Lucro da EDP sobe 40% para 952 milhões de euros em 2023. Dividendo proposto é de 0,195 euros

O lucro da EDP subiu 40% em 2023 face ao ano anterior, para os 952 milhões de euros. Conselho de Administração propõe dividendo de 0,195 euros.

O lucro da EDP subiu 40% em 2023 face ao ano anterior, para os 952 milhões de euros, comunicou a empresa esta quinta-feira. Este número regista-se depois de, no dia anterior, a elétrica portuguesa ter anunciado uma descida para metade nos lucros da sua subsidiária de energia limpas, a EDP Renováveis.

“O resultado líquido da EDP aumentou para 952 milhões de euros em 2023 suportado pela recuperação da produção hídrica em Portugal para níveis em linha com a média histórica (após a seca extrema de 2022), o aumento de resultados provenientes do Brasil, onde a EDP passou a deter 100% da sua subsidiária EDP Brasil, assim como os ganhos em transações de rotação de ativos renováveis em Espanha, Polónia e Brasil”, justifica a elétrica.

A informação foi divulgava através da página do regulador dos mercados, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Em paralelo, a dívida líquida do grupo cresceu 16% para os 15,3 mil milhões, “refletindo a aceleração do investimento em renováveis e redes de eletricidade, bem como a aquisição dos minoritários da EDP Brasil”, movimentos em parte compensados pelos aumentos de capital da EDP e EDP Renováveis realizados no primeiro trimestre do ano passado.

O investimento direcionado para a expansão subiu 33% para os 5,2 mil milhões de euros, dos quais apenas 515 milhões se dirigiram ao alargamento das redes. O resto do montante diz respeito a renováveis.

O terceiro mercado no qual a EDP mais investiu (13%) foi Portugal, atrás da fatia de 46% que teve como destino os Estados Unidos e os 18% que couberam ao Brasil. Neste período, a EDP alocou 96% do seu investimento total a projetos de energias renováveis (4,4GW de capacidade renovável em construção) e ao desenvolvimento das redes de eletricidade em Portugal, Espanha e Brasil.

Por fim, o comunicado informa que o Conselho de Administração Executivo irá propor à Assembleia Geral de Acionistas a distribuição de um dividendo relativo ao exercício de 2023, no valor de 0,195 euros por ação, refletindo um payout ratio de 63%, “em linha com a política de dividendos estabelecida no plano estratégico”, que se estende até 2026.

A EDP Renováveis alcançou lucros de 309 milhões de euros em 2023, metade do resultado líquido conseguido no ano anterior. A queda é justificada, entre outros fatores, pela redução do preço médio de venda do megawatt-hora (MWh) em 6%, reflexo dos preços mais baixos da eletricidade na Europa em comparação com os máximos alcançados em 2022.

(Notícia em atualizada pela última vez às 19h02)

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Tecnológica Blip quer contratar 300 pessoas este ano

  • Trabalho
  • 29 Fevereiro 2024

Blip quer crescer a equipa de 700 pessoas para mil este ano. As vagas em questão visam essencialmente "reforçar as equipas de desenvolvimento". Algumas das oportunidades poderão ser para estagiários.

A tecnológica portuguesa Blip está a contar recrutar 300 pessoas ao longo deste ano, “em grande medida na área das tecnologias de informação”. Algumas destas vagas, poderão ser ocupadas por jovens recém-licenciados em estágios remunerados de nove meses, informa a empresa.

“A Blip estima um crescimento de cerca de 40% no número de colaboradores em Portugal, passando dos atuais 700 para próximo de 1.000 até ao final do ano. Como parte deste plano de crescimento, antecipa a contratação de 300 novos perfis“, anunciou a tecnológica, numa nota enviada esta quinta-feira às redações.

As vagas em questão visam essencialmente “reforçar as equipas de desenvolvimento“. Por isso, as funções de back-end, front-end ou engeneering manager representam cerca de um terço das posições. Mas há também vagas nas áreas de produto, cloud automation, cloud database ou site reliability.

Entre os benefícios oferecidos a estes trabalhadores, estão a grande flexibilidade na escolha do formato de trabalho, “que poderá ser remoto, presencial ou híbrido”, e uma política de apoio à parentalidade, que “oferece até três meses extra de licença parental financiados pela empresa, três complementos financeiros pagos anualmente durante os primeiros três anos da criança, ou uma combinação das duas opções anteriores”.

“Os colaboradores têm também a oportunidade de trabalhar até 20 dias úteis por ano fora de Portugal. Adicionalmente, é-lhes disponibilizado um apoio anual de 1.000 euros para investirem no desenvolvimento de competências técnicas ou soft skills, no acesso a conferências ou formações, ou mesmo na aquisição de livros e manuais que as complementem”, explica a empresa.

Fundada no Porto em 2009, a Blip foi adquirida em 2021 pela Betfair, tendo feito parte dos movimentos que culminaram na criação do grupo Flutter Entertainment, “líder mundial no mercado de apostas desportivas e iGaming“.

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Trabalhadores da CGD em greve na sexta-feira contra aumentos “irrisórios”

  • Lusa
  • 29 Fevereiro 2024

O STEC recordou que se fala muito da necessidade de aumentar salários em Portugal e "administração do banco público" devia dar o "exemplo".

Os trabalhadores da CGD estão em greve esta sexta-feira contra aumentos salariais de 3,25% que os sindicatos consideram “irrisórios” face ao custo de vida e lucros do banco público de 1.000 milhões de euros.

A greve foi inicialmente convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC), depois de o banco público ter revisto a sua proposta de atualização salarial ligeiramente, de 3% para 3,25%, considerando então o STEC (que pedia 5,9% com um mínimo de 110 euros) que se tratam aumentos “irrisórios e absurdos”.

Em comunicado divulgado esta quinta-feira, o STEC recordou que se fala muito da necessidade de aumentar salários em Portugal, mas que a “administração do banco público, que é tutelado pelo Ministério das Finanças, tem de dar o exemplo até porque os lucros históricos” o permitem, ao mesmo tempo que o banco se manteria sólido e poderia devolver dinheiro aos contribuintes.

O STEC diz que a greve servirá para exigir aumentos salariais dignos, medidas para contratar mais funcionários e combater a degradação das condições de trabalho e uma CGD “pública, forte e sólida, ao serviço do país e das populações”. À convocação de greve juntaram posteriormente os sindicatos dos bancários ligados à UGT (Mais Sindicato, SBN e SBC). Também o Sintaf, ligado à CGTP, apelou à paralisação.

Quando a greve foi convocada, a CGD mostrou estranheza que tal fosse feito quando ainda decorria o processo de discussão com os sindicatos, considerando que com isso o STEC “entendeu desvalorizar as negociações”. Disse ainda o banco que “esta greve corre o risco de confundir processos negociais com posições políticas”.

Já esta segunda-feira, nas vésperas da greve, a CGD anunciou que, a pensar no interesse dos funcionários, vai avançar com a atualização salarial média de 3,25% (com mínimo de 52,63 euros) já no salário deste mês, com efeitos a 01 de janeiro, e acrescentou que com promoções, prémios e incentivos o aumento da massa salarial global é de 7,2%.

Para o STEC, esta decisão inédita da empresa de avançar unilateralmente com essa atualização “viola o direito à Contratação Coletiva estabelecido na Constituição da República Portuguesa e no Código do Trabalho, subvertendo e desvirtuando o processo negocial” e demonstra “má-fé”.

Esta quinta, em comunicado, a Comissão de Trabalhadores (CT) da CGD considerou que o que o banco público fez foi uma “astuciosa manobra de aliciamento” e que quer dar a entender que se preocupa com trabalhadores “quando ainda há poucos dias rejeitou uma série de medidas de âmbito social propostas pela CT para mitigar essas mesmas dificuldades”.

A CT diz ainda que há várias informações que o banco público passa que não estão bem explicadas e com que pretende confundir a opinião pública, caso dos salários dos funcionários. Em específico, critica a CGD por, nos seus comunicados, falar em 2.717 euros de remuneração bruta total mensal média (sujeita a impostos), quando – diz – engloba o conjunto dos 18 níveis remuneratórios e subsídio de almoço, pelo que transparência seria “revelar o valor do salário base em cada nível”.

“Esta revelação (do salário base real do trabalhador) sem subterfúgios e espertezas saloias, revelaria as grandes assimetrias da grelha salarial atual na CGD e as gritantes injustiças e desigualdades entre trabalhadores”, refere a CT. A acompanhar a greve haverá uma concentração de trabalhadores esta sexta-feira frente à sede da CGD, em Lisboa, às 12:00.

A CGTP anunciou que o seu novo secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, marcará presença. Em comunicado, a central sindical considerou “irrisório” o aumento de 3,25% e disse que a decisão inédita da empresa de avançar unilateralmente com essa atualização revela má-fé e “viola o direito à Contratação Coletiva, subvertendo e desvirtuando o processo negocial”.

A CGD foi o único dos grandes bancos que ainda não apresentou resultados, mas a previsão é que sejam históricos já que até setembro teve lucros de 987 milhões de euros (mais 43% face ao mesmo período de 2022).

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Dinheiro vivo é o único meio de pagamento sem custos

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  • 29 Fevereiro 2024

A primeira conferência anual da Denária destacou o facto de o dinheiro vivo ser o único meio de pagamentos sem custos para os comerciantes.

A Denária Portugal realizou, na passada quinta-feira, a sua primeira Conferência Anual, na Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, onde, entre outros aspetos, foi destacado que o dinheiro vivo é o único meio de pagamento sem custos para os comerciantes e a importância de existir pelo menos um ATM em cada junta de freguesia.

Entre outros oradores, Vasco Mello, vice-presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, apontou alguns dos principais problemas que os comerciantes enfrentam com o uso de outros métodos de pagamento que não o numerário: os cartões representam uma despesa para os comerciantes, através da TSC (Taxa Serviço Comerciante). Uma eventual eliminação do numerário deixaria os comerciantes sem alternativa sem custos em termos de meios de pagamentos. Vasco Mello afirmou, ainda, que o cashless estava já bastante avançado nos países nórdicos, mas tem vindo a experienciar agora um retrocesso, com os nórdicos a quererem a reintrodução da moeda física.

No mesmo evento, Miguel Pina Martins, presidente da Associação de Marcas de Retalho e Restauração, também defendeu a importância da existência de uma alternativa sem custos, que permita fazer frente ao monopólio da SIBS, e permita pressionar a descida da TSC que inviabiliza certos negócios pelo peso que representa para os comerciantes. Frisou também que nunca poderá estar em avaliação qualquer tipo de eliminação do numerário sem uma alternativa homóloga, sem custos, que não resulte numa consolidação ainda maior do monopólio já existente.

Por sua vez, Nuno Gaudêncio, vice-presidente da ANAFRE, afirmou que a população mais envelhecida deve sempre ter o direito de gerir o seu orçamento por via do numerário, especialmente pela dificuldade acrescida em utilizar ferramentas digitais. Neste ponto, abordou as grandes dificuldades que enfrenta o comércio local, que não só se encontra em risco pela concorrência difícil das grandes superfícies comerciais, mas ainda pelas altas comissões bancárias e TSC, o que faz do numerário o método de pagamento preferencial e que mais ajuda o comércio local.

Com vista a poder realmente levar o direito à utilização do numerário a todos, a ANAFRE tem vindo a defender a importância de um ATM por freguesia, algo que se tem vindo a provar difícil pelos valores muito elevados que a banca apresenta às Juntas de Freguesia para o efeito, havendo juntas que não conseguem suportar este custo. Neste sentido, apela a uma intervenção do governo sobre esta matéria.

Pedro Sousa Marques, Diretor do Departamento de Emissão e Tesouraria (DET) do Banco de Portugal, sublinhou o compromisso assumido pelo Eurosistema de garantir que será sempre possível pagar com dinheiro, caracterizando este método como o “rei dos meios de pagamento”, apontando ainda que 2023 foi o ano recorde de notas em circulação. Pelas inúmeras vantagens do numerário, que apontou na sua intervenção, referiu ainda um outro compromisso do Eurosistema, o de garantir a universalidade do Euro como meio de pagamento, havendo um esforço no sentido de criar notas mais seguras e inovadoras, ainda mais resistentes à contrafação que as atuais, com características ainda mais inclusivas, por exemplo pensada para pessoas invisuais.

Mário Frota, mandatário da Denária Potugal, sublinhou, uma vez mais, um dos principais compromissos da Denária, o da defesa da aplicação de coimas para a restrição aos pagamentos em numerário, no seu discurso que enumerou ainda os diversos riscos ligados às restrições de utilização do numerário, bem como da crescente digitalização que, sem uma opção analógica para quem assim o desejar, levará ao crescimento de vítimas de burlas.

O evento contou, ainda, com a participação de Isabel Jonet, Joana Amaral Dias, Susana Almeida, Presidente da Associação Portuguesa de Direito do Consumo e José Carlos Batalha, presidente das IPSS de Lisboa, que abordaram a importância do numerário como uma ferramenta fundamental para muitas famílias, que, de outro modo, perdem a noção da gestão do orçamento familiar, sobretudo num contexto de menor literacia financeira, o que é uma realidade em Portugal, tornando o numerário numa ferramenta que permite maior igualdade e acessibilidade.

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Agricultores podem apresentar Pedido Único da campanha de 2024 entre março e maio

  • Lusa
  • 29 Fevereiro 2024

“O período de apresentação do PU da campanha 2024 decorrerá entre 01 de março e 31 de maio de 2024”, segundo uma nota do IFAP.

Os agricultores podem apresentar o Pedido Único (PU) da campanha de 2024 entre 1 de março e 31 de maio, segundo a informação disponibilizada pelo Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP). “O período de apresentação do PU da campanha 2024 decorrerá entre 01 de março e 31 de maio de 2024”, segundo uma nota do IFAP.

O PU é um pedido de pagamento direto das ajudas que fazem parte dos regimes sujeitos ao SIGC – Sistema Integrado de Gestão e Controlo. Este pedido abrange os pagamentos diretos, os apoios associados, ecorregimes, desenvolvimento rural, pagamentos da rede natura, a manutenção da atividade agrícola em zonas desfavorecidas e as medidas florestais.

Segundo o mesmo documento, o beneficiário pode apresentar o PU na área reservada do portal do IFAP. “Aconselhamos que verifique previamente se a sua informação de beneficiário (IB) e da sua exploração, nomeadamente as suas parcelas (SIP) e os seus animais (SNIRA), se aplicável, está atualizada nas bases de dados do IFAP”, avisou.

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Fábrica do Futuro: A Reinvenção Total das Organizações

  • ECO
  • 29 Fevereiro 2024

O impacto das tecnologias emergentes nas empresas foi o mote da sessão promovida pela Accenture, em parceria com o ECO, que contou com vários líderes da indústria para discutir o tema.

Vários líderes empresariais e especialistas da indústria marcaram presença na sessão dedicada ao tema “Fábrica do Futuro: A Reinvenção Total das Organizações“, que teve como objetivo avaliar o impacto que as tecnologias emergentes, como a Inteligência Artificial, estão a trazer para a indústria e, ainda, apresentar uma visão de futuro alinhada com o cenário tecnológico atual.

O evento, organizado pela Accenture, em parceria com o ECO, decorreu ontem, das 10 horas às 11h30, no edifício da Accenture, em Matosinhos, e foi iniciado por Manuela Vaz, presidente da Accenture Portugal, que deu as boas-vindas a todos os presentes e lançou o tema da sessão ao dizer: “Acho que todos concordamos que a digitalização tem muito para fazer no chão de fábrica e na indústria”.

A conferência começou com uma apresentação de Pascal Brosset, Managing Director – Industry X, Digital Production & Operations Global Lead da Accenture, que apontou as quatro pontos imperativos que orientam os investimentos e a inovação da fábrica do futuro: “a resiliência, a flexibilidade, a sustentabilidade e a escassez de talento”.

“Muitos clientes sabem onde estão as oportunidades, mas não o que fazer com elas. Sabem por onde ir, mas não sabem como pôr em prática essa tecnologia“, afirmou Pascal Brosset que, nesse sentido, destacou a importância de haver uma adaptação à nova realidade, que implica flexibilidade: “Para sermos resilientes, temos de ser flexíveis. É importante perceber como mudamos a maneira como as pessoas trabalham, de forma a não contribuírem para a confusão, mas sim para criarem um sistema mais inteligente”.

A integração de processos através do “digital twin”

Para isso, o Managing Director – Industry X, Digital Production & Operations Global Lead da Accenture garantiu que, “em todas as indústrias, a produção tem de ser fortemente integrada em fluxos de valor de ponta a ponta” que acabam por ir além das “quatro paredes da fábrica”.

Assim, Pascal Brosset defendeu que, “para atingir o próximo nível de desempenho, as operações têm de ser otimizadas como um todo”, de forma a tornarem-se autónomas. “A obtenção de operações autónomas exige, então, uma reformulação da arquitetura de fabrico e a
a solução consiste em tirar partido da tecnologia moderna de gestão de dados para integrar as camadas num modelo unificado de operações, também conhecido como ´digital twin´”.

Ao contrário dos sistemas de IT tradicionais, o responsável da Accenture explicou que o ´digital twin´ pode/deve ser desenvolvido de forma incrementada, com base em sucessivos casos de uso. “Não basta tirar os dados dos sistemas antigos e colocá-los nos novos. É preciso criar relações entre todos. Daí a necessidade de se fazer casos de uso, que têm de se pagar a si mesmos em meses. Ganhar dinheiro com eles vem com o tempo“, disse.

“A tecnologia está aqui e o nosso trabalho é simplificá-la”, continuou Pascal Brosset, que acrescentou: “O desenvolvimento de um ´digital twin´ de base pode ser feito numa questão de semanas, incluindo applets de circuito fechado baseados em linguagem de programação e capacidades básicas de IA Generativa para apoiar as operações quotidianas. Hoje, em duas semanas, nós conseguimos criar um plano e resolver problemas complexos neste tempo“.

A tecnologia na indústria têxtil

A segunda apresentação do evento esteve a cargo de Manuel Gonçalves, Executive Board Director, TMG Group, que falou sobre o mais recente projeto desenvolvido pela TMG Group, que tem como objetivo “desenvolver uma nova unidade de negócios que funde a indústria tradicional com as tecnologias da Internet, criando um ecossistema onde designers, retalho especializado e fabricantes se reúnem para os negócios”.

E assim nasceu a “ARTNETIC“, uma rede que combina o talento de artistas com a experiência de fabricantes suportados por uma rede de retalhistas especializados. Assim, dentro desta rede está a “arte”, que conta com dois grupos – os Fashion Designers, que criam novas peças sem cor (TeckPacks); e os Art Designers, que aplicam as suas artes nos TeckPaks -, depois está o retalho, que compõe a seleção de artigos e coloca pré-encomendas, e, ainda, a produção, onde os fabricantes encontram uma plataforma transparente para ajustar o rendimento do seu trabalho.

A principal intenção com a criação deste projeto foi, segundo Manuel Gonçalves, “criar uma anarquia criativa para desafiar os atuais modelos de negócio da moda“. “Aqui, os Fashion e Art designers recebem royalties por cada peça, mas o objetivo é que eles próprios promovam os produtos que produziram”, afirmou.

Para isso, o ARTNETIC conta com uma impressora digital que, “por cada ponto de cor, põe um ponto branco antes, o que permite imprimir na cor preta e numa maior abrangência de materiais“. Ao mesmo tempo, a tecnologia moderna desta máquina permite, ainda, fazer peças únicas sem ter processos produtivos tão dispendiosos como no passado.

Além disso, associado a este projeto há um sistema de visualização da peça digitalizada numa figura 3D. Esta figura pode ser adaptada a qualquer medida, corpo, cor, cabelo, etc, o que pode ser um fator disruptivo na forma como se vai “experimentar” roupa no futuro. “A partir do momento em que temos todas as peças digitalizadas, significa que amanhã podemos ter as nossas caras e corpos a vestir e despir as roupas, em vez de termos de ir para uma loja“, garantiu.

Quais os obstáculos à mudança?

Na conferência houve, ainda, espaço para um debate, moderado por António Costa, diretor do ECO, que contou com a presença de Ângelo Ramalho, Chief Executive Officer da Efacec; Manuel Gonçalves, Executive Board Member do TMG Group; Pedro Matos Silva, Digital Technology Center da The Navigator Company; e António Pires, Responsável pela área de Industry X da Accenture Portugal.

Nesta conversa, os quatro imperativos mencionados por Pascal Brosset voltaram a ser tema, com Ângelo Ramalho a considerar que o mais difícil de resolver é a escassez de talento. “A criação acontece a partir do talento das pessoas. Tudo o que tem a ver com a atração de pessoas é fundamental, mas isto é um processo em contínuo. Há dificuldades de contexto, por isso temos de criar mais condições de atração. Às empresas cabe o papel de crescerem em termos de criação valor, já que isto é um processo circular. Temos de crescer e nos posicionar em pontos mais altos da cadeia de valor“.

Por sua vez, Pedro Matos Silva referiu a flexibilidade como outro dos imperativos difíceis de pôr em prática: “Além do talento, a flexibilidade. Nós somos uma indústria bastante consolidada. Fomos crescendo com tecnologia que se reparte pelas várias áreas do nosso contexto e, hoje em dia, é um desafio questionar os modelos de negócio e a interceção das partes“.

“Nós, neste momento, estamos numa fase de construção de uma equipa que seja capaz de conseguir desenvolver projetos baseados na utilização dos dados e aumentar eficiências. De facto, a área industrial lida com o problema de atrair as pessoas para este setor. Não é fácil. Nós trabalhamos em contínuo, temos processos de elaboração contínua e estes processos têm muita dificuldade em encontrar pessoas que queiram trabalhar num regime de rotação de turnos“, revelou.

Neste ponto, Manuel Gonçalves garantiu que “adaptar os sistemas de chão de fábrica às novas realidades”, através da sensorização de equipamentos, por exemplo, pode ajudar muito neste processo. Ainda assim, alertou para a necessidade de se “ir fazendo” e não “fazer tudo de uma vez”: “A cor tem muitas variáveis que interferem no resultado final. Se conseguirmos compilar toda esta informação numa base de dados que tenha todas as opções de cor, se calhar daqui a uns anos conseguimos ter essa informação na receita à primeira. Mas demora anos porque é preciso construir dados. Ainda assim, se não construirmos dados hoje, vai demorar mais”.

A importância dos dados também foi destacada por António Pires, que explicou que “há casos de transformações sucessivas que vão abrindo caminho para a transformação digital com os dados, mas sem os dados não conseguimos fazer isso“. “É um desafio muito grande cruzar as áreas de produção, onde chegam uns indivíduos que não percebem nada de produção e começam a sugerir aspetos a pessoas que efetivamente percebem de produção. Por isso, temos de construir quadros de colaboração entre as centrais que nos permitam avançar sem perder peças pelo caminho“, afirmou.

“Estas questões do papel de cada um de nós enquanto líderes e na forma como ajudamos as nossas pessoas a ultrapassar estes desafios é um fator primário”, disse, por sua vez, Ângelo Ramalho, que ainda explicou que na Efacec tentam resolver esse problema ao conciliar a capacidade humana com a da máquina: “Digitalizamos, sensorizamos e envolvemos as pessoas e os operadores nestes processos, por forma a fazer deles a parte mais interessada em que o projeto se desenvolva com sucesso porque eles serão os primeiros beneficiados“.

Para Pedro Matos Silva, “esta transformação é um imperativo”, e, por essa razão, “tem de ser incorporada”. “Temos que ultrapassar os desafios de flexibilidade e de talento por várias razões, entre as quais a sustentabilidade, desde logo pela rentabilidade dos negócios“, acrescentou.

A visão de futuro é, ainda assim, otimista. “Podemos esperar um acelerar destas tendências com a utilização de todo este poder computacional, ao qual temos de somar este tema da IA. A conjugação destes fatores e dos dados que estão disponíveis, bem como da capacidade que temos para os trabalhar, leva a um acelerar deste tema, a mais competitividade, a mais capacidade de resposta aos clientes, a uma maior flexibilidade e resiliência. Vamos conjugar tudo isto”, concluiu António Pires.

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Conferência Procura+ destaca compras públicas circulares

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  • 29 Fevereiro 2024

A 11º edição da Conferência Procura+ realiza-se no dias 13 e 14 março e irá abordar o tema das compras públicas sustentáveis, de inovação e circulares na Europa.

As diversas perspetivas sobre como as compras públicas ecológicas, sociais, inovadoras e circulares são implementadas em toda a Europa serão o mote da 11ª Conferência Procura+, que se vai realizar nos dias 13 e 14 de março, em Lisboa.

No dia 13 de março, a Conferência será aberta por Carlos Moedas, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, e Katrin Stjernfeldt Jammeh, Presidente da Câmara Municipal de Malmö e Presidente da Rede Procura+. Ambos os presidentes salientarão a forma como as autoridades públicas podem utilizar os contratos públicos para efetuar mudanças, que terão um grande impacto na transformação das sociedades.

Durante a sessão de abertura, serão acompanhados pelos oradores Janez Potocnik, Comissário Europeu para o Ambiente de 2009 a 2014 e, atualmente, copresidente do Painel Internacional de Recursos do PNUA, bem como por Abby Semple, Public Procurement Analysis, e Erika Bozzay, Senior Policy Adviser, Infrastructure and Public Procurement Division, OCDE.

Ao longo do primeiro dia de conferência existirão, ainda, cinco sessões de aprofundamento. A primeira terá como tema os Contratos Públicos Socialmente Responsáveis (CPsr)”, na qual será explicado como os contratos públicos podem ter um maior impacto no futuro enquanto facilitadores da transição justa. A segunda vai abordar as estratégias de contratos públicos que as cidades e as organizações adotam para promover resultados sustentáveis e inovadores em projetos de infraestruturas e construção, e a terceira, dedicada ao tema dos contratos públicos inovadores, vai explicar de que forma os desafios socioeconómicos complexos (especialmente no contexto da evolução do panorama tecnológico) podem ser resolvidos através de abordagens novas e inovadoras em matéria de contratos públicos. As duas últimas sessões explorarão a forma como os contratos públicos podem impulsionar a transição circular e como os compradores públicos podem contribuir para a mudança para sistemas alimentares mais justos, inclusivos e sustentáveis.

A última sessão do primeiro dia analisará a forma como o desenvolvimento profissional, a atualização de competências e a gestão da mudança são cruciais para o avanço da contratação pública estratégica e sustentável. A sessão será conduzida por Erika Bozzay, conselheira política sénior da OCDE e Alexandra Vandevyvere, da Circular Flanders.

O dia terminará com a revelação dos vencedores do Prémio Procura+ 2024, nas categorias Contrato Público Sustentável do Ano, Contrato Público Inovador do Ano e Iniciativa em Contratos Públicos do Ano, no qual Lisboa é candidata, e com um jantar de celebração.

Já o segundo dia da Conferência, dia 14 de março, vai começar com uma sessão liderada por Paul Louis Iske, Chief Failures Officer of Institute for Brilliant Failures, na qual os compradores públicos vão confessar os seus erros e mostrar que, por vezes, só é possível efetuar mudanças significativas que conduzam a um grande impacto se forem retiradas as lições certas desses erros.

A sessão de encerramento, conduzida por Carlos Moedas, explorará a forma como os contratos públicos podem lidar e influenciar os desafios contemporâneos (como a inflação, a turbulência geopolítica, a perturbação do aprovisionamento e as alterações nos quadros políticos nacionais e europeus) para adquirirem uma importância ainda mais estratégica.

O Presidente da Câmara Municipal de Lisboa sublinha: “Lisboa orgulha-se de acolher a Conferência Procura+ 2024. Como vencedora do prémio Capital Europeia da Inovação, a cidade oferece um ambiente único para discutir, experimentar e reinventar abordagens à sustentabilidade e às práticas de contratação pública. Lisboa investe tempo na qualificação do pessoal de compras, envolvendo o mercado e apoiando a mudança para tirar o máximo proveito das compras para atingir os objetivos da cidade”.

Os participantes terão também muitas oportunidades para discutir a colaboração e o trabalho em rede. Em ambos os dias, haverá um Market Lounge com mais de 50 mesas redondas, centradas numa grande variedade de tópicos, tais como os contratos públicos éticos, a economia de valor social, os contratos de TIC, o diálogo com os fornecedores, a descarbonização e muitos outros.

Como refere Mark Hidson, Diretor Global do Centro de Compras Sustentáveis do ICLEI: “Estas sessões têm estado no centro da série de conferências Procura+, oferecendo uma conversa próxima e pessoal com colegas de compras que partilham as mesmas ideias. O ICLEI organiza a série de conferências Procura+ há mais de 25 anos e estamos muito satisfeitos com a parceria com Lisboa para a edição deste ano. A conferência irá proporcionar aos participantes a oportunidade de elevar os seus conhecimentos sobre compras, expandir a sua rede profissional e descobrir os mais recentes desenvolvimentos e abordagens que moldam as práticas de compras sustentáveis, circulares e inovadoras”.

Os interessados em assistir ao evento podem inscrever-se aqui. Para mais informações, consulte o Programa da Conferência.

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ECO da Campanha: vantagem da AD em nova sondagem “aquece” a rua

Montenegro afasta "excesso de otimismo", Rui Rocha pede maioria de direita e até Rui Tavares admite "dialogar". À esquerda, Pedro Nuno desvaloriza assim como Mortágua e defendem ferrovia e habitação.

As caravanas dos partidos seguem estrada fora, embaladas pela segunda sondagem que volta a dar vantagem à Aliança Democrática (AD), coligação que junta PSD, CDS e PPM, sobre o PS. Luís Montenegro afasta “excesso de otimismo”, Rui Rocha, da IL, pede maioria de direita e até Rui Tavares, do Livre, admite “dialogar” com a “maioria democrática”. À esquerda, Pedro Nuno Santos desvaloriza a sondagem assim como a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, e preferem focar-se em temas concretos, como a ferrovia e habitação, respetivamente.

O dia ficou ainda marcado pela passagem do líder do PS por Vendas Novas, uma das localizações mais viáveis a par de Alcochete para o novo aeroporto da região de Lisboa. Mas Pedro Nuno Santos recusou falar da infraestrutura aeroportuária. Logo pela manhã, comeu uma bifana com mostarda, bebeu uma cerveja, e quando foi questionado sobre se o novo aeroporto poderia ficar em Vendas Novas, atirou: “Não vou falar nisso”.

Marisa Matias fez uma aparição na campanha do BE e atacou a ‘lei Cristas’, “que está a expulsar as pessoas das cidades”, no dia em que, por coincidência, a antiga líder do CDS, Assunção Cristas, se juntou à AD, em outros momentos altos do dia.

Tema quente

A sondagem, divulgada na quarta-feira à noite, que dá vantagem à AD (33%) sobre o PS (27%), aqueceu o quarto dia de campanha. Os partidos à direita aproveitaram a dose dupla de energia, já que é a segunda projeção consecutiva que dá maioria à coligação, ainda que tanto AD como os socialistas surjam a perder votos face ao último estudo de opinião.

Luís Montenegro reconheceu que os resultados mostram uma “tendência” que é a da “rua”, reiterando a necessidade de conquistar “voto a voto” na campanha. Mas depois vestiu o casaco da humildade e afastou o excesso de otimismo: “Se alguém pensa que vamos entrar numa onde excessiva de euforia, não me conhece”.

Mais efusivo, o líder da IL, Rui Rocha, defendeu que está na “altura” de “pedir uma maioria clara para que essa mudança seja afirmada”, pelo que pede o “voto forte na IL”, na certeza de que este “transformará o país” e garantirá que essa “mudança” acontece com “certeza e firmeza”. E até o porta-voz do Livre, Rui Tavares, admitiu “dialogar” com a “direita democrática” para temas que precisam de consensos alargados, mas não para acordos de governação.

Já Pedro Nuno Santos e Mariana Mortágua desvalorizaram as projeções. “Nós preferimos que elas [as sondagens] sejam boas, mas não podemos ignorar o que aconteceu nos últimos tempos”, afirmou o líder do PS, lembrando que nos Açores davam a vitória ao PS e isso não aconteceu e, nas legislativas antecipadas de 2022, em que as projeções davam empate entre PS e PSD ou os socialistas atrás e o partido de António Costa conseguiu maioria absoluta.

“Temos de relativizar e estar concentrados no nosso trabalho, explicar às pessoas o que está em causa e o que está em risco.” Mortágua alinhou pelo mesmo diapasão: “Ninguém vota a olhar para as sondagens, toda a gente viu o que aconteceu nas últimas eleições. O que conta são os partidos e propostas em que acreditamos”.

A figura

Marisa Matias.

A eurodeputada pelo Bloco de Esquerda, e cabeça de lista pelo Porto, juntou-se esta quinta-feira à campanha eleitoral ao lado de Mariana Mortágua durante um desfile no Largo do Carmo, em Lisboa.

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua (C-D), acompanhada pela eurodeputada e cabeça de lista do BE pelo círculo eleitoral do PortoFILIPE AMORIM/LUSA

A frase

"No dia a seguir o seu Ministério da Saúde [do PS] encerra, a partir de abril, sete ou oito valências de cirurgia de cancro na mama. Encerrar cirurgias de cancro da mama em várias unidades de saúde é um retrocesso brutal.”

Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP e líder da CDU

A surpresa

Numa visita ao centro de saúde de Odemira, no distrito de Beja, o porta-voz do Livre, Rui Tavares, admitiu, pela primeira vez “dialogar” com a direita, mas sem o Chega. Questionado sobre cenários pós-eleitorais, Tavares afirmou, esta quinta-feira que “a direita democrática tem de ter com quem dialogar”. E acrescentou que quando a direita, formada pela Aliança Democrática (AD), coligação que junta PSD, CDS e PPM, e Iniciativa Liberal (IL), clarificar “que não conta com a extrema-direita para nada, é possível fazer muita coisa em conjunto que é necessária para melhorar a nossa democracia”, acrescentou.

A surpresa foi de tal ordem que a assessoria do partido teve de enviar um esclarecimento ao ECO para defender que a disponibilidade para o diálogo é apenas para “temas como revisões constitucionais, que necessitem de consensos alargados, e não para a governação”. Se a direita ganhar, o Livre vinca que “será oposição, dialogando”. “Se a esquerda ganhar, faremos parte da solução”, segundo fonte oficial do partido.

Rui Tavares, porta-voz do Livre

Prova dos 9

Eleitores preocupados com parecenças entre as siglas da AD e a ADN no boletim de voto?

"Têm-nos feito chegar preocupações de eleitores que ficam confusos quando veem as simulações de boletim de voto porque há uma parecença entre a sigla da AD e a da ADN. A ordem [dos partidos no boletim] não é igual em todos os círculos eleitorais, mas pessoas têm que ter esse esclarecimento.”

Luís Montenegro, líder da Aliança Democrática e presidente do PSD

Luís Montenegro foi confrontado pelos jornalistas, em Ansião, com o facto de alguns eleitores estarem a alertar para o facto de as semelhanças entre as siglas da AD e da ADN poderem levar alguns eleitores a votar erradamente no dia das eleições, a 10 de março. O alerta acontece dias depois da divulgação do mais recente tracking poll da TVI/CNN Portugal, no qual a Alternativa Democrática Nacional (antigo PDR), liderada por Bruno Fialho, surge com 1% das intenções de voto, atrás da CDU de Paulo Raimundo.

Não quero que nenhum eleitor que queira votar na ADN, vote na AD“, sublinhou o líder da coligação PS, CDS e PPM, esta quinta-feira. Um dia depois de já ter feito o mesmo apelo num comício em Évora. “Esta candidatura tem a sigla AD, Aliança Democrática. Há uma outra candidatura que é o ADN que não tem nada a ver connosco“.

Embora a ordem de listagem dos partidos não seja a mesma em todos os círculos eleitorais, e os logótipos dos dois partidos sejam diferentes (no caso da alínea dedicada à AD constam três logótipos referentes aos três partidos que formam a coligação), as duas siglas têm suscitado dúvidas entre os eleitores nas redes sociais. Sobretudo depois de alguns eleitores já terem exercido o seu voto antecipadamente. No X (antigo Twitter) alguns utilizadores têm chamado a atenção para esta realidade.

Conclusão: Verdadeiro.

Norte-Sul

A campanha eleitoral prossegue nas ruas, de Norte a Sul. Depois do pequeno-almoço reforçado, o secretário-geral do PS prosseguiu o quinto dia de campanha eleitoral em Évora com uma visita ao Hospital Central do Alentejo e às obras ferroviárias do Corredor Internacional Sul, terminando o dia com um comício em Portalegre.

Por seu turno, Luís Montenegro, líder da Aliança Democrática (AD) passou por Ansião, em Leiria, para visitar um empresa de têxteis (onde tirou medidas para “um fato exclusivo de primeiro-ministro”, depois de ontem ter sido atingido por tinta), seguindo caminho depois para Santarém, onde visitou o centro de estágios de Rio Maior e interveio num comício em Ourém.

O líder do Chega manteve-se pelo norte, começando por Bragança e rumando a Guarda, onde tem marcado um jantar-comício. Por seu turno, Rui Rocha, presidente da IL, começou o dia em Setúbal com a uma reunião com a Navigator, dedicando o resto do dia a visitar as escolas artísticas do conservatório e a contactar com estudantes, em Lisboa.

Por Lisboa encontram-se também os partidos mais à esquerda. Nomeadamente, a CDU de Paulo Raimundo – que de manhã fez um desfile em Queluz, no concelho de Sintra, e à tarde visitou a Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa – e o Bloco de Esquerda de Mariana Mortágua que visitou a antiga escola Veiga Beirão e o museu do Grupo Dramático e Escolar “Os Combatentes”, antes de rumar a Leiria para um comício de campanha.

A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, esteve por Viseu para um encontro com bombeiro e uma manifestação dos professores, seguindo caminho para a Covilhã, ao passo que a campanha de Rui Tavares, coordenador do Livre, centrou-se por Beja e Faro.

Amanhã, assinala-se o sexto dia de campanha eleitoral, com os partidos a concentrarem-se mais na região centro do país. Depois dos comícios e arruadas, sobretudo, no norte do país, André Ventura ruma a Viseu, e pelo distrito de Guarda Luís Montenegro e Mariana Mortágua prosseguem as suas respetivas campanhas eleitorais.

A sul, em Castelo Branco, estará Pedro Nuno Santos, enquanto Rui Rocha está por Leiria. Por seu turno, o PAN e o Livre estarão de regresso a Lisboa para mais um dia de campanha, ao passo que a CDU rumará a Évora.

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Parlamento Europeu aprova reforço do poder do regulador europeu da energia e monitorização do gás natural liquefeito

A eurodeputada portuguesa Maria da Graça Carvalho, que foi a relatora principal, assinala o reforço dos poderes do regulador europeu como uma das vitórias mais difíceis do texto.

O Parlamento Europeu aprovou, esta quinta-feira, um diploma que reforça a transparência do mercado de energia europeu, e que é visto como complementar ao novo desenho do mercado, que será votado em abril. Para já, a consolidação das políticas energéticas no bloco dá-se com um poder reforçado do regulador europeu, a uniformização das sanções aplicáveis e também uma maior monitorização dos fluxos de gás natural liquefeito, uma questão que ganha atualidade com o contexto de guerra entre Rússia e Ucrânia.

Em votação final, o novo Regulamento de Proteção da União Contra a Manipulação do Mercado Grossista da Energia (REMIT) contou 440 votos a favor, 31 abstenções e 32 votos contra. A relatora-principal deste diploma foi a eurodeputada do PSD, Maria da Graça Carvalho.

“Quando me atribuíram o relatório, pensei que era técnico mas relativamente simples de chegar a acordo. Mas não, foi difícil, sobretudo no balanço entre as competências europeias e as nacionais“, partilha a eurodeputada, em declarações ao ECO/Capital Verde. Reforçar os poderes de regulação europeus foi o mais desafiante.

Este texto surgiu também como resposta à turbulência registada nos preços da energia no contexto da invasão da Ucrânia pela Rússia. À luz deste novo regulamento, explica Maria da Graça Carvalho, será de esperar que, em situações similares, os operadores sejam mais desencorajados a manipular o mercado, tendo em conta o maior nível de escrutínio e reforço das sanções.

Anteriormente, a Agência de Cooperação dos Reguladores da Energia (ACER) só podia iniciar um escrutínio quando estavam em jogo pelo menos três Estados-membros, número que agora desce para dois. Os reguladores nacionais podem opor-se alegando que já estariam a investigar essa mesma matéria, mas terão de o provar. Caso contrário, os visados são obrigados a cooperar e a artilhar informação. Além disso, a ACER já pode fazer inquéritos, audições e visitar os locais no âmbito de uma investigação, desde que respeitando a lei nacional.

No entanto, concluída uma investigação, quem executa a conclusão é o regulador nacional. Ainda assim, “a ACER pode atribuir sanções e multas bastantes pesadas”, de cerca de 3% do volume de negócios ou 2% do rendimento, caso os atores do mercado se recusem a colaborar.

Ainda no capítulo das multas, foi feita uma uniformização. “Até aqui, eram muito diferentes de país para país”. Agora, uma pessoa singular que tire benefícios indevidos de informação privilegiada pode ser sancionada, o mínimo, em cinco milhões de euros, e uma pessoa coletiva terá de pagar pelo menos 15% do respetivo volume de negócios em caso de manipulação do mercado.

Outra novidade, é que os operadores de países terceiros (fora da UE) também passam a poder ser escrutinados pela ACER, desde que tenham operações na Europa.

Em paralelo, o REMIT dita a monitorização dos circuitos de Gás Natural Liquefeito (LNG, na sigla em inglês) e a publicação destes mesmos dados. Um acompanhamento que Graça Carvalho espera que leve os operadores a respeitar mais as sanções europeias à Rússia, assim que os fluxos se tornem mais transparentes.

De seguida, o REMIT deverá ser validado pelo Conselho Europeu e publicado até 20 dias depois, pelo que Maria da Graça Carvalho espera que este esteja em vigor no próximo mês de abril.

Já no que respeita aos participantes no mercado, foi feito um esforço para reforçar os seus deveres de transparência e de prestação de contas, incluindo participantes oriundos de países terceiros, sendo ao mesmo tempo adotadas medidas destinadas a evitar que os pequenos operadores possam ser sujeitos a um acréscimo de carga burocrática. A reforma procura ainda harmonizar o REMIT com a legislação europeia em geral, nomeadamente as disposições relativas aos mecanismos de fixação de preço do gás natural liquefeito (GNL).

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Ellephant ganha marketing de influência do Rock in Rio

A agência liderada por Marta Pereira vai trabalhar a gestão de criadores de conteúdo, talentos e ativação no digital do festival de música.

Luís Soares (Rock in Rio) e Marta Pereira (Ellephant)

A Ellephant vai trabalhar a estratégia de marketing de influência do Rock in Rio, festival que assinala em 2024 o 20º aniversário. “Reconheço plenamente o poder dos influenciadores nas nossas estratégias de promoção para o evento de 20 anos. Eles desempenham um papel fundamental em alcançar e envolver o nosso público de forma emocionante e próxima dos nossos fãs e seguidores“, refere Luís Soares, head of marketing do Rock in Rio Lisboa, que decorre este ano pela primeira vez no Parque Tejo.

A aposta de Marta Pereira, CEO da Ellephant, passa pela criação de conteúdo disruptivo e emocional. “Numa era com tantos desafios de comunicação, é importante ressaltar a evolução do digital e as novas necessidades do consumidor, bem como a cada vez maior necessidade em investir em conteúdo disruptivo, diferenciador, que desperte emoção, que crie experiências, que fique na memória – como gostamos que o nosso trabalho seja reconhecido”, diz citada em comunicado.

Afirmando-se entusiasmada com a chegada deste novo cliente, Marta Pereira lembra que o Rock in Rio abrange diferentes targets e, nesse sentido, a própria estratégia tem necessariamente de ser adaptada para os alcançar de diferentes formas, não podendo faltar, no entanto, a criação do sentimento de pertença e representação por parte dos influencers, embaixadores e criadores de conteúdos do festival”.

A estratégia segue a linha da campanha de celebração dos 20 anos do Rock in Rio Lisboa criada pela Dentsu Creative “All In Rio”, motes para este ano que assentam na inclusão, diversidade, diferença e igualdade — “Hope in Rio”, “Love in Rio”, “Dance in Rio”, acrescenta.

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Usar lucros dos ativos russos? Portugal defende que decisão deve ser “juridicamente inquestionável e sólida”

  • Joana Abrantes Gomes
  • 29 Fevereiro 2024

Chefe da diplomacia portuguesa reitera que utilização dos proveitos gerados pelos ativos russos congelados deve estar "em linha com o direito internacional e os Tratados da UE".

O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) defende que o uso dos lucros gerados pelos ativos russos, congelados na União Europeia (UE), para apoiar a Ucrânia, seja a nível militar ou da reconstrução do país, deve implicar uma decisão “unânime” dos Estados-membros e ser “juridicamente inquestionável e sólida”.

Há quase um ano que os líderes europeus e dos países do G7 têm debatido a possibilidade de utilizar o dinheiro dos ativos russos congelados para ajudar a Ucrânia. Ao todo, terão sido imobilizados cerca de 300 mil milhões de euros em reservas externas de Moscovo na sequência da invasão russa, dos quais perto de 200 mil milhões se encontram na UE.

Depois de, no início de janeiro, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, ter anunciado que os 27 estavam a equacionar usar os juros dos ativos russos congelados na Europa para reconstruir a Ucrânia depois da guerra, esta semana, a presidente do Executivo comunitário disse que o bloco deveria considerar a possibilidade de utilizar estes lucros para comprar equipamento militar para Kiev.

É altura de iniciar uma conversa sobre a utilização dos lucros extraordinários dos ativos russos congelados para a compra conjunta de equipamento militar para a Ucrânia“, afirmou Ursula von der Leyen, num discurso diante do Parlamento Europeu na terça-feira.

Neste contexto, o ECO questionou o MNE sobre a posição de Portugal nesta matéria. “Qualquer solução que seja encontrada para apoiar a Ucrânia, através da utilização dos proveitos gerados pelos ativos russos imobilizados, implicará uma decisão unânime dos 27 Estados-membros e deverá ser juridicamente inquestionável e sólida, em linha com o direito internacional e os Tratados da União Europeia“, respondeu esta quarta-feira o gabinete do ministro João Gomes Cravinho.

Mais tarde, à margem da cimeira do G20 em São Paulo, o ministro das Finanças disse que era “preciso fazer uma avaliação cuidada dessa proposta do ponto de vista legal, em primeiro lugar” e também do que significa “do ponto de vista da visão política relativamente à evolução do próprio conflito” entre a Rússia e a Ucrânia. “É preciso uma ponderação adequada no seio da União Europeia, essa ponderação ainda não está feita”, disse, em declarações à agência Lusa, Fernando Medina, que acredita ainda que “neste momento” a UE “no seu conjunto não tomará formalmente uma posição” sobre esta matéria.

Apesar dos avisos acerca da compatibilidade com o Direito Internacional, o Conselho da UE adotou, no dia 12 de fevereiro, uma medida que abre caminho para que os lucros gerados pelos ativos russos confiscados possam, em circunstâncias específicas, ser canalizados para a Ucrânia através do orçamento europeu.

De acordo com a decisão dos 27, os depositários centrais de valores mobiliários que detiverem mais de um milhão de euros de ativos do banco central russo devem reservar quaisquer lucros gerados por estes e mantê-los separadamente. Um exemplo é a Euroclear, empresa de serviços financeiros com sede na Bélgica que detém a maioria dos ativos russos congelados na UE e segundo a qual os lucros destes ascendem a mais de 4 mil milhões de euros por ano.

Mas a preocupação não é só ao nível jurídico. No Banco Central Europeu (BCE) também existem algumas reticências com esta possibilidade, temendo que possa vir a desvalorizar o euro e, consequentemente, ter implicações substanciais nos países da moeda única.

(Notícia atualizada às 20h39 com declarações do ministro das Finanças)

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PIB de 2023 dá “mais confiança” para atingir crescimento de 1,5% este ano, estima Medina

  • Lusa
  • 29 Fevereiro 2024

“Portugal teve em 2023 um crescimento muito forte, o terceiro mais alto de toda a União Europeia, aliás, seguindo-se a dois anos de forte crescimento no ano de 2022 e 2021”. disse ministro.

A confirmação de que a economia de Portugal cresceu 2,3% em 2023 permite ao Governo crer que atingirá a meta de crescimento de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, disse esta quinta-feira o Ministro das Finanças, Fernando Medina.

Estes dados [do Instituto Nacional de Estatística] permitem ter mais confiança de que iremos atingir, no ano de 2024, o crescimento que temos previsto, que é um crescimento de 1,5% do PIB num contexto de abrandamento significativo [da economia] na União Europeia”, disse Medina à Lusa numa entrevista à margem da reunião de ministros de Finanças, ministros de Bancos Centrais do G20, realizada na cidade brasileira de São Paulo.

“A União Europeia para nós é um espaço económico muito importante, porque é o local de destino da larga maioria das nossas exportações e, por isso, a força desse mercado consumidor dos produtos portugueses é muito relevante às exportações portuguesas, mas esses dados mostram que teremos capacidade de atingir os dados que estão inscritos no Orçamento do Estado e isso é uma boa notícia”, acrescentou.

A economia portuguesa cresceu 2,3% no ano passado e 2,2% no quarto trimestre em termos homólogos, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE), confirmando os dados da estimativa rápida do final de janeiro. Já em cadeia (face ao trimestre anterior), o INE também confirmou que o PIB subiu 0,8% no último trimestre de 2023, escapando à recessão técnica (dois trimestres seguidos de contração).

À Lusa, o ministro das Finanças ressaltou que “Portugal teve em 2023 um crescimento muito forte, o terceiro mais alto de toda a União Europeia, aliás, seguindo-se a dois anos de forte crescimento no ano de 2022 e 2021”. “Portugal superou largamente a média da União Europeia e superou largamente a generalidade dos países europeus. Foi um ano de convergência muito rápida com União Europeia”, completou Medina.

O chefe da pasta das Finanças também citou dados recentes sobre o mercado de trabalho registados no país para balizar a perspetiva de confirmação das previsões para 2024. “O emprego continua a subir Portugal o que é muito importante. [Houve] uma descida no desemprego a população desempregada, quando registamos em termos homólogos comparando o mesmo período do ano passado, isto é, retirando os efeitos sazonais. A confirmação dos dados hoje [mostra que] são muito bons os resultados na economia portuguesa no ano de 2023”, avaliou.

Questionado sobre os dados da inflação em fevereiro, Medina disse que os preços vêm mantendo uma tendência de queda no país. A inflação em Portugal tem estado, como em todo mundo, muito dependente do que tem sido a evolução dos produtos energéticos do qual Portugal não determina os preços, não controla os preços”, justificou o ministro das Finanças.

A taxa de inflação em Portugal terá sido de 2,1% em fevereiro, menos 0,2 pontos percentuais do que em janeiro, segundo a estimativa rápida do INE também divulgada nessa quinta-feira. O indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) terá registado uma variação de 2,2% em fevereiro, contra 2,4% no mês precedente.

Medina avaliou que os mercados apoiam a redução da taxa de inflação em Portugal e na Europa e também sinalizou interesse do país em que haja uma redução das taxas de juros na UE.

“A inflação tem mostrado sinais de um controlo muito significativo, por isso, temos apelado a que seja visto com atenção por parte do Banco Central Europeu a política de taxa de juros no sentido em que a partir de um determinado momento os riscos de taxas de juros altas sobre o crescimento económicos são maiores do que os benefícios sobre a redução da inflação que hoje já apresenta resultados muito contidos”, concluiu.

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