Taxa de poupança das famílias da Zona Euro dispara para 15,3%. É o valor mais alto em quase três anos

O nível de poupança das famílias da Zona Euro alcançado no primeiro trimestre do ano é o valor mais elevado desde o segundo trimestre de 2021.

A taxa de poupança das famílias da Zona Euro atingiu 15,3% no primeiro trimestre de 2024, revelou esta quinta-feira o Eurostat. Este valor representa uma subida significativa face aos 14,1% registados no último trimestre de 2023 e marca o nível mais elevado desde o segundo trimestre de 2021.

O aumento da poupança das famílias europeias surge num contexto de crescimento do rendimento disponível bruto, que subiu 2,1% face ao trimestre anterior. Este crescimento superou o aumento de 0,8% registado no consumo privado, explicando assim a subida da taxa de poupança.

Esta dinâmica foi também sentida pelas famílias portuguesas que apresentaram uma taxa de poupança de 8% no primeiro trimestre de 2024, que se traduziu numa subida de 1,4 pontos percentuais face aos 6,6% alcançados no último trimestre do ano anterior, segundo os mais recentes dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

E tal como sucedeu na maioria dos países da Zona Euro, a subida do nível de poupança das famílias portuguesas deveu-se, em grande medida, a uma subida de 2,6% do rendimento disponível bruto dos agregados familiares, segundo dados do INE.

No entanto, é importante notar que não pode ser feita uma comparação direta entre os números divulgados pelo Eurostat e pelo INE, porque há diferenças no uso da fórmula de cálculo da taxa de poupança por parte das duas instituições.

Por essa razão, enquanto o INE atribuiu uma taxa de poupança das famílias portuguesas no primeiro trimestre de 8% o Eurostat atribui uma taxa de poupança 11,59%.

Os dados do Eurostat não detalham as taxas de poupança para a maioria dos países da Zona Euro. Aliás, além da taxa global de poupança dos 20 Estados-membros da Zona Euro apenas apresentam dados para mais três países além de Portugal: Alemanha (21,23%), Espanha (14,23%) e Itália (11,4%).

Os dados divulgados esta quinta-feira pelo Eurostat revelam também uma dinâmica distinta das famílias na abordagem ao investimento. Enquanto as famílias europeias poupam mais, o investimento recua ligeiramente.

O Eurostat revela que a taxa de investimento das famílias da Zona Euro desceu de 9,6% para 9,5% no primeiro trimestre deste ano, atingindo o valor mais baixo desde o início de 2021.

Do lado das empresas, o cenário é de pressão sobre as margens. Os dados do Eurostat mostram que a taxa de lucro das empresas não financeiras da Zona Euro caiu para 39,5% no primeiro trimestre de 2024, face aos 40,3% do trimestre anterior.

É o valor mais baixo desde o segundo trimestre de 2020, refletindo o “aumento dos custos com pessoal e impostos a um ritmo superior ao crescimento do valor acrescentado bruto”, destaca o comunicado do Eurostat.

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