Macron pede ao primeiro-ministro francês que permaneça no cargo para “assegurar a estabilidade do país”
O presidente francês rejeitou "por enquanto" o pedido de demissão de Gabriel Attal, pedindo-lhe que permaneça no cargo para "assegurar a estabilidade do país".
Depois do resultado das eleições legislativas, Gabriel Attal dirigiu-se esta manhã ao Palácio do Eliseu para apresentar a sua demissão como primeiro-ministro. Mas o pedido não foi aceite. Segundo um comunicado do Eliseu, citado pelo Le Monde, o Presidente da República, Emmanuel Macron, pediu a Attal que continuasse a ser primeiro-ministro “por enquanto” para “assegurar a estabilidade do país”.
Recorde-se que no passado, Gabriel Attal anunciou que apresentaria a sua demissão na sequência do resultado das eleições legislativas, que, inesperadamente, deram a vitória à coligação de esquerda ao invés do partido de extrema-direita de Marine Le Pen que caiu para terceiro lugar. A União Nacional venceu a primeira volta destas eleições com projeções para uma maioria absoluta, mas tal não se verificou na segunda volta.
Já o partido de Emmanuel Macron, e do seu delfim Gabriel Attal, asseguraram a segunda maior bancada na Assembleia Nacional, depois de na primeira ronda os resultados terem ficado significativamente aquém do esperado para um partido que ocupa a presidência.
“Entregarei a minha demissão ao Presidente da República amanhã (segunda-feira) de manhã”, anunciou o primeiro-ministro, na noite passada.
Nas projeções divulgadas após o fecho das urnas, a Nova Frente Popular poderá ter entre 172 e 215 deputados, enquanto o bloco do Presidente, Emmanuel Macron, poderá contar com 150 a 180 lugares, à frente do partido de extrema-direita União Nacional, com entre 115 e 155 deputados eleitos.
Para já não existe uma solução governativa à esquerda, e nem um pronuncio formal e oficial de Emmanuel Macron sobre os resultados eleitorais, e com os Jogos Olímpicos de Paris à porta, Attal permanecerá no cargo.
O secretário-geral do partido do Presidente francês, o Renascimento, afirmou esta segunda-feira ser óbvio que a aliança de esquerda Nova Frente Popular “não pode governar a França”, argumentando que nenhuma coligação tem maioria na Assembleia Nacional. Mas à esquerda a convicção é diferente.
Na noite eleitoral, Jean-Luc Mélenchon urgiu que Macron deve “curvar-se e admitir a sua derrota sem tentar contorná-la” e encarregar a Nova Frente Popular de formar governo. Já Olivier Faubre, secretário-geral do PS francês e um dos partidos da coligação de esquerda, considera que a votação da noite passada representa a vitória de uma união de partidos e defendeu que a Nova Frente de Popular terá de formar Governo.
(Notícia atualizada pela última vez às 11h48)
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