Web Summit fica em Lisboa após 2028? “Em anos tech é o próximo século, mas espero ficar para sempre”
As big techs estão de regresso à cimeira tecnológica, garante Paddy Cosgrave. Com a expansão do evento, as receitas subiram 30%, para lucros entre 4 a 5 milhões de euros, contabilizou.
“Nos últimos nove anos Lisboa transformou-se. Penso que a Web Summit teve algum papel nisso”, reagiu Paddy Cosgrave. E quanto a ficar para lá de 2028, data em que termina o contrato da cimeira de tecnológica com o Estado português? “Para mim em anos tech, 2028 é quase o próximo século. Mas a Web Summit encaixa perfeitamente com Lisboa e espero que possamos ficar para sempre”, disse o CEO da Web Summit, esta terça-feira, em conferência de imprensa durante a cimeira tecnológica que decorre até 14 de novembro.
Esta edição da cimeira em Lisboa marca o regresso de Paddy Cosgrave ao cargo de CEO da organização que cofundou. Um afastamento temporário ditado pela polémica em torno das suas publicações nas redes sociais sobre a atuação de Israel em Gaza, depois do ataque do Hamas. O que aprendeu com isso?
“Deu-me uma enorme oportunidade de refletir sobre o que é verdadeiramente a Web Summit. Acho que fizemos as maiores mudanças na Web Summit numa década. Falei com muitos amigos que têm vindo à cimeira há anos, muitos participantes, para realmente chegar à essência do que é a Web Summit: conectar pessoas e ideias”, respondeu o CEO.
E as big techs, que abandonaram a cimeira em massa, também aprenderam as suas lições e estão a voltar? “Todas as big techs estão cá. Provavelmente, temos três que não estão: Intel, VW e Stripe”, disse Paddy Cosgrave, questionado pelo ECO sobre o tema.
Segundo a organização, a edição deste ano da cimeira conta com “algumas das maiores tecnológicas no mundo como parceiros da Web Summit 2024, incluindo a Meta, IBM, Adobe, Huawei, Visa, DELL, Alibaba, SAP, Qualcomm e Samsung”. “Outras grandes marcas a participar com oradores incluem Google, Amazon, Microsoft e Signal”, acrescenta.
“Estamos a usar todo o espaço disponível. Temos lá fora cadeiras e mesas, o que funciona [porque] o tempo está bom. Temos tido imensa sorte com o tempo em Lisboa. Está hoje um pouco mais frio, mas solarengo. Ontem esteve maravilhoso. Rezemos para que não chova amanhã”, disse ainda, quando questionado pelo ECO sobre se a evolução no dossiê relativo à expansão do espaço da FIL, previsto no acordo com o Estado português. “Quanto ao futuro estamos sempre disponíveis para discutir” o tema, diz.
Brasil com a maior participação de sempre
Com mais duas Web Summits a realizar-se este ano, no Rio de Janeiro e no Qatar, as receitas da cimeira cresceram. “Crescemos as receitas cerca de 30%, o máximo. Tem sido um ano muito lucrativo. Fizemos quatro a cinco milhões de lucro e cerca de 10 a 11 milhões de EBITDA”, revelou o gestor.
Quanto a novas localizações, Cosgrave não revelou novas regiões fechadas, embora admita manter interesse em realizar cimeiras em África e na Ásia. O CEO destaca o impacto positivo da Web Summit Rio no número de participantes no evento na capital portuguesa.
“O impacto de termos ido para o Brasil está a ser que os brasileiros estão a vir para Lisboa em números verdadeiramente extraordinários”, nota. “O número de brasileiros a viajar [para cá], o número de empresas brasileiras a participar e o número de brasileiros em todo o mundo que estão a criar aqui as suas empresas”, prossegue. “Deve haver mais startups brasileiras cá do que portuguesas. É de loucos”, concluiu.
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