Repsol avalia desviar investimento de 1,1 mil milhões para Portugal

A associação que representa o setor petrolífero alerta que o agravamento do imposto energético coloca em risco um investimento conjunto no valor de 16.000 milhões de euros até 2030.

Depois de ter decidido relocalizar de Espanha para Sines um investimento de cerca de 15 milhões de euros em hidrogénio verde, a espanhola Repsol pode desviar mais investimentos para Portugal. Segundo avança a imprensa espanhola, a petrolífera está a ponderar transferir para o país um projeto pioneiro para converter resíduos urbanos em combustíveis, avaliado em 1.100 milhões de euros, e inicialmente projetado para Tarragona.

De acordo com o El País, a entrada em funcionamento desta nota fábrica estava prevista para 2028, mas a administração da Repsol está agora a reequacionar se avança com o projeto, ou se o transfere para Sines, à imagem do que fez com o investimento que contempla a instalação de um eletrolisador de quatro megawatts (MW), com potência para produzir até 600 toneladas de hidrogénio verde por ano.

O ECO questionou fonte oficial da Repsol sobre o assunto mas a petrolífera espanhola não quis prestar esclarecimentos, sublinhando não ter “comentários adicionais a fazer”.

A reavaliação destes investimentos no país surge na sequência do agravamento da cobrança dos impostos sobre o setor energético, uma alteração que está a gerar contestação entre os players do setor. E a Repsol poderá não ser a única a desviar investimentos de Espanha para outros países.

De acordo com a Associação Espanhola de Operadores de Produtos Petrolíferos (AOP), que inclui empresas como a Repsol, Cepsa, Galp e BP, o imposto energético coloca em risco um investimento conjunto no valor de 16.000 milhões de euros até 2030.

“A AOP alerta que estabelecer um imposto permanente para o setor energético, dando continuidade ao agravamento temporal que termina o 31 de dezembro, comprometeria a competitividade da indústria e dificultaria o processo de transição energética, afetando qualidades em toda a cadeia de valor”, adianta a associação em comunicado, citada pelo El Mundo.

Notícia atualizada as 18:10h com resposta da Repsol sobre o assunto.

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