Grécia aperta regras para obtenção de vistos ‘gold’ para combater crise na habitação

  • Lusa
  • 31 Março 2024

A Grécia reforçou as regras para obtenção dos chamados vistos ‘gold’, que concedem autorização de residência a cidadãos estrangeiros mediante investimento em bens imobiliários.

A Grécia reforçou as regras para obtenção dos chamados vistos ‘gold’, que concedem autorização de residência a cidadãos estrangeiros mediante investimento em bens imobiliários, para combater a crise na habitação.

O montante de investimento necessário para beneficiar deste programa, lançado em 2014 durante a crise grega, quando os preços do imobiliário estavam em queda e a construção estava em crise, aumenta de 250.000 para 800.000 euros, de acordo com as alterações apresentadas pelo Ministério das Finanças em 22 de março.

Em zonas populares como Ática (nos arredores de Atenas), Salónica, Mykonos, Santorini e ilhas com população superior a 3.100 habitantes, este valor aumenta para 800.000 euros, enquanto nas outras regiões será de pelo menos 400.000 euros.

“Estamos a adotar medidas equilibradas relativamente ao programa de vistos ‘gold’, que têm em conta as necessidades habitacionais das famílias, sem esquecer a necessidade de atrair investimentos para o país”, afirmou o ministro das Finanças, Kostis Hatzidakis, citado pela AFP.

Segundo o governante, “estas medidas enquadram-se na política habitacional do Governo que visa, em cooperação com o setor privado, garantir habitação acessível e de qualidade a todos os cidadãos, tendo em conta a necessidade de continuar os investimentos em condições mais favoráveis e equilibradas”.

De acordo com dados do Banco da Grécia, o valor das rendas disparou 20% desde que o país emergiu oficialmente de uma década de crise económica em 2018, reduzindo o poder de compra das famílias.

Os investidores devem agora adquirir um imóvel com pelo menos 120 metros quadrados, enquanto para edifícios industriais convertidos em habitação o valor mínimo de investimento exigido é de 250.000 euros, o mesmo que para o investimento num edifício histórico.

O Governo também implementou medidas de incentivo à conversão de edifícios em habitações, à proteção de edifícios históricos e à proibição do arrendamento de curta duração de imóveis adquiridos através de visto ‘gold’.

Segundo dados do Ministério das Migrações, este programa foi alvo de procura ‘recorde’ em 2023, com 10.214 pedidos de aquisição ou renovação, tendo sido concedidos no ano passado 5.701 vistos deste género, num investimento total de 1.000 milhões de euros.

Outros países do sul da Europa atingidos pela crise, tais como Chipre, Espanha e Portugal, utilizaram programas semelhantes para atrair investimento estrangeiro.

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Papa pede troca de todos os prisioneiros entre a Rússia e a Ucrânia

  • Lusa
  • 31 Março 2024

O Papa Francisco pediu este domingo, durante a sua mensagem pascal, "uma troca de todos os prisioneiros entre a Rússia e a Ucrânia" e pediu um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza.

O Papa Francisco pediu este domingo, durante a sua mensagem pascal, “uma troca de todos os prisioneiros entre a Rússia e a Ucrânia” e pediu um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza.

“Todos por todos”, afirmou o Papa da varanda central da Basílica de São Pedro, antes de dar a bênção Urbi et Orbi (à Cidade e ao Mundo) perante dezenas de milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro. Na sua mensagem pascal, na qual recordou “as vítimas de tantos conflitos em curso no mundo, a começar pelos de Israel e da Palestina, e da Ucrânia”, e pediu que “Cristo ressuscitado abra um caminho de paz para as populações sofredoras destas regiões”.

O Papa exortou depois ao “respeito pelos princípios do direito internacional”. E, entre os seus pedidos, apelou a “uma troca geral de todos os prisioneiros entre a Rússia e a Ucrânia”. “Todos por todos!”, disse.

Na sua mensagem, Francisco também reiterou o seu apelo para que “seja garantida a possibilidade de acesso humanitário a Gaza”, apelando, mais uma vez, à “rápida libertação dos reféns raptados a 7 de outubro e a um cessar-fogo imediato na Faixa”.

Papa Francisco nas jornada mundial da juventude no Mosteiro dos JerónimosLusa

“Não permitamos que as hostilidades em curso continuem a afetar gravemente a população civil, já exausta, e especialmente as crianças. Quanto sofrimento vemos nos seus olhos”, disse o Papa.

O Papa lançou ainda um aviso: “Não deixemos que os ventos da guerra soprem cada vez mais forte sobre a Europa e o Mediterrâneo” e “não cedamos à lógica das armas e do rearmamento”.

“A paz nunca se constrói com armas, mas com a abertura dos nossos corações”, sublinhou. Esta mensagem foi proferida pelo Papa Francisco depois de ter presidido à missa de domingo de Páscoa e na qual não houve homilia.

Depois de não ter participado na sexta-feira na Via-Sacra no Coliseu de Roma, para preservar a sua saúde, o pontífice argentino apresentou-se hoje, segundo as agências internacionais, “em boa forma”, tal como no sábado, quando presidiu à Missa da Vigília Pascal.

No final da missa de – concelebrada por mais de 350 membros do clero, entre cardeais, bispos e padres -, Francisco percorreu de papamóvel a Praça de São Pedro, cumprimentando os fiéis.

O átrio da basílica foi decorado com dezenas de milhares de flores, graças ao contributo dos floristas holandeses e à colaboração dos trabalhadores do Serviço de Jardinagem e Ambiente.

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Ataques continuam em Gaza quando se espera nova ronda de negociações

  • Lusa
  • 31 Março 2024

Dezenas de ataques israelitas ocorreram desde sábado na Faixa de Gaza, numa altura em que se espera nova ronda de negociações entre Israel e o Hamas, tendo morrido 75 pessoas.

Dezenas de ataques israelitas ocorreram desde sábado na Faixa de Gaza, numa altura em que se espera nova ronda de negociações entre Israel e o Hamas, tendo morrido 75 pessoas, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Apesar de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que apela a um cessar-fogo imediato, os combates não cessaram na Faixa de Gaza, quase seis meses após o início da guerra desencadeada por um ataque do Hamas contra Israel, em 7 de outubro.

Além das vítimas mortais e da destruição, a guerra provocou uma catástrofe humanitária em toda a Faixa de Gaza, onde a maioria dos 2,4 milhões de habitantes foram deslocados e estão agora ameaçados de fome, segundo a ONU, que há semanas lamenta o facto de a ajuda estar longe de ser suficiente para satisfazer as necessidades da população. No sábado, 400 toneladas de ajuda humanitária partiram de Chipre, por via marítima.

Um sinal da situação desesperada vivida pela população verificou-se durante uma distribuição de alimentos na cidade de Gaza, com cinco palestinianos a serem mortos a tiro, segundo um membro do Crescente Vermelho Palestiniano.

O exército israelita disse à AFP que não tinha informações sobre o incidente. Desde fevereiro, várias distribuições de ajuda nesta cidade tornaram-se trágicas, com mais de uma centena de mortos no total. No início da última semana, 18 palestinianos morreram, incluindo 12 que se afogaram no mar, quando tentavam recuperar alimentos lançados de paraquedas por aviões árabes e ocidentais.

Na quinta-feira, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) ordenou a Israel que fornecesse “ajuda humanitária com caráter de urgência” a Gaza, face a uma “fome crescente”.

Perante as pressões internacionais e das famílias dos reféns israelitas na posse do Hamas, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou na sexta-feira ter “aprovado uma nova ronda de negociações, nos próximos dias, em Doha e no Cairo”. De acordo com um jornal egípcio pró-governamental próximo dos serviços de segurança, estas negociações deverão ser retomadas hoje.

No sábado, milhares de pessoas reuniram-se em Telavive para exigir a libertação dos reféns e está prevista uma nova manifestação para a próxima semana.

Nos últimos meses, foram realizadas várias sessões de negociação através de mediadores internacionais – Egipto, Qatar, Estados Unidos – mas em vão, com ambas as partes a acusarem-se mutuamente de bloquear o processo.

Entretanto, os combates prosseguem no território, nomeadamente em torno dos hospitais, a maior parte dos quais estão fora de serviço. O exército israelita acusa os combatentes do Hamas de se esconderem nessas infraestruturas.

Segundo o diretor do hospital Kamal Adwan, no norte da Faixa de Gaza, este é “o único hospital disponível para casos críticos”, mas enfrenta atualmente uma escassez de sangue.

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Famílias pedem crédito ao consumo para colmatar necessidades, dizem economistas

  • Lusa
  • 31 Março 2024

As famílias estão a recorrer ao crédito ao consumo como solução para despesas dos orçamentos familiares a que não conseguem responder com salários e poupança.

As famílias estão a recorrer ao crédito ao consumo como solução para despesas dos orçamentos familiares a que não conseguem responder com salários e poupança, devido ao agravar do custo de vida, segundo economistas contactados pela Lusa.

“O crédito ao consumo poderá estar a ser usado para tapar buracos no orçamento. Com a inflação e as prestações mais elevadas do banco possivelmente [os clientes] estão a usar o crédito ao consumo como forma de fazer face a despesas de educação, de saúde e eventualmente até para ajudar a pagar crédito à habitação”, disse à Lusa o economista Sérgio Lagoa, do ISCTE.

Contudo, explicou o professor de economia monetária e financeira, não há um fator único a explicar o crescimento. Também a inflação tem impacto no aumento deste crédito, pois preços mais altos em bens e serviços implicam que consumidores peçam mais crédito, disse.

Além disso, a economia a crescer, perspetivas orçamentais positivas e estabilidade laboral também levam os consumidores a sentirem confiança para pedir crédito para despesas consideradas menos necessárias, como viagens ou carro novo. Do lado dos bancos, as taxas de juro mais altas e o atual incumprimento baixo leva a que proponham mais crédito ao consumo.

Assim, considerou Sérgio Lagoa que, apesar do crescimento, os valores do crédito ao consumo não evidenciam sinais problemáticos, pois o “crescimento do ‘stock’ de crédito ao consumo tem estado a crescer abaixo da inflação e do Produto Interno Bruto nominal” e nos últimos anos tem havido uma redução do endividamento das famílias.

“Não é um crescimento exponencial, resulta das particularidades que as famílias estão a enfrentar”, afirmou o economista.

A professora Ana Cordeiro Santos, da Universidade de Coimbra, relaciona o crescimento com a inflação, mas também admite que se “poderá justificar face ao desequilíbrio que há entre a evolução dos rendimentos e dos preços”.

A investigadora com trabalho sobre os temas da financeirização, do endividamento das famílias e da habitação afirmou que estudos vêm indicando que o crédito ao consumo está mais concentrado em famílias de menor rendimento pelo que para estas significa um risco acrescido pois têm, geralmente, uma situação laboral mais precária.

“É também um crédito de taxas de juro mais elevadas, portanto é um acesso a rendimento com custo muito mais elevado por quem tem menos condições financeiras”, afirmou.

Para a académica, as mudanças de consumo verificadas desde a crise pandémica da covid-19, com mais recurso a compras ‘online’ onde é mais frequente o cartão de crédito, poderão estar a potenciar o crédito ao consumo.

Segundo o economista da associação de defesa do consumidor Deco Nuno Rico, o aumento deste crédito desde meados de 2022 vem acompanhando a subida das taxas de juro que, com o aumento de outros custos de vida, levam ao aperto dos orçamentos familiares.

“As famílias não conseguem ter poupanças ou salário suficiente para despesas não recorrentes, como eletrodomésticos, mobílias, carros, despesas de educação, saúde. Usam crédito para lidar com despesas do orçamento familiar”, afirmou à Lusa.

Também a facilidade de contratação deste crédito (desde crédito pessoal que bancos pré-aprovam e que oferecem no ‘homebanking’ à oferta de crédito em compras na Internet) ajuda ao crescimento do crédito à habitação e faz com que consumidores não ponderem devidamente o seu custo e os riscos que correm, considerou Nuno Rico, que defende que o Banco de Portugal deve reforçar a supervisão para verificar se é devidamente avaliada a solvabilidade dos clientes nestes empréstimos.

Quanto à subida das taxas de juro cobradas no crédito ao consumo, Nuno Rico explicou que está relacionada com o aumento das taxas de juro no mercado e que é também “uma forma de desincentivar o consumidor a aderir”, seguindo o objetivo de política monetária do Banco Central Europeu (de aumentar o custo do dinheiro para abrandar a inflação), mas admitindo que “não é isso que se tem verificado”.

Ainda assim, tanto Nuno Rico como Sérgio Lagoa notaram que o aumento dos juros no crédito ao consumo não tem sido tão grande como no crédito à habitação.

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Prazo para verificar deduções no IRS e reclamar em caso de omissões termina este domingo

  • Lusa
  • 31 Março 2024

Os contribuintes têm até este domingo para reclamar das despesas gerais familiares e despesas com direito a dedução do IVA por exigência de fatura.

Os contribuintes têm até este domingo para reclamar das despesas gerais familiares e despesas com direito a dedução do IVA por exigência de fatura, as quais influenciam o valor do IRS de cada contribuinte.

Desde meados deste mês que é possível consultar na parte pessoal do portal e-fatura o valor das deduções calculadas pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) com base nas faturas de despesas realizadas no ano anterior, às quais o contribuinte associou o seu número de identificação fiscal (NIF).

Estes valores, sendo dedutíveis no IRS, têm um impacto direto no montante de IRS devido por cada contribuinte, influenciando, por isso, o reembolso ou o imposto que haja ainda a pagar.

Caso o contribuinte detete desconformidades e omissões pode reclamar dos valores no caso das duas categorias de despesa já referidas. Se estas desconformidades e omissões disserem respeito às deduções relacionadas com as despesas com educação, saúde, habitação ou lares de idosos, o momento de as corrigir é no preenchimento da declaração anual do IRS.

De referir que quando o contribuinte recusa os valores apurados pela AT e indica na sua declaração os que considera corretos, deve guardar as faturas que suportam esta sua versão durante o período de quatro anos.

Os contribuintes podem, também até hoje, indicar a entidade a que pretendem consignar 0,5% do seu IRS ou da dedução do IVA por exigência de fatura, sendo que esta escolha pode ser igualmente feita durante o preenchimento da declaração.

Esgotado este prazo, inicia-se uma nova e derradeira etapa no processo de acerto de contas anual do IRS: a entrega de declaração, que arranca a 01 de abril e se prolonga até 30 de junho.

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Crédito ao consumo ascendia a 21,3 mil milhões em fevereiro

  • Lusa
  • 31 Março 2024

O novo crédito ao consumo bateu em 2023 máximos desde o início da série, em 2012, e em fevereiro os bancos tinham emprestado em crédito ao consumo 21.300 milhões de euros, segundo dados do BdP.

O novo crédito ao consumo bateu em 2023 máximos desde o início da série, em 2012, e em fevereiro os bancos tinham emprestado em crédito ao consumo 21.300 milhões de euros, segundo dados do Banco de Portugal.

O ‘stock’ de 23.300 milhões de euros que os bancos tinham emprestados no crédito ao consumo em fevereiro representava mais 0,25% do que em janeiro e mais 3,8% em relação a fevereiro de 2023. O ‘stock’ refere-se ao crédito novo concedido e ao crédito antigo cujos contratos ainda estão ‘vivos’.

Quanto aos novos créditos aos consumidores, os últimos dados são de janeiro. No primeiro mês do ano, o montante concedido aumentou 9,5% em termos homólogos para 652 milhões de euros.

Deste valor, 237 milhões de euros foi para compra de carros, 288 milhões de euros para outros créditos pessoais (sem finalidade específica), 114 milhões de euros para cartões de crédito, linhas de crédito e facilidades de descoberto e 12,9 milhões de euros para crédito pessoal destinado a educação, saúde, energias renováveis e outras.

Em 2023, os bancos tinham emprestado 7.654 milhões de euros em crédito ao consumo, o valor mais alto desde o início da série (2012).

O crédito ao consumo está regulado incluindo com taxas máximas que as instituições financeiras podem cobrar. A lei estabelece que as taxas máximas equivalem à Taxa Anual de Encargos Efetiva Global (TAEG) média praticada pelas instituições de crédito no trimestre anterior acrescidas de um quarto e que nenhuma pode ultrapassar em 50% a TAEG média.

O Banco de Portugal publicou recentemente as taxas máximas para o segundo trimestre do ano.

Entre abril e junho, sobe de 18,6% para 19% a taxa máxima de cartões de crédito, linhas de crédito, contas correntes bancárias e facilidades de descoberto. Já no crédito para compra de automóveis novos, a taxa máxima sobe de 6,1% para 6,3% no caso da locação financeira ou ALD e recua de 11,1% para 11,0% nos créditos com reserva de propriedade.

No caso dos veículos usados, a taxa máxima sobe de 6,5% para 6,8% na locação financeira ou ALD e avança de 14% para 14,2% nos contratos com reserva de propriedade e outros.

No que respeita às taxas para o crédito pessoal, quando a finalidade é educação, saúde, energias renováveis e locação financeira de equipamentos a taxa máxima sobe 7,7% para 8,5% e para outros créditos pessoais (sem finalidade específica, lar, consolidado e outras finalidades) sobe de 15,2% para 15,6%.

No relatório divulgado esta semana sobre crédito, o Banco de Portugal não indica preocupações quanto ao crédito ao consumo, referindo que tem melhorado o perfil dos clientes que contrataram crédito.

Em 2023, 91% do montante dos novos créditos à habitação e ao consumo foi a clientes com uma taxa de esforço inferior ou igual a 50%. A taxa de esforço é o rácio entre as prestações de créditos que o cliente paga mensalmente ao banco e o seu rendimento mensal.

A maturidade média do crédito ao consumo permaneceu estável ao longo de 2023. A maturidade média do crédito pessoal ficou em torno de 6,5 anos e a maturidade média do crédito automóvel em cerca de 8,6 anos.

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Putin assina decreto para recrutar 150 mil russos entre os 18 e os 30 anos

  • Lusa
  • 31 Março 2024

O Presidente russo, Vladimir Putin, assinou hoje o decreto da primeira campanha de recrutamento militar de 2024, que alarga a idade para os 30 anos.

O Presidente russo, Vladimir Putin, assinou o decreto da primeira campanha de recrutamento militar de 2024, que alarga a idade para os 30 anos, mais três do que na anterior, e abrangerá 150 mil russos.

“Realizar, entre 01 de abril e 15 de julho de 2024, a convocação para o serviço militar dos cidadãos russos com idades compreendidas entre os 18 e os 30 anos”, diz o documento publicado no portal de informação jurídica do Governo russo e citado pela agência espanhola EFE.

O decreto não abrange os russos que tenham completado 27 anos antes do final de 2023 e os reservistas com 28 e 29 anos.

Prevê ainda uma moratória de serviço para os cidadãos que trabalham em empresas informáticas e a libertação de soldados, marinheiros, sargentos e cabos que já cumpriram o seu serviço.

O contra-almirante Vladimir Tsimliansky, chefe de Organização e Mobilização do Estado-Maior russo, disse na semana passada que os novos recrutas não participariam na guerra com a Ucrânia e não seriam enviados para as regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporiyia, que foram anexadas em 2022.

Esta nova mobilização segue-se à campanha do outono, em que foram convocados 130.000 novos recrutas, e deverá ultrapassar a campanha da primavera do ano passado, que registou cerca de 147.000 mobilizações.

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Fabricantes de amêndoas “salivam” com vendas na Páscoa

Imperial, Vieira de Castro e Arcádia estão “otimistas” com as perspetivas de negócio para este período da Páscoa, que para algumas marcas chega a representar quase metade das vendas totais do ano.

As fábricas portuguesas trabalharam a todo o gás nas últimas semanas para satisfazer a procura pelas amêndoas e pelos ovos de chocolate, que não podem faltar nesta época da Páscoa. Empresas como a Imperial, a Vieira de Castro e a Arcádia mostram-se “otimistas” quanto às vendas nesta quadra festiva, enquanto a Chocolataria Equador vê o negócio “estagnado”, com os portugueses a perderem poder de compra.

Para a Imperial, a maior fabricante de chocolates a nível nacional, a campanha da Páscoa é o momento de vendas mais importante. A empresa de Vila do Conde calcula que representa perto de 40% do volume de negócios anual. Só este ano produziu 400 toneladas de amêndoas, com a marca Regina a valer 85% da produção neste artigo. Apesar da campanha ainda não estar encerrada, afirma estar “muito otimista com os resultados”.

A campanha de Páscoa é o momento de vendas mais importante para a Imperial, representando um peso de 40% do volume de negócio total.

Francisco Pinho da Costa

Marketing manager da Imperial

Fundada em 1932, a dona das marcas Regina, Pantagruel e Pintarolas emprega 280 pessoas e soma uma faturação anual de 50 milhões de euros.

“A Páscoa caracteriza-se por ser uma quadra de elevada procura por produtos sazonais. Além das amêndoas, os consumidores procuram também os ovos de chocolate, assim como outras figuras de chocolate associadas à festividade”, diz ao ECO Francisco Pinho da Costa, marketing manager da Imperial que foi vendida em 2021 pelo fundo Vallis ao grupo espanhol Chocolates Valor.

Fábrica de chocolates Imperial - 18NOV20

Na Vieira de Castro, que reclama a liderança na produção de amêndoas, o cenário é semelhante, com a gestora a mostrar-se “otimista” em relação ao balanço das vendas nesta campanha de Páscoa. Ana Raquel Vieira de Castro adianta que as vendas em 2024 apresentam um “desempenho superior a dez pontos percentuais em relação ao ano anterior”.

Na última Páscoa, a empresa de Vila Nova de Famalicão vendeu mais de mil toneladas de amêndoas, antecipando um novo crescimento na campanha deste ano. “Em plena campanha, a Vieira chega a produzir 60 milhões de amêndoas por mês”, contabiliza Ana Raquel Vieira de Castro, em declarações ao ECO.

Em plena campanha da Páscoa, chegámos a produzir 60 milhões de amêndoas por mês.

Ana Raquel Vieira de Castro

Administradora da Vieira de Castro

Fundada em 1943 em Vila Nova de Famalicão, por António Vieira de Castro, produz amêndoas há 75 anos e tem uma gama que ascende às 200 variações. Além de apostar em novos sabores, lançou nesta Páscoa uma nova gama de produtos Vieira Chef, que consiste na apresentação de vários tipos de bolacha já moída pronta a ser utilizada na confeção de sobremesas.

“A Vieira Chef é uma linha de conveniência, que vem facilitar a realização das sobremesas, eliminando a etapa de moer bolacha, poupando tempo e trabalho ao consumidor, e eliminando desperdício, pois é apresentada em 200 gramas, a dose certa para realizar cada sobremesa”, resume.

Há amêndoas para todos os gostos, de doces a salgadas, com chocolate, canela, caramelo, café, framboesa, laranja, baunilha, coco, limão, ginja, entre muitos outros sabores. As marcas têm apostado em inovar e reinventar este produto milenar. É o caso da Vieira de Castro, que lançou amêndoas veganas com kiwi e sementes de kiwi. “Existe um aumento da procura global de produtos planted based, aptos para consumidores veganos, à qual a Vieira também procurou responder”, diz Ana Raquel Viera de Castro, que espera fechar o ano de 2023 com vendas de 45 milhões de euros.

Na Arcádia, as vendas estão a subir, impulsionadas pela abertura de sete novas lojas desde a Páscoa do ano passado. Nesta quadra festiva prevê vender cerca de 65 toneladas de amêndoas. Fundada em 1933 pela família Bastos, que ainda hoje se mantém à frente da empresa, volvidas quase nove décadas, a Arcádia soma 44 lojas, emprega mais de 400 pessoas e fechou o ano passado com uma faturação de 17,8 milhões de euros.

“Em geral está a correr melhor, até porque este ano temos mais lojas e registamos crescimento nesse sentido”, afirma ao ECO Francisco Bastos, administrador que pertence à quarta geração da Arcádia.

Fábrica da Casa de Chocolate Arcadia - 24SET20
João Bastos e Francisco Bastos administradores da ArcádiaRicardo Castelo

Foi 2009, na cidade do Porto que o casal Celestino Tedim Fonseca e Teresa Almeida, ambos com formação artística, fundou a Chocolataria Equador. A primeira loja da marca abriu portas em 2010, na Rua de Sá da Bandeira, no Porto. Hoje, soma oito lojas na Invicta, Braga, Lisboa, Coimbra, Girona e Barcelona, emprega 22 pessoas diretamente e fatura 1,5 milhões de euros.

Contrariamente à Imperial, Vieira e Arcádia, o dono da Chocolataria Equador, Celestino Tedim Fonseca, adianta ao ECO que o balanço das vendas nesta campanha de Páscoa está a ser equivalente ao ano passado. Aponta que o negócio está “estagnado” devido à perda de poder de compra por parte dos consumidores, essencialmente no mercado nacional. “Em Espanha corre sempre melhor”, nota o empresário.

Nos Açores, as amêndoas ainda são feitas de forma artesanal, em panelas de cobre e com açúcar de beterraba. Na freguesia da Fajã de Cima, no concelho de Ponta Delgada, a fábrica Pérola da Ilha “não abdica da produção de amêndoa especificamente nesta altura do ano”. O fabrico da amêndoa leva dez horas a ser confecionada e o segredo da qualidade do produto da Pérola da Ilha “reside na sua produção quase artesanal”, disse o diretor de produção, Francisco Paquete.

De acordo com o empresário, a amêndoa da Pérola da Ilha “difere da que vem do Continente e de outros países por ser mais tenra em termos de textura no trincar”. Mas a “estrela” das amêndoas da Pérola da Ilha é a amêndoa popular que “não tem concorrência, que é mais procurada pelos açorianos e feita com amendoim”, sendo ainda mais acessível em termos de preço.

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França acorda trabalhar no cessar-fogo em Gaza com Egito e Jordânia

  • Lusa
  • 30 Março 2024

O ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Stéphane Séjouré, afirmou, numa conferência de imprensa com os seus homólogos egípcio e jordano, que concordaram em trabalhar para cessar-fogo em Gaza.

O ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Stéphane Séjouré, afirmou, numa conferência de imprensa no Cairo com os seus homólogos egípcio e jordano, que concordaram em trabalhar em conjunto para alcançar um cessar-fogo imediato em Gaza.

“Concordámos em trabalhar juntos para alcançar um cessar-fogo imediato em Gaza e encontrar uma solução política”, disse o governante, que destacou os “esforços conjuntos europeus-árabes para sair da crise” no enclave palestiniano, e sublinhou a sua rejeição “contra qualquer ação militar na cidade palestiniana de Rafah”.

O chefe da diplomacia francesa apelou à abertura das passagens fronteiriça para a entrada de ajuda em Gaza e à libertação de reféns sem condições, ao mesmo tempo que sublinhou a possibilidade de “tomar medidas adicionais contra os colonos israelitas”.

Na sua intervenção, reconheceu o envolvimento do Egito e da Jordânia, uma vez que são países que “estão na linha da frente para enfrentar a tragédia da Faixa de Gaza” e, dada a extensão do conflito na região, afirmou que a “França apresentou propostas para resolver a crise entre Israel e o Líbano”, sem dar mais detalhes.

O seu homólogo egípcio, Sameh Shukri, disse que o Egito continua em frente com a coordenação com França e Jordânia para alcançar a estabilidade regional e resolver a crise em Gazam e reiterou a sua recusa em deslocar os palestinianos das suas terras e a oposição à operação militar em Rafah, onde 1,4 milhões de civis estão amontoados.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, Ayman Safadi, denunciou, por seu lado, os impedimentos ao fornecimento de alimentos e medicamentos aos palestinianos em Gaza, questão que classificou como “uma decisão política de um governo extremista que decidiu usar a fome como arma”.

“Podemos resolver a fome do povo de Gaza num espaço de tempo muito curto, mas o que é necessário é que Israel abra as fronteiras e passagens terrestres para trazer ajuda do Egito e do reino [jordano], e pare de impedir que a ajuda chegue dentro”, acrescentou.

Safadi alertou para a catástrofe humanitária que o povo palestiniano enfrenta, mas também para outra catástrofe: “A incapacidade de toda a comunidade internacional de impedir que extremistas ideológicos, representados pelo primeiro-ministro israelita [Benjamin Netanyahu] e pelos funcionários do seu ministério, matem inocentes e crianças”.

Egito, França e Jordânia têm desenvolvido várias ações conjuntas para a entrega de ajuda humanitária na Faixa de Gaza por terra, mar e ar desde que o conflito rebentou.

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Subida de preços e mau tempo não assusta turistas na Páscoa. Viagens sobem 20% e hotéis esperam ocupação de 75%

  • Ana Petronilho
  • 30 Março 2024

Preços das viagens subiram 5%. Disneyland Paris, Cabo Verde, Djerba ou S. Tomé são dos destinos eleitos pelos portugueses. Cá dentro, os hotéis em Lisboa, Madeira e Algarve são os mais procurados.

A subida de preços ou o mau tempo não assustaram os turistas portugueses, que aproveitam a Páscoa para viajar pelo país ou além-fronteiras. O crescimento da inflação ou a subida dos preços dos bilhetes de avião traduziu-se num aumento médio de 5% do preço das viagens ao estrangeiro nesta altura do ano, mas nem por isso os portugueses vão viajar menos. Pelo contrário. O número de reservas subiu, em média, 20%. Há operadores a reportar “crescimentos mais agressivos”, o que mantém o mercado das viagens “aquecido”, adiantou ao ECO o presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), Pedro Costa Ferreira.

E com um número elevado de destinos que “estão a correr bem”, entre as preferências dos portugueses para destinos a curto e médio curso, estão a Disneyland Paris, Cabo Verde, Djerba (na Tunísia), Creta, Senegal, S. Tomé ou circuitos europeus. Entre os destinos mais distantes, a República Dominicana, o México ou o Brasil estiveram no topo das escolhas dos turistas portugueses, disse ainda ao ECO o presidente da APAVT.

A Disneyland Paris está no topo das escolhas dos portugueses nas férias da Páscoa.Lusa

 

Cá dentro, é para a Madeira, Lisboa ou Algarve que os turistas nacionais mais vão rumar, sendo que os hoteleiros em todo o país apontam para uma taxa de ocupação de 75% para o fim de semana da Páscoa, com um preço médio por noite a atingir os 141 euros, diz ao ECO a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), com base num inquérito a 363 hoteleiros, que decorreu de 8 a 17 de março. Preço que para 90% dos inquiridos fica acima dos valores cobrados em 2019 e no ano passado.

Entre as várias regiões do país, a Grande Lisboa lidera com previsão de atingir 83% de taxa de ocupação no fim de semana da Páscoa, seguida pelo Algarve com 78%, a região Centro com 77% e a Madeira com 74%, de acordo com os dados da AHP.

“Apesar do tempo não parecer vir a ser tão risonho quanto o inicialmente esperado, pelo menos para quem visita a maioria dos destinos”, os hoteleiros “estão bastante otimistas” para este período, disse ao ECO Cristina Siza Vieira, vice-presidente executiva da AHP.

Em Portugal, a Madeira é um dos destinos mais procurados com os hotéis da região a registar uma taxa de ocupação de 74% durante o fim de semana da Páscoa.Lusa

 

No entanto, a representante dos hoteleiros salienta “algumas disparidades regionais”, com destinos como o Algarve e a Grande Lisboa a liderarem “as expectativas de reservas e ocupação”, enquanto que nos Açores e na Península de Setúbal “há menos otimismo em termos de ocupação e preço”.

Os Açores, aliás, são um destino que “há vários meses tem vindo a preocupar” os hoteleiros por causa, sobretudo, da “redução das ligações aéreas para o arquipélago”, sendo esta uma “situação que se está a verificar e que se irá agravar no futuro”, aponta Cristina Siza Vieira. Com este cenário, os hoteleiros da região devem registar uma pior taxa de ocupação, com o nível de reservas a ficar em 54%, sem que, para já, seja reduzido o preço médio das estadias.

Em relação aos preços por noite, a Madeira é onde os valores das estadias são mais elevados sendo, em média, cobrado 173 euros por noite, seguindo-se o Alentejo com 170 euros e a Grande Lisboa com 156 euros. A região Oeste e Vale do Tejo registam os valores mais baixos, fixados em 97 euros.

Neste período, em 88% dos hoteleiros inquiridos pela AHP, os turistas portugueses são o principal mercado para o fim de semana da Páscoa, seguindo-se os espanhóis com 63% de reservas o Reino Unido com 35%, os EUA com 29% e a Alemanha com 26%.

O canal de reserva mais utilizado para este período foi a Booking.com, seguida do site do próprio hotel.

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“Mulheres em cargos de poder devem devotar tempo a promover outras mulheres”

As vencedoras da terceira edição da Academy for Women Entrepreneurs já são conhecidas, tendo sido atribuído um total de 24 mil dólares (cerca de 22 mil euros) em prémios.

Randi Charno Levine, embaixadora dos EUA em Portugal, com as vencedoras da 3.ª edição da AWE

O que têm em comum um negócio de ilustração e cerâmica, um de reparações ao domicílio outro de agro-turismo ou uma escola de línguas online? São negócios de mulheres e vencedoras do Academy for Women Entrepreneurs (AWE), um programa de promoção do empreendedorismo feminino, promovido em Portugal pela Embaixada dos Estados Unidos da América (EUA). Ana Seixas, Irís Mira, Diana Costa e a ucraniana Ksenniia Golubytska foram as vencedoras desta terceira edição, tendo sido atribuído um total de 24 mil dólares (cerca de 22 mil euros) em prémios.

As mulheres têm também a obrigação de ajudar outras mulheres, mulheres no local de trabalho, mulheres em cargos como o meu, em posições de poder, devem assegurar que devotam parte do seu tempo a ajudar, a orientar a carreira de outras mulheres“, afirma Randi Charno Levine, embaixadora dos EUA em Portugal, em declarações ao ECO.

“Pessoalmente, sendo apenas a segunda mulher embaixadora dos Estados Unidos em Portugal desde 1791, as mulheres e a promoção das mulheres e das conquistas das mulheres são muito, muito importantes para mim. Tenho a sorte de trabalhar num ecossistema, o governo federal sob o presidente Biden, onde o presidente e a vice-presidente trabalharam arduamente para garantir que as mulheres estivessem representadas em todos os níveis de governo e em todos os níveis de liderança”, refere ainda a embaixadora.

“E estamos a tentar espelhar esses compromissos aqui em Lisboa. Na verdade, uma grande percentagem da minha equipa de liderança é composta por mulheres, quase 80%. Somos um grupo de mulheres fortes que sentem uma forte obrigação de ajudar e orientar outras mulheres“, reforçou a embaixadora pouco antes da cerimónia que viu, pelo terceiro ano, reconhecer mulheres e os seus esforços de empreendedorismo, na Casa Carlucci, em Lisboa.

Desde 2019, o programa tem vindo a ser implementado em cerca de 100 países, tendo empoderado cerca de 25 mil mulheres empreendedoras em todo o mundo.

“Há inúmeros programas em todo o governo federal que apoiam as mulheres. O que é único deste programa é que é localizado em cada um dos ecossistemas de empreendedorismo”, comenta Randi Charno Levine. “É ótimo podermos fazer isto localmente, porque são mulheres que vão implementar o seu negócio localmente”, reforça.

Na sua terceira edição em Portugal, o programa de 13 semanas composto por módulos online de empreendedorismo, sessões de grupo, técnicas e de inspiração, uma apresentação final a júri e financiamento seed para as vencedoras, acaba por juntar no mesmo cohort mulheres de áreas de atividade distintas.

“Acreditamos que ter indústrias diferentes é uma coisa positiva, porque as pessoas complementam-se. Não temos só um vertical”, diz Catarina Miguel Martins, diretora da Drive Impact entidade que tem implementado a AWE em Portugal, ao ECO.

“Aquelas mulheres que têm menos experiência, se calhar não são capazes de chegar aos prémios, mas ganham imenso por estarem no mesmo grupo de outras mulheres que têm mais experiência. E nós não trabalhamos com unicórnios e com tecnologia. Procuramos a economia real, mulheres que fazem projetos”, diz.

A designer Joana Duarte, do Béhen Studio, foi a grande vencedora da primeira edição. Usou o prémio para abrir a empresa e um espaço em Lisboa. “No ano seguinte ganhou um Globo de Ouro na moda em Portugal, continua a exportar para o estrangeiro, a crescer, a vestir estrelas internacionais”, descreve Catarina Miguel Martins. “Béhen quer dizer irmandade. Ela tem um projeto com a mãe e com a avó e ajuda as bordadeiras da Madeira e outros tipos de costureiras em Portugal a preservar o seu saber; e a utilizar tecidos esquecidos como as colchas transformando-os”, explica.

E Maria João Baeta foi outra das vencedoras com Happy Gang, “jogos que promovem a saúde, conversa emocional dentro das famílias”. “Entrou no programa no primeiro ano em que começou o projeto. Terminou esse ano com 270.000 euros de faturação”, relata a diretora da Drive Impact. “Utilizou o dinheiro do prémio para ir a uma feira internacional na Alemanha e começar a exportar e vender para vários mercados. Está traduzida em cinco línguas e está a exportar com o apoio de vários distribuidores.”

Vencedoras da terceira edição

As vencedoras da terceira edição evidenciam a variedade de projetos no programa. Ana Seixas, vencedora do grande prémio (9 mil dólares, cerca de 8,3 mil euros), teve um duro contacto com a ‘economia real’ mal abriu a sua loja de venda de peça de cerâmica e ilustração no Porto. A abertura foi em 2020, o mesmo ano da pandemia. Hoje tem uma equipa de três pessoas, vende online e já exporta para o mercado alemão, francês e norte-americano.

“Por não ter formação em negócios e por ter criado toda a empresa de uma maneira muito intuitiva, muito a apalpar terreno, sempre senti que precisava de acompanhamento e de aprender mais para poder continuar com o negócio, para que seja sustentável e poder crescer. A AWE fez isso por mim e por todos os projetos. Acabam por nos guiar nas várias áreas de negócio em que podemos crescer, ser mais frágeis e dar-nos as ferramentas para que possamos continuar, progredir, crescer e manter um negócio estável”, diz quando questionado sobre as motivações que a levaram a candidatar ao programa.

Randi Charno Levine (embaixadora dos EUA em Portugal) com Ana Seixas a grande vencedora da 3.ª edição da AWE

E já tem planos para esta injeção de capital. “Irei investir em recursos humanos, muito provavelmente. Precisamos de fazer crescer a equipa um bocadinho para podermos dar resposta aos pedidos que temos. Investir numa melhor estratégia de comunicação e de marketing que é o que me pode ajudar a alavancar o projeto de uma maneira mais consistente”, adianta. “O objetivo é crescer no mercado internacional, sobretudo os Estados Unidos e Canadá, e conseguir mais clientes fixos e regulares. Acaba por ser um mercado muito grande, muito difícil de entrar e muito difícil de manter uma relação constante”, diz.

Irís Mira, e o seu projeto SheDoes (reparações ao domicílio) e Diana Costa (projeto de agro-turismo tendo por base Quinta Mourisca do Alendouro localizada em Trás-os-Montes) foram a segunda e terceira vencedoras, tendo recebido sete mil e cinco mil dólares (6,5 mil e 4,6 mil euros), respetivamente.

Depois de na segunda edição o programa ter introduzido um bootcamp, nesta última introduziu também outra novidade: ter empreendedoras ucranianas a residir em Portugal. “Tomamos a decisão estratégica de as misturar no cohort das portuguesas para as integrar no tecido empresarial português, de forma a ficarem também com o networking que este programa pode providenciar aqui em Portugal”, explica Catarina Miguel Martins, diretora da Drive Impact.

Sete ucranianas – de um total de 24 participantes – integraram esta edição do programa. Ksenniia Golubytska e a sua escola de línguas Language Lab foi a vencedora. “A minha escola existe há sete anos, mas nunca foi um negócio grande porque nunca tive o conhecimento e as capacidades necessárias para desenvolvê-la. E eu queria muito crescer”, diz. “Este programa contém muitas informações úteis, muitas atividades e exercícios para fazer e não é um processo chato. É um processo realmente necessário”, acrescenta.

Os três mil dólares de prémio (cerca de 2,7 mil euros) já têm destino de investimento. “Definitivamente no marketing. Realmente precisava de orçamento para contratar alguém para me ajudar”, diz.

Hoje a escola – que atua sobretudo online – tem 55 alunos. “Antes da guerra tínhamos mais alunos, mas agora são 55, mas nunca chegamos a mais de 100. Para este ano, até junho, meu objetivo é conseguir 100 e até o final de 2024, 300 e, esperançosamente, crescer até 2.000”, aponta.

Para as mulheres ucranianas participantes este ano, por exemplo, a Eslovénia, promoveu uma conferência. “Estas sete mulheres, que também estão connosco, foram convidadas para, em junho, se juntarem a mulheres ucranianas de toda a Europa e se conhecerem”, adianta Catarina Miguel Martins.

“Não sabia, mas sim, estou muito animada e sinto que agora sei o que compartilhar e como ajudar os outros. Não no nível deste programa, mas, pelo menos para alguém que está a começar, acho que seria útil, e adoraria fazer isso porque apoiar mulheres é algo realmente ótimo. Deveríamos fazer isso”, diz Ksenniia Golubytska.

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Cerca de 9 mil doentes precisam de resgate médico de emergência de Gaza, diz OMS

  • Lusa
  • 30 Março 2024

“Com apenas 10 hospitais a operar com capacidade mínima em Gaza, milhares de pacientes continuam privados de cuidados de saúde”, alertou o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus.

Cerca de 9 mil pacientes da Faixa de Gaza devem ser retirados com urgência para tratamento, numa altura em que o território palestiniano tem apenas 10 hospitais a funcionar em mínimos, alertou a Organização Mundial de Saúde (OMS).

“Com apenas 10 hospitais a operar com capacidade mínima em Gaza, milhares de pacientes continuam privados de cuidados de saúde”, alertou o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, numa publicação nas redes sociais. Antes da guerra, Gaza tinha 36 hospitais, segundo dados da OMS.

“Cerca de 9.000 pacientes precisam de ser transferidos urgentemente para o estrangeiro para serviços de saúde vitais, incluindo tratamento de cancro, ferimentos causados por bombardeamentos, diálise renal e outras doenças crónicas”, disse o responsável.

Este número corresponde a mais 1.000 pacientes do que na última contagem avançada pela OMS, no início do mês.

GazaLusa

Desde 7 de outubro e do ataque sem precedentes do Hamas ao território israelita, Israel prometeu eliminar o movimento islâmico e tem levado a cabo bombardeamentos intensivos em território palestiniano, que danificaram parcialmente a estrutura sanitária.

Decorrem há várias semanas combates violentos no terreno, que por vezes atingem hospitais ou as imediações, que também servem de abrigo a milhares de habitantes de Gaza que perderam as suas casas ou fogem dos combates.

O território está sujeito a um bloqueio quase total e organizações como a ONU acusam Israel de não facilitar a chegada da ajuda humanitária, da qual depende a maior parte dos cerca de 2,4 milhões de habitantes que ainda vivem em Gaza e estão concentrados principalmente no sul, dentro e ao redor da cidade de Rafah.

O ataque do Hamas em Israel resultou na morte de pelo menos 1.160 pessoas, principalmente civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelitas.

O Ministério da Saúde do Hamas anunciou um novo número de 32.705 pessoas mortas na Faixa de Gaza desde o início da guerra e 75.190 feridas. As vítimas são principalmente mulheres e crianças, segundo o Hamas.

O diretor-geral da OMS disse que até agora “mais de 3.400 pacientes foram encaminhados para o estrangeiro via Rafah, incluindo 2.198 feridos e 1.215 doentes”.

“Mas muitos mais precisam ser transferidos. Instamos Israel a agilizar as aprovações para evacuações [de locais], para que os pacientes críticos possam ser tratados. Cada momento conta”, pediu o responsável.

Antes do início da guerra, em 07 de outubro, 50 a 100 pacientes eram transferidos por dia de Gaza para Jerusalém Oriental e para a Cisjordânia, metade dos quais estava em tratamento oncológico.

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