China responsável por mais de 80% do investimento global no fabrico de painéis solares

  • Lusa
  • 6 Maio 2024

A Agência Internacional de Energia assinala a enorme dependência do país asiático, que representou três quartos do investimento na produção em 2023 de todas as tecnologias limpas.

A China foi responsável por 80% do investimento global no fabrico de módulos solares fotovoltaicos em 2023, informou a Agência Internacional da Energia (AIE), que descartou uma alteração na liderança a médio prazo.

Num relatório sobre as capacidades de produção de energia limpa publicado hoje, a AIE traçou um quadro encorajador sobre a disponibilidade de fábricas para produzir as instalações solares em todo o mundo necessárias para cumprir os objetivos climáticos até 2030.

No entanto, o cenário que traça é mais preocupante do ponto de vista geopolítico devido à enorme dependência do país asiático, que representou três quartos do investimento na produção em 2023 de todas as tecnologias limpas (fotovoltaica, eólica, hidrogénio verde ou bombas de calor).

A proporção é inferior à quota de 85%, registada em 2022, o que se explica pelo facto de no aumento de 70% do investimento registado globalmente no ano passado, para 200 mil milhões de dólares (cerca de 185 mil milhões de euros), a progressão nos Estados Unidos e na União Europeia (UE) foi significativa, especialmente nas baterias, onde estas duas regiões triplicaram os valores de 2022.

Globalmente, foram gastos 110 mil milhões de dólares (102 mil milhões de euros) na produção de baterias, um aumento anual de 60%, enquanto 80 mil milhões de dólares (74 mil milhões de euros) foram gastos em módulos fotovoltaicos, mais do dobro do que em 2022.

A energia solar fotovoltaica é a tecnologia limpa em que a concentração geográfica da produção é mais pronunciada, com mais de 80% da capacidade global total em 2023 na China. E, embora a AIE acredite que os EUA e a Índia aumentarão ligeiramente a sua quota até 2030, isso fará pouca diferença no peso relativo da China, que continuará a representar pouco menos de 80% nessa altura.

No fabrico de baterias, a situação atual é muito semelhante, com a China a representar mais de 80%, enquanto os EUA e a UE detêm 5% cada. Os autores do estudo estimam que tanto a UE como os EUA poderão triplicar o seu peso relativo nas capacidades de produção de baterias até ao início da próxima década, graças aos respetivos incentivos públicos ao setor, com a quota da China a cair para 60%.

Os desequilíbrios são menos pronunciados nos investimentos em instalações para eletrolisadores, ferramenta necessária para produzir hidrogénio verde a partir de eletricidade renovável. Mesmo assim, a China representa cerca de 60% e as previsões apontam para que essa quota desça para 40% até 2030, enquanto a quota dos EUA subirá para 20% e a da UE permanecerá quase estável nos 15%.

No caso das turbinas eólicas, a concentração da capacidade na China corre o risco de se agravar ainda mais, sendo que a sua quota já ultrapassa os 60% e deverá aproximar-se dos 70% no início da próxima década, em detrimento, nomeadamente, da União Europeia, que deverá contrair para apenas 15%.

Não é de surpreender que a China seja o país de produção mais barato para todas as tecnologias limpas abrangidas por este relatório, que avalia dados de mais de 750 fábricas em todo o mundo.

Há outras lições, como o facto de o custo de instalação de fábricas de módulos fotovoltaicos, baterias e turbinas eólicas na UE e nos EUA ser entre 70% e 130% mais elevado por unidade de produção do que na China, e isto antes de ter em conta os custos de capital, que também são mais baixos na China.

No entanto, a AIE sublinhou que este investimento inicial nas instalações de produção representa apenas 15-25% dos custos de produção final dos módulos fotovoltaicos, sendo a proporção semelhante para as baterias (10-20%). Os custos operacionais (incluindo energia, materiais, componentes ou mão de obra) representam assim uma parte muito maior e a redução de alguns destes fatores permite reduzir os diferenciais de custos com a China.

 

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Maersk avisa que perturbações no transporte marítimo no Mar Vermelho “têm vindo a aumentar”

  • Lusa
  • 6 Maio 2024

Gigante dinamarquesa da logística avisou os clientes de que espera redução em 20% da capacidade do setor entre o Extremo Oriente e a Europa no segundo trimestre.

O grupo dinamarquês Maersk é considerado um barómetro do comércio mundialFlickr

As perturbações no transporte marítimo de contentores no Mar Vermelho “têm vindo a aumentar”, prevendo-se que “reduzam em 20% a capacidade do setor” entre o Extremo Oriente e a Europa no segundo trimestre, adverte a empresa dinamarquesa Maersk.

Ao desviar o tráfego de contentores do Canal do Suez, passando pelo sul da África — isto é, pela rota do Cabo da Boa Esperança –, a Maersk prevê que a capacidade do setor do transporte marítimo de contentores entre o Extremo Oriente, o Norte da Europa e o Mediterrâneo se reduza em 15% a 20% no segundo trimestre deste ano.

“A área de risco alargou-se” e os ataques das forças houthis do Iémen “estendem-se ainda mais ao largo”, esclarece esta segunda-feira a Maersk num aviso aos seus clientes, citado pela Bloomberg.

Neste sentido, esta situação “obrigou os nossos navios a prolongar as suas viagens, o que resultou em atrasos e custos adicionais para fazer chegar a sua carga ao destino”, adverte a companhia de navegação e transporte de contentores dinamarquesa.

Em 30 de abril, a empresa do setor têxtil português Riopele afirmava, citada pela Lusa, que a escalada do conflito no Médio Oriente e recurso a rotas marítimas alternativas tinha obrigado a empresa a repensar todo o seu sistema logístico, face ao aumento de 45 para 60 dias do tempo de transporte de contentores da Ásia.

“Uma vez que não conseguimos agir diretamente sobre as rotas marítimas, o que fizemos foi informar os nossos parceiros de todos os procedimentos”, disse o diretor do departamento de compras da Riopele, Paulo Oliveira, citado numa nota então publicada no site da empresa.

Adicionalmente, a Riopele “priorizou duas companhias marítimas de referência”, mantendo-se “atenta a novos desenvolvimentos”, salientava o gestor.

De acordo com o responsável, “a guerra entre Israel e o Hamas, seguida dos ataques aos navios no Canal de Suez por parte do grupo huthi, levou a que as grandes companhias marítimas desviassem a sua rota normal pelo Mar Vermelho para o sul de África, pelo Cabo da Boa Esperança”, tendo como consequência direta o aumento do frete e do tempo de trânsito.

Na semana passada, o grupo dinamarquês Maersk, considerado um barómetro do comércio mundial, afirmou que as perturbações no transporte marítimo deveriam durar, pelo menos, até ao final deste ano, embora a alemã Hapag-Lloyd tenha dado uma indicação ligeiramente mais otimista, dizendo acreditar que a crise poderia ser ultrapassada antes do final de 2024.

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“Portugal vive um momento que não pode desperdiçar”

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  • 6 Maio 2024

O plano 2024-2027 da Veolia pretende implementar soluções para despoluir, descarbonizar e regenerar os recursos. Em entrevista ao ECO, José Melo Bandeira, CEO da Veolia Portugal, explica o projeto.

O novo programa estratégico da Veolia – de 2024 a 2027 – pretende acelerar a implementação de soluções para despoluir, descarbonizar e regenerar os recursos, com foco no desenvolvimento de tecnologias da água e novas soluções, no tratamento de resíduos, nas bioenergias, na flexibilidade e na eficiência energética.

A nível global, este plano conta com um investimento de quatro mil milhões de euros, sendo cerca de 200 milhões investidos no plano estratégico de Portugal, ao longo de quatro anos. De forma a melhor perceber como é que este valor será investido e o que resultará deste programa, José Melo Bandeira, CEO da Veolia Portugal, explicou, em entrevista ao ECO, os principais objetivos e desafios deste plano.

“Estes planos são ciclicamente feitos, desenhando aquelas que são as nossas expectativas para os quatro anos seguintes. Portanto, este plano não é algo que surge agora, é algo em que temos vindo a trabalhar e que vem na sequência de todo um conjunto de planos”.

De acordo com José Melo Bandeira, há oportunidades que se podem e devem aproveitar neste período e que podem acelerar este processo de transição: “Nós acreditamos que Portugal vive um momento que não pode desperdiçar. Obviamente que as empresas têm de fazer o seu papel principal, mas também tem de ser criado o ambiente certo para este tipo de movimentos. Nós achamos que estamos a viver esse momento, até porque se reúnem, talvez pela primeira vez, três fatores que consideramos relevantes – o primeiro é que hoje já existe todo um enquadramento de legislação e regulação que incentiva este tipo de comportamentos. Por outro lado, há hoje, talvez como nunca, capacidade de investimento e financiamento disponível para este tipo de processos, que tanto significa construir novos ativos e infraestruturas, como recuperar e regenerar as existentes, e, desta forma, permitir a evolução neste sentido. Por outro lado, há uma pressão social muito relevante hoje em dia”.

Assim, e aproveitando estas oportunidades, o CEO da Veolia Portugal considera que será possível acelerar o processo de ajudar a indústria e as cidades na melhoria das suas capacidades e competências ao nível das alterações climáticas, quer seja do ponto de vista da adaptação, quer da mitigação. “E é daí que surge este programa, chamado Green Up, que, na realidade, chamamos de Green Up, Speed Up and Scale Up, ou seja, a ideia é sempre no sentido não só de tornar mais verde, mas de conseguir acelerar e aproveitar este momento que está a ser criado e fazer o Scale Up no sentido de podermos melhorar os processos produtivos e operacionais, bem como a qualificação das pessoas”, disse.

Nesse sentido, explicou ainda que este plano torna-se bastante relevante para Portugal pelo facto de permitir a sua reindustrialização: “Nós acreditamos que este é o tempo em que Portugal pode aproveitar para fazer aquilo que definimos de reindustrialização de Portugal.

Para isso, a aposta será em “tudo o que tenha a ver com água, energia e resíduos”. “Na água, vocacionada para a reutilização de águas ou reaproveitamento de novas fontes, como a dessalinização. Depois, tudo o que tem a ver com os resíduos, nesta perspetiva da despoluição, mas, no nosso caso, queremos conseguir a economia circular, ou seja, o reaproveitamento das matérias secundárias. E este, de facto, é um conceito que não é fácil de implementar, já que obriga a criação de um ecossistema que funcione nesta perspetiva. No limite, resíduos não recicláveis podem produzir energia e é aqui que nós também nos concentramos, na utilização de Combustíveis Derivados de Resíduos. E, na energia, tudo o que tem a ver com a eficiência energética, com a tentativa, sempre que possível, de utilizar energias renováveis, numa base de proximidade e descentralizada”, explicou.

Quatro mil milhões de euros de investimento no plano global

Ao todo, este plano estratégico da Veolia, a nível global, conta com um investimento de quatro mil milhões de euros, sendo dois mil milhões aplicados nas três alavancas de crescimento da empresa, nomeadamente as tecnologias e novas soluções da água; o tratamento de resíduos; as bioenergias, flexibilidade e eficiência energética.

“Porquê essas três alavancas? Na água, pelas tecnologias da água, que achamos que vão ter um impacto grande, não só pela reutilização da própria água, mas pelo aproveitamento dos nutrientes existentes nestas águas a reciclar, e também o tratamento de poluições difíceis. Quanto mais difícil for, maior é o desafio para nós, mas também mais nos permite diferenciar e tornar o nosso impacto ainda maior. Depois, no que à energia diz respeito, nós não somos produtores de energia, nós somos aqueles que podem encontrar as soluções de produção descentralizada, localizada, de utilização relativamente próxima, mas sobretudo de caráter descarbonizante e renovável. Com o aumento da produção de origem renovável, maior vai ser a exigência nas redes para a gestão desta oferta e procura. Nós achamos que o tema da flexibilidade das redes vai ser fundamental, portanto é uma das áreas em que estamos a investir, de momento com sistemas próprios de gestão. E, no que à eficiência energética diz respeito, sabemos que aquilo que mais pode contribuir para a redução das emissões é a não utilização da energia e isso faz-se com maior eficiência“, descreveu.

Esta atuação nestas três áreas tem merecido a atenção de cada vez mais pessoas e prova disso são os resultados da 2ª edição do barómetro global sobre a Transformação Ecológica, desenvolvido pela Veolia e pela Elabe, divulgados no passado dia 22 de abril: “Nós partilhamos um barómetro, a nível mundial, que mostra, hoje em dia, que mais de 90% das pessoas consideram-se expostas às consequências das alterações climáticas, nomeadamente no que à saúde diz respeito. Outro dado que eu acho relevante é que hoje quase 80% das pessoas estão disponíveis para consumir produtos que tenham sido de alguma maneira produzidos ou regados com águas reutilizadas e mais de 2/3 das pessoas (66%) estão disponíveis para beber água reciclada, o que é fantástico. Foi um aumento enorme desde os últimos dois anos, o que significa que há aqui uma preocupação maior, mas também uma disponibilidade para alterar os comportamentos. E é isto que eu acho que cria este momento para os próximos quatro anos, que podemos aproveitar ou pelo menos ajudar a transformar”.

Em termos locais, a Veolia Portugal também dá a sua contribuição para que os objetivos do plano sejam alcançados nas três alavancas da empresa: “Neste ano, entre o processo de aquisição e o investimento em ativos próprios, nós temos previstos 50 milhões de euros, que contamos repetir em todos os anos deste plano. Portanto esta é a nossa pequena contribuição ao nível do nosso país para aquilo que é o plano global. Parece pequeno, mas ao nível do país é relevante”.

Ainda dentro do programa, a Veolia comprou a participação do fundo de investimento português Explorer Investments na Micronipol, uma empresa de micronização e reciclagem: “Este é um dos passos que faz parte do nosso plano estratégico. Foi uma das aquisições que nós antecipamos como necessárias. Aliás, um dos temas principais é promover a redução da produção do plástico, até 2040, em cerca de 60%. A reciclagem de plásticos joga um papel relevante neste processo da transformação industrial porque quanto mais plástico reciclado for disponibilizado em qualidade para ser integrado nas cadeias de produção, menos plástico virgem será necessário. Portanto, faz parte do nosso plano, e vai completar esta oferta que podemos ter, de tratamento de várias matérias secundárias para a indústria em Portugal”.

Quais os maiores desafios?

Apesar de considerar os objetivos do plano estratégico ambiciosos, José Melo Bandeira considera que a Veolia tem reunidas todas as competências e capacidade humana para dar resposta ao que se propuseram. “Na realidade, o plano não é mais do que um guia para os próximos tempos, que nós, somando isso àquilo que é o nosso propósito, a nossa organização interna, usamos muito como bússola e referência. A verdade é que quando dizemos que vamos desenvolver determinados projetos, que vamos obter determinadas vendas, com determinados resultados, pode não correr exatamente assim em todas as áreas, cabe-nos a nós encontrar soluções capazes de atravessar os desafios que nos vão surgindo”.

Esses contratempos, de acordo com o CEO, podem realmente surgir e há até alguns que ele já consegue antecipar. “Todos estes temas são caracterizados por uma urgência enorme, o processo está em curso, as alterações climáticas estão a acontecer, as consequências estão aí, e nós temos de nos preparar para lhe fazer face. Aquilo que eu acho que é talvez o maior desafio é criar as condições para que outras indústrias ditas verdes se possam também instalar em Portugal. Estou a referir-me ao hidrogénio, que é o mais falado, mas também ao biometano, ao lítio, ao aço verde, à amónia verde. Há uma capacidade de áreas de possíveis investimentos em Portugal, assim que Portugal seja capaz de criar condições para que eles se desenvolvam. E isto, sim, pode promover um impacto enorme, tanto na nossa indústria como na nossa economia também”, referiu.

Este impacto refletir-se-á, uma vez alcançados os objetivos deste plano, na descarbonização da economia: “Se atingirmos os nossos objetivos, significa que conseguimos contribuir para este processo de descarbonização. Em 2023, conseguimos evitar quase 100 mil toneladas de CO2 aos nossos clientes. Mas pensamos triplicar este impacto. E isso significa que, desta forma, também estamos a contribuir para que este processo ocorra. Por outro lado, de acordo com o nosso propósito e a nossa forma de estar, isto acontece e melhora do ponto de vista ambiental, mas não pode acontecer a qualquer preço, ou seja, melhora com preocupações muito fortes do ponto de vista da ética e do compliance, da diversidade e da inclusão, da criação de emprego de qualidade, do pagamento de salários acima da média, ou seja, há todo um conjunto que integramos na nossa equação no negócio. Não é o ambiente a qualquer preço, é o ambiente de uma forma económica e inclusiva“.

Posto isto, e quando questionado sobre se o futuro poderia ser realmente mais verde, o CEO da Veolia Portugal não teve dúvidas em responder que realmente acreditava nisso, no entanto explicou que isso poderia acontecer com “mais ou menos dor”. “Nós estamos a lutar para que seja com menos dor, mas a pressão está aí e nós sabemos que este passar do tempo, estas alterações das condições e este agravamento das condições. Acontece, independentemente da nossa vontade, e com uma tendência a acelerar cada vez maior, até muito mais rápida do que os modelos científicos previam. Daí a ideia do Green Up, Speed Up e Scale Up”, concluiu.

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Eurodeputados ganham mais 8,6 milhões em trabalhos fora do Parlamento. Quem são e quanto ganham os portugueses?

Um em cada quatro eurodeputados desempenha trabalhos paralelos remunerados fora do Parlamento Europeu, que ascendem a 8,6 milhões por ano. Portugal surge em 21º na tabela. Veja os nomes e os valores.

Além de auferirem um salário mensal base de 10.075,18 euros brutos, os eurodeputados estão autorizados a desempenhar outros trabalhos à margem das suas funções no Parlamento Europeu (PE), o que faz com que no final do mês o recibo de vencimento destes parlamentares venha mais recheado do que seria expectável. Segundo os dados da Transparência Internacional da União Europeia (UE), os eurodeputados ganham mais de 8,6 milhões de euros por ano com empregos externos, incluindo, por vezes, em empresas privadas que exercem atividades de lobbying sobre a política da UE.

O relatório divulgado esta segunda-feira, que tem por base a último registo de interesses dos eurodeputados disponível na plataforma pública Integrity Eu, revela que, em alguns casos, os eurodeputados ganham mais com as atividades externas do que com o seu salário de eurodeputado.

Na análise agora divulgada, 70% de todos os deputados ao Parlamento Europeu (705 no total) exercem algum tipo de atividade paralela, remunerada ou não. No total, foram contabilizadas 1751 trabalhos fora do PE, ou seja, uma média de dois trabalhos por cada eurodeputado. Dos que são remunerados, os eurodeputados ganham em conjunto 8,6 milhões de euros por ano com trabalhos externos.

“É preciso ter em conta que todos os deputados europeus ganham cerca de 120 mil euros por ano, sem considerar os subsídios, pelo seu trabalho a tempo inteiro como representantes eleitos dos cidadãos europeus”, recorda a Transparência Internacional UE.

“Esta situação não só esbate as fronteiras entre os interesses pessoais e as prioridades políticas, como também suscita questões sobre as verdadeiras motivações subjacentes às ações dos eurodeputados. De facto, mais de um em cada quatro deputados ao Parlamento Europeu tem um trabalho paralelo remunerado”, explica o mesmo documento.

Portugal com três eurodeputados no top 100

Entre os atuais 705 eurodeputados, o primeiro nome de um português surge listado em 27º lugar: Ricardo Morgado. O substituto de Cláudia Monteiro de Aguiar, secretária de Estado das Pescas do Governo de Luís Montenegro, inserido no grupo do Partido Popular Europeu (família do PSD) aufere um rendimento extra de 68,9 mil euros por ano por desempenhar mais três atividades extra, sendo apenas uma delas renumerada (representante legal da ENSILIS).

O substituto de Nuno Melo (agora ministro da Defesa Nacional) no Parlamento Europeu surge em 67º lugar. Vasco Becker-Weinberg recebe mais 30,8 mil euros por ano por desempenhar funções noutras quatro atividades além daquelas enquanto eurodeputado. Duas delas são remuneradas: é professor de Direito Público na Nova School of Law e na Universidade Lusófona.

Carlos Coelho, também do PPE, aparece no 101º lugar, por desempenhar três atividades fora do Parlamento Europeu — uma delas remunerada, como comentador político –, o que lhe permite receber mais 12 mil euros por ano. Por seu turno, José Gusmão, do Bloco de Esquerda e da Esquerda Europeia, surge no 164º lugar por receber mais 1.200 euros de rendimentos anuais com a venda de excedentes de produção de energia solar.

Lídia Pereira, vice-presidente do PPE e número cinco na lista da AD às eleições europeias, recebe mais 332 euros por ano, que têm origem em 11 atividades fora do Parlamento Europeu, a maioria delas não remuneradas. As remuneradas resultam de ações que detém em gigantes como a Microsoft ou Apple. Por seu turno, Sandra Pereira, do PCP e da Esquerda Europeia, aufere mais 14 euros por ano por ser membro da Junta de Freguesia de Alvoco da Serra.

Rendimentos médios fora do Parlamento Europeu por Estado MembroTransparência Internacional UE

Os restantes eurodeputados portugueses — Vânia Neto, Teófilo Santos, Sara Cerdas, Pedro Silva Pereira, Pedro Marques, Maria Manuel Leitão Marques, Margarida Marques, João Pimenta Lopes, João Albuquerque, Isabel Santos, Isabel Carvalhais, Francisco Guerreiro, Carlos Zorrinho, Anabela Rodrigues, Ana Miguel dos Santos — integram o conjunto de nomes que não auferem rendimentos extra.

Portugal surge perto do fim da tabela quando se olha para os rendimentos extra, em termos médios, numa análise por Estado-membro. Ao todo, os 21 eurodeputados portugueses recebem, em média, cerca de 18.875 euros adicionais ao salário do Parlamento Europeu. A Lituânia, por causa do eurodeputado Viktor Uspaskich, surge em primeiro lugar, seguidos de Malta e Grécia com uma média de 70 mil e 60 mil euros anuais, respetivamente.

No fim da lista surgem a Suécia (cerca de três mil euros por ano), os Países Baixos (cerca de quatro mil euros) e a Croácia (cerca de seis mil euros).

Centro, direita e extrema-direita entre os que mais beneficiam

Segundo a mesma organização, os eurodeputados do centro, da direita e da extrema-direita do espetro político — Partido Popular Europeu, Renovar Europa, Conservadores e Reformistas Europeus, e Identidade e Democracia — são mais propensos a ter trabalhos paralelos remunerados. Auferem mais, em média, do que os partidos da esquerda.

No entanto, são os eurodeputados independentes (ou não inscritos) que lideram a tabela, em grande parte devido a um único deputado: Viktor Uspaskich. O lituano que, além dos cerca de 120 mil euros anuais que recebe como funcionário do Parlamento Europeu, ganha mais 3 milhões de euros por ano em trabalhos à margem das suas funções no Parlamento Europeu. O lituano é proprietário da empresa Edvervita UAB, noticiada como tendo ligações a importantes interesses imobiliários comerciais na Rússia. Tem ainda outras cinco atividades paralelas.

Também independentes, surgem em segundo e terceiro lugar os eurodeputados Jérôme Rivière e László Trócsányi. Enquanto o francês recebe um rendimento extra anual de 220 mil euros, o húngaro recebe um adicional de 171,6 mil euros por ano com atividades externas.

A fechar o top 5 surge o eurodeputado alemão do PPE Manfred Weber, que recebe mais 170,6 mil euros anuais por desempenhar mais 13 atividades fora do PE, e ainda o espanhol José Manuel García-Margallo y Marfil que aufere mais 144 mil euros por ano por exercer mais 10 atividades à margem de eurodeputado.

Membros de board, agricultores e advogados

A análise tem por base o registo de interesses privados dos deputados ao Parlamento Europeu, nos quais estes devem indicar quaisquer rendimentos que recebam fora do seu mandato. Entre as atividades identificadas, a organização não-governamental da União Europeia conclui que a esmagadora maioria das atividades (82%) estão ligadas a conselhos de administração de empresas.

Mas também existem outros empregos, nomeadamente, agricultores, consultores, advogados e até “carreiras mais obscuras”, descreve a ONG, como “atividades comerciais por conta própria”, “negócios em energias renováveis” ou “parcerias com uma sociedade geral”. Apenas 5% das atividades são participações ou parcerias empresariais.

“O baixo número de atividades nesta categoria pode dever-se ao facto de apenas as participações ou parcerias comerciais que dão origem a implicações de política pública, ou que conferem ao acionista uma influência significativa, terem de ser declaradas”, explica ainda a mesma organização.

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Mediadores de seguros alertam o novo Governo sobre o Fundo Sísmico

  • ECO Seguros
  • 6 Maio 2024

O presidente da APROSE, única associação que junta corretores e agentes de seguros em Portugal, apela aos novos governantes João Silva Lopes e Paulo Ribeiro para darem novo impulso ao Fundo Sísmico.

Os agentes e corretores de seguros “esperam que o novo Governo, através do secretário de Estado do Tesouro e Finanças, João Silva Lopes e do secretário de Estado da Proteção Civil, Paulo Ribeiro, deem um novo impulso a este processo de criação do Fundo Sísmico, afirmou David Pereira, presidente da APROSE, em artigo opinião publicado no jornal Sol.

A APROSE chama a atenção dos novos governantes João Silva Lopes secretário de Estado do Tesouro e Finanças, e Paulo Ribeiro, secretário de Estado da Proteção Civil, para não perderem o foco na criação do Fundo Sísmico.

David Pereira alerta que Portugal não tem um fundo constituído para este efeito, “ameaçando deixar milhares de habitações desprotegidas em caso de sinistro, uma vez que em muitos casos as seguradoras não aceitam cobrir riscos sísmicos, tendo em consideração diversos fatores que aumentam o risco como seja a qualidade construtiva ou os mapas de riscos sísmicos”.

Para o presidente da APROSE, “Esta falha de proteção impactaria também no tecido económico, na sustentabilidade das empresas afetadas e sobre todos os trabalhadores, com danos permanentes a nível económico e social nos territórios afetados”.

O Governo solicitou apoio técnico ao Regulador, a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, para a “criação de um sistema de cobertura do risco de fenómenos sísmicos”, lembra David Pereira, precisando que no despacho governamental, “ficou estabelecido que a ASF apresentaria – ao membro do Governo responsável pela área das finanças-, até ao final do primeiro trimestre de 2024, um relatório preliminar com a proposta do modelo de um sistema de cobertura do risco de fenómenos sísmicos que depois seria colocado em consulta pública.

Os danos resultantes dos sismos na Turquia (fevereiro de 2023), Marrocos (setembro de 2023) e Taiwan (no passado dia 3 de abril) refere David Pereira, tiveram em comum o facto de os seus Governos terem tido “a capacidade de organizar-se e criar fundos de catástrofes para que pelo menos seja possível compensar as perdas económicas resultantes das catástrofes naturais nesses territórios”, conclui.

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CMS LBR assessora Unicargas na concessão do Porto de Luanda

A CMS LBR contou com uma equipa liderada pelo Sócio, Luís Borba Rodrigues, que integrou também Nuno Alves Mansilha, Sócio da CMS Portugal.

A CMS LBR, parceiro da CMS Portugal em Angola, assessorou a Unicargas no processo que conduziu à assinatura, no passado dia 23 de abril, da renovação do Contrato de Concessão de Gestão e Exploração do Terminal Polivalente do Porto de Luanda com a autoridade portuária de Luanda.

A CMS LBR contou com uma equipa liderada pelo sócio, Luís Borba Rodrigues, que integrou também Nuno Alves Mansilha, Sócio da CMS Portugal.

Para Luís Borba Rodrigues, “é uma honra ter assessorado a Unicargas nesta operação de grande importância para a economia angolana. É mais um importante passo que o país dá rumo à modernização e abertura da sua economia”.

O Porto de Luanda movimenta mais de 76% dos volumes de contentores e de carga geral do país.

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Ministro da Educação quer financiamento das universidades independente de legislaturas

  • Lusa
  • 6 Maio 2024

Governante afirma que os recursos das diversas instituições de ensino superior "não podem estar associados a contratos de legislatura", nem "ligados ao ciclo político".

O financiamento das universidades portuguesas deve ser independente dos ciclos políticos, que são cada vez mais instáveis, devendo o seu desenvolvimento passar por parcerias com entidades públicas e privadas, defendeu esta segunda-feira o ministro da Educação, Ciência e Inovação.

“As universidades para além da autonomia precisam de estabilidade e previsibilidade nos seus recursos”, disse Fernando Alexandre, no Funchal, na cerimónia do Dia da Universidade da Madeira.

Segundo o governante, os recursos das diversas instituições de ensino superior “não podem estar associados a contratos de legislatura”, nem “ligados ao ciclo político”.

O ministro defendeu que as universidades também “têm de diversificar as suas fontes de financiamento”, apostando também em “parcerias com outras entidades públicas e privadas”.

Fernando Alexandre sublinhou que esta política é essencial sobretudo para uma instituição como a Universidade da Madeira.

“Na investigação, as parcerias, a participação em redes, são essenciais para ganhar massa crítica e poder participar em projetos com maior impacto”, argumentou.

Também destacou o papel das universidades na transformação nacional e regional, acrescentando que “para poderem desempenhar a sua missão têm de ter autonomia para a definição da sua estratégia de médio e longo prazo”.

Para Fernando Alexandre, Portugal tem feito “essencialmente uma gestão de curto prazo”, que é anual e está condicionada pela política orçamental.

“Desabituamo-nos de pensar o médio e o longo prazo. Isto é, desabituamo-nos de pensar o futuro”, disse.

O ministro ainda destacou o papel decisivo da educação no combate às desigualdades e no reforço da competitividade da nacional e regional.

“Um dos reflexos do sucesso das políticas de desenvolvimento e, em particular, das políticas de educação do Governo Regional da Madeira é a elevada percentagem de jovens madeirenses que acede ao ensino superior”, opinou.

Fernando Alexandre realçou que “no futuro a Universidade da Madeira terá um lugar cada vez mais relevante no desenvolvimento da região e de Portugal”.

O ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, e a secretária de Estado da Ciência, Ana Paiva, participaram esta segunda-feira na sessão de abertura das comemorações do Dia da Universidade da Madeira e reúnem-se com o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas.

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Televisões entregaram nova proposta de debates para as eleições europeias

  • Lusa
  • 6 Maio 2024

O PS e a AD terão recusado o modelo de debates proposto pelos três canais, no qual qual estavam previstos 28 frente a frente entre os cabeças de lista dos partidos com representação na AR.

RTP, SIC e TVI entregaram uma nova proposta de debates para as eleições europeias no domingo à tarde, disse hoje à Lusa fonte do setor.

O Expresso noticiou que o PS e a Aliança Democrática (AD) recusaram o modelo de debates proposto pela RTP, SIC e TVI para as eleições europeias de 9 de junho, no qual estavam previstos 28 frente a frente entre os cabeças de lista dos partidos com representação na Assembleia da República.

De acordo com fonte do setor contactada pela Lusa, “as três televisões entregaram uma nova proposta aos partidos ontem [domingo] ao fim da tarde”. A fonte não adiantou mais detalhes sobre a proposta.

O PS e a AD, de acordo com o Expresso, justificaram a recusa do modelo com o facto de ser um número elevado de duelos, que afetaria a campanha eleitoral, e admitiram aceitar um calendário mais leve.

No sábado, o líder do PS manifestou disponibilidade do partido para participar em debates com todos os candidatos às europeias, considerando que a proposta dos 28 frente a frente era excessiva porque a campanha não se faz apenas nas televisões.

De acordo com Pedro Nuno Santos, o seu partido tem que “fazer campanha na rua, no território, com as pessoas” e não passar “o tempo todo em debates e em comentários de debates”.

Já o cabeça de lista da AD às europeias, Sebastião Bugalho, afirmou no domingo que o modelo de debates para este tipo de eleições é inédito e será necessário conciliar o interesse das televisões com o calendário de pré-campanha.

“O modelo de debates avançado pelas televisões nunca tinha acontecido numa eleição europeia. É natural que as candidaturas ainda tenham que se habituar ao facto de este modelo ter sido proposto”, referiu o candidato da AD.

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Sporting também é campeão na bolsa entre os maiores clubes cotados

Com uma valorização de 34,6% das ações no último ano, não há um único clube entre os cotados na bolsa com um desempenho melhor do que os "leões", que acabam de vencer o campeonato nacional de futebol.

O Sporting Clube de Portugal sagrou-se no domingo campeão nacional da Primeira Liga de futebol, depois de o Sport Lisboa e Benfica ficar matematicamente arredado da luta pelo primeiro lugar com uma derrota no estádio do Famalicão. No entanto, não é só dentro das quatro linhas que o leão faz a festa.

Na bolsa, as ações da Sociedade Anónima Desportiva (SAD) do clube verde-e-branco estão também a brilhar. Apesar de esta segunda-feira as ações não apresentarem qualquer movimentação e ter registado um volume de negociação inferior a 10 mil euros por via de sete negócios até às 10h30, segundo dados da Euronext, os títulos da Sporting SAD acumulam uma valorização de 34,6% no último ano e estão a negociar no preço mais elevado dos últimos três anos.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

Mas os “feitos” da SAD sportinguista não se ficam por aqui. Entre as quase duas dezenas de clubes ou SAD cotadas na bolsa, as ações da SAD leonina são as que mais têm brilhado nos últimos 12 meses nos mercados financeiros. Ficam bem longe das quedas de 21% e 13,8% registadas pela Juventus (Itália) e pelo Manchester United (Inglaterra), respetivamente.

Apenas as ações da FC Porto SAD, do clube alemão SpVgg Unterhaching e do dinamarquês Parken Sport & Entertainment (que controla o FC Copenhagen) conseguem acompanhar o desempenho da sociedade liderada por Francisco Varandas, ao registarem no último ano uma rendibilidade de 32,7%, 28% e 27,1%, respetivamente.

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No entanto, é importante salientar que, no mundo dos clubes de futebol cotados em bolsa, a reduzida liquidez das ações é um fator relevante nas contas dos pequenos investidores. Isso é particularmente verdade para as SAD dos clubes nacionais e para muitos dos clubes negociados em bolsas secundárias.

No último ano, por exemplo, enquanto os títulos das SAD do Sporting e do FC Porto negociaram, em média, 1.500 euros diariamente, as ações da Benfica SAD apresentaram um valor de negociação médio diário de 5.000 euros, com muitas sessões de bolsa a contabilizarem zero negócios por parte das três SAD.

Apesar desta realidade, o feito alcançado pelas ações da Sporting SAD em bolsa no último ano é sustentado pela evolução recente dos resultados financeiros da SAD sportinguista, que ficaram espelhados com uma faturação e lucros semestrais recorde nas contas do primeiro semestre do atual exercício fiscal.

Igualmente relevante nas contas da SAD liderada por Frederico Varandas foi a reestruturação de dívida realizada com a Segasta no primeiro semestre do exercício fiscal (de junho a dezembro de 2023), que resultou na antecipação de receitas provenientes dos direitos televisivos dos jogos de futebol, os quais foram cedidos a essa empresa (pertencente ao fundo Apollo).

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Instituto Pedro Nunes “acelera” ideias de negócios

Vão ser representados publicamente 13 projetos em mais uma edição do Ineo Start, um programa de aceleração para ideias ou projetos tecnológicos, promovido pelo Instituto Pedro Nunes.

Inteligência Artificial (IA) para economizar nas obras, uma lâmpada smart híbrida que permite síntese de vitamina D no corpo humano, um sistema ultra-seguro de votação eletrónica que combina biometria com utilização de dispositivos eletrónicos e IA de autenticação em plataformas digitais são alguns dos 13 projetos que participam na 13.ª edição do Ineo Start, que se realiza a 8 de maio.

Os 13 novos projetos tecnológicos que participam no IneoStart — um programa de aceleração de tecnologias e ideias do Instituto Pedro Nunes (IPN) –, vão ser apresentados publicamente a uma plateia de investidores, potenciais clientes, entidades regionais e academia.

Durante quatro semanas, as 13 equipas participantes tiveram acesso a workshops, sessões de mentoria, networking e formação lideradas por especialistas, fundadores e investidores. Foram apresentadas inúmeras ideias focadas nas áreas da saúde, inteligência artificial, cibersegurança, bem-estar e conforto, legal tech, entre outras.

O Ineo Start é um dos mais antigos programas de aceleração nacional, tendo já apoiado 134 equipas que criaram startups como a LaserLeap, Sensing Future, ihCare, doDOC, Sentilant, Mitotag, The Loop co, MedsimLab, TUU, EcoX, Spotlite, NerveGen ou a Fibersight.

Criado em 1991, como iniciativa da Universidade de Coimbra, o IPN atua em três frentes que se reforçam e complementam: investigação e desenvolvimento tecnológico; incubação e aceleração de empresas de base tecnológica; e formação especializada. O IPN já apoiou mais de 200 startups, que empregam atualmente mais de 1.800 pessoas e faturaram no ano passado mais de 75 milhões de euros.

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Defesa de Salgado pediu nova perícia para suspensão da pena mas tribunal recusou

  • Lusa
  • 6 Maio 2024

"Essa matéria apenas será apreciada em termos de execução da pena caso venha a ser condenado”, decidiu, em cinco minutos, o coletivo de juízes do caso EDP.

O advogado do ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES) Ricardo Salgado pediu a realização de uma nova perícia ao ex-banqueiro, visando a suspensão de uma eventual pena no julgamento do Caso EDP, mas o tribunal adiou a decisão.

Antes do arranque das alegações finais do Ministério Público (MP), Francisco Proença de Carvalho relembrou que já foi realizada uma perícia neurológica no âmbito deste processo e que apontou para o diagnóstico de Doença de Alzheimer do arguido.

“O tribunal já tem elementos suficientes para declarar a suspensão da pena”, referiu o mandatário de Ricardo Salgado, que, “por cautela”, acabou por pedir a realização de nova perícia para aferir o grau da doença, com vista a travar o cumprimento de uma eventual pena de prisão efetiva que seja aplicada neste julgamento.

O coletivo de juízes pediu cinco minutos para deliberar e interrompeu a sessão, mas bastou um minuto para voltar à sala de audiência e comunicar que tal só será analisado depois da decisão: “Essa matéria apenas será apreciada em termos de execução da pena caso venha a ser condenado”.

Ricardo Salgado já foi alvo de perícias neurológicas no final do ano passado, que confirmaram a existência de doença neurológica do ex-banqueiro.

Com a decisão da juíza-presidente Ana Paula Rosa, a palavra foi passada ao procurador Rui Batista para o arranque das alegações finais do MP neste processo.

Manuel Pinho, em prisão domiciliária desde dezembro de 2021, está a ser julgado no caso EDP por corrupção passiva para ato ilícito, corrupção passiva, branqueamento e fraude fiscal.

A sua mulher, Alexandra Pinho, responde por branqueamento e fraude fiscal – em coautoria material com o marido -, enquanto o ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, responde por corrupção ativa para ato ilícito, corrupção ativa e branqueamento.

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Projeto de hotel falha e antigo sanatório de Paredes de Coura volta a hasta pública

  • Lusa
  • 6 Maio 2024

Projeto turístico previsto para o antigo sanatório de Paredes de Coura, vendido em hasta pública em 2019, não vai avançar. O imóvel vai ser novamente colocado no mercado.

“O projeto inicial de fazer um hotel moderno, bonito, que conseguisse conciliar o turismo, bem-estar com percursos na natureza, acabou por se esboroar. A propriedade do sanatório voltou, outra vez, à ESTAMO [gestora de imóveis públicos que, em 2023, assumiu as competências da Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) no que diz respeito à gestão do património imobiliário público]”, avançou o presidente da Câmara Municipal de Paredes de Coura, Vítor Paulo Pereira.

Segundo o autarca socialista, a realização de uma nova hasta pública já tinha sido analisada com o anterior governo PS, contactos que vão ser iniciados com o novo executivo da AD. “Queremos que a nova hasta pública aconteça o mais breve possível. Ainda este ano”, referiu.

Em 2019, o antigo sanatório foi vendido a um “investidor local, que pediu anonimato, por 582.490 euros” na primeira hasta pública descentralizada para a venda de edifícios do Estado, que decorreu na Câmara Municipal de Paredes de Coura. “O promotor perde esse sinal e o projeto volta à estaca zero”, disse o autarca.

Vítor Paulo Pereira explicou que o projeto inicial falhou, porque os sócios que compraram o imóvel em 2019 tinham ideias diferentes sobre a unidade hoteleira a instalar no antigo sanatório e devido ao impacto da pandemia da Covid-19 no setor turístico.

Já perdemos oportunidades de receber eventos nacionais e internacionais porque não há uma estrutura hoteleira que consiga dar resposta. Temos turismo de habitação, mas o turismo de habitação cria alguns problemas. Os padrões e, os preços são diferentes.

Vítor Paulo Pereira

Presidente da Câmara Municipal de Paredes de Coura

As coisas [diferenças entre os sócios] até se resolveriam. Porque falámos no sentido de encontrar um ponto de conciliação. Entretanto a pandemia acabou por atrasar tudo. As pessoas ficaram mais cautelosas, com algum receio, o que aconteceu por toda a economia”, especificou.

Com a recuperação do setor do turismo em Portugal, Vítor Paulo Pereira quer ver avançar a nova hasta pública para que apareçam novos interessados que venham a “colmatar uma grande insuficiência” do concelho. “Já perdemos oportunidades de receber eventos nacionais e internacionais porque não há uma estrutura hoteleira que consiga dar resposta. Temos turismo de habitação, mas o turismo de habitação cria alguns problemas. Os padrões e, os preços são diferentes”, apontou.

O antigo sanatório “Presidente Carmona”, inaugurado em 1934, foi reconvertido 70 anos depois em hospital psiquiátrico, quando chegou a ter em permanência cerca de 60 pacientes. A desativação do espaço aconteceu em 2002, encontrando-se ao abandono. Em 2008, o então Centro Hospitalar do Alto Minho (CHAM) e atual Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), proprietário do edifício, anunciou a intenção de o vender, numa altura em que um grupo espanhol demonstrou interesse em transformar a área, com 140 hectares, num campo de golfe de montanha.

O investimento deveria rondar os 50 milhões de euros, mas a hipótese nunca se concretizou, em parte — diz a autarquia — devido à indefinição sobre a tutela do edifício, processo que envolvia os ministérios da Saúde e das Finanças.

Depois de ter sido assaltado várias vezes e local de criação de animais, o ex-sanatório de Mozelos chegou a ser utilizado por grupos de jovens para a prática de jogos de aventura e descoberta por entre o que ainda restava do antigo espaço de tratamento de doentes.

Prazo para transformar solar em Paredes de Coura em pousada rural termina em junho

O presidente da Câmara de Paredes de Coura disse hoje que a transformação de um solar setecentista em pousada rural, por investidores brasileiros, tem de começar até final de junho. Em causa está a Casa do Outeiro, um solar setecentista enquadrado em meio rural na freguesia de Agualonga, concessionado em novembro de 2021 por 50 anos ao abrigo do programa Revive.

Em declarações à agência Lusa, Vítor Paulo Pereira disse esperar que a transformação do imóvel “arranque no devido tempo”, garantindo que em termos burocráticos o projeto está concluído. “Se não arrancar até final de junho, ou se arranja outro investidor, ou teremos de fazer nova hasta publica”, explicou o autarca socialista.

Em nota enviada à imprensa, em 2021, a Câmara de Parede de Coura explicou que a concessão previa o pagamento, pelo investidor, de uma renda mínima anual de 13.800 euros (1.150 euros mensais).

A Casa do Outeiro “integra um conjunto notável de solares de Paredes de Coura, que na região são preferencialmente denominados Casas Grandes”. O solar “é uma construção de tipologia seiscentista, ladeada de capela, e que combina modelos de raízes erudita e popular, em que sobressaem os cunhais, cimalhas, molduras e ornamentos em granito”.

Se não arrancar até final de junho, ou se arranja outro investidor, ou teremos de fazer nova hasta publica.

Vítor Paulo Pereira

Presidente da Câmara Municipal de Paredes de Coura

O imóvel “teve a função agrícola como atividade predominante, face à extensão dos dois espigueiros existentes no terreno fronteiro à casa”. A “propriedade possui uma área total de 10.443,30 metros quadrados e uma área edificada de 2.353,54 metros quadrados, a que acresce ainda uma área de possível ampliação. Com “um amplo corpo de construção de diferentes épocas, a arquitetura da Casa do Outeiro vagueia pelo maneirismo, pelo barroco, e numa fase mais tardia, pelas linhas simples e direitas de finais do século XIX”.

Em junho de 2020, a Câmara Municipal de Paredes de Coura procedeu à alteração ao Plano Diretor Municipal (PDM) para “alargar” o uso do solar setecentista, permitindo a sua recuperação para fins turísticos, através do programa Revive.

O programa de reabilitação e valorização de património do Estado (Revive Património e Revive Natureza) é uma iniciativa conjunta dos ministérios da Economia, da Cultura e das Finanças, e “pretende recuperar imóveis que se encontrem devolutos ou em mau estado de conservação, que não tenham potencial para serem adaptados para fins de habitação, permitindo que neles se desenvolvam projetos turísticos com recurso a investimento público e privado”.

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