Seis governadores do BCE apoiam fusão do Unicredit com Commerzbank
Vários membros do conselho de governadores do BCE criticaram a hipocrisia de Berlim, que defende a união bancária e o mercado livre, mas opõe-se ao avanço do italiano Unicredit sobre o Commerzbank.
Seis governadores do Banco Central Europeu (BCE) estão a favor de uma união entre o italiano Unicredit e o alemão Commerzbank e consideram que a oposição de Berlim ao negócio contraria o princípio da integração europeia.
Embora o Governo alemão esteja a colocar alta pressão para o Unicredit deixar cair os planos de fusão com o rival germânico, a palavra final caberá ao BCE. Ouvidos pela agência Reuters e falando no anonimato, vários governadores demonstraram frustração com a atitude da Alemanha. Alguns deles notaram mesmo alguma hipocrisia do lado alemão neste processo.
Apontaram para o facto de a Alemanha apoiar publicamente a criação de uma união bancária na União Europeia e dos chamados “campeões” regionais, e também defender os princípios do mercado livre em matérias que incluem a política monetária. Algo que parece estar agora em causa com os esforços para manter o Commerzbank independente.
Os governadores afirmaram que, em princípio, estão a favor de um acordo que poderá levar à criação de um grupo bancário maior a operar em vários países europeus — um objetivo de longa data do BCE. Ainda assim, sublinharam que pouco podem fazer para influenciar o resultado da disputa política, a não ser reafirmar a importância da união bancária.
O chanceler alemão já anunciou que está contra a operação. “Ataques não amigáveis e aquisições hostis não são algo positivo para os bancos e é por isso que o governo alemão se posicionou claramente nesta direção”, declarou Olaf Scholz esta segunda-feira, depois de o Unicredit ter anunciado um reforço da sua posição para 21% na instituição germânica.
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