Generali reduz dívida soberana de Itália e Fitch mantém rating elevado de A+

  • ECO Seguros
  • 20 Novembro 2024

A agência acaba de atualizar a sua nota sobre a seguradora italiana e todas as principais subsidiárias. A exposição à dívida soberana de Itália reduziu-se e menor sinistralidade melhoram as operações.

Com perspetivas positivas, a agência de rating Fitch confirmou o Insurer Financial Strength (IFS) da Assicurazioni Generali S.p.A., casa-mãe da Generali em Portugal, e das suas principais subsidiárias em ‘A+’ (Forte). A agência também reafirmou o Issuer Default Rating (IDR) de Longo Prazo da Generali em ‘A’.

Segundo a Fitch, “as classificações refletem a capitalização muito forte do grupo, o baixo índice de alavancagem financeira, o risco de concentração de investimentos soberanos, ainda elevado, mas reduzido, e o perfil empresarial muito sólido da Generali”. Acrescenta que “a perspetiva positiva reflete a classificação soberana de Itália, uma vez que esta afeta a avaliação do perfil da indústria, o ambiente operacional onde a seguradora atua e a qualidade de crédito da carteira de investimentos da Generali”

A Fitch considera a capitalização da Generali como ‘Muito Forte’, com uma taxa de Solvência II (S2) de 220% no final de 2023 (final de 2022: 221%). No final dos primeiros nove meses de 2024, a taxa de Solvencia II era de 209%. A pontuação Prism Global da Generali manteve-se como ‘Muito Forte’ no final de 2023, baseada nas contas IFRS 17, que incluem a margem de serviço contratual (CSM) como uma fonte adicional de capital disponível. “Espera-se que a Generali mantenha a sua força de capital a médio prazo”, considera a agência.

O índice de alavancagem financeira calculado pela Fitch (FLR) permaneceu estável em 15% no final de 2023. A previsão é que o FLR permaneça amplamente inalterado até ao final de 2024 e que diminua até ao final de 2025, após a Generali emitir 750 milhões de euros em notas subordinadas de nível 2, em setembro de 2024, para pré-financiar parte das notas perpétuas subordinadas de mil milhões de euros, cujo primeiro resgate ocorre em novembro de 2025.

A avaliação do risco de investimentos e ativos da Generali é influenciada pela grande, embora mais reduzida, exposição à dívida soberana italiana. Esta exposição cria um risco significativo de concentração e potencial volatilidade na adequação de capital, o que a Fitch considera uma fraqueza na classificação. No entanto, a seguradora tem reduzido progressivamente a sua exposição a títulos italianos nos últimos cinco anos para proteger o capital de solvência da volatilidade dos spreads governamentais italianos.

A exposição aos títulos soberanos italianos caiu para 39 mil milhões de euros no final de 2023 (em 2022 eram 43 mil milhões), equivalente a 0,6 vezes o património consolidado dos acionistas incluindo o CSM (Em 2022 era de 0,7 vezes). No final do primeiro semestre de 2024, a Generali possuía 36 mil milhões de euros em títulos soberanos italianos. Espera-se que este risco de concentração diminua ainda mais até ao final de 2024.

A Generali é o terceiro maior grupo de seguros da Europa por prémios, nota a Fitch, Possuindo uma posição de liderança em importantes países da Europa Ocidental, bem como uma presença significativa na Europa Central e Oriental e na Ásia. “O perfil de negócios do grupo beneficia do seu grande porte e ampla diversificação geográfica, de produtos, grupos de clientes e canais de distribuição” avalia a agência.

O lucro operacional da seguradora em 2023, calculado sob IFRS 17, aumentou para 6,9 mil milhões de euros (em 2022 era de 6,4 mil milhões), beneficiando principalmente de um desempenho muito forte no setor não-vida. O rácio combinado calculado pela Fitch melhorou para 92,8% em 2023, qaundo em 2022 era de 94,2%, devido a descontos mais acentuados, crescimento do volume e uma melhor taxa de sinistralidade O retorno sobre o capital (ROE) calculado pela Fitch foi de 13,5% em 2023, considerado muito forte. Espera-se que o ROE permaneça em níveis semelhantes em 2024.

Nos primeiros nove meses de 2024, a Generali reportou um resultado operacional mais elevado de 5,4 mil milhões de euros, melhor que os 5 mil milhões de igual período de 2023, suportado por um melhor desempenho nos segmentos de vida e gestão de ativos e património, além de beneficiar de aquisições recentes, como as operações europeias da Liberty. No setor de não vida, o rácio combinado reportado foi de 94,0%, face a 94,3% em igual período do ano passado, com uma melhoria na taxa de sinistralidade mais do que compensando um efeito menor de descontos.

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