Grupo Super Bock investe 10 milhões nas águas em Castelo de Vide e inicia projeto de venda de energia

À margem da apresentação do investimento de 10 milhões em Castelo de Vide, o CEO do grupo Super Bock falou com o ECO/Local Online sobre os quatro passos que compõem a estratégia da empresa.

O Super Bock Group anunciou nesta quinta-feira um investimento de 10 milhões de euros na fábrica onde a água 100% mineral da Serra de São Mamede atesta as garrafas da marca Vitalis. À margem do evento, o CEO, Rui Lopes Ferreira, revela ao ECO/Local Online que, no âmbito do projeto das comunidades de energia, inauguradas nesta fábrica detida há 53 anos pelo grupo, haverá uma redução de 4.000 toneladas a sua pegada carbónica.

Para captar água e encher as garrafas Vitalis, a empresa já gasta menos 66% de água industrial e 27% de energia do que no início da década passada. As emissões de gases com efeito de estufa, por seu lado, foram reduzidas em 55%, relativamente ao verificado nesse mesmo ano 2010.

Rui Lopes Ferreira destaca as quatro bandeiras do grupo no âmbito da política de sustentabilidade e que passam pela redução do consumo de água e também do carbono, mais consumo responsável (em que se insere o lançamento da cerveja Sky, um meio termo entre a cerveja normal de 5º e a opção sem álcool, sendo este grupo de cervejas responsável por cerca de 3% das vendas de cerveja no grupo) e, em quarto lugar, mais comunidades. Neste caso, a fábrica é local de emprego direto para 38 pessoas, às quais se juntam sete trabalhadores de prestadores de serviços.

Ao todo, abrange nove dos 10 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. “Numa atividade de engarrafamento, seja de cervejas, águas ou cidras, há utilização forte de água industrial. As garrafas e linhas de enchimento têm de ser lavadas, há um consumo de água bastante significativo e que temos vindo a reduzir substancialmente desde há muitos anos. Estes consumos específicos de água foram reduzidos desde 2010 em 66% em todas as unidades do grupo”.

Exemplo desta evolução tecnológica, desde o início da década passada, a poupança de água industrial traduziu-se na redução de consumo de mais de cinco litros de água por litro de cerveja produzido. “Neste momento, estamos abaixo de três litros. Isto passa por tornar a operação mais eficiente, mas também por reutilizar água”, diz.

Quanto ao propósito de atingir a neutralidade carbónica até 2030 (nos níveis um e dois, já que o nível três tem parâmetros mais rígidos, frisa o gestor), duas das medidas estiveram em foco em Castelo de Vide nesta quinta-feira. Por um lado, o grupo Super Bock aposta na circularidade das embalagens, o que no caso da Vitalis significa que 99,7% das garrafas já são de tara retornável.

Por outro, o grupo lança na vila alentejana a iniciativa das comunidades de energia, numa parceria com a Greenvolt.

Rui Lopes Ferreira assegura que a população e as empresas poderão beneficiar das seis comunidades que serão criadas no país, junto às fábricas detidas pela ex-Unicer. Ao todo, no país, haverá cerca de 20 mil painéis, ocupando seis hectares, entre terrenos e coberturas de edifícios (cuja estrutura será reforçada para suportar o peso). A produção de energia de fonte solar atingirá 16 mil MW por ano, 62% dos quais para autoconsumo.

Em Castelo de Vide haverá 1.465 painéis, ao longo de 3.800 metros quadrados, com produção de 1180 MWh/ano, dos quais 40% chegarão aos consumidores no raio de quatro quilómetros. A fábrica não absorverá os 100% da produção apenas porque há picos de consumo, esclarece. “Do total de energia elétrica que [a fábrica de] Castelo de Vide consome, 31% passarão a vir destes painéis”.

O Super Bock Group não tem na sua atividade a comercialização de energia, nem vai ter. Será o operador e parceiro do Super Bock Group neste investimento a comercializar a energia a preços mais competitivos a quem da comunidade, num raio de quatro quilómetros, manifeste interesse na compra de energia verde a preços competitivos.

Rui Lopes Ferreira

CEO do Super Bock Group

À comunidade chegará energia verde “a custos muito interessantes”, com “preço benéfico para a comunidade, uma vez que é energia verde produzida gratuitamente”, explica, não esclarecendo o valor. “O Super Bock Group não tem na sua atividade a comercialização de energia, nem vai ter. Será o operador e parceiro do Super Bock Group neste investimento a comercializar a energia a preços mais competitivos a quem da comunidade, num raio de quatro quilómetros, manifeste interesse na compra de energia verde a preços competitivos”, esclarece o presidente executivo ao ECO/Local Online.

“O investimento no solar do Super Bock Group irá permitir reduzir as emissões de CO2 em 4000 ton, nas emissões de âmbito 1 e 2”, as quais chegam a, aproximadamente, 40 mil toneladas, afirma o gestor.

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Ministro da Economia admite privatizar participações da Portugal Ventures

  • Lusa
  • 14 Novembro 2024

"Qual é o sentido de o Estado investir em participações de capital e especificamente, nomeadamente, no capital semente ou áreas de muito expertise?”, questiona Pedro Reis.

O ministro da Economia disse esta quinta-feira que quer promover uma reflexão sobre o investimento do Estado em participações de capital e admitiu a privatização de algumas destas da Portugal Ventures, sociedade pública gestora de fundos de capital de risco.

Tenho estado a abordar a questão com a atual administração do Banco Português de Fomento e com outros membros do Governo, qual é o sentido de o Estado investir em participações de capital e especificamente, nomeadamente, no capital semente ou áreas de muito expertise?”, afirmou Pedro Reis, que está a ser ouvido esta tarde na Assembleia da República, no âmbito da discussão, na especialidade, da proposta de Orçamento do Estado para 2025.

O governante respondia a questões do deputado Carlos Guimarães Pinto, da IL, sobre se admite a extinção da Portugal Ventures, sociedade pública gestora de fundos de capital de risco, incluída no Banco Português de Fomento, vocacionada para apoiar o desenvolvimento de projetos inovadores e competitivos.

“Acho que é um dos cenários que tem de se colocar, sinceramente”, respondeu Pedro Reis. O ministro da Economia defendeu uma reflexão “exigente, fria, racional e objetiva” e apontou que, se se concluir que não faz sentido o Estado investir em participações de capital, deve-se pensar no que “melhor protege o interesse público e aconselhar a venda”.

Mais tarde, o ministro clarificou que defende a ponderação de “um cenário em que haja algumas participações que não façam sentido e colocar a Portugal Ventures cada vez mais numa estratégia de coinvestimento de fundos, reciclá-la, revitalizá-la, repensá-la”.

“Nesse trabalho, estratégia de coinvestimento, podemos fazer participar os grandes grupos económicos e as ‘portugais ventures’ dessa nova formulação, nova encarnação, para coinvestir com as pequenas e médias empresas, acho que é interessante”, acrescentou.

A Portugal Ventures foi criada em 2012 e, segundo uma análise do jornal de Negócios publicada em junho, a sociedade de capital de risco acumulou perdas de 123,7 milhões de euros desde a sua fundação.

(Notícia atualizada e título corrigido às 19h54)

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Governo quer agravar as multas aos maquinistas dos comboios

"Portugal tem o 2.º pior desempenho em acidentes que ocorrem na ferrovia", diz o ministro da Presidência para justificar a medida. Executivo avança com diretiva do IVA que alarga as isenções.

O Governo aprovou uma proposta de lei, a submeter à Assembleia da República, que “reforça as medidas de contraordenação para os maquinistas” dos comboios, “criando uma proibição de condução sob o efeito de álcool”, anunciou esta quinta-feira o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, durante o briefing do Conselho de Ministros.

“Portugal tem o segundo pior desempenho” da Europa “em acidentes que ocorrem na ferrovia”, indicou para justificar a proposta de agravamento do quadro sancionatório que “é o mais leve e mais baixo da Europa, o que é um contrassenso, um paradoxo”. “Portugal está numa das piores situações ao nível de acidentes” na ferrovia, reforçou o governante.

Neste sentido, o Executivo aprovou um diploma que “aumenta o valor das coimas aplicáveis às contraordenações previstas no decreto-Lei n.º 85/2020, de 13 de outubro, relativo à segurança ferroviária, garantindo um regime mais dissuasor”, lê-se no comunicado do Conselho de Ministros.

Neste momento, e de acordo com esse decreto, que o Governo quer rever, as contraordenações vão de 10 mil a 44.891,81 euros. Se a infração por realizar serviços de transporte ferroviário sem certificado de segurança for cometida por uma pessoa singular, a coima vai de 1.250 a 3.740,98 euros.

Constitui ainda contraordenação, punível com coima de mil a cinco mil euros, o incumprimento por parte das empresas ferroviárias do dever de informar o IMT- Instituto da Mobilidade e dos Transportes, com, pelo menos, dois meses de antecedência, do início de novas operações de transporte ferroviário. Ora o Governo quer agravar as multas previstas neste quadro sancionatório.

A mesma proposta de lei pretende ainda alterar a lei n.º 16/2011, de 3 de maio, que aprova o regime de certificação dos maquinistas de locomotivas e comboios do sistema ferroviário, “proibindo os maquinistas de desempenharem as suas funções sob influência de álcool, estupefacientes ou substâncias psicotrópicas que possam comprometer o exercício de tais funções de forma segura e adequada”, segundo a mesma nota do Conselho de Ministros.

Governo avança com diretiva do IVA que alarga as isenções a mais produtos

O Conselho de Ministros aprovou ainda uma proposta de lei que “transpõe a diretiva europeia que regula matérias de tributação em sede de IVA”, indicou Leitão Amaro. Em causa está a lei comunitária 2006/112/CE, que tem de ser transposta por todos os Estados-membros da União Europeia até ao final do ano, e que permite alargar as isenções do IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado) a sete categorias de produtos, designadamente medicamentos, alimentação e bebidas, exceto as que contenham álcool, tal como o ECO noticiou. Mantém-se, no entanto, o limite máximo de 24 grupos de bens ou serviços com taxas reduzidas ou zero.

A grande novidade deste diploma é a possibilidade de os Estados-membros poderem aplicar uma terceira taxa reduzida abaixo de 5%, o que antes não era permitido, além de duas acima desse limiar que, em Portugal, são de 13% e 6%. A União Europeia avançou com esta alteração em 2022 e os países puderam aplicá-la logo, mesmo antes de ser vertida na letra da lei nacional, para dar resposta à crise pandémica e inflacionista. Foi abrigo desta exceção que o Governo de António Costa implementou temporariamente o IVA zero para um cabaz de 46 bens alimentares essenciais durante nove meses, entre abril de 2023 e 4 de janeiro de 2024.

A transposição da diretiva para o ordenamento jurídico foi “parcial”, de acordo com o comunicado do Governo, isto porque o Executivo optou por não mudar as atuais taxas reduzidas em vigor, de 13% e 6%. “A proposta do Governo não prevê alterações ao nível das taxas”, revelou Miguel Silva Pinto, da Autoridade Tributária, ao ECO.

O ministro da Presidência preferiu então destacar outra alteração que esta diretiva vai introduzir no CIVA: “Esta diretiva clarifica que a tributação dos serviços de streaming é feita no local de consumo”, indicou. Ou seja, o IVA passa a ser cobrado no país onde o cliente desses serviços está estabelecido, em vez de ser liquidado no local onde está sediado o prestador ou empresa.

“As alterações asseguram sobretudo o alinhamento da prestação de determinados serviços (por exemplo, de natureza cultural, artística e desportiva) em formato virtual com a tributação no local de consumo”, lê-se no comunicado do Conselho de Ministros. Para além disso, “elimina potenciais distorções de concorrência na aplicação do regime especial de IVA aplicado aos bens usados, objetos de arte, de coleção e de antiguidades”.

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Moody’s deve manter rating de Portugal mas pode melhorar perspetiva

  • Lusa
  • 14 Novembro 2024

A última avaliação da Moody’s à dívida soberana portuguesa foi em maio, quando manteve inalterado o rating de Portugal, em ‘A3’, com perspetiva ‘estável’.

A Moody’s vai avaliar esta sexta-feira a dívida soberana portuguesa e deverá manter inalterado o rating, segundo os analistas ouvidos pela agência Lusa, mas o outlook poderá melhorar. A última avaliação da Moody’s à dívida soberana portuguesa foi em maio, quando manteve inalterado o rating de Portugal, em ‘A3’, com perspetiva ‘estável’.

Neste momento, “a economia portuguesa apresenta um crescimento moderado, com alguns indicadores a sinalizar uma desaceleração, como o abrandamento do PIB [Produto Interno Bruto] trimestral, o aumento da inflação e a desaceleração nas vendas a retalho”, salienta Vítor Madeira, analista da XTB, à Lusa.

“No entanto, a estabilidade da taxa de desemprego e o crescimento anual do PIB são aspetos positivos que oferecem alguma resiliência à economia”, aponta, pelo que, “apesar dos desafios, como a elevada dívida pública e a ligeira subida nas yields das obrigações do Tesouro, a confiança nas finanças públicas de Portugal continua a ser relativamente sólida”.

Tendo em conta este cenário, “as expectativas para a decisão desta sexta-feira são de que o rating seja mantido, uma vez que não há mudanças significativas no campo macroeconómico, estratégico e político que possam afetar a capacidade de Portugal em cumprir as suas obrigações de crédito”.

Paulo Monteiro Rosa, economista sénior do Banco Carregosa, considera por sua vez, em declarações à Lusa, que “Portugal tem apresentado indicadores económicos positivos, especialmente na redução da dívida pública, o que pode influenciar positivamente a avaliação da Moody’s”.

“A estabilidade política recentemente alcançada com a aprovação do orçamento de 2025 também pode ser um fator favorável na análise da agência, uma vez que a confiança nas instituições governamentais é um dos critérios avaliados”, destaca o economista.

Já no que diz respeito à perspetiva (‘outlook’) para a economia portuguesa, Vítor Madeira salienta que esta permaneceu “estável”, o que “sugere que, a menos que ocorram mudanças imprevistas, como uma deterioração das condições económicas globais ou um agravamento de riscos internos, não há razões para que esta avaliação seja alterada”.

Por outro lado, Paulo Monteiro Rosa admite uma melhoria da perspetiva para ‘positiva’. “A última das principais agências de rating a pronunciar-se foi a Fitch Ratings, em 20 de setembro, que manteve o rating de Portugal em ‘A-’ e melhorou a perspetiva para positiva”, recorda o economista, o que “reflete o progresso contínuo na redução da dívida pública, o compromisso com uma política orçamental prudente e a desalavancagem externa, que reduzem as vulnerabilidades de Portugal”.

Assim, Paulo Monteiro Rosa considera que “o mais provável é que a Moody’s melhore o outlook de Portugal para positivo, alinhando-se assim com as restantes principais agências de classificação de crédito”. O rating é uma avaliação atribuída pelas agências de notação financeira, com grande impacto para o financiamento dos países e das empresas, uma vez que avalia o risco de crédito.

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Ataque no Supremo Tribunal Federal do Brasil investigado como terrorismo

  • Lusa
  • 14 Novembro 2024

A polícia brasileira diz que o ataque ao Supremo Tribunal desta quarta-feira não foi "um facto isolado" e estará "conectado com várias outras ações".

O diretor-geral da Polícia Federal brasileira, Andrei Rodrigues, afirmou esta quinta-feira que o ataque com explosivos no Supremo Tribunal Federal (STF), cujo autor acabou por morrer, é investigado como terrorismo e não foi um ato isolado. Duas explosões aconteceram na noite quarta-feira nas proximidades do STF, em Brasília, matando Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, identificado como autor do ataque contra o tribunal pela polícia e membro do Partido Liberal, liderado pelo ex-Presidente Jair Bolsonaro.

“Esses grupos extremistas estão ativos e precisam que nós atuemos de maneira enérgica, não só a Polícia Federal, mas todo o sistema de Justiça criminal”, disse Andrei Rodrigues numa conferência de imprensa.

Na avaliação do diretor-geral da polícia judiciária brasileira, o ataque ao STF “não é um facto isolado”, mas estará “conectado com várias outras ações que, inclusive, a Polícia Federal tem investigado agora em um período recente”, referindo-se às investigações contra adeptos da extrema-direita que apoiam o ex-Presidente Jair Bolsonaro e que em 08 de janeiro de 2023 atacaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

Andrei Rodrigues explicou que a Polícia Federal abriu um inquérito para investigar o ataque realizado na noite de quarta-feira e a linha investigação, até ao momento, baseia-se em duas hipóteses criminais: de ato que atenta contra o Estado Democrático de Direito e também de ato terrorista.

“Nós estamos tratando esse caso sob essas duas vertentes e por isso a nossa unidade de antiterrorismo está atuando diretamente nesse caso”, afirmou o diretor da Polícia Federal. “Há indícios de um planeamento de longo prazo, essa pessoa já esteve em outras oportunidades em Brasília, inclusive, segundo relatos de familiares, estava aqui em Brasília no começo do ano de 2023, mas ainda é cedo dizer se houve participação direta ou não [dele] nos atos do 8 de janeiro”, acrescentou.

O chefe da polícia judiciária brasileira reforçou que na residência do suspeito, em Ceilândia, cidade satélite de Brasília, a polícia encontrou uma mensagem escrita no espelho que mencionava um ato realizado por uma extremista ‘bolsonarista’, Debora Rodrigues, que vandalizou a estátua da Justiça, à frente do STF, em 08 de janeiro de 2023.

“Debora Rodrigues, por favor não desperdice batom, isso é para deixar as mulheres bonitas. Estátua de ‘merda’ se usa TNT [material explosivo]”, podia ler-se na mensagem deixada pelo agressor no espelho e que refere diretamente os ataques às sedes dos Três Poderes na capital do Brasil.

O STF foi um dos edifícios mais atacados em 8 de janeiro de 2023, juntamente com o Palácio do Planalto e o edifício do Congresso, por milhares de radicais ‘bolsonaristas’, um ataque que o poder judicial está a investigar como uma tentativa de golpe contra o Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, oito dias depois de ter tomado posse como chefe de Estado após vencer o ex-presidente Jair Bolsonaro nas presidenciais realizadas em 2022.

Sobre as investigações em andamento, Rodrigues confirmou que na casa do autor do ataque foram encontrados artefactos explosivos artesanais com um grau de lesividade significativa, já que continham artefactos de fragmentação que simulavam uma granada. O diretor da polícia Federal brasileiro acrescentou que Francisco Wanderley Luiz, autor do ataque ao STF, transportava consigo um extintor de incêndio carregado de combustível, que poderia ser usado como um lança-chamas.

“Não sabemos ainda a motivação do crime e estamos trabalhando, como já disse, com essas hipóteses criminais de uma ação terrorista, mas também da ação de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. E, esse caso, se conecta, como também já rapidamente mencionei, com outras investigações da Polícia Federal [em razão] desse sinal muito claro, dessa mensagem deixada pela pessoa que se suicidou”, concluiu.

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Ordem dos Médicos diz que problemas do INEM “não nasceram esta semana”

  • Lusa
  • 14 Novembro 2024

O bastonário salientou ainda que a Ordem dos Médicos "está preocupada" e que "mais do que apontar problemas" pretende apresentar soluções para "ajudar a virar esta página".

O Bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, afirmou esta quinta-feira que os problemas do INEM “não nasceram esta semana, nem a semana passada” e disse esperar que “mais do que promessas” o Ministério da Saúde responda aos problemas.

“Temos aqui dois problemas. Temos o problema que aconteceu nestas últimas duas semanas que foi de alguma forma agudizado tendo em conta um conjunto de greves que aconteceram, mas os problemas do INEM não nasceram esta semana, nem a semana passada”, afirmou o bastonário. Carlos Cortes, que esta tarde visitou o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM, no Porto, destacou que os problemas do INEM se foram acumulando ao longo dos anos e que os responsáveis da tutela da Saúde “nunca souberam resolver”.

“Nunca tiveram a devida preocupação e de alguma forma ignoraram o INEM”, considerou. O bastonário salientou ainda que a Ordem dos Médicos “está preocupada” e que “mais do que apontar problemas” pretende apresentar soluções para “ajudar a virar esta página”. Entre as soluções, Carlos Cortes destacou a necessidade de se avançar com uma “reforma dos recursos humanos” do INEM.

Questionado sobre as responsabilidades do Ministério da Saúde nesta matéria, o bastonário disse esperar que “mais do que intenções e promessas, haja uma concretização das soluções e propostas para ultrapassar este momento difícil”. As mortes de 11 pessoas alegadamente associadas a falhas no atendimento do INEM motivaram a abertura de sete inquéritos pelo Ministério Público (MP), um dos quais já arquivado. Há ainda um inquérito em curso da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).

A demora na resposta às chamadas de emergência agravou-se durante a greve de uma semana às horas extraordinárias dos técnicos de emergência pré-hospitalar, que reclamam a revisão da carreira e melhores condições salariais. A greve foi suspensa após a assinatura de um protocolo negocial entre o Governo e o sindicato do setor.

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Framedrop.ai ganha prémio de 15 mil euros da Road 2 Web Summit

  • ECO
  • 14 Novembro 2024

A startup de Coimbra venceu esta edição da Road 2 Web Summit e recebeu um cheque de 15 mil euros. Esta ferramenta utiliza inteligência artificial para conteúdos dos media nas redes sociais.

A startup portuguesa Framedrop.ai ganhou 15 mil euros depois de ser a vencedora da edição deste ano do programa Road 2 Web Summit.

A Framedrop.ai é uma ferramenta que visa ajudar os media tradicionais a crescer nas redes sociais e pretende melhorar o workflow no trabalho, operando em conjunto com grupos de imprensa. Esta tecnologia através da inteligência artificial (IA) consegue encurtar vídeos, criar legendas automaticamente em várias línguas, entre outros processos.

“É uma ajuda muito importante e isto dá-nos responsabilidade para o futuro” referiu Mário Tarouca, COO da Framedrop.ai, quando recebeu o prémio. Jornalistas “esta ferramenta é para vocês“, acrescentou o representante da startup.

A startup de Coimbra já tem presença nos Estados Unidos da América e no Reino Unido.

O programa Road 2 Web Summit também atribuiu um prémio de cinco mil euros à Deeploy, empresa de recrutamento na área do design, segundo comunicado da organização, após ser selecionada como a startup com melhor desempenho no bootcamp de Lisboa e do Porto e durante a Web Summit.

A edição deste ano contou com 125 startups participantes nas áreas de tecnologia, saúde, recursos humanos, finanças e sustentabilidade. O programa contou com a parceria da Galp Upcoming Energies que apoiou o programa com o valor dos dois prémios, no total de 20 mil euros.

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Local Summit junta autarcas para discutir o país

  • ECO
  • 14 Novembro 2024

O Local Summit, grande cimeira do território, vai acontecer no dia 19. Estão abertas as inscrições para este encontro das autarquias, academia e empresas de todas as regiões do continente.

É já no próximo dia 19, terça-feira, que autarquias, academia e empresas de todas as regiões de Portugal continental, desde o Algarve e Alentejo até ao Minho e Trás-os-Montes, levam à primeira edição do Local Summit a experiência do país descentralizado. São 14 autarcas de todo o país, para discutirem talento, smart cities, casos de sucesso, empresas, turismo e interioridade.

As inscrições para assistir ao grande encontro já decorrem. Este evento promovido pelo ECO/Local Online no Centro Cultural de Belém (CCB) desenrola-se a partir das 09h30.

Para assistir à Local Summit, basta seguir este link.

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Lucro da REN cai 12,5% para 84 milhões de euros até setembro

O lucro da REN foi impactado negativamente pelos resultados da atividade doméstica e internacional, assim como pelos custos mais elevados da dívida.

A REN – Redes Energéticas Nacionais lucrou 84,2 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano, uma redução de 12,5% face ao conseguido no período homólogo do ano passado. Estes números foram divulgados pela empresa esta quinta-feira, através de um comunicado publicado na página do regulador dos mercados, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Os lucros, de acordo com o documento partilhado, foram impactados negativamente pela redução no EBITDA e nos resultados financeiros. O EBITDA da REN atingiu 388,5 milhões de euros, uma diminuição de 1,8% face ao mesmo período do ano anterior, fruto de uma redução tanto da da atividade doméstica, em 2,5 milhões de euros, como da atividade internacional, em 4,4 milhões de euros.

Os resultados financeiros caíram em 10,9 milhões para os -46,4 milhões, “principalmente devido a um maior custo com a dívida”, explica o comunicado. O custo médio da dívida foi de 2,8%, refletindo um aumento face aos 2,4% registados nos primeiros nove meses de 2023.

Em paralelo, a gestora das redes a nível nacional aumentou o investimento em 20,2% para 212,9 milhões de euros, um incremento que é dado sobretudo pela aposta na rede elétrica em Portugal, “para possibilitar a integração de novos centros de produção elétrica através de fontes renováveis”, justifica a REN, numa nota enviada às redações, a propósito da apresentação de resultados.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h24, com mais informação)

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FC Porto financia-se em 115 milhões junto de investidores americanos

Portistas realizaram emissão de obrigações através de uma sociedade recém-criada, a Dragon Notes. Operação foi organizada pelo banco JPMorgan, que colocou dívida junto de grandes investidores.

André Villas-Boas tomou posse em maio.Fernando Veludo/Lusa

O FC Porto acabou de obter um financiamento de 115 milhões de euros junto de grandes investidores americanos no âmbito do processo de reestruturação financeira que está a ser levado a cabo pelo novo presidente dos portistas, André Villas-Boas. A operação financeira envolveu a recém-criada sociedade Dragon Notes, que foi constituída em setembro para gerir a participação na StadCo, também criada há pouco tempo para gerir os direitos comerciais do Estádio do Dragão após o processo de cisão da Porto Comercial, como o ECO avançou em julho.

De acordo com a informação enviada ao mercado, o FC Porto pagará uma taxa de juro anual de 5,62% por estas obrigações com o prazo de 25 anos. A operação foi organizada pelo banco norte-americano JPMorgan Chase.

Segundo a SAD dos dragões, esta emissão “destina-se a refinanciar o passivo existente e a financiar a atividade global do FC Porto e representa um passo decisivo na concretização da estratégia de financiamento do FC Porto, permitindo a extensão da maturidade média da dívida; e a redução do custo médio da dívida, em linha com objetivos oportunamente comunicados”.

Dividendos do estádio garantem obrigações

A SAD portista congratula-se com a elevada procura registada nesta emissão, cerca de 170 milhões de euros, “bem como com a elevada qualidade dos investidores institucionais que participaram na operação, como resultado da qualidade de crédito da Dragon Notes, evidenciada pela notação de investment grade atribuída pela agência de rating DBRS (rating de crédito de longo prazo de BBB Low) em resultado de um modelo de negócio resiliente e com perspetivas de crescimento por parte da Porto Stadco.

Os dragões adiantam que “não foram atribuídas aos obrigacionistas garantias reais, nomeadamente a hipoteca sobre o Estádio do Dragão ou passes de jogadores”. Ainda assim, as obrigações serão garantidas em primeira linha pelos dividendos a pagar pela Porto StadCo à Dragon Notes, “sendo que o eventual excesso, após serviço da dívida, será distribuído para o FC Porto após cumprimento de determinadas condições”.

A SAD do FC Porto atravessa uma crise financeira sem precedentes e avançou para um processo de reestruturação da sua dívida que ascende a 500 milhões de euros, que se encontra a ser renegociada com os credores para baixar os custos financeiros.

As últimas contas mostram uma situação de falência técnica, com os capitais próprios negativos de 113,7 milhões de euros no final do exercício da temporada transata, apesar de ter registado uma melhoria da sua situação líquida por conta da valorização do estádio.

Ithaka nomeia cofundadores para a Porto StadCo

No âmbito da reestruturação, a SAD portista vendeu 30% dos direitos comerciais relacionados com o estádio aos espanhóis da Ithaka, através da Porto StadCo, e num negócio do qual já recebeu 50 milhões de euros, que ajudou a aliviar a pressão sobre a tesouraria. Mas está ainda previsto que receba mais 15 milhões fixos e outros 35 milhões em caso de cumprimento de determinadas métricas de negócio.

A Porto StadCo ficará com a gestão dos direitos de naming relacionados com a infraestrutura do Estádio do Dragão, museu do clube, concertos e espetáculos entre outros negócios relacionados com o recinto desportivo. No final do mês passado, os espanhóis Esther Perez e Alejandro Barragan para a Porto StadCo, ambos co-fundadores da Ithaka, sediada em Madrid.

Do lado portista, a participação de 70% na StadCo é controlada através da sociedade Dragon Notes, que já se encontra registada na lista de emitentes da Euronext e através da qual o FC Porto já contava emitir dívida junto de investidores institucionais, segundo revelou aquando do negócio com a Ithaka.

André Villas-Boas, que tomou posse em maio após a presidência de Pinto da Costa durante mais de 40 anos e que chegou a fazer um empréstimo de 500 mil euros à SAD a título pessoal face à situação de emergência dos portistas, tem como grande prioridade a reestruturação financeira do FC Porto.

A SAD fechou a temporada de 2023-2024 com prejuízos de 21 milhões de euros e um passivo de 520 milhões de euros. A equipa principal de futebol está no segundo lugar da Liga Portugal, com 27 pontos, menos cinco que os campeões em título Sporting e mais dois que o Benfica (embora os encarnados tenham menos um jogo).

(Notícia atualizada às 16h52)

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Bruxelas aprova pagamento de 4 mil milhões quando se aproxima milésimo dia da guerra na Ucrânia

  • Lusa
  • 14 Novembro 2024

Se o Conselho Europeu aprovar este cheque, o apoio ao Plano para a Ucrânia atingirá os 16,1 mil milhões de euros em 2024.

A Comissão Europeia aprovou esta quinta-feira um novo pagamento de quatro mil milhões de euros no âmbito do Mecanismo de Apoio à Ucrânia, após o país ter cumprido nove indicadores de reforma, quando se aproxima o milésimo dia da guerra.

“A Comissão emitiu hoje uma avaliação positiva do segundo pagamento regular de cerca de 4,1 mil milhões de euros ao abrigo do Mecanismo de Apoio à Ucrânia da União Europeia (UE), destinado a apoiar a estabilidade macrofinanceira da Ucrânia e o funcionamento da sua administração pública”, indica a instituição em comunicado.

De acordo com Bruxelas, quando a decisão for adotada pelo Conselho da UE (ao nível dos 27 Estados-membros do bloco europeu), “elevará para 16,1 mil milhões de euros o total de fundos desembolsados em 2024 em apoio ao Plano para a Ucrânia”. O apoio surge a poucos dias de se assinalarem 1.000 dias da guerra da Ucrânia causada pela invasão russa, iniciada em 24 de fevereiro de 2022.

A marca dos 1.000 dias é atingida na terça-feira e nesse dia ocorre em Bruxelas uma sessão extraordinária do Parlamento Europeu a propósito da data. Através da rede social X (antigo Twitter), a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, vincou: “Ao aproximar-se o milésimo dia da guerra atroz da Rússia, ajudaremos a manter o Estado ucraniano a funcionar enquanto o país luta pela sobrevivência”.

“A nossa ação é a longo prazo”, adiantou a líder do executivo comunitário.

O aval acontece após uma avaliação da instituição do segundo pedido de pagamento apresentado pela Ucrânia em outubro, na qual se concluiu que o país “cumpriu satisfatoriamente os nove indicadores de reforma acordados para este pagamento, em domínios como a luta contra a corrupção, o ambiente empresarial, o mercado de trabalho, a política regional, o mercado da energia e a proteção do ambiente”, segunda elenca o executivo comunitário na nota de imprensa.

Para as verbas chegarem a solo ucraniano, falta agora o aval do Conselho da UE do cumprimento satisfatório pelo país dos indicadores qualitativos e quantitativos estabelecidos no Plano para a Ucrânia, sendo que a transferência ocorre logo após a adoção da decisão.

O Mecanismo de Apoio à Ucrânia da UE, no valor de 50 mil milhões de euros concedidos sob a forma de subvenções e empréstimos para o período 2024-2027, apoia os esforços de Kiev para manter a estabilidade macrofinanceira, promover a recuperação a curto prazo, bem como reconstruir e modernizar o país, implementando simultaneamente reformas estruturais fundamentais para avançar no caminho de adesão à UE.

O país tem estatuto de candidato à UE desde junho de 2022. A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país. Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.

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Governo rejeita atualização extraordinária das pensões em 2025

Apesar dos alertas do Conselho Económico e Social sobre a perda do poder de compra dos reformados, o Executivo afasta um aumento permanente das prestações, como propõem PS e Chega.

O Governo rejeita dar uma atualização extraordinária e permanente aos pensionistas no próximo ano, como propõe PS e Chega, apesar dos alertas do Conselho Económico e Social (CES) sobre a perda do poder de compra dos reformados. O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, defendeu antes o modelo de bónus, idêntico ao que foi atribuído em outubro, que não terá efeito no cálculo dos aumentos futuros, que decorrem da lei, “porque é financeiramente mais sustentável”, afirmou esta quinta-feira, durante o briefing do Conselho de Ministros.

O CES foi ouvido esta quinta-feira de manhã, no Parlamento, no âmbito da apreciação na especialidade do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), e defendeu a “valorização de todas as pensões” e avisou que o atual sistema atualização penaliza alguns pensionistas, “nomeadamente os que têm maiores valores de pensão e que geralmente têm maior carreira contributiva”.

Leitão Amaro começou por garantir que o Governo vai aplicar a “atualização das pensões de acordo com a lei”. E, havendo disponibilidade orçamental, o Executivo “tem disponibilidade para aumentar mais através de um suplemento extraordinário”, sublinhou. “Foi sempre essa a nossa posição. Havendo recursos, porque são limitados, devemos voltar a reforçar o poder de compra dos pensionistas e o Governo quer fazê-lo”, insistiu. Mas através de um bónus, entre 100 e 200 euros, de pagamento único e sem efeito na base de cálculo das futuras prestações, recusando assim um aumento suplementar e permanente como defendem PS e Chega.

De lembrar que o líder do PS, Pedro Nuno Santos, propôs ao Governo uma atualização extraordinária de 1,25% para pensões até 1.565 euros, no âmbito das negociações para um acordo de viabilização do Orçamento do Estado para 2025, mas o Governo descartou logo a medida. O Chega deu entrada de uma proposta de alteração ao Orçamento que determina um aumento suplementar de 1,5% para prestações até 1.018,52 euros mensais brutos.

O governante salienta que o modelo de bónus “é uma solução que até teve um volume financeiro superior, de 400 milhões de euros” comparativamente com a proposta do PS de aumento extra de 1,25 pontos, que tem um custo de 270 milhões. A questão é que a medida do Governo é pontual e não releva para os orçamentos de anos seguintes, enquanto que a medida dos socialistas iria ter sempre impacto no futuro. Daí que Leitão Amaro acabe por reconhecer que “a solução do Governo é financeiramente mais sustentável”.

“Governamos para todos os portugueses. É preciso complementar o esforço orçamental e fiscal de todos os portugueses”, frisou. Por isso, o ministro considera que o modelo de bónus “é o mais adequado justo e sustentável”.

Ministro garante que “há uma contenção da despesa pública” no OE

Confrontado com os alertas da presidente do Conselho das Finanças Públicas (CFP), Nazaré Costa Cabral, que espera que “o comportamento da despesa este ano seja excecional, anómalo e não se torne um padrão de crescimento”, o ministro da Presidência garantiu que, no OE2025, “há uma contenção da despesa pública”.

O país não suportaria termos uma taxa de crescimento na casa de dois dígitos”, sublinhou Costa Cabral, no Parlamento, no âmbito da apreciação na especialidade do OE.

“A despesa corrente e total do Estado sem PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] cresce menos do que a inflação, há uma contenção da despesa pública”, esclareceu. Por isso, argumentou, “é possível ter um Orçamento que baixa impostos e não aumenta nenhum imposto, ao mesmo tempo que paga as valorizações da Função Pública e das carreiras especiais”.

“Há uma contenção geral da despesa, porque cresce menos do que a economia. Estamos convencidos que a estratégia deste Governo é ter um equilíbrio virtuoso, que vai chegar ao final de 2025 e ver isso provado”, defendeu.

(Notícia atualizada às 16h41)

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