Quais são as seguradoras mais rentáveis para os acionistas?

As companhias de seguros em Portugal conseguiram, em média, uma rentabilidade dos capitais de 13,5%. Destacam-se Aegon Santander, a Ocidental do Grupo Ageas e a Allianz.

As companhias de seguros em Portugal conseguiram, em média, 13,5% de rentabilidade dos capitais que permanecem investidos pelos acionistas, revelam estatísticas agora publicadas pela ASF, entidade supervisora do setor, com base nos relatórios e contas das empresas para o exercício de 2023. Para os acionistas das seguradoras este é um valor superior ao retorno que teriam se investissem noutros setores de atividade e, seguramente, melhor que em instrumentos de risco quase nulo.

Os favoritos dos acionistas: Tiago do Couto Venâncio, CEO das seguradoras Aegon Santander; Teresa Brantuas, CEO da Allianz em Portugal; e Nelson Machado, administrador do grupo Ageas e CEO da Ocidental Vida.

A Aegon Santander, uma parceria entre a gigante neerlandesa e o grupo financeiro espanhol, foram as seguradoras que mais lucros ofereceram aos seus acionistas, obtendo em 2023 uma rentabilidade de capitais próprios (RCP) de 63,3% no ramo Não Vida e de 47,4% no ramo Vida. As companhias, lideradas por Tiago do Couto Venâncio, vendem exclusivamente através da rede Santander seguros de Vida não financeiros e coberturas multirriscos habitação, saúde e acidentes pessoais.

A Ocidental Vida foi a 2.ª seguradora mais rentável para os seus proprietários em 2023. Tendo Nelson Machado como CEO e integrada no Grupo Ageas Portugal, tem o Millennium bcp como parceiro de longa data tendo obtido um RCP de 51% através do canal bancainsurance em que usa a rede Millennium. É a 4.ª maior seguradora em Portugal, fatura perto de mil milhões de euros por ano em Portugal e é líder em produtos PPR.

A Allianz em Portugal entregou lucros de 39% face ao capital que a casa mãe alemã Allianz, mas também o BPI, têm na operação portuguesa liderada por Teresa Brantuas. É a 5.ª maior seguradora no país, com 660 milhões de euros em prémios, tendo posições cimeiras em Acidentes de Trabalho, Automóvel, Saúde e multirriscos.

A GamaLife é a 5.ª seguradora mais rentável face aos capitais, mantendo uma sucursal em Itália enquanto a Generali Tranquilidade é a mais rentável entre os três maiores grupos seguradores porque concentra numa só companhia toda atividade que detém. No entanto, resultando de uma aquisição em 2019, o investimento realizado pela APAX ao adquirir a empresa foi maior que o valor que está atualmente presente na empresa. Para todos os efeitos, a operação rendeu 32,7% de retorno ao acionista.

Destaque ainda no “top 10” para as portuguesas Planicare, uma companhia de seguros de saúde ainda em crescimento, após uma indispensável injeção de capital, a Lusitania Vida está a retornar essa excecionalidade ao Montepio, enquanto a Real Vida entregou 26% do investimento retido pela Patris SGPS na seguradora.

O ranking das 36 seguradoras pelo que renderam aos acionistas em 2023

Para as companhias de seguros em Portugal conseguirem em média 13,5% de rentabilidade dos capitais investidos pelos acionistas, as companhias precisaram de uma gestão rigorosa perante a instabilidade dos seus investimentos nos mercados de capitais e das consequências da inflação nos custos com sinistros, sobretudo nos ramos automóvel e saúde. Ainda se pede capacidade para mobilizar capitais para crescer mantendo níveis de solvência confortáveis.

A ASF analisou 36 companhias que supervisiona diretamente e de todas apenas a Mapfre Santander apresentou prejuízos de 290 mil euros, tratando-se de uma joint venture que está ainda em fase de lançamento.

Em conjunto, as companhias analisadas obtiveram resultados líquidos de 646,8 milhões de euros, um valor inferior aos 822 milhões de 2022. Para encontrar o retorno para o investimento dos acionistas, calculou-se o rácio rentabilidade dos capitais próprios, comparando os resultados líquidos pelos valores médios dos capitais próprios entre o início e o final do ano, utilizando os valores das contas no final de 2023 e de 2022.

Os capitais próprios, ou seja, o total de capital que os acionistas mantêm na empresa, resultam da adição do Capital social, das Reservas de reavaliação, de Outras reservas, de Outros elementos do Capital Próprio, dos Resultados transitados e do Resultado do exercício. De forma agregada, os proprietários das seguradoras em Portugal têm 5,23 mil milhões de euros fixados nas empresas. Estas faturaram cerca de 12 mil milhões de euros em 2023 e gerem ativos de 53,8 mil milhões, dos quais 50,8 milhões de euros são investimentos das próprias companhias.

As rentabilidades são diferenciadas para os diferentes tipos de seguradoras. A análise da ASF incide estritamente sobre a atividade seguradora dos diferentes grupos que podem separar, por diferentes sociedades, o negócio Vida e Não Vida e ainda podem autonomizar alguns ramos ou por terem diferentes parcerias.

Fidelidade, Generali, Real Vida e Allianz, são as companhias mistas, porque agregam todo o negócio próprio Vida e Não Vida na mesma empresa. No entanto, a Fidelidade tem empresas próprias para a saúde, a Multicare, e para a venda direta, a Ok! Seguros.

Veja o ranking das seguradoras pela rácio da rentabilidade dos capitais investidos pelos acionistas e quem são eles:

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