Seguradoras queimam casas para incentivar prevenção de incêndio

  • ECO Seguros
  • 18 Julho 2024

Seguradoras querem reduzir o risco de incêndios florestais em 20% antes de considerar voltar a oferecer seguros em zonas de elevado risco nos EUA. Resposta está na revisão dos padrões de construção.

O Institute for Business & Home Safety (IBHS, Instituto de Seguros para Segurança Empresarial e Residencial), que conta com o apoio de mais de 100 seguradoras norte-americanas, está a incendiar casas para incentivar os construtores a recorrer a materiais resistentes ao fogo na construção de residências.

O simulador de incêndio florestal do Institute for Business & Home Safety testa materiais resistentes ao fogo para convencer seguradoras a aceitar riscos.

Segundo o New York Times (acesso pago), esta é uma das formas que as seguradoras adotaram para transmitir como as casas devem ser construídas para serem resistentes a incêndios, correndo o risco de não serem cobertas pelo seguro de habitação se não usarem esses materiais, o que as impede de serem vendidas através de crédito à habitação.

Nesse sentido, o instituto simula situações de incêndio em laboratórios de investigação e instalações utilizadas para o treino de bombeiros. O último teste simulou condições meteorológicas que fazem com que o fogo se propague com maior rapidez entre casas vizinhas colocando lado a lado duas estruturas: uma resistente ao fogo e outra com material que é tradicionalmente utilizada nas casas das zonas residências dos EUA.

Assim conseguem demonstrar que a estrutura que é protegida por metal não inflamável e equipada com coberturas de proteção para impedir que as brasas entrem nas aberturas de ventilação do telhado e nos beirais fica intacta, mas a outra, cercada por arbustos e palha, ficou totalmente destruída. Este último teste da IBSH foi conduzido em junho que contou com a presença de construtores da Costa Leste dos EUA.

As seguradoras estão a aumentar o preço das apólices, ou até a deixar de cobrir, para seguros à habitação em zonas de elevado risco de incêndio. Visto que a frequência de sinistro está a tornar inviável as seguradoras continuarem a aceitar riscos deste tipo.

Segundo um consultor para seguradoras e proprietários de imóveis consultado pelo jornal americano, passa a caber aos clientes deste seguro tomar medidas de prevenção para “garantir a viabilidade do modelo de negócios das seguradoras”.

A resposta para cativar as seguradoras pode estar na maior revisão dos padrões de construção para materiais resistentes ao fogo e nas medidas preventivas tomadas pelos proprietários que a IBHS aconselha. Entre as medidas preventivas de propagação de incêndios está cortar as arvores, arrancar arbustos, trocar janelas e calharas, remover decks e cercas de madeira e reconstruir com materiais de pedra, metal ou outros produtos não inflamáveis.

Para compensar os proprietários que investem modernização dos imóveis, a IBSH atribui uma certificação que reduz os custos de seguros. Ainda não é claro quantos construtores e proprietários estão a agir consoante a mensagem do setor. Um porta-voz do instituto assinalou que desde o lançamento do programa de certificação, há dois anos, o grupo recebeu 4.400 pedidos e concedeu a certificação a 600 solicitadores.

O consultor referiu ainda que as seguradoras querem reduzir o risco de incêndios florestais 20% antes de considerarem retomar uma região de onde se retiraram.

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