Ministro da Educação: “Se falharmos a integração dos alunos estrangeiros, falhamos a política de imigração”

O ministro da Educação considera que o número elevado de alunos estrangeiros em Portugal — que estima em mais de 140 mil — é “um dos maiores desafios” do país neste momento. “Se falharmos na integração e no sucesso escolar destes alunos, vamos falhar a política de imigração“, disse Fernando Alexandre, em entrevista ao Diário de Notícias, anunciando que, para facilitar essa integração, vai ser criada “uma rede de mediadores culturais e linguísticos”, além da “avaliação externa” para o Português de Língua Não-Materna para identificar falhas no ensino a estrangeiros.

Acerca das mudanças na avaliação dos professores no ensino público, o responsável afirmou que vão ser feitas “no contexto da revisão da carreira”, uma discussão que irá arrancar numa reunião com os sindicatos em 21 de outubro. “Tornar a carreira mais atrativa no início”, valorizando os primeiros escalões, é uma das propostas que está a ser preparada pela tutela, bem como “incentivos à formação, ou seja, à qualidade das aulas” e um “estatuto para o diretor”, que incluirá uma revisão das competências e do seu papel no agrupamento e na escola.

Na entrevista, Fernando Alexandre falou ainda do apoio à deslocação, num valor até 450 euros, para professores que sejam colocados em escolas a mais de 300 quilómetros da sua residência. “É uma medida de emergência, para tentarmos que este ano já não haja um número tão elevado de alunos sem aulas durante um período tão longo”, disse, assinalando que quer contabilizar “quanto custa ter os alunos sem aulas durante tanto tempo”. Com cerca de 200 mil alunos sem aulas, a escola pública “não está a cumprir totalmente” o papel de “elevador social”, realçou.