Eólicas no mar de Viana do Castelo fazem quatro anos. E superam as expectativas de produção em até 6%
O projeto WindFloat Atlantic tem vindo a gerar energia limpa capaz de abastecer 25 mil lares portugueses por ano.
O WindFloat Atlantic, um projeto pioneiro de eólicas no mar (energia eólica offshore) com tecnologia flutuante, completa agora quatro anos de operação. De acordo com os promotores, o balanço é positivo: a produção de energia superou o inicialmente estimado.
O projeto WindFloat Atlantic gerou 320 gigawatts-hora (GWh) de energia ao longo dos seus quatro anos de operação, fornecendo energia limpa a 25 mil lares portugueses por ano. A informação é divulgada pela Ocean Winds (OW), empresa internacional dedicada à energia eólica offshore, criada como uma parceria entre a EDP Renováveis e a Engie.
“Nos últimos três anos de operação, o projeto tem vindo a superar sucessivamente o objetivo de produção anual de eletricidade anual assumido com as instituições europeias e nacionais, na ordem de 5% a 6% por ano. Para tal tem contribuído a existência de recurso eólico offshore favorável, bem como a disponibilidade anual do parque eólico”, indica fonte oficial, em declarações ao ECO/Capital Verde.
Desde julho de 2020, as três turbinas do projeto têm fornecido energia à rede elétrica nacional portuguesa, demonstrando o potencial da tecnologia eólica flutuante. Todos os anos, em janeiro, tem-se verificado um aumento da produção, atingindo os 78 gigawatts-hora (GWh) em 2022 e 80 GWh em 2023. Em julho de 2024, registou uma produção acumulada total de 320 GWh, o que evitou mais de 33.000 toneladas de emissões de dióxido de carbono e fomentou 1.500 empregos diretos e indiretos entre as fases de desenvolvimento, construção e operação.
Outra das conquistas do projeto foi resistir, em 2023, à tempestade Ciarán, com ondas que atingiram 20 metros de altura e rajadas de vento de até 139 quilómetros por hora. Nos últimos quatro anos, a Ocean Winds identifica “um impacto mínimo” no fundo do mar e na biodiversidade, tendo em conta levantamentos contínuos que identificaram mais de 270 espécies a coexistirem com o projeto, “sem efeitos adversos significativos sobre os mamíferos marinhos ou espécies de aves em perigo”. A empresa afirma mesmo que as estruturas flutuantes fomentaram a vida marinha, contribuindo para um efeito de conservação e recife subaquático.
Quando a EDPR e a Engie combinaram os seus ativos de energia eólica offshore e pipeline de projetos para criar a OW em 2019, a empresa tinha um total de 1,5 GW em construção e 4 GW em desenvolvimento. A OW tem vindo crescer e está agora numa trajetória para atingir a meta de 5 a 7 GW de projetos em operação ou construção em 2025. Atualmente, a capacidade eólica offshore bruta da OW, já em operação, em construção ou com direitos de desenvolvimento avançados concedidos, atingiu mais de 18 GW.
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