TAP sai do vermelho e lucra 400 mil euros no primeiro semestre

Resultado líquido baixou 98% face ao mesmo período de 2024. Fim dos cortes salariais e perdas cambiais explicam desempenho. Alavancagem financeira voltou a diminuir.

A TAP registou lucros de 72,2 milhões no segundo trimestre, permitindo à companhia aérea fechar os primeiros seis meses de 2024 com um resultado positivo marginal de 400 mil euros, menos 98% que no mesmo período do ano anterior. O endividamento líquido registou uma redução acentuada.

“O forte desempenho no segundo trimestre permite um resultado líquido positivo no semestre, que, apesar de reduzido, é atingido pela segunda vez consecutiva, mas agora sem cortes salariais”, assinala o CEO da TAP, Luís Rodrigues, em comunicado. A companhia tinha registado prejuízos de 71,9 milhões nos primeiros três meses do ano.

A transportadora explica que o resultado de 400 mil euros, menos 22,6 milhões que no período homólogo anterior, foi “impactado por perdas cambiais originadas pela desvalorização do real brasileiro”. Acrescenta que, face a 2019, existiu uma melhoria de 112,4 milhões de euros.

As receitas operacionais somaram 1.969 milhões no período entre janeiro e junho, mais 3,3% do que primeiro semestre de 2023, “impulsionadas, nas receitas de passagens, por um aumento da capacidade (+2,9%) e melhor load factor (+0,8 p.p.), e por um aumento significativo de atividade nas receitas de manutenção (+36,7%)“. O número de passageiros transportados aumentou 1,6% para 7,7 milhões.

Os gastos operacionais aumentaram 3,3% para 1.857,6 euros, devido sobretudo ao crescimento de 35,2% dos custos com pessoal, para 380,1 milhões de euros, fruto do fim dos cortes salariais e das condições dos novos acordos de empresa. As outras duas rubricas que mais pesam nas contas — combustível e custos operacionais de tráfego — registaram decréscimos de 4,7% e 3,9%, respetivamente.

O resultado operacional (EBIT) cifrou-se em 111 milhões de euros, uma melhoria de 2,8% face ao período homólogo, o que não impediu uma ligeira redução da margem, de 5,7% para 5,6%. Olhando apenas para o EBIT recorrente, o aumento é de 11,8%, para 139,2 milhões, com a margem a situar-se em 7,1%.

As diferenças cambiais, que nos primeiros seis meses de 2023 tinham dado um contributo positivo de 27,6 milhões, este ano penalizaram as contas em 17,5 milhões.

Dívida líquida encolhe 59%

A dívida financeira da TAP manteve-se estável nos 1.441,7 milhões, mas o aumento do dinheiro em caixa, para o que contribuiu a injeção do Estado de 343 milhões, contribuiu para uma descida de 59,1% da dívida financeira líquida, que no final de junho se cifrava em 266 milhões.

A companhia nota que conseguiu “uma melhoria assinalável do rácio dívida financeira/EBITDA que atinge um nível de 2,1 vezes, quando comparado com o rácio de 2,6 vezes a 31 de dezembro de 2023 e 5,2 vezes a 31 de dezembro de 2019″.

Como já referido, o desempenho no segundo trimestre foi decisivo para as contas ficarem acima da linha de água nos primeiros seis meses. O resultado líquido, de 72,2 milhões, ficou, ainda assim, 8,1% do conseguido no período homólogo.

Os rendimentos operacionais aumentaram 3,4% para 1.106,7 milhões, com destaque para o negócio de Manutenção, onde o crescimento foi de 71,4%, para 71,8 milhões, “devido maioritariamente ao aumento da atividade da oficina de motores”.

Olhando para o restante ano, a TAP assinala que as reservas estão em linha com o ano anterior, embora “com alguma pressão” sobre os níveis de rentabilidade. A companhia irá receber três novos A320 NEO e aumentar o investimento no Brasil com duas novas rotas: Florianópolis e Manaus.

A primeira metade do ano tem sido difícil para a maioria das companhias do setor. Lufthansa e Air France – KLM passaram de lucros no primeiro semestre de 2023 para prejuízos este ano, com a companhia alemã a rever em baixa a perspetiva para a evolução das receitas no resto do ano. A IAG, dona da British Airways ou Iberia, escapou à tendência com um aumento de 3,9% nos lucros.

(Notícia atualizada às 8h35)

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