O que já prometeram os partidos para as eleições de março?

Ainda não são conhecidos os programas eleitorais de todos os partidos, mas os candidatos já têm vindo a destacar medidas, nomeadamente relativamente aos rendimentos e áreas como habitação e saúde.

O debate político no caminho para as eleições antecipadas de 10 de março está a aquecer e ainda que não sejam já conhecidos todos os programas eleitorais, os partidos já começaram a levantar o véu ao destacar algumas grandes medidas que propõem. Os salários e as medidas fiscais têm sobressaído, mas há também espaço para propostas sobre as portagens, o complemento solidário para idosos e a habitação.

O ECO juntou algumas das principais medidas concretas que os candidatos já apresentaram nos últimos dias, que ilustram as principais prioridades dos partidos nestas eleições.

Partido Socialista

Pedro Nuno Santos já tem vindo a sinalizar algumas das prioridades do partido para estas eleições, mas avançou neste fim de semana com um conjunto de novas medidas mais concretas.

  • Eliminar todas as portagens nas antigas autoestradas sem custos para o utilizador (SCUT) no interior do país e no Algarve;
  • Redução das tributações autónomas em sede de IRC;
  • Retirar os rendimentos dos filhos do acesso ao Complemento Solidário para Idosos;
  • Atualização das rendas com base na evolução dos salários, com um novo indexante definido em conjunto com o Instituto Nacional de Estatística;
  • Criação de uma carreira de medicina dentária no SNS;
  • Alargar o desconto do IVA na eletricidade e fazer chegar a taxa de 6% aos consumos de 3,4 milhões de pessoas.

Aliança Democrática

A Aliança Democrática, formada pelo PSD, CDS e PPM, tem vindo a divulgar várias medidas, algumas delas já defendidas pelo grupo parlamentar social-democrata ao longo da legislatura – como é o caso do tempo de recuperação dos professores e das medidas para a habitação. Muitas das propostas focam-se numa reforma fiscal, bem como nos rendimentos.

  • Aumento do complemento solidário para idosos até 820 euros;
  • Redução do IRS para jovens até 35 anos, com uma taxa de IRS máxima de 15%;Convenção da Aliança Democrática - 21JAN24
  • Redução do IRC de 21% até 15%, à razão de dois pontos por ano;
  • Implementação da teleconsulta e da atribuição de um enfermeiro e um médico de família a todos os portugueses;
  • Implementar o acesso universal e gratuito das creches ao pré-escolar, dos 0 aos 6 anos;
  • Repor o tempo de serviço dos professores gradualmente, ao ritmo de 20% anuais ao longo de cinco anos.

Iniciativa Liberal

A Iniciativa Liberal destacou neste fim de semana algumas áreas prioritárias para o programa eleitoral, nomeadamente definindo uma meta para o salário médio. Há também medidas para a saúde, educação, habitação e justiça.

  • Meta de atingir o salário médio líquido de 1.500 euros no final da legislatura – através de crescimento económico e “redução de impostos”;
  • Médicos de família “no primeiro mês” para grávidas, idosos e crianças;

  • Mais 250 mil casas construídas ou em construção no final da legislatura;
  • Possibilidade de professores reformados regressarem ao ensino acumulando com a pensão para “um verdadeiro programa de recuperação de aprendizagens”;
  • Encurtar para menos de metade os prazos da justiça administrativa.

CDU

O programa eleitoral do PCP – que vai voltar a concorrer coligado com o PEV – para as legislativas de 2024 já está disponível e contempla medidas como a subida do salário mínimo, propostas no IVA e valorização dos trabalhadores públicos.

  • Criação de um cabaz mais alargado de bens essenciais taxados a 6%, incluindo toda a eletricidade, o gás natural, o gás de botija, as telecomunicações e todos os produtos para alimentação humana, a par da redução da taxa normal de IVA;
  • Aumento geral de salários de 15%, com um mínimo de 150 euros;

  • Dar resposta nos acessos ao Serviço Nacional de Saúde, “valorizando quem lá trabalha”;
  • Responsabilizar a banca para fazer face ao aumento das taxas de juro e travar a lei das rendas;
  • Dotar o país de uma rede pública de creches.

Bloco de Esquerda

O Bloco de Esquerda também já tem um programa eleitoral disponível na página online, onde se destacam medidas fiscais, como a criação de impostos sobre as grandes fortunas, bem como a subida de salários e pensões.

  • Existência de um imposto sobre as grandes fortunas,
  • Aumento do salário mínimo, já para 900 euros em 2024, e subir ao nível da inflação todos os anos, acrescido de 50 euros

  • Redução do IVA da energia e da telecomunicação para a taxa de 6%;
  • Descida de 582 euros no IRS através de uma dedução específica;
  • Aumento das pensões acima do limiar da pobreza após 20 anos de descontos.

Livre

Rui Tavares desvendou algumas propostas do Livre neste fim de semana, nomeadamente relativas à habitação e aos rendimentos, propondo um valor do salário mínimo em 2028 mais elevado do que o do PS e AD.

  • Subida do salário mínimo nacional ao longo da legislatura até aos 1.150;
  • Revisão das taxas e escalões do IRS;

  • Atualização do valor de referência do mínimo de existência e da dedução específica, garantindo que não há um agravamento fiscal indireto pelo facto de a inflação não ser incorporada nos limites dos escalões e deduções das famílias”;
  • Alcançar 10% de habitação pública;
  • Criação de um Rendimento Básico Incondicional.

PAN

Do lado do PAN ainda não foram conhecidas muitas medidas concretas, sendo de salientar algumas intenções já anunciadas pela porta-voz, Inês Sousa Real, para as próximas eleições.

  • Alívio da carga fiscal;

Inês Sousa Real, líder parlamentar do PAN, em entrevista ao ECO - 28SET20

  • Revisões dos escalões de IRS;
  • Colocação de mais habitação no mercado.

Chega

O Chega já divulgou as linhas gerais do programa, que passam pela simplificação de alguns processos, medidas para as forças de segurança, propostas para as pensões e para a habitação.

  • Revisão dos vencimentos das forças de segurança, compensação pelo risco, reconhecimento de profissão de desgaste rápido e pagamento de horas suplementares;
  • Simplificar os processos de licenciamento, através de um novo modelo;

  • Equiparar as pensões mínimas ao salário mínimo nacional, ao longo de quatro anos;
  • Combater a pobreza energética com meios eficazes, que não excluam a população mais vulnerável e reduzir os custos do gás, eletricidade e combustíveis;
  • Reformular a fiscalidade na habitação, nomeadamente implementando políticas fiscais atrativas para investidores, nacionais e estrangeiros, com a redução de impostos sobre a propriedade.

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Distribuidoras de gás disponíveis para apoiar produtores de biometano

Os operadores da rede de distribuição sugerem apoiar os investimentos nas infraestruturas de ligação dos produtores à rede, estimando que teria um impacto residual no sistema de gás.

A Floene e a REN Portgás, que operam grande parte da rede de distribuição de gás a nível nacional, defendem que os custos de ligação de projetos de biometano à rede devem ser repartidos entre estes operadores e os produtores, em vez de recaírem apenas sobre os produtores, de forma a apoiar novos investimentos neste gás.

Em reação ao recentemente divulgado Plano para Ação do Biometano, que se encontra agora em consulta pública, a Floene, que assegura cerca de 70% da atividade de distribuição de gás em Portugal, e a REN Portgás, cuja atividade se centra nos distritos de Porto, Braga e Viana do Castelo, indicam que gostariam de ver melhorado o enquadramento legislativo, nomeadamente aquele que define, ao dia de hoje, que os custos de ligação à rede dos projetos de gases renováveis serão suportados integralmente pelos produtores.

Os ORD [operadores da rede de distribuição] deveriam poder apoiar estes investimentos [nas infraestruturas de ligação entre os produtores e o Sistema Nacional de Gás], os quais acabam por ser elevados para os produtores, mas que teriam um impacto residual no Sistema de Gás”, frisa fonte oficial da Floene ao ECO/Capital Verde.

A Floene sublinha que a repartição de custos já acontece noutros países, como França, onde são ligadas à rede três novas unidades de biometano por semana. A REN Portgás, por seu lado, acredita “o ORD poderá ser um elemento chave através de políticas de cost sharing [repartição de custos]”, tendo em conta a magnitude dos custos de ligação de unidades de produção à rede. Eventuais alterações aos procedimentos atuais poderão evitar “potenciais atrasos em projetos atualmente em curso”.

Em paralelo a ajuda no que toca aos custos de ligação, a REN Portgás considera “crucial” arrancar “com um quadro de apoio que estimule a implementação de novas unidades de produção”, permitindo escalar.

A Floene defende mecanismos de apoio semelhantes aos que foram criados na fase de arranque de outras energias renováveis. “A descarbonização do Sistema de Gás está também dependente da capacidade de os produtores de gases renováveis realizarem os investimentos necessários”, alerta.

Os próprios produtores, em reação ao lançamento do plano, já haviam sublinhado a necessidade de apoios, em particular no que toca a construção de novas unidades de fabrico de biogás, de forma a assegurar o aumento da produção.

Metas vinculativas “atiradas” para cima da mesa

O objetivo, de acordo com a versão do plano que está em discussão, é que o biometano possa ser usado para substituir cerca de 9% do gás natural consumido em Portugal em 2030 e quase 19% em 2040.

Uma das linhas de ação do plano passa por “estabelecer metas de incorporação de biometano” na rede de gás, um dos aspetos considerados mais positivos pela REN Portgás.

No entanto, para desenvolver esta indústria com eficácia, a Floene destaca a necessidade de fixação a nível nacional de metas vinculativas, não só para a injeção na rede mas também para a produção e comercialização de gases renováveis.

Entendemos que estas metas ambiciosas [presentes no plano] apenas serão exequíveis se Portugal apostar na otimização do Sistema Energético Nacional como um todo“, continua a mesma distribuidora, assinalando que a rede nacional de gás deve ser vista como complementar da rede elétrica.

A REN Portgás acrescenta que as metas de produção nacionais de biometano devem ser definidas de acordo com o potencial existente, identificando de forma clara a contribuição do biometano no sistema energético nacional e alinhando-o com outras políticas relevantes.

Na ótica da Dourogás, um dos produtores de biometano, as metas apresentadas no plano “são realistas” e “podem até ser mais ambiciosas”, desde que existam condições que permitam a produção e a injeção do biometano na rede nacional de gás. “A maior limitação que encontramos neste momento é o arranque da implementação do plano”, indica este produtor, tendo em conta as diversas partes envolvidas. No entanto, o leilão para aquisição de biometano e a sua concretização, que está já em perspetiva, pode ser o “ponto de partida”, acredita a empresa.

A primeira fase do plano deverá decorrer entre 2024 e 2026, período no qual deverão avançar seis linhas de ação, tal como exposto na tabela abaixo. É nos próximos dois anos que deverão ser criados apoios à produção, que deverá ser efetivada a recolha de biorresíduos – a qual deveria ter começado este ano mas está muito atrasada –, converter unidades de biogás em biometano, estabelecer metas de incorporação na rede, explorar oportunidades no setor dos transportes e avaliar as necessidades de novas ligações à infraestrutura para injeção do biometano. Estas ações servem para avançar na prioridade de acelerar a produção.

Fonte: Plano de Ação do Biometano

Além de acelerar a produção, há uma segunda prioridade nesta primeira fase, que é a criação de um quadro regulatório adequado, o qual passará por promover a injeção de biometano na rede de gás e simplificar e agilizar os processos de licenciamento.

A Dourogás defende que para o plano funcionar precisa de um enquadramento legal e regulatório “robusto e ágil”. A REN Portgás também sublinha a necessidade de serem dadas respostas céleres no que diz respeito ao enquadramento legal e ao licenciamento de projetos.

Balanço do plano é positivo

Apesar das sugestões de melhoria, Floene, REN Portgás e Dourogás fazem uma avaliação geral positiva do Plano de Ação, que estará em consulta pública até 9 de fevereiro, e no âmbito da qual pretendem enviar os respetivos comentários. O documento é tido pela Floene como um “importante instrumento estratégico promove a valorização energética dos resíduos da forma mais eficiente possível”, contribuindo para o desenvolvimento das diversas regiões do país com a realização de projetos orientados para a economia circular.

A REN Portgás classifica-o como “necessário” e afirma que “permitirá uma resposta nacional, com baixo custo e com potencial de execução imediata, aproximando a produção e o consumo ao nível municipal”. A Dourogás acredita que, com este plano, “será possível criar e dinamizar um setor que sabemos que tem um grande potencial em Portugal” e que terá impactos positivos a nível ambiental, pela redução de emissões, mas também do ponto de vista económico, com a criação de tecnologia e conhecimento, serviços, emprego e crescimento.

Como ponto positivo, a REN Portgás destaca ainda a integração de todas as partes interessadas da cadeia de valor do biometano, permitindo-se, a título de exemplo, que os municípios tenham uma ação concertada na produção de energia.

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Investigação que despista doença coronária através de IA recebe 100 mil euros

Jennifer Mancio, professora e investigadora na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, recebe o prémio de 100 mil euros atribuído pela CUF e a Fundação Amélia de Mello.

A CUF e a Fundação Amélia de Mello atribuíram 100 mil euros a investigação para o despiste de doença coronária com recurso a inteligência artificial (IA). O júri da bolsa atribuiu ainda uma menção honrosa a uma investigação sobre novos biomarcadores em tumores testiculares.

Jennifer Mancio, professora e investigadora na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, recebe o prémio de 100 mil euros, para desenvolver o projeto de investigação “SAFE-CT: exclusão de doença coronária utilizando inteligência artificial na Tomografia Computadorizada sem contraste”. A investigação visa “desenvolver uma estratégia de diagnóstico mais segura para o doente com ganhos em eficiência para os hospitais.” A doença coronária é a principal causa de morte no mundo.

“O algoritmo irá indicar o risco individual de doença coronária e ajudará a decidir se o encaminhamento do doente para um hospital central, com Angio TC, é realmente necessário”, explica Jennifer Mancio, citada em comunicado. “É fundamental encontrar uma estratégia personalizada para selecionar os doentes que efetivamente necessitam deste tipo de exame, evitando assim uma exposição desnecessária à radiação ionizante e ao contraste – e, simultaneamente, a sobrecarga do sistema de saúde”, refere ainda a investigadora.

Na amostra analisada pela investigação, mais de 35% dos 929 doentes submetidos a Angio TC não apresentaram qualquer doença coronária e, portanto, não beneficiaram da realização deste exame.

Nesta edição da Bolsa, o júri atribuiu, ainda, uma menção honrosa ao projeto de João Lobo, investigador no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto e médico de Anatomia Patológica no IPO do Porto, que pretende investigar novos biomarcadores em tumores testiculares.

“Esta distinção excecional, única na história da Bolsa CUF D. Manuel de Mello, reflete a excelência dos trabalhos científicos apresentados nesta edição e é representativo da nova geração de conhecimento, com qualidade e potencial para desenvolver novas linhas de investigação médica.”

Desde 2007, a Bolsa CUF D. Manuel de Mello já distinguiu projetos de investigação dedicados a doenças como Lúpus, Alzheimer, Esquizofrenia e Tuberculose.

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Exportações de mobiliário superaram pela primeira vez dois mil milhões de euros

As exportações do cluster português do mobiliário aumentaram 11% em 2023, tendo atingido os 2,2 mil milhões de euros. França é o principal mercado de exportação da fileira casa.

As exportações portuguesas de mobiliário superaram os dois mil milhões de euros em 2023, um aumento de 11% face ao ano anterior e um máximo histórico, de acordo com dados da Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins (APIMA), divulgados em primeira mão ao ECO. Apesar dos bons resultados, a fileira casa mostra-se preocupada com a instabilidade económica nacional e internacional.

“O crescimento esperado para 2023 está nos dois dígitos, sendo antecipado um valor total de vendas ao exterior de aproximadamente 2,2 mil milhões de euros, tendo sido em 2022 registado um valor de 1,99 mil milhões de euros”, antecipa Gualter Morgado, diretor executivo da APIMA.

No topo da lista de melhores destinos para o mobiliário português cluster que inclui indústrias como o mobiliário, a colchoaria, os têxteis-lar, a cutelaria, a cerâmica, a iluminação e a tapeçaria — estão França (com uma quota de 32%), Espanha (26%) e Alemanha (6%). As vendas para os EUA estão a ganhar terreno ao representarem 5,5% das exportações desta fileira em 2023.

É impossível não estar preocupado, mas é imperioso trabalhar afincadamente para encontrar nichos de mercado, novos segmentos de mercado e novos produtos, para ultrapassar esta fase.

Gualter Morgado

Diretor executivo da APIMA

Apesar de o mobiliário ter superado pela primeira vez a fasquia dos dois mil milhões em exportações no ano passado, o cluster está preocupado com a conjuntura nacional e internacional.

As guerras na Ucrânia e no Médio Oriente, as novas limitações à circulação marítima de mercadorias devido aos ataques no Mar Vermelho, e a instabilidade política em mercados “muito relevantes” para o setor, são os principais desafios para este ano, enumerados pela associação liderada por Joaquim Carneiro. No entanto, a APIMA está confiante de que as empresas portuguesas “estão preparadas para superar mais estes obstáculos”, muito por conta da “postura positiva e resiliente”.

É impossível não estar preocupado, mas é imperioso trabalhar afincadamente para encontrar nichos de mercado, novos segmentos de mercado e novos produtos, para ultrapassar esta fase”, afirma Gualter Morgado, diretor executivo da APIMA, em declarações ao ECO.

Já Joaquim Carneiro, presidente da APIMA, reconhece os desafios que 2024 pode trazer, mas destaca a resiliência do setor: “Apesar das expectativas de manutenção do volume de negócios, o início deste ano será claramente definido pela instabilidade financeira e arrefecimento do consumo em alguns dos principais mercados internacionais. O desafio não é novo para as empresas da fileira casa, pelo que a resposta que já comprovou sucesso será reforçada. Iremos continuar a apostar no alto valor acrescentado, na inovação e na sustentabilidade como os principais fatores distintivos das marcas portuguesas.”

Em relação às eleições antecipadas agendadas para 10 de março, na sequência da demissão do primeiro-ministro, António Costa, depois das buscas e detenções em torno do negócio da concessão do hidrogénio verde e do lítio, a associação da fileira da casa considera que o “único problema com as eleições é, normalmente, o processo de substituição dos governos, que provoca um atraso de um ano no normal funcionamento das instituições”.

“De resto, estamos sempre preparados para trabalhar em colaboração com qualquer governo, pois os objetivos são comuns – por vezes, é a falta de alinhamento das estratégias que complica a obtenção de melhores resultados”, realça Gualter Morgado.

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Crise no Mar Vermelho leva empresas a adiar transportes e começam a faltar contentores em terra

Escalada de preço dos fretes marítimos ronda os 300%. Algumas empresas já estão a rever as encomendas, à espera que valores dos transportes normalizem. Ano Novo chinês agrava riscos.

Cerca de dois meses depois de terem sido reportados os primeiros ataques dos rebeldes houthis no Mar Vermelho, a circulação de navios pelo canal do Suez continua a ser desviada para o Cabo da Boa Esperança, provocando uma escalada dos preços dos contentores e um acréscimo de 15 dias à viagem entre a Ásia e a Europa. Uma situação que, segundo os transitários ouvidos pelo ECO, está a levar muitas empresas a adiar transportes, isto num momento em que começam a escassear contentores em terra.

Algumas empresas optaram também por adiar parte dos seus fornecimentos na esperança de evitar aumentos de custos”, reconhece Miguel Ángel de la Torre, vice-presidente da Ocean Freight Iberia, detida pela empresa de transportes e logística DB Schenker. O responsável argumenta, porém, que “a médio prazo, esta situação poderá conduzir a um aumento da procura, uma vez reduzidas as existências em armazém”.

Algumas empresas optaram também por adiar parte dos seus fornecimentos na esperança de evitar aumentos de custos.

Miguel Ángel de la Torre

Vice-presidente da Ocean Freight Iberia

Também Hélder Silva, diretor-geral da Torrestir Transitários, nota que “muitas empresas estão a reduzir stocks, congelando importações na expectativa que o problema se resolva e que os preços voltem a patamares normais“. O gestor considera ainda “expectável que muitos importadores procurem novas origens, pois o impacto dos fretes no preço do produto pode levar a comprarem produto um pouco mais caro, mas que, contabilizando o [custo] do produto e do frete, fique mais apetecível em origens como Turquia”.

A decisão de rever os fretes marítimos segue-se a um período marcado pela escalada crescente dos preços de transporte, com a elevada insegurança criada no Mar Vermelho, devido aos ataques dos houthis, a forçar a uma mudança de rota no transporte entre a Europa e a Ásia.

“As taxas do frete marítimo da China e de outras economias do Leste Asiático aumentaram cerca de 350% em relação a dezembro. E, embora os aumentos de custos para outras rotas marítimas sejam mais variáveis, o desequilíbrio nos navios devido a rotas mais longas e ao tráfego lento aumentou os custos noutros locais, com os custos de transporte da China para os Estados Unidos a aumentarem cerca de 100%”, escreve o Goldman Sachs, numa nota publicada esta segunda-feira, a que o ECO teve acesso.

“O impacto é brutal. Os preços mantêm-se numa escalada incessante, com um aumento de 300% em comparação com os valores de referência antes deste enorme problema“, corrobora Mário de Sousa, CEO da Portocargo.

Por um lado, refere, “os navios estão a demorar cerca de 15 dias adicionais em cada trajeto, o que representa praticamente um mês acrescido numa rotação completa“. “Tem um impacto enorme nos custos – dado que o custo é ao dia, temos de fazer a conta aos dias somados, aos quais vamos ainda adicionar o valor extra de combustível e dos seguros“, acrescenta.

Fruto deste tempo de trânsito muito superior, estão muitíssimo mais contentores no mar do que é habitual. O que significa que, mesmo existindo disponibilidade de espaço nos navios, não há contentores para carregar a mercadoria.

Mário de Sousa

CEO da Portocargo

O segundo problema causado pela mudança de rota prende-se com o número de contentores disponíveis. “Fruto deste tempo de trânsito muito superior, estão muitíssimo mais contentores no mar do que é habitual, o que significa que mesmo existindo disponibilidade de espaço nos navios, não há contentores para carregar a mercadoria”, explica Mário de Sousa.

“Quase todas as companhias de navegação decidiram agora implementar este serviço [direcionar os navios através do Cabo da Boa Esperança] numa base regular e não excecionalmente, como no início da crise”. Uma rota que implica um tempo de trânsito adicional de 10 a 14 dias, refere Miguel Ángel de la Torre. “Passados 40 dias desde o início da crise, vamos assistir a um efeito adicional que tem a ver com o reposicionamento de contentores e a consequente falta de devolução de equipamento em alguns portos asiáticos”, alerta o responsável pela Ocean Freight DB Schenker Iberia

A disrupção dos horários dos transportes marítimos nas últimas semanas irá provavelmente ter efeitos de segunda ordem na capacidade disponível, tais
como escassez temporária de contentores e maior congestionamento em alguns portos.

Goldman Sachs

Também o Goldman Sachs refere que “a disrupção dos horários dos transportes marítimos nas últimas semanas irá provavelmente ter efeitos de segunda ordem na capacidade disponível, tais
como escassez temporária de contentores e maior congestionamento em alguns portos”.

Já Hélder Silva destaca que “alguns carriers reduziram também o número de saídas, começando a sentir-se overbookings e limitações de espaço“, apontando o retalho e indústria transformadora como os setores mais afetados pelos atrasos nas entregas. Ainda assim, segundo Miguel Ángel de la Torre, “existem alguns casos de escassez devido à falta de matérias-primas para o fabrico, mas isso não está a acontecer de forma generalizada”.

Ano Novo chinês agrava riscos

Com a China a poucos dias de celebrar o novo ano, no dia 10 de fevereiro, os especialistas alertam que esta situação pode complicar ainda mais o comércio marítimo, uma vez que a economia chinesa deverá estar parada durante três semanas por causa destas festividades.

Tudo o que não for carregado até lá [ao ano novo chinês], estará parado mais três semanas“, nota o CEO da Portocargo. “O efeito é transversal a todos os setores de atividade. Este cenário causa implicações muito complicadas, que não se circunscrevem aos preços, mas também aos problemas de stock e de substituição rápida de produtos”, destaca.

Mapa Mar Vermelho

Sem soluções à vista para repor o tráfego pelo Mar Vermelho, os especialistas lamentam ainda a ausência de alternativas para transportar mercadorias entre a Ásia e a Europa, apontando problemas ao transporte aéreo e ferroviário.

“A alternativa principal é o transporte aéreo, que é muitíssimo mais caro e apresenta menos capacidade. É uma opção que resolve um número reduzido de situações”, justifica Mário de Sousa. “O transporte ferroviário a partir da Ásia também está fortemente condicionado, dado que atravessa um conjunto de países com circunstâncias muito especiais, com destaque para a Rússia”, acrescenta.

Também Miguel Ángel de la Torre refere que “as alternativas [ao transporte marítimo] passam sobretudo por um melhor planeamento da cadeia de abastecimento e pela utilização de transportes alternativos para mercadorias mais urgentes, como o serviço aéreo ou o serviço combinado marítimo-aéreo ou ferroviário da Ásia para a Europa e vice-versa”.

O mesmo responsável nota, contudo, que estas alternativas em termos de transporte apenas se justificam em caso de interrupções nas linhas de produção, a compromissos de entrega a clientes com cláusulas de penalização por atrasos, ou a mercadorias de elevado valor, que podem absorver um aumento dos custos de transporte”.

 

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Transtejo Soflusa recebe mais dois novos navios elétricos

  • Lusa
  • 29 Janeiro 2024

Os navios “Garça-Vermelha” e “Flamingo-Rosa”, que agora se juntam ao "Cegonha Branca", vão cumprir agora com o plano de vistorias técnicas.

Dois novos navios da frota 100% elétrica da Transtejo Soflusa (TTSL) chegaram a Lisboa no fim de semana estando agora em fase de vistorias técnicas, anunciou esta segunda-feira a empresa.

Segundo a TTSL, durante as próximas semanas os navios “Garça-Vermelha” e “Flamingo-Rosa”, que agora se juntam ao “Cegonha Branca”, vão cumprir com o plano de vistorias técnicas, por parte da DGRM – Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, de modo a seguir-se o processo de certificação, em que se destaca a emissão do título de propriedade e do certificado de navegabilidade.

Em novembro, durante a viagem inaugural do primeiro navio elétrico “Cegonha Branca”, a presidente do conselho de administração da Transtejo Soflusa anunciou que outras duas embarcações, de um conjunto de 10 que deverão estar a operar na travessia entre as duas margens até 2025, deveriam chegar a Lisboa em fevereiro.

Em comunicado, a TTSL – Transtejo Soflusa anuncia também que o “Cegonha Branca” que já realizou viagens experimentais com passageiros a bordo, no trajeto entre o Seixal e o Cais do Sodré (Lisboa), deverá começar a operar nesta ligação no final de abril. A empresa adianta ainda que, após a viagem desde o Porto de Avilès (Astúrias), o navio de transporte do “Garça-Vermelha” e do “Flamingo-Rosa” chegou ao Porto de Lisboa na noite de sexta-feira.

Os dois novos navios elétricos estão agora nas instalações da empresa, em Cacilhas, onde efetuaram a respetiva ligação a terra para carregamento de energia, sob acompanhamento de equipas técnicas especializadas. No que se refere à construção dos restantes sete navios, a empresa assegura que decorre conforme planeado, estando prevista a entrega do quarto navio já no final de março.

Em paralelo, adianta a TTSL, encontra-se em curso a formação das tripulações, bem como a execução da empreitada respeitante às estações de carregamento, nos terminais das ligações fluviais que irão receber a operação 100% elétrica – Seixal, Cais do Sodré, Cacilhas e Montijo. Depois do Seixal se ter tornado pioneiro deste processo, em 15 de outubro, o Cais do Sodré é desde domingo o segundo terminal fluvial a receber uma Torre Zinus, destinada ao carregamento rápido dos novos navios.

O Terminal fluvial do Montijo será o próximo a receber um equipamento idêntico. A Transtejo é responsável pela ligação fluvial do Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, a Lisboa.

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Souto de Moura recebe “mais alta distinção” do Ministério da Cultura de França

  • Lusa
  • 29 Janeiro 2024

As insígnias “Commandeur des Arts et des Letres” distingue “o arquiteto que pôs em prática a sua notável capacidade inventiva e o seu génio técnico numa vasta gama de projetos em Portugal e no mundo”.

O arquiteto português Eduardo Souto de Moura recebe na terça-feira as insígnias de comandante das Artes e Letras, “a mais alta distinção” atribuída pelo ministério francês da Cultura, pela sua “notável capacidade inventiva e génio técnico”.

“Já galardoado com o Prémio Pritzker em 2011, Eduardo Souto de Moura é um dos maiores arquitetos do nosso tempo”, indica o comunicado da Embaixada de França em Portugal, divulgado esta segunda-feira.

A condecoração distingue assim “o arquiteto que pôs em prática a sua notável capacidade inventiva e o seu génio técnico numa vasta gama de projetos em Portugal e no mundo”, como o estádio de Braga, o Metro do Porto, a Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, e o teatro de Clermont-Ferrand. A entrega das insígnias de “Commandeur des Arts et des Letres” a Souto de Moura será feita pela embaixadora de França em Portugal, Hélène Farnaud-Defromont, na próxima terça-feira, no edifício da embaixada, em Lisboa, às 17:30.

Nascido no Porto em 1952, Eduardo Souto de Moura formou-se em Arquitetura pela Escola de Belas Artes do Porto e iniciou a sua carreira trabalhando com Álvaro Siza. A sua carreira soma mais de uma dezena de prémios, como o Leão de Ouro da Bienal de Veneza, atribuído em 2018, e o Pritzker, o “Nobel da arquitetura”, em 2011, pelo conjunto da obra.

Entre outras distinções, recebeu o Prémio da X Bienal Ibero-americana de Arquitetura e Urbanismo, em 2016, o Prémio Wolf de Artes, de Israel, em 2013, o Prémio Pessoa, em 1998, e o Prémio da Associação Internacional de Críticos de Arte – Portugal, em 1996. Nos Estados Unidos, a sua carreira foi reconhecida pela Academia Americana de Artes e Letras, com o Prémio Arnold W. Brunner 2019.

Em setembro do ano passado, o arquiteto português recebeu a Medalha de Ouro do Círculo de Belas Artes de Madrid como “reconhecimento, por parte do mundo da cultura e das artes, de uma trajetória consistente e significativa que contribuiu para o desenvolvimento da humanidade através da arquitetura”.

A Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, o Estádio Municipal de Braga, a Torre Burgo, no Porto, o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, em Bragança, a remodelação do Museu Nacional Grão Vasco, em Viseu, os interiores dos Armazéns do Chiado, em Lisboa, contam-se entre os seus projetos, assim como o pavilhão da Serpentine Gallery, nos jardins Kensington, em Londres, feito em parceria com Álvaro Siza, com quem iniciou a carreira, em 1981.

Em 2015-16, concebeu o projeto para o Teatro Nacional de Clermont-Ferrand, concluído em 2019. Criada em 1957, a Ordem das Artes e das Letras (Ordre des Arts et des Lettres, no original) tem três níveis — cavaleiro, oficial e comandante —, e visa distinguir personalidades com mérito na criação ou atividade no meio artístico ou literário em França ou no mundo.

Souto de Moura junta-se assim a nomes como António Victorino d’Almeida, Amália Rodrigues, Catarina Vaz Pinto, Dulce Maria Cardoso, Joaquim Benite, Leonor Silveira, Lídia Jorge, Luís Miguel Cintra, Maria João Seixas, Tiago Rodrigues e Paulo Cunha e Silva.

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BE mostra contas de promessas eleitorais

  • Lusa
  • 29 Janeiro 2024

Mortágua referiu que este programa geraria um “pequeno défice de 706 milhões”, mas que “é apenas uma pequena parte de todo excedente orçamental de 2023, 1,1% do PIB, ou seja 2.867 milhões de euros”.

A coordenadora do BE considerou esta segunda-feira que as contas apresentadas das principais medidas eleitorais mostram que estas são “sensatas e exequíveis”, defendendo que o excedente orçamental tem que ser mobilizado para responder à habitação, saúde ou serviços públicos.

Mariana Mortágua fez uma apresentação online das contas das principais medidas do programa eleitoral do BE às legislativas de 10 de março (apresentado há pouco mais de uma semana), que considerou tratar-se de “virar a página na política orçamental”.

“Esta apresentação mostra as principais contas das medidas do lado da despesa e da receita apresentadas pelo Bloco de Esquerda e mostra como são necessárias, sensatas e exequíveis essas medidas”, defendeu, tendo antes criticado as propostas do PSD recentemente divulgadas por serem “uma ilusão” e não “chegarem a ninguém nem causarem nenhuma mudança”.

As seis prioridades do BE que foram contabilizadas pela líder bloquista são “baixar o preço da habitação, salvar o SNS, respeitar os professores, combater a pobreza, reduzir os custos energéticos e justiça fiscal”, tendo detalhado quanto custariam ou quais eram as receitas que gerariam as principais medidas.

Com o cenário do segundo ano de aplicação destas medidas, Mortágua referiu que este programa geraria um “pequeno défice de 706 milhões”, mas que “é apenas uma pequena parte de todo excedente orçamental de 2023, 1,1% do PIB, ou seja 2.867 milhões de euros”.

“Este excedente tem que ser mobilizado para salvar o SNS, para combater a crise da habitação, para investir nos serviços públicos. Tudo aquilo que não investimos nos serviços públicos hoje é despesa amanhã”, apelou. Na opinião da líder bloquista, este excedente tem que ser mobilizado para baixar os impostos sobre os consumos essenciais ou sobre o trabalho, mas também se deve alimentar as receitas orçamentais com justiça fiscal.

Sobre o SNS, Mortágua explicou que o cenário do BE sobre a “exclusividade a sério, com mais 40% de rendimento para os profissionais de saúde queiram aceitar”, foi feito assumindo que 60% destes trabalhadores a iriam aceitar. “Esta medida tem um custo estimado de 341 milhões por ano, mas sabemos também que é preciso contratar mais médicos, mais enfermeiros, mais profissionais. Fazemos as contas aqui a uma contratação de 2.000 médicos e mais 2.000 enfermeiros para o SNS, com um custo de 166 milhões a cada ano”, referiu.

Segundo a bloquista, este investimento no SNS representa uma poupança quer em horas extraordinárias, quer em tarefeiros. “Com estas medidas podemos poupar 16 milhões de horas extra e, com isso, 302 milhões de euros (…) Também podemos poupar em tarefeiros cerca de 100 milhões de euros”, detalhou.

Contas feitas, estas medidas para a saúde têm, de acordo com o BE, um custo final de 105 milhões no primeiro ano e de 265 milhões a partir do segundo ano. Já quanto ao compromisso do BE com a recuperação do tempo de serviço dos professores, Mariana Mortágua referiu que, “neste momento, os diretores das escolas e o próprio sindicato dos professores dizem que a medida ficará bastante longe dos 300 milhões”, valor que o partido contabilizou também de forma conservadora, apesar de antecipar que o seu impacto será mais reduzido.

No capítulo do combate à pobreza, a medida, avançada pela agência Lusa, de comparticipação a 100% para todos os medicamentos prescritos para pessoas que ganham abaixo do salário mínimo nacional, custará 185 milhões. Já sobre as pensões, garantir que “quem fez 20 anos de descontos recebe uma pensão que não pode nunca estar abaixo do limiar de pobreza” poderá custar 728 milhões, disse.

“Uma vez que muitos pensionistas passariam a ter acesso a uma pensão muito superior, que os retira do limiar da pobreza, estes pensionistas deixam de ter acesso ao Complemento Solidário para Idosos e isso quer dizer que pode haver uma poupança anual”, disse, apontando para uma poupança de 150 milhões de euros.

Já sobre os custos energéticos, o BE quer que quem tem acesso à tarifa social possa ter um consumo básico nos meses de inverno gratuito “para que não se morra mais de frio em Portugal”, o que custaria 30 milhões por ano. A redução do IVA da eletricidade teria um custo de 600 milhões de euros e o programa de eficiência energética 150 milhões por ano.

Sobre a justiça fiscal, o BE propõe um imposto sobre grandes fortunas, ou seja, acima de 1,6 milhões de euros, que poderia render 155 milhões de euros, assim como uma taxa sobre heranças acima de um milhão de euros, como é usada em vários países da Europa como “mecanismo de redistribuição de riqueza”.

O fim dos residentes não habituais, nas contas dos bloquistas, poderia gerar assim uma poupança de 1.100 milhões de euros ou até mais, propondo ainda uma receita de 700 milhões de euros com o aumento do IVA dos hotéis. “Queremos também uma taxa sobre os serviços digitais e ela tem uma receita estimada de 60 milhões de euros”, disse ainda.

(Notícia atualizada pela última vez às 21h09)

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Francisco Ivorra: “Portugal é estratégico para a Asisa”

  • ECO Seguros
  • 29 Janeiro 2024

O presidente do grupo espanhol disse que quer o grupo a continuar a crescer em Portugal apoiado nos mediadores e nos parceiros portugueses.

O presidente do Grupo Asisa, Francisco Ivorra, visitou na passada quinta-feira a unidade de negócio Asisa Portugal. Segundo o comunicado enviado pela seguradora às redações, Francisco Ivorra afirmou durante a sua visita que “continuar a crescer em Portugal, apoiados nos nossos mediadores e nos nossos parceiros portugueses, é estratégico para a ASISA”.

A equipa da ASISA para Portugal: Tiago Costa, Responsável IT, Paula Serra -Diretora de Marketing e Comercial; Francisco Ivorra, Presidente do Grupo; Joana Graça, Responsável Subscrição e Sinistros; Óscar Villoslada, Head of Country; Marta Pinto, Responsável RH; João Marques, Responsável Operações e Sandra Seguro, Responsável Financeira.

Nesse sentido, o presidente disse que o objetivo do grupo era “continuar a construir um sistema integral de cuidado”. Visão que tem acompanhado o grupo desde a sua chegada a Portugal, em 2018, onde “consolidou a sua presença no mercado segurador”, apoiado pela produção de “produtos inovadores que foram muito bem acolhidos”, acrescentou Francisco Ivorra.

Para crescer em Portugal, a Asisa tem apostado na diversificação do portefólio de produtos disponíveis em Portugal e no aperfeiçoamento nas suas ferramentas de suporte ao negócio “tornando-as mais digitais, ágeis e focadas na melhoria da qualidade de serviço ao cliente final”, explica Óscar Villoslada, Head of Country de Portugal.

A Asisa ocupa o 25.º lugar no ranking dos maiores grupos seguradores em 2023, com um volume de negócios de cerca 14 milhões de euros, tendo subido quatro posições face ao ranking relativo ao ano anterior.

O grupo espanhol emprega cerca de 6 mil profissionais e está presente na Europa, América Latina, Ásia, norte de África e Médio Oriente. É constituído por um conjunto de mais de 70 sociedades com atividades no setor segurador, de assistência médica e outras atividades não médicas ou sanitárias.

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Safe-Crop reforça coberturas do seguro de colheitas

  • ECO Seguros
  • 29 Janeiro 2024

A agência de subscrição parceira da Caravela nos seguros agrícolas amplia coberturas de riscos.

A Safe-Crop, agência de subscrição vocacionada para seguros agrícolas, anunciou o lançamento da cobertura de geada na floração para amendoal, “uma cobertura essencial para proteger os agricultores”, afirma a mediadora.

A iniciativa, que tem a seguradora Caravela como parceira, foi divulgada num recente webinar da Portugal Nuts e surgiu em resposta “às crescentes preocupações dos produtores de amêndoas em relação aos efeitos adversos da geada durante esta fase crucial de desenvolvimento da produção”, diz a Safe-Crop.

Filipe Charters de Azevedo garante que “em épocas de margens apertadas, o seguro agrícola é sempre uma ferramenta”.

“Com a queda de preço na amêndoa não há espaço para perdas de produtividade devido à geada ou a qualquer outro fator”, referiu Filipe Charters de Azevedo, Diretor Geral da Safe-Crop, “esta nova cobertura uma enorme mais-valia para a fileira. Em épocas de margens apertadas, o seguro agrícola é sempre uma ferramenta”, acrescenta.

A Safe-Crop informou ainda que a cobertura de geada na floração da Safe-Crop é oferecida em complemento ao habitual seguro de colheitas. Esta cobertura funciona em regime semi-paramétrico obrigando a que haja um registo independente da temperatura, além de uma avaliação posterior por parte dos peritos. O valor preciso do prémio depende da variedade e do local.

Além disso, Charters de Azevedo destacou a vantagem da subscrição conjunta para olival e amendoal. Disse que embora essas culturas sejam frequentemente cultivadas nas mesmas regiões, os riscos associados são distintos. “A subscrição conjunta permite a mutualização indireta dos riscos, proporcionando uma abordagem abrangente e economicamente vantajosa para os agricultores”, concluiu.

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Ageas estende a sua rede de mediadores em Leiria

  • ECO Seguros
  • 29 Janeiro 2024

A seguradora vai abrir uma nova loja exclusiva de mediadores no âmbito da sua estratégia de branding da marca que visa “alargar a pegada da Ageas Seguros na região”.

A Ageas Seguros vai inaugurar uma nova loja premium em Leiria. Segundo um comunicado da seguradora, a loja irá receber o Agente Geral Exclusivo (AGE) da Ageas Seguros, a Idealconsult.

Nova loja Premium para Paula Pinto, Sócia-Gerente da Idealconsult e Alexandre Laureano, Serviço ao Cliente.

“Estamos muito satisfeitos por fazer parte desta equipa comercial da Ageas Seguros. Além do desafio de ser mais um dos representantes da marca na região é, simultaneamente, um orgulho para nós podermos proporcionar um espaço mais recente e inovador que se adapta às necessidades e expectativas dos nossos Clientes”, disse Paula Pinto, Sócia-gerente da Idealconsult, refere o comunicado.

As ‘Lojas Premium” são desenvolvidas à luz da estratégia de branding da seguradora, que visa aumentar a rede de mediadores e “alargar a pegada da Ageas Seguros na região” através da abertura de novas lojas e a melhoria das existentes.

 

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Bauer Media Audio Portugal lança “Histórias Fora do Jogo”, um podcast sobre os bastidores do futebol

  • + M
  • 29 Janeiro 2024

Costinha, antigo jogador e atual treinador e comentador, é o primeiro convidado. O árbitro Pedro Henriques e os ex-jogadores Jorge Andrade, Vítor Manuel e Dani também vão marcar presença no programa.

“Histórias Fora do Jogo” é o nome do podcast lançado pela Bauer Media Áudio Portugal, disponível nas quatro rádios do grupo – Rádio Comercial, M80 Rádio, Cidade FM e Smooth FM.

No novo podcast, o jornalista Paulo Rico vai conversar “com quem tem histórias boas dos bastidores da bola, curiosidades ou pormenores menos conhecidos, mas interessantes. Um entrevistado por episódio, entre futebolistas, treinadores ou dirigentes, numa conversa informal e descontraída”, explica-se em nota de imprensa.

O sucesso dos diversos podcasts que temos vindo a estrear são uma prova inequívoca de que estamos no bom caminho e uma garantia de que continuaremos a criar novos formatos“, refere citado em comunicado Salvador Ribeiro, CEO da Bauer Media Áudio Portugal, que tem 96 podcasts ativos.

O primeiro episódio, que conta com Costinha, antigo jogador e atual treinador e comentador, enquanto convidado, já está disponível. O árbitro Pedro Henriques ou os ex-jogadores Jorge Andrade, Vítor Manuel e Dani são algumas das outras personalidades do mundo do futebol que vão marcar presença no programa.

Os episódios são lançados todas as segundas-feiras e disponibilizados nos sites da Rádio Comercial, M80 Rádio, Cidade FM e Smooth FM, e nas plataformas agregadoras de podcast.

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