode voltar a passear no Parque Tejo”.

Com o Parque Tejo sem grandes alterações desde agosto do ano passado, o espaço estará novamente acessível com algumas infraestruturas deixadas no local pelo festival.

Vamos deixar uma unidade de casas de banho permanentes, vamos entrar em detalhes com a Câmara Municipal de Lisboa e as Juntas de Freguesia para ver se deixamos algumas mesas para picnics“, referiu Roberta Medina.

A mudança do Rock in Rio Lisboa do Parque da Bela Vista para o Parque Tejo originou várias críticas por parte do público, nomeadamente em relação aos acessos ao recinto, falta de sombras e longas filas para aceder a espaços de restauração e casas de banho.

Como o festival aconteceu em dois fins de semana — nos dias 15 e 16 de junho e hoje e sábado — a organização anunciou durante a semana que esteve “a preparar operações para melhorar os principais temas apontados pelo público”.

Para que o público seja “avisado sobre informações como filas, espaços de alimentação com menos fila, WC disponíveis com menos afluência, avisos de concertos quase a começar, entre outros”, foi criado um canal de WhatsApp Oficial do Rock in Rio Lisboa, que “qualquer pessoa pode seguir”, de forma a “receber informação em tempo real antes e durante o festival”.

Além disso, reforçou o apelo para que o público recorra aos transportes públicos para chegar ao recinto, recordando que, além de um ‘shuttle’ que circula entre a Estação do Oriente e a ‘cidade do rock’, há a estação de comboios de Sacavém, situada a sete minutos a pé do recinto e que “operou em tranquilidade no primeiro fim de semana”.

As portas da ‘cidade do rock’ abriram às 13:00, pela última vez este ano. E a essa hora já largas centenas de pessoas estavam à espera para entrar.

Hoje, a lotação está esgotada, sendo esperados 80 mil espectadores, à semelhança do que aconteceu nos dias 15 e 16 de junho.

Segundo Roberta Medina, ter três dias esgotados é “algo que nunca tinha acontecido no Rock in Rio Lisboa”. No sábado, de acordo com a organização, estiveram na ‘cidade do rock’ 60 mil espectadores.

Aos 300 mil espectadores presentes nos quatro dias da 10.ª edição, é preciso juntar os cerca de 14.500 credenciados, entre ‘staff’ e jornalistas.

O 10.º Rock in Rio encerra hoje com Aitana, Ne-Yo, Camila Cabello e Doja Cat, no Palco Mundo, o principal do festival. Nos outros palcos atuarão, entre outros, Pedro Sampaio, Luísa Sonza, Anselmo Ralph, ProfJam, MC Cabelinho, Veigh e April Ivy.

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UEFA vai reforçar medidas para impedir adeptos de invadir relvados

  • Lusa
  • 23 Junho 2024

A decisão surge depois de vários episódios, o último dos quais no sábado, quando pelo menos seis adeptos entraram em campo para tentar tirar selfies com Cristiano Ronaldo.

A UEFA anunciou domingo o reforço das medidas de segurança para evitar a invasão de campo por parte de adeptos no decorrer do Europeu de futebol da Alemanha.

A decisão surge depois de vários episódios, o último dos quais no sábado, quando pelo menos seis adeptos entraram em campo para tentar tirar selfies com Cristiano Ronaldo.

Vão ser implementadas medidas de segurança adicionais nos estádios para melhor atender às exigências do torneio e prevenir tais incidentes“, revelou a UEFA, sem especificar o seu conteúdo na prevenção contra os ‘intrusos’, que serão alvo de processos criminais.

A UEFA recorda que “qualquer incursão no campo constitui uma violação das regras do estádio e resultará na expulsão do mesmo, na proibição de assistir aos restantes jogos do torneio e na apresentação de uma queixa criminal formal por invasão“.

No sábado, em Dortmund, vários adeptos entraram em campo rumo a Cristiano Ronaldo, que no fim da partida em que Portugal venceu a Turquia por 3-0, da segunda jornada do Grupo F, voltou a ser alvo do assédio de diversos fãs, que têm interrompido várias partidas.

Apesar dos adeptos aparentarem desejar apenas uma foto com o seu ídolo, este plano da UEFA visa proteger os futebolistas de qualquer perigo.

As invasões de campo começam a ser recorrentes, sendo que um dos prevaricadores neste Euro2024 entrou com uma câmara rumo ao belga Kevin De Bruyne, no desafio contra a Eslováquia, em Frankfurt.

Na final da Liga dos Campeões, em Londres, entre o Real Madrid e o Borussia Dortmund, registaram-se várias invasões do relvado, alegadamente motivadas por uma oferta de dinheiro de um conhecido youtuber.

Quando se disputarem os jogos desta noite, estarão cumpridos mais de metade dos desafios do Euro2024, nomeadamente 26 dos 51 do programa que termina em 14 de julho.

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Direção Executiva do SNS garante urgências materno-infantis

  • Lusa
  • 23 Junho 2024

As 12 urgências de obstetrícia e pediatria encerradas estão a funcionar em rede com outras unidades, diz em comunicado a direção do SNS.

A Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) assegurou domingo que as 12 urgências de obstetrícia e pediatria encerradas estão a funcionar em rede com outras unidades, garantindo o acesso a cuidados de saúde a todos os utentes.

Estes serviços de urgência que manifestam alguns constrangimentos têm a urgência interna em funcionamento, sendo que, alguns estão dotados de capacidade de receber casos urgentes referenciados pelos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e pela Linha SNS 24 grávidas“, refere a DE-SNS em comunicado.

No âmbito dos Serviços de Urgência de Obstetrícia e Pediatria do SNS, a DE-SNS esclarece que “o Plano de Verão, previamente anunciado pelo Governo, está a ser cumprido sem qualquer dificuldade e que as 12 urgências que este domingo apresentam constrangimentos estão a funcionar em rede com outras unidades, garantindo assim o acesso a cuidados de saúdes a todos os utentes”.

Realça ainda que há 125 serviços de urgência em Portugal continental que estão hoje abertos 24 horas.

Em particular, sobre os serviços de urgência de ginecologia e obstetrícia localizados na Região de Lisboa e Vale do Tejo, afirma que “o plano assistencial está a ser cumprido”. “As três maternidades localizadas na Península de Setúbal estão a desenvolver a sua atividade em modelo de rotatividade semanal, garantindo aqui uma urgência sempre aberta ao exterior”, salienta.

No caso da Grande Lisboa, as urgências de obstetrícia/ginecologia ao fim de semana estão asseguradas através da abertura permanente da Maternidade Alfredo da Costa e do Hospital de Cascais, que são apoiados pelo Hospital de São Francisco Xavier um fim de semana por mês e pelo Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) outros dois fins de semana por mês.

A DE-SNS adianta que, no caso dos hospitais de Caldas da Rainha, do Médio Tejo e de Santarém, também existe uma coordenação para que resposta ao nível da urgência de obstetrícia/ginecologia seja alternada.

Recorda que este plano para as urgências de obstetrícia da Região de Lisboa e Vale do Tejo foi acordado entre o Ministério da Saúde, com os diretores clínicos e presidentes dos conselhos de administração dos hospitais envolvidos, em reuniões que contaram também com a colaboração do colégio de Obstetrícia da Ordem dos Médicos.

Sublinha que “o reforço do trabalho em rede entre as equipas de instituições hospitalares e dos cuidados de saúde primários, assim como o planeamento estratégico atempado da resposta”, é uma das suas missões centrais.

A Direção Executiva do SNS refere que é o “organismo responsável por estabelecer a estratégia adequada para assegurar uma cultura de previsibilidade, segurança e confiança na utilização dos serviços de saúde, bem como uma utilização que maximize os recursos disponíveis e induza um melhor planeamento”.

No comunicado, agradece “a todas as equipas profissionais de saúde do SNS que têm permitido, numa época tão difícil como o verão, continuar a assegurar aos cidadãos cuidados assistenciais de urgência em segurança e com qualidade”.

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Montenegro diz a PS e Chega para se juntarem ao Governo e “decidir bem”

  • Lusa
  • 23 Junho 2024

"A uns e a outros nós dizemos: preocupem-se menos em juntarem-se um com o outro, juntem-se aos portugueses", acrescentou Luís Montenegro, no congresso da JSD.

O presidente do PSD, Luís Montenegro, apelou este domingo ao PS e ao Chega para se “preocuparem menos em juntar-se um com o outro”, mas antes para se juntarem ao Governo para “decidir bem” sobre as necessidades dos portugueses.

Se o Partido Socialista, a vontade que tem é juntar-se com o Chega ou o Chega a vontade que tem é juntar-se com o Partido Socialista, a vontade do Partido Social Democrata é juntar-se com Portugal e com os portugueses para resolver os seus reais problemas“, afirmou o líder social-democrata, no encerramento do 28.º Congresso da Juventude Social-Democrata (JSD), em Lisboa.

O também primeiro-ministro deixou mais um recado aos dois partidos.

“A uns e a outros nós dizemos: preocupem-se menos em juntarem-se um com o outro, juntem-se aos portugueses, e a melhor maneira de se juntarem aos portugueses é juntarem-se ao Governo para decidir bem aquilo que hoje são as principais necessidades da vida de cada português”.

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Costa tenta resistir a uma “meia vitória” no Conselho Europeu. E Meloni pede mais

Especialistas ouvidos pelo ECO acreditam que proposta para divisão do mandato no Conselho Europeu é "pouco viável", reiteram confiança em Costa e rejeitam que Meloni tenha margem para negociar.

Foi uma proposta tirada da cartola do Partido Popular Europeu (PPE) que não agradou aos socialistas do S&D. Uma divisão a meias do mandato de presidente do Conselho Europeu entre os dois maiores grupos políticos, em Estrasburgo, seria uma “meia vitória” para António Costa, que já vinha a trilhar caminho para Bruxelas e que esperava ficar à frente do órgão que representa os 27 Estados-membros por, pelo menos, cinco anos, como acontece sempre.

Não me parece que seja uma luta interessante. É uma tentativa de o PPE vender caro um acordo com os socialistas”, simplifica Henrique Burnay. Poderá ser uma proposta sem pernas para andar, e que, se for avante, criaria “instabilidade política e não traria vantagens para a União Europeia”, antecipa o consultor de assuntos europeus e professor convidado no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa. Isto porque a proposta prevê que, caso António Costa seja nomeado e fique à frente do Conselho Europeu, ficaria apenas por dois anos e meio. O que significaria que, em 2026 aconteceriam novas negociações, “e especulações”, sobre que líder social-democrata preencheria a segunda parte do mandato. “A menos que já se saiba quem seria”, propõe Burnay. O que poderá ser o caso.

A ideia de dividir a presidência do Conselho Europeu foi lançada pelo primeiro-ministro croata Andrej Plenković, sob o argumento de que na União Europeia existem atualmente 12 líderes que pertencem à família do PPE, enquanto os socialistas são representados apenas por quatro. Ainda assim, os sociais-democratas não estão à frente dos Governos em França (liberal), Alemanha e Espanha (socialistas) ou Itália (conservador), quatro países-chave para assegurar a eleição do presidente do Conselho Europeu. Embora tenham expectativas de que isso possa vir a mudar em 2027.

O timing do croata pode sugerir que a proposta nasceu “por interesse próprio”, indica Tiago Antunes, ex-secretário de Estado de Assuntos Europeus ao ECO. Mas isso só seria viável se o seu mandato, renovado em março passado, fosse interrompido, uma vez que o primeiro-ministro da Croácia terá o seu lugar assegurado, pelo menos, até 2028. Uma situação que poderia verificar-se com mais líderes europeus que estejam agora em plenas funções caso fossem chamados a preencher a segunda metade do mandato no Conselho Europeu. “Pouco conveniente”, diz Burnay.

Não sendo ainda claro quem poderia suceder a António Costa na presidência do Conselho Europeu, torna-se difícil que a proposta seja adotada na próxima e última reunião entre os líderes europeus a 27 de junho, depois de, no primeiro encontro informal, em Bruxelas, não ter sido possível chegar a acordo. Olaf Scholz e Pedro Sánchez, os principais negociadores dos socialistas, estarão encarregues de que isso não acontece.

Chanceler alemão Olaf Scholz (à direita), o primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchez (à esquerda) e o primeiro-ministro português António Costa (à direita) conversam na varanda da Chancelaria em Berlim, Alemanha, a 14 de outubro de 2022.EPA/JOHN MACDOUGALL / POOL

Vejo pouco caminho para a proposta fazer vencimento. É desequilibrada”, considera o socialista Tiago Antunes, argumentando que, caso se concretize, significaria que o PPE ficaria com quatro mandatos nos cargos de topo da União Europeia: Um de cinco anos, renovável, metade da presidência do Parlamento Europeu e outra metade no Conselho Europeu, “enquanto o S&D ficaria apenas com dois”, conclui o ex-secretário de Estado dos Assuntos Europeus.

No entanto, os resultados das eleições dão ao PPE alguma margem para fazer exigências. A família política do PSD e do CDS foi a grande vencedora das eleições europeias de 9 de junho, tendo conseguido assegurar 190 mandatos no Parlamento Europeu (mais 14 face a 2019). Enquanto os socialistas perderam três eurodeputados para 136.

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para ver a infografia.

Tudo bem que ganharam as eleições, mas não foi pelo dobro. A proposta não faz sentido”, remata Tiago Antunes, que pertenceu ao Governo de António Costa.

Não é viável que venha a acontecer”, corrobora o politólogo José Filipe Pinto, relembrando que nesta fase do diálogo os grupos políticos estão focados em “regatear” face o resultado das eleições, recordando o resultado do processo negocial em 2019. “Foi uma ronda de 24 horas. Quando os líderes saíram da sala, estavam completamente de rastos”, relembra.

Até 27 de junho ainda está tudo em aberto, mas não se esperam grandes surpresas para o quarteto já proposto, à semelhança do que aconteceu em 2019: Ursula von der Leyen para a Comissão Europeia, António Costa para o Conselho Europeu, Kaja Kallas para a alta representante da União Europeia para a política externa e Roberta Metsola para os primeiros dois anos e meio à frente do Parlamento Europeu – a única instituição em Bruxelas cujo mandato é dividido pelos dois maiores grupos políticos. A segunda metade ficará nas mãos dos socialistas. Assim, espera-se que a lógica se mantenha na próxima legislatura.

“Até 2019, o critério era: quem presidia a Comissão era o partido que tinha tido mais votos nas eleições para o Parlamento. Por sua vez, presidia o Conselho Europeu o grupo político com mais chefes do Governo e o Parlamento era dividido entre os dois maiores grupos”, recorda Henrique Burnay. Mas isso mudou com as eleições anteriores, altura em que os liberais foram chamados a participar no processo e lhes foi atribuída a presidência do Conselho Europeu, hoje ocupada pelo belga Charles Michel, considerado por José Filipe Pinto como alguém com “franco peso político”, ao contrário do “europeísta convicto, quase federalista”, António Costa.

Conselho Europeu com António Guterres - 23MAR23
Charles Michel (à esquerda) e António Costa (à direita)European Union

Muito dificilmente António Costa deixará de ser eleito porque cumpre com vários critérios que são pedidos aos candidatos à presidência do Conselho Europeu”, explica o politólogo e professor catedrático de Relações Internacionais na Universidade Lusófona, referindo que a paridade, origem geográfica e orientação política continuam a ser fatores determinantes. “Os socialistas não vão aceitar dividir o mandato com o PPE, que, apesar de ser a maior força, está longe de ser maioritária”, diz José Filipe Pinto.

Assim, o ex-primeiro-ministro português poderá chegar mesmo a Bruxelas. O próprio pediu que se deixasse “o Conselho Europeu trabalhar“, afastando qualquer preocupação quanto ao decorrer das conversas.

No Conselho [Europeu] é fácil chegar a acordo. Há uma maioria mais do que suficiente para que António Costa seja aprovado”, garante Henrique Burnay, relembrando que nesta situação nem os votos da extrema-direita serão postos em causa, ao contrário do que se está a passar com a reeleição de Von der Leyen para a presidência da Comissão Europeia. “Nenhum socialista diz que Costa não quer os votos de Viktor Orbán, que já concordou, ou de Meloni”, sublinha o consultor europeu.

Exigências de Meloni sobem de tom

O primeiro encontro entre os líderes não contou apenas com uma proposta surpresa dos sociais-democratas. Também houve mal-estar da primeira-ministra italiana e líder dos Conservadores e Reformistas Europeus (ECR), que, após ter saído vitoriosa nas eleições europeias em Itália, viu-se excluída das conversações para os cargos de topo. A italiana criticou o método levado a cabo pelos três principais grupos políticos que, ao invés de analisarem, primeiro, o resultado das eleições — que revelaram uma subida da direita, sobretudo dos grupos mais extremados –, colocaram em cima da mesa os quatro nomes propostos para os cargos de topo.

“O método está errado. Não vou aceitar este pacote de nomeações pré-definidas. As soluções discutidas não foram abordadas entre todos. Mas, acima de tudo, faz pouco sentido que se fale em nomes antes de se analisar os votos”, cita o Corriere Roma as declarações de Giorgia Meloni após o encontro de 17 de junho. “Penso que aqueles que estão a tentar fazer este acordo tentaram apressar-se porque se aperceberam que poderia ser um acordo frágil“, cita também o Politico as palavras da governante.

Giorgia Meloni, primeira-ministra de ItáliaEuropean Union

Para a primeira-ministra italiana, o ECR tem o direito de se sentar à mesa das negociações, e, perante o possibilidade de o grupo se manter como a terceira força política no Parlamento Europeu (as negociações para a formação dos grupos vão continuar até ao dia 4 de julho), o cargo de alta representante da UE para a política externa cai sobre o colo dos conservadores. Afinal, os cargos de topo são distribuídos pelos três maiores grupos políticos. Mas isso não se deverá suceder.

“As negociações estão a decorrer e os números não estão estabilizados. Mas mesmo que haja uma inversão da ordem, e o ECR passe a ser a terceira força política, os termos da negociação não vão mudar porque há uma maioria no Parlamento de partidos pró-europeus. Se o ECR for incluído nas conversas, essa maioria deixaria de existir, porque o S&D deixaria de querer fazer parte dela”, explica Tiago Antunes.

“Neste momento, não é relevante quais foram os partidos que subiram ou desceram mas sim onde está a maioria. Há uma maioria entre PPE, S&D e liberais. Uma maioria entre PPE, S&D e ECR não existe”, sublinha o ex-secretário de Estado dos Assuntos Europeus. Ou seja, um candidato conservador (possivelmente Elisabetta Belloni, chefe dos serviços secretos italianos) ao cargo de alto representante nunca seria viabilizado, mesmo que Von der Leyen procure votos do PPE para ajudar Meloni nessa missão.

As três maiores famílias [PPE, S&D e liberais] não precisam de negociar com o ECR para conseguir a eleição de todos os cargos. Conseguem fazê-lo entre eles”, explica José Filipe Pinto. “Mesmo que o ECR se mantenha como terceira força política, não é garantido que o PPE e o S&D negociem com o ECR porque, ideologicamente, estão mais próximos dos liberais”, diz.

Perante as fracas chances de conseguir um lugar na mesa dos cargos de topo, Meloni explora as suas opções. Citando fontes próximas de Itália, o Politico aponta que a primeira-ministra italiana está de olho nas pastas de maior relevo na Comissão Europeia, como a da Economia (atualmente a cargo de Paolo Gentiloni) ou até mesmo uma das três vice-presidências do executivo comunitário. Raffaele Fitto, ministro dos Negócios Estrangeiros, é um dos nomes apontados.

Mas, neste momento, “é tudo provisório”. E assim continuará a ser até 27 de junho, dia do Conselho Europeu, e até 4 de julho, altura em que terminam as negociações para a formação dos grupos políticos para o Parlamento Europeu. No dia 16 de julho, os 720 eurodeputados tomarão posse.

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