Vitória de Trump aguça “sentido de urgência” para UE ser mais competitiva, alerta Draghi

  • Lusa e ECO
  • 8 Novembro 2024

Depois de Trump ter sido eleito o 47.º Presidente dos EUA, Draghi vincou que “a coisa mais urgente a fazer agora é combater a fragmentação do mercado único e dos mercados de capitais” da UE.

O antigo primeiro-ministro italiano Mario Draghi considerou esta sexta-feira que cresceu “o sentido de urgência” para a União Europeia (UE) ser mais competitiva e colmatar falhas de investimento e atrasos, desde a vitória de Donald Trump nas presidenciais americanas.

“O sentido de urgência é hoje maior do que era há uma semana”, disse Mario Draghi, falando em declarações aos jornalistas à entrada duma reunião informal do Conselho Europeu, em Budapeste, na qual se vai discutir um novo acordo europeu sobre a competitividade após o seu relatório sobre o tema.

Depois de Donald Trump ter sido eleito na terça-feira o 47.º Presidente dos Estados Unidos, Draghi vincou que “a coisa mais urgente a fazer agora é combater a fragmentação do mercado único e dos mercados de capitais” da UE.

Também falando à chegada a esta cimeira europeia informal em Budapeste, a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, sublinhou a necessidade de “a Europa voltar a uma tendência ascendente rápida” em termos económicos.

“A competitividade não é apenas uma palavra da moda, é uma palavra que significa que precisamos de nos concentrar no crescimento económico e o crescimento económico significa mais empregos, mais volume de negócios”, adiantou a líder da assembleia europeia.

Michel confia em novo “enquadramento poderoso” para ‘puxar’ pela economia da UE

O presidente do Conselho Europeu afirmou confiar num novo “enquadramento poderoso” aprovado na reunião informal de hoje em Budapeste, um acordo para a União Europeia (UE) ser mais competitiva, quando reforça laços com os Estados Unidos.

“Temos esta manhã o debate sobre a competitividade e estou confiante de que os líderes chegarão a acordo sobre uma declaração e esta declaração será um enquadramento poderoso”, declarou Charles Michel aos jornalistas à chegada à cimeira europeia informal, em Budapeste.

“[Os líderes] compreendem que temos de atuar para aprofundar o mercado único e sabem que temos de apoiar a nossa base industrial e compreendem que a União dos Mercados de Capitais ou o Banco Europeu de Investimento devem ser instrumentos importantes para garantir a injeção de muitos mais meios financeiros para apoiar a nossa economia, o nosso desenvolvimento económico”, vincou.

Novo acordo europeu sobre a competitividade da UE hoje discutido em Budapeste

Os líderes da UE reúnem-se hoje num Conselho Europeu informal em Budapeste para discutir um novo acordo europeu sobre a competitividade, que destaca a necessidade de investimentos significativos face aos Estados Unidos e China.

Reunidos na capital húngara pela presidência rotativa do Conselho da UE assumida pela Hungria, os chefes de Governo e de Estado da União – incluindo o primeiro-ministro português, Luís Montenegro – vão tentar aprovar a Declaração de Budapeste, na qual se defendem “investimentos significativos, mobilizando financiamentos públicos e privados”, bem como um “mercado da energia totalmente integrado e interligado, com caráter prioritário”, de acordo com a versão final do documento, a que a Lusa teve acesso.

A reunião acontece num contexto de mudanças políticas nos Estados Unidos, depois de Donald Trump ter sido eleito na terça-feira o 47.º Presidente dos Estados Unidos, quando se admite que o republicano se foque mais nos interesses norte-americanos, o que causa receios sobre o impacto nas relações transatlânticas entre Bruxelas e Washington.

Falando precisamente sobre a transição política norte-americana, Charles Michel adiantou estar “absolutamente convencido de que todos os líderes europeus querem reforçar os laços com os Estados Unidos”.

“Ontem [quinta-feira] tivemos um bom debate sobre este tema, sobre todos os tópicos, incluindo a segurança, a defesa, e ontem transmiti a Donald Trump a mensagem de que gostaríamos de cooperar com ele em todos os domínios, incluindo na Ucrânia. Temos de reforçar a Ucrânia [face à invasão russa], temos de apoiar a Ucrânia, porque se não apoiarmos a Ucrânia, estaremos a enviar um sinal errado a Putin, mas também a outros regimes autoritários em todo o mundo”, disse ainda.

O encontro de alto nível surge ainda depois de o ex-primeiro-ministro italiano Mario Draghi ter enumerado, num relatório divulgado em setembro, falhas no investimento comunitário e atrasos em termos industriais, tecnológicos e de defesa, situação que a UE quer agora reverter, neste momento de mudança política nos Estados Unidos, um dos seus principais parceiros e concorrentes.

Mario Draghi estimou em 800 mil milhões de euros as necessidades anuais de investimento adicional no espaço comunitário, o equivalente a mais de 4% do PIB (produto interno bruto) comunitário – o dobro do realizado no pós Segunda Guerra Mundial com o Plano Marshall -, no âmbito de uma nova estratégia industrial comunitária.

Este será o último Conselho Europeu com Charles Michel na liderança da instituição, cargo que será assumido pelo ex-primeiro-ministro português, António Costa, a partir de 01 de dezembro.

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COP29: 30 anos de avisos, promessas e cimeiras

  • Lusa
  • 8 Novembro 2024

As cimeiras das Nações Unidas sobre o clima já se realizaram 28 vezes, mas as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) continuam a aumentar. A COP29 decorre este ano em Baku.

As cimeiras das Nações Unidas sobre o clima já se realizaram 28 vezes, mas as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) continuam a aumentar e o ano passado foi o mais quente já registado.

A 29.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP29) decorre de 11 a 22 de novembro em Baku, Azerbaijão, o que significa que a cimeira da ONU sobre o clima se realiza pelo terceiro ano consecutivo num país que produz petróleo ou gás, que, em conjunto com o carvão, são das principais causas do aquecimento global.

A COP29 inicia-se duas semanas depois da divulgação de um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), que indica que os níveis dos três principais GEE que contribuem para o aquecimento global – dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) – voltaram a aumentar em 2023.

O secretário executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC), Simon Stiell, alertou em fevereiro que será necessário um “esforço olímpico” nos próximos dois anos para avançar até onde o planeta precisa de estar em 2030 e 2050, assinalando que as ações tomadas neste período “determinarão quanta destruição causada pelo clima se poderá evitar nas próximas duas décadas e além disso”.

Um ano após o acordo sem precedentes entre países de todo o mundo no Dubai a favor de uma “transição” para o abandono dos combustíveis fósseis, a COP29 deve determinar uma nova meta de ajuda financeira aos países em desenvolvimento, para que possam reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa e adaptar-se às alterações climáticas.

Um ano após o acordo sem precedentes entre países de todo o mundo no Dubai a favor de uma “transição” para o abandono dos combustíveis fósseis, a COP29 deve determinar uma nova meta de ajuda financeira aos países em desenvolvimento, para que possam reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa e adaptar-se às alterações climáticas.

Segundo Simon Stiell, um plano de transição climática exige um investimento anual de pelo menos 2,4 biliões de dólares (2,2 biliões de euros) em energias renováveis e adaptação.

São os seguintes os principais momentos dos cerca de 30 anos de promessas, de avisos e de cimeiras:

  • 1992, Rio de Janeiro – Primeira grande reunião da ONU dedicada às preocupações e provas científicas de que a Terra estava a aquecer e o clima a mudar muito rapidamente. É criada a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (UNFCCC, na sigla original). É decidida a realização de Conferências das Partes da Convenção (COP) para atualizar as decisões e os esforços para controlar as emissões de gases com efeito de estufa (GEE). A Convenção não inclui limites de emissões de GEE, mas contempla a criação de “protocolos” que estabelecessem esses limites.
  • 1995, Berlim Realiza-se a COP1. Os países assumiram mais compromissos sobre a redução de emissões de gases com efeito de estufa do que na Cimeira do Rio.
  • 1997, Quioto – COP3, considerada um momento fundador ao ter sido acordado o Protocolo de Quioto, um tratado jurídico internacional que estabelece limites a um conjunto de países (os mais poluidores) de emissões de GEE e cria um mercado do carbono.
  • 2001, Marraquexe — Na COP7 é alcançado um acordo sobre o Protocolo de Quioto, mas enfraquecido em relação aos objetivos iniciais. Da conferência saiu também uma declaração que salienta a relação entre desenvolvimento sustentável e alterações climáticas.
  • 2010, MéxicoCOP16. Há uma primeira tentativa para criar um fundo de 100 mil milhões de dólares por ano para apoiar um “Fundo Verde para o Clima”. O Fundo só seria aprovado em 2015 em Paris.
  • 2012, Qatar – A COP 18 aprova a Emenda de Doha, que estende até 2020 a vigência do Protocolo de Quioto.
  • 2014 — A União Europeia aprova a meta vinculativa de 40% de redução de emissões de GEE até 2030, em comparação com os valores de 1990. (Em 2020 aumentaria o objetivo para 55%).
  • 2015, FrançaCOP21. É assinado em 12 de dezembro o Acordo de Paris, considerado histórico ao fixar metas para impedir que o aquecimento global ultrapasse os dois graus celsius (ºC) acima dos valores médios da época pré-industrial, ou de preferência não ultrapasse 1,5 ºC. Ao contrário de Quioto, o Acordo de Paris não estabelece metas de emissões, mas responsabiliza os países por apresentarem, e cumprirem, essas metas. São as chamadas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC na sigla original).
  • 2017 — BonaCOP23. É lançado o Diálogo de Talanoa, destinado a fazer um balanço dos esforços dos países para atingir as metas de neutralidade carbónica (não produzir mais GEE do que aqueles que se consegue absorver, nomeadamente através das florestas).
  • 2018 – Cientistas do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC na sigla original) avisam, num relatório divulgado a partir de Seul, que para evitar os piores efeitos das alterações climáticas o mundo precisa de uma mudança profunda e sem precedentes e dizem que as metas do Acordo de Paris são insuficientes.

Seguindo as metas do Acordo de Paris, o relatório estima os impactos das alterações climáticas nos cenários de uma subida de 2ºC e de 1,5ºC, e diz que no primeiro caso todos os corais morrerão, além de haver diferenças significativas entre os dois valores no que respeita por exemplo a extinção de animais, destruição de ecossistemas, fenómenos extremos de calor, recursos pesqueiros ou degelo.

  • 2019 – O IPCC divulga mais dois relatórios, ambos alertando para a urgência de decisões sem precedentes para evitar uma catástrofe climática. Um relatório específico sobre as emissões de GEE originadas no uso da terra, responsável por 23% das emissões de gases, no qual propõe soluções baseadas na terra e nas florestas para reduzir essas emissões.

Um relatório sobre os oceanos e a criosfera (regiões cobertas de gelo), no qual se avisa que é sem precedentes a velocidade de subida do nível dos oceanos, ou o degelo, ou a forma como a vida marinha está a ser afetada. A ONU avisa também num documento que a ação do Homem está a pôr em perigo de extinção um milhão de espécies animais e vegetais.

  • 2019, Madrid – COP25 e mais uma vez sem nada de substancial. A Comissão Europeia apresenta o Pacto Ecológico Europeu, para regular as ações para se atingir a neutralidade carbónica em 2050.
  • 2020 – Os Estados Unidos, um dos principais emissores de GEE, saem oficialmente do Acordo de Paris em novembro, na sequência de, precisamente um ano antes, o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter notificado a ONU do início do processo de saída.
  • 2021 — Joe Biden, eleito Presidente dos Estados Unidos, assina a reentrada do país no Acordo de Paris. A União Europeia aprova a Lei Europeia do Clima, que fixa como objetivo reduzir em 55% as emissões de gases com efeito de estufa até 2030.

O IPCC divulga novo relatório, segundo o qual a temperatura global irá ultrapassar o aumento de 1,5 graus celsius no final desta década e que com o atual ritmo de emissões de gases com efeito de estufa no final do século terá aumentado 2,7 graus em relação à época pré-industrial.

Os cientistas alertam também para o aumento de eventos climáticos extremos. A COP26, em Glasgow, mantém a ambição de conter o aumento da temperatura nos 1,5ºC, considera necessário reduzir as emissões de dióxido de carbono em 45% até 2030, em relação a 2010, e compromete-se com uma diminuição gradual do uso do carvão.

  • 2022 — A 15.ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas para a Diversidade Biológica, realizada no Canadá, chegou a um acordo histórico, nomeadamente com o compromisso de proteger 30% do planeta até 2030.

Em Sharm el-Sheikh, no Egito, a COP27 saldou-se pela criação de um fundo (futuro) sobre perdas e danos e reafirmou-se a promessa de apoiar os países mais pobres na luta contra as alterações climáticas, com 100 mil milhões de dólares anuais. Até hoje essas promessas nunca foram cumpridas.

Em 24 de fevereiro a Rússia invade a Ucrânia, uma guerra que se mantém e que causou uma crise energética e económica e com consequências ambientais diretas e indiretas. Por exemplo o abandono do uso do carvão foi adiado.

No ano em que a ONU declara que o meio ambiente limpo e saudável é um direito humano a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) alertou para os “impactos graves e irreversíveis” no ambiente do aumento das temperaturas.

O Paquistão teve um terço do território inundado e morreram 1.700 pessoas nas maiores cheias, depois de temperaturas superiores a 50ºC, com a China a registar valores nunca antes sentidos e a Inglaterra a ultrapassar os 40 ºC, algo também inédito.

  • 2023 — Dubai — COP28. Nesta cimeira, os países concordaram com uma transição para o abandono dos combustíveis fósseis nos sistemas energéticos e em triplicar a capacidade das energias renováveis até 2030, mas o acordo não incluiu qualquer progresso no desbloqueamento dos fluxos financeiros para os países em desenvolvimento, um dos principais pontos de discórdia nas negociações globais.

Esta questão estará entre os temas centrais da COP29 em Baku, que deverá estabelecer um novo objetivo para o financiamento do clima pelos países desenvolvidos.

O acordo de 2023 reconhece a necessidade de reduções profundas, rápidas e sustentadas das GEE, em conformidade com a necessidade de impedir um aquecimento global superior a 1,5ºC em relação à época pré-industrial, como preconiza o Acordo de Paris.

Mas a maioria dos países não tem conseguido cumprir os seus objetivos de descarbonização, que já eram insuficientes para se conseguir o referido objetivo.

Apesar dos progressos, as emissões mundiais ainda não começaram a diminuir de forma sustentável.

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Montenegro segura ministra da Saúde. “Consequência política é trabalhar, não mudar as pessoas”

  • ECO
  • 8 Novembro 2024

Contrariando a tese de Ana Paula Martins de que "não estava à espera da greve", o sindicato deu dez dias para iniciar negociações. Pedido foi ignorado e técnico do INEM avançaram com a paralisação.

A greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar às horas extraordinárias, que teve início em 30 de outubro e foi suspensa esta quinta-feira após uma reunião com a tutela, podia ter sido evitada. De acordo com o Expresso (acesso pago), o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) enviou um aviso ao gabinete da ministra da Saúde no dia 10 de outubro, em que dava dez dias para iniciar negociações por melhores condições laborais e travar a paralisação, mas não obteve resposta. Atrasos o socorro pode estar a origem de sete mortes, mas o primeiro-ministro não demite a ministrada Saúde. “Consequência política é trabalhar, não mudar as pessoas”, disse Luís Montenegro à margem do Conselho Europeu em Budapeste, esta sexta-feira.

Nesse dia, a estrutura sindical enviou uma primeira missiva ao chefe de gabinete da ministra, à própria governante, às duas secretárias de Estado e ao presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). Além do pré-aviso de greve e da margem de manobra de dez dias para “eventuais medidas que pudessem reverter as ações reivindicativas”, fazia uma descrição das condições de trabalho, assinalando que Ana Paula Martins reconheceu como “miserável” o índice remuneratório dos técnicos quando foi ouvida no Parlamento.

O repto, segundo o presidente do STEPH, Rui Lázaro, “foi ignorado” e, ainda a 10 de outubro, o pré-aviso de greve foi formalmente remetido para todas as entidades necessárias, tendo como primeiro destinatário o gabinete do primeiro-ministro.

A troca de comunicações, revelada pelo semanário, contraria as declarações da ministra da Saúde, no início da semana, de que “não estava à espera da greve”: não só foi previamente informada, como até teve margem de tolerância para a travar. Só esta quinta-feira, nove dias depois do início da paralisação dos técnicos — um período durante o qual houve atrasos na assistência médica a sete pessoas, que acabaram por morrer –, é que Ana Paula Martins chamou o sindicato para uma reunião de urgência. Terminou com a assinatura de um protocolo negocial que, segundo Rui Lázaro, criou “as condições necessárias para suspender, de imediato, a greve às horas extra”.

Esta sexta-feira, o Observador (acesso pago) noticia também que estão a piorar vários indicadores de desempenho do Instituto Nacional de Emergência Médica, que desde o início do ano viu sair muitos técnicos do serviço e tem tido dificuldade em fazer novas contratações. Está com o tempo de resposta a pedidos de socorro mais demorado dos últimos cinco anos, ultrapassando em muitos casos os limites definidos, e teve carros parados mais de seis mil horas até outubro.

Em entrevista à CNN Portugal, o presidente do INEM, Sérgio Dias Janeiro, admitiu que foram registados “os piores” tempos de atendimento “relativamente aos períodos de normalidade e sobreponíveis a outros momentos de greve” e que o instituto está “muito dependente das horas extraordinárias” dos técnicos de emergência pré-hospitalar.

Por isso, já teve “várias reuniões com a tutela”, sendo que estão a ser estudadas “formas de valorizar as carreiras” destes técnicos, apontou, acrescentando que, da sua experiência, “tem havido abertura [da ministra da Saúde] para avaliar esta situação”.

Sérgio Dias Janeiro revelou que “há 500 candidatos em prova” no concurso para técnicos, dizendo-se “confiante” de que, a partir de janeiro, o INEM vai ter “200 técnicos de emergência pré-hospitalar a iniciar a sua formação específica, que demora seis a oito meses, mas que em dois meses poderão iniciar funções nos CODU [Centro de Orientação de Doentes Urgentes]”. A isto acresce o “concurso para comprar mais 312 viaturas de emergência médica a adquirir ao longo dos próximos três anos”.

Antes da entrevista do presidente do INEM, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, recusou associar os sete óbitos à “falta de capacidade de resposta do INEM ou do atraso no atendimento de chamadas”. Não obstante, em declarações aos jornalistas transmitidas pela RTP3, reconheceu que “há uma situação grave de necessidade de reforço da capacidade de resposta” da entidade.

Outro membro do Governo, o ministro António Leitão Amaro, atirou culpas aos socialistas na “avaliação política das causas para os problemas dramáticos que o INEM enfrenta”, quando questionado pela deputada Isabel Moreira sobre a notícia do Expresso na audição na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública no âmbito da apreciação na especialidade do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).

“O PS precisa de ter um bocadinho mais de pudor quando tem nas suas costas a responsabilidade de oito anos de desinvestimento, de falta de recursos humanos, de desvalorização dos profissionais de ignorância de reivindicações dos técnicos de emergência médica”, afirmou, realçando que o atual Executivo “não resolve os problemas num dia”, mas que está a “tomar medidas, [que] poderão não ser suficientes”.

Tentando pôr um ponto final na polémica, sobretudo depois de Ana Paula Martins ter cancelado uma visita ao hospital de Pombal, Montenegro disse que “a consequência política” a retirar do caso “é resolver as questões. Não é mudar as pessoas para o problema continuar”, o primeiro-ministro esta sexta-feira à margem do Conselho Europeu em Budapeste, respondendo diretamente à questão dos jornalistas se iriam ser retiradas consequências políticas deste caso.

Não está em causa a demissão da ministra da Saúde, garantiu Montenegro. “Os ministros estão no Governo para resolver problemas, não para se arrastarem e tentarem contornar os problemas para que, eventualmente mudando os protagonistas os problemas subsistam”, frisou, em declarações transmitidas pelas televisões.

(Notícia atualizada com as declarações de Luís Montenegro à margem do Conselho Europeu em Budapeste, esta sexta-feira)

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IAG aumenta lucros em 17% no terceiro trimestre e anuncia recompra de ações

Grupo manteve o bom desempenho dos trimestres anteriores, com a British Airways, Iberia e Vueling a melhorarem os resultados.

O Grupo IAG, dono da British Airways e Iberia, registou um resultado líquido de 1.435 milhões de euros no terceiro trimestre, mais 16,7% do que no mesmo período do ano passado.

O lucro dos primeiros nove meses somam 2.340 milhões, levando a administração a anunciar um programa de recompra de ações de 350 milhões de euros e o pagamento de um dividendo interino de três cêntimos por ação.

As receitas do grupo aumentaram 7,9% entre julho e setembro, para 9.329 milhões de euros, refletindo o crescimento de 4,5% no número de passageiros transportados e a evolução positiva do transporte de carga.

O resultado operacional cresceu 15,4% para 2.013 milhões, beneficiando do bom desempenho da British Airways, Iberia, Vueling e do programa IAG Loyalty. Só a irlandesa Aer Lingus destoou, penalizada pela ocorrência de greves no período.

O CEO, Luis Gallego, realçou em comunicado “o desempenho financeiro muito forte no terceiro trimestre”, e afirmou que “a procura continua forte nas várias companhias aéreas” e espera “um bom último trimestre de 2024”.

O endividamento líquido do grupo diminui em 3.056 milhões, para 6.189 milhões de euros, um valor idêntico ao EBITDA dos últimos 12 meses.

As ações da IAG reagiram em alta à divulgação dos resultados, seguindo a valorizar 6,5% à hora de publicação do artigo.

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Incentivos à reciclagem sim, mas é preciso mais fiscalização

Na 1ªconferência ECO Cidade, em parceria com a Sociedade Ponto Verde, os vários intervenientes concordaram com a implementação de um sistema de gestão de resíduos assente em incentivos.

A vereadora da câmara de Mafra, Lúcia Bonifácio, considerou que “a Taxa de Gestão de Resíduos (TGR) vai ser uma das grandes impulsionadoras para que os municípios possam fazer mais” pela sustentabilidade ambiental. Mas, além de uma política de incentivo, mediante a aplicação de um sistema de compensação e reembolso, o Governo deve “dar mais poder às câmaras para que possam penalizar quem deposita indevidamente lixo na envolvente dos contentores”. Além de haver mais fiscalização, que “está a ser descurada”.

“Se o município olhar para ela [devolução da TGR] como algo que pode dignificar e implementar no seu território, poderá ser por aí” a solução para o problema da gestão dos resíduos urbanos, assinalou Lúcia Bonifácio, durante a primeira conferência ECO Cidade que aconteceu esta terça-feira, em Mafra. E que resulta de uma parceria entre o ECO, o Local Online e a Sociedade Ponto Verde (SPV) com a sustentabilidade e reciclagem como temas centrais.

A primeira paragem do ECO Cidade aconteceu em Mafra no dia 5 de novembro

Para a vereadora Lúcia Bonifácio, o sistema de gestão de resíduos assente em incentivos “é o caminho para que os cidadãos cooperem” e o município possa cumprir as metas de reciclagem. O concelho já tem trabalho feito nesse sentido, como é o caso do projeto piloto “Mafra Reciclar a Valer + Rua a Ruaque atribui um incentivo aos utilizadores, com recurso à tecnologia Recysmart que está incorporada em 20 ecopontos inteligentes. Os cidadãos que colocarem as embalagens no ecoponto correto ganham pontos no “Cartão Mais” que podem ser depois trocados por descontos no comércio local.

Em três meses de projeto no terreno, a autarquia já recolheu cerca de 150.000 embalagens, contabilizou a autarca. Face aos bons resultados, Lúcia Bonifácio acredita que este programa pode abranger todo o concelho.

A implementação de um sistema de gestão de resíduos assente em incentivos em vez de alicerçado em taxas é igualmente defendida por Ana Isabel Trigo Morais, CEO da SPV, dando como exemplo o projeto de Mafra. “Temos que evoluir para os sistemas dos incentivos económicos. Temos de incentivar e premiar o cidadão e isso já acontece em Mafra”.

Temos que evoluir para os sistemas dos incentivos económicos. Temos de incentivar e premiar o cidadão e isso já acontece em Mafra.

Ana Isabel Trigo Morais

CEO da Sociedade Ponto Verde (SPV)

Ana Trigo Morais elogiou, por isso, “o sistema de depósito e reembolso das embalagens que traz altos níveis de cumprimento de metas de reciclagem”. Acresce ainda a vantagem de os resíduos não serem depositados nos aterros e “ganhar-se muita matéria-prima para poder valorizar economicamente”, num processo alicerçado na economia circular. Mas urge, contudo, avançar com “monitorização e recolha de dados” com vista a uma melhor e mais eficaz gestão dos resíduos.

A gestora destacou ainda o papel da SPV como “grande acelerador de inovação, de colaboração e de parcerias no setor dos resíduos da embalagem”. Deu nota de que nos últimos três anos a sociedade desenvolveu o programa Re-source que contou com a participação de mais de 140 parceiros de 49 países.

Ainda assim, há muito caminho a trilhar nesta matéria em Portugal. “Historicamente o país não cumpre as metas de reciclagem de resíduos urbanos”, apontou a CEO da SPV, avisando que as soluções não podem ser iguais para todo o território. “Fazer recolha de recicláveis numa zona de turismo, como é o Algarve, não é igual a fazer, por exemplo, na região de Mafra”, explanou.

“Não há soluções iguais para territórios diferentes”, disse Ana Trigo Morais

Apesar de já haver no terreno bons exemplos de gestão de resíduos, Ana Trigo Morais defendeu que “o país tem de fazer grandes investimentos para que a gestão dos seus resíduos retorne na criação de valor económico e na eliminação de défice ambiental”. Apologista da criação de um observatório nacional para o setor dos resíduos, de modo a haver mais transparência na cadeia de valor, a gestora apontou ainda a necessidade de um hub de inovação com vista a um melhor desempenho ambiental e económico.

Para Ana Trigo Morais, “o setor dos resíduos e da gestão dos resíduos urbanos tem sido o parente muito pobre”, sendo precisa uma “linha clara que oriente todos os intervenientes neste processo da reciclagem”. A CEO da SPV vai mais longe: “Poderíamos estar a aproveitar melhor o potencial da economia verde e da industrialização verde”.

Já para Beatriz Freitas, secretária-geral da AIVE, “não faz qualquer sentido continuarmos a ter uma taxa de gestão de resíduos associada ao consumo de água”. Durante a sua intervenção, a responsável destacou o facto de “Portugal ser o maior produtor per capita de embalagens de vidro da Europa”.

Em vez de pagarmos por aquilo que não separamos, beneficiamos com aquilo que separamos. E isso é um incentivo positivo.

Nuno Soares

Presidente da Tratolixo

O sistema de incentivos também acolheu a aprovação do presidente da Tratolixo – empresa intermunicipal de tratamento de resíduos em Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra. “Em vez de pagarmos por aquilo que não separamos, beneficiamos com aquilo que separamos. E isso é um incentivo positivo”. Nuno Soares disse que existem evidências do sucesso desta estratégia. “Os livros e as experiências demonstram que traz mais resultados.” Para o responsável, não há tempo a perder para colocar a medida no terreno. “Temos um prazo que é curto para, se quisermos aplicá-lo, vermos resultados até 2030 e atingirmos as metas”, assinalou.

Nuno Soares defendeu um sistema sustentável do ponto de vista ambiental e ao nível dos custos inerentes à gestão dos resíduos. “Quem paga somos todos nós e ainda nos falta pagar uma parte, neste caso 15% não são repercutidos no utilizador final”, alertou.

Já antes o presidente da câmara de Mafra, Hugo Moreira Luís, lamentou “não conseguir repercutir no cliente final todo o encargo que a câmara tem na recolha e no tratamento” dos resíduos. “Quer isto dizer que em Mafra nós estamos com 85% da transferência deste gasto para o utente, portanto os outros 15% são compensados pela parte dos impostos”, detalhou.

Voltando à Tratolixo, Nuno Soares referiu que a empresa intermunicipal transforma os biorresíduos recolhidos em energia elétrica a partir do biogás produzido. “Vendemos diariamente para a Rede Elétrica Nacional (REN) o suficiente para abastecer quinze mil pessoas”, detalhou, adiantando que em 2030 deverão atingir os 23 mil utilizadores.

Conferência ECO Cidade – MafraHugo Amaral/ECO

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Governo vai mexer no regime de férias, baixas e greve da Função Pública, diz Leitão Amaro

Ministro da Presidência reconheceu que o Governo pretende congelar a contratação de funcionários públicos e rejeita aumentar mais o orçamento da CReSAP apesar das queixas da instituição.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, reconheceu esta sexta-feira, no Parlamento, que o Governo tenciona “mexer” nas férias, baixas médicas, no direito à greve, no sistema de avaliação da Função Pública, mas “em contexto de diálogo com os trabalhadores”, afirmou durante a apreciação na especialidade do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).

No OE2025, o Executivo introduziu dois pedidos de autorização legislativa para poder alterar vários artigos da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, mas sem especificar as mudanças concretas que quer implementar, o que já levou BE, PCP e Livre a apresentar propostas de alteração para eliminar essas normas. Durante as negociações com os sindicatos da Função Pública, no âmbito do acordo plurianual que foi assinado esta semana, a secretária de Estado da Administração Pública, Marisa Garrido também não esclareceu as estruturas sindicais sobre o objetivo do Executivo com tais pedidos de autorização, tendo apenas indicado que a intenção é “agilizar procedimentos”. Está marcada uma reunião para dia 19 deste mês para arrancar as negociações destas matérias com as federações sindicais.

Questionado esta sexta-feira pelo líder parlamentar do BE, Fabian Figueiredo, o ministro da Presidência admitiu que o Governo pretende efetivamente mudar o regime de férias, greve, subsídio por doença e sistema de avaliação (SIADAP), mas sem detalhar, reforçando apenas que o Governo “já demonstrou uma grande capacidade de diálogo com os funcionários públicos que estão a ser e serão mais valorizados”.

Sobre a regra um por um, que irá congelar a contratação de funcionários públicos, e que foi criticada pelo deputado bloquista, Leitão Amaro lembrou que “o Estado teve um aumento de 620 mil para 730 mil trabalhadores em oito anos e os serviços públicos não melhoraram”. Deste modo, defendeu, é preciso combater “a associação entre uma necessidade global de trabalhadores e uma melhoria dos serviços públicos”. “Acresce a isso que a digitalização, a introdução da Inteligência Artificial (IA) e a aceleração de processos podem permitir a alocação de trabalhadores a outras funções”, frisou.

Confrontado pela líder parlamentar da IL, Mariana Leitão, sobre as “queixas” da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP) na dificuldade na contratação de pessoal, o ministro da Presidência mostrou-se ciente dessa realidade, mas rejeitou aumentar mais o orçamento da entidade para 2025, que terá uma dotação de 851.446 euros, o que corresponde a uma subida de 3% ou de 24 mil euros face a este ano, tal como consta na nota explicativa do Ministério publicada no site do Parlamento.

“A CReSAP não consegue contratar assistentes. É a mesma queixa de outras entidades públicas, porque houve uma desvalorização dos trabalhadores públicos face ao setor privado”, constatou Leitão Amaro. No entanto, e olhando para as entidades que dependem da sua tutela, “a prioridade foi reforçar a AIMA (Agência para a Integração Migrações e Asilo) e não a CReSAP”, indicou. Em relação à AIMA, o orçamento para 2025 será reforçado em 22,8% para 99.869.538 de euros.

A liberal salientou que, “no último relatório e atividades da CReSAP, foi proposto ao último Governo PS uma alteração aos estatutos para tornar os quadros mais atrativos”. E questionou se o atual Executivo pretendia proceder a essa atualização. “Não estamos a planear uma alteração dos estatutos tão cedo”, respondeu o governante.

Leitão Amaro afirmou que “a queixa da CReSAP é que as condições remuneratórias dos trabalhadores são iguais às dos outros, o que faz que não consiga ir buscar mais trabalhadores, porque entende que há uma maior penosidade”. “É uma avaliação que fazem”, vincou.

Já o orçamento do Centro de Competências Jurídicas do Estado (CEJURE) vai aumentar 79% para 3.680.732 euros. A deputada liberal questionou sobre as razões deste reforço e o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministro, Paulo Lopes Marcelo, justificou com a necessidade de reduzir a dependência de “escritórios de advogados externos”.

“Este Governo acredita que as funções essenciais do Estado, em especial a função jurídica deve ser reforçada para não ficar dependente de escritórios de advogados externos ou consultores externos e isso passa por este reforço da administração direta do Estado”, frisou. Para isso, são necessárias verbas para “contratar novas pessoas”, de forma a “permitir que o Estado acompanhe temas fundamentais como concessões, contratos, em que o Estado precisa de fazer valer os seus interesses”, defendeu. Assim, o reforço de quase 80% do Orçamento do CEJURE é um bom exemplo do que o Governo pretende fazer na Administração Pública, sem gorduras, mas que possa defender o interesse publico”.

(Notícia atualizada às 11h53)

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Novobanco “rejuvenesce comunicação” com Júlia Palha como protagonista

  • + M
  • 8 Novembro 2024

Após ter assumido o território da música, o Novobanco entra num "novo ciclo" de comunicação. É a primeira vez que o antigo BES aposta numa figura pública para protagonizar uma campanha.

É a primeira vez que o Novobanco aposta numa figura pública para protagonizar uma campanha. A escolhida é a atriz Júlia Palha e a campanha assinala um novo ciclo na comunicação da marca.

Depois de ter assumido a música como novo território de comunicação, a marca Novobanco consolida agora a entrada num novo ciclo, apostando no rejuvenescimento da sua comunicação, virando-se mais para os jovens em início de vida ativa e que preparam o futuro”, explica o banco.

Com o mote “A minha vida é novelas, mas não gosto de novelas na minha vida”, que termina com a assinatura “Por isso, sou Novobanco”, o argumento “assenta na simplicidade e facilidade de ter o banco nas suas mãos, através da App” e, e ao mesmo tempo, “saber que nas decisões mais importantes, terá ao seu lado alguém com quem pode contar”, descreve a nota de imprensa.

A escolha da atriz para protagonizar a campanha institucional teve como objetivo reforçar e rejuvenescer a marca, associando simplicidade e digitalização à relação do dia-a-dia. “Para um banco que promete fazer o futuro ao lado das pessoas, é fundamental escrever a história com alguém que inspira os outros a fazer mais. E por estar mais do que habituada a estar num set de rodagens, Júlia Palha dá agora o salto da novela para a publicidade, dando a conhecer um banco que a ajuda a gerir o seu dia a dia – bem atarefado como se deve imaginar -, sem dramas, nem novelas”, justifica.

Assinada pela BBDO e com a estratégia de meios a cargo da Hearts and Science, que para o Novobanco trabalham em conjunto como equipa ON, a campanha está presente em televisão, cinema, rádio, imprensa, mupis digitais, balcões do banco e redes sociais.

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Défice comercial de bens agrava-se no terceiro trimestre pela primeira vez desde o arranque de 2023

Exportações e as importações aumentaram, respetivamente, 9,7% e 7%, em termos homólogos, levando a um aumento do défice de 30 milhões de euros.

O défice da balança comercial de bens agravou-se no terceiro trimestre deste ano pela primeira vez desde o primeiro trimestre de 2023, de acordo com dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). As exportações e as importações aumentaram, respetivamente, 9,7% e 7% em termos homólogos levando a um aumento do défice em 30 milhões de euros.

“Estas variações refletem o peso das transações com vista a ou na sequência de trabalhos por encomenda, que representaram 6,9% do total das exportações e 3,1% das importações no terceiro trimestre”, explica o organismo de estatística. Quando excluídas as transações com esta natureza, as exportações aumentaram 5,4% e as importações cresceram 4,8%, resultando num aumento do défice em 234 milhões de euros.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

Isolando apenas o mês de setembro, as exportações portuguesas de bens aumentaram 5,1%, enquanto as importações subiram 3,3%, influenciadas sobretudo pelo material de transporte. O INE destaca nas vendas ao exterior o crescimento de 20,1% registado no material de transporte, principalmente automóveis de passageiros, e nas importações a subida de 28% de material de transporte, principalmente aeronaves proveniente de França.

O défice da balança comercial atingiu 2.371 milhões de euros em setembro, diminuindo 33 milhões de euros quando comparado com setembro de 2023 e 260 milhões de euros face ao mês anterior. Descontadas as transações com vista a ou na sequência de trabalhos por encomenda, o défice da balança comercial recuou 503 milhões de euros face a setembro de 2023 e 584 milhões de euros quando comparado com o mês anterior, cifrando-se em 2.096 milhões de euros.

Exportações para os EUA caem 43,7% em setembro

As exportações portuguesas para os Estados Unidos recuaram 43,7% em setembro, particularmente devido a uma quebra na venda de produtos químicos, nomeadamente medicamentos. Em sentido inverso, entre os principais parceiros comerciais de Portugal, destaque para o crescimento de 16,4% de exportações com destino à Alemanha e de 10% a Espanha.

Nas importações, o INE salientam a subida de 45,4% dos Países Baixos, nomeadamente produtos químicos, e de 19,2% de França, maioritariamente material de transporte, sobretudo aeronaves. Em sentido contrário, destaca o decréscimo das importações com origem no Brasil (-47,7%), principalmente de óleos brutos de petróleo.

(Notícia atualizada às 11h44)

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“É preciso tornar a Europa grande outra vez”, alerta CEO da Altice Portugal

Ana Figueiredo aludiu ao famoso slogan de Donald Trump para defender que a Europa vai ter de fazer pela vida se não quiser ficar para trás face aos EUA e à China, mas também ao Médio Oriente.

A presidente executiva da Altice Portugal alertou esta sexta-feira que a Europa está “atrasada” nas metas da transição digital para 2030 e afirmou que é preciso “tornar a Europa grande outra vez”, numa referência ao popular slogan de campanha de Donald Trump, reeleito esta semana como presidente dos EUA.

Numa intervenção na conferência da associação de operadores Connect Europe (antiga ETNO), que a Altice Portugal organiza em Lisboa, Ana Figueiredo considerou que o continente europeu arrisca “ficar atrás dos EUA e da China”, mas também de outros países e geografias, como o Médio Oriente, aludindo ao recente relatório apresentado por Mario Draghi sobre a competitividade da União Europeia.

A gestora disse que os problemas estão “diagnosticados”, mas a dificuldade é agir. O setor das comunicações eletrónicas pode desempenhar um papel relevante, porém, a sua sustentabilidade financeira está sob ameaçada, entre outros motivos, pelo enquadramento regulatório existente. “Somos uma indústria fortemente regulada e temos de ter um enquadramento que incentive e promova a inovação”, defendeu.

Temos dificuldades neste momento a investir no 6G. Se eu falo de 6G ao meu investidor, perco a atenção dele no minuto seguinte.

Ana Figueiredo

CEO da Altice Portugal

“Nem tudo é sobre o preço”

Há muito que as operadoras já estabelecidas em Portugal se queixam da decisão da Anacom, o regulador nacional das comunicações, de criar condições à entrada de mais uma empresa no mercado com redes próprias. Cerca de três anos depois de o fazer através do leilão de frequências do 5G, o país recebeu esta semana, por fim, uma nova marca de telecomunicações, a Digi, originária da Roménia, que pretende diferenciar-se das concorrentes pelo preço e flexibilidade contratual.

A líder da Altice Portugal não se referiu diretamente à Digi, mas salientou que “nem tudo é sobre o preço”. “É sobre qualidade e inovação. É desempenhar um papel no que está para vir”, acrescentou. No início da semana, também um administrador da Nos, Manuel Ramalho Eanes, disse não ver “inovação” por parte da Digi nos mercados em que a empresa opera (Roménia. Espanha e Itália).

Segundo Ana Figueiredo, os investimentos na Europa arriscam não compensar os acionistas com retornos, pelo que é cada vez mais difícil justificar a alocação de capital para este fim: “Somos uma indústria de capital intensivo e continuamos a investir. A minha preocupação é como é que vamos encarar estas questões, como é que vamos continuar a investir, e a convencer os nossos acionistas a continuarem a investir”.

Em agosto deste ano, a Altice Portugal revelou que investiu 194 milhões de euros nos seis meses até junho, uma diminuição de 19% face ao mesmo período de 2023.

“Se tivermos capacidade de atrair a atenção de investidores, claro que vamos continuar a guiar o investimento para promover a inovação. É mais uma questão de tornar esta indústria muito mais atrativa. Temos dificuldades neste momento a investir no 6G. Se eu falo de 6G ao meu investidor, perco a atenção dele no minuto seguinte”, sinalizou.

O investimento privado das operadoras tem permitido alcançar bons níveis de cobertura de rede 5G, numa altura em que já todos os concelhos têm, pelo menos, uma antena de rede móvel de quinta geração. Por isso, para a gestora, o país até compara bem ao nível da infraestrutura, mas compara mal nas competências digitais.

“Não é só infraestrutura, são também as competências. Competências digitais, básicas mas também avançadas, para impulsionar a economia digital”, apelou Ana Figueiredo, para quem “nunca é tarde demais para acordar” para estas questões.

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Custos da construção de habitação nova aumenta 3,3% com pressão dos custos com mão-de-obra

A sustentar a subida dos custos da construção nova estiveram novamente os custos associados à mão de obra, que registaram um aumento homólogo de 8,5%. Custos com materiais caíram 0,6%.

Os custos de construção de habitação nova em Portugal registaram um aumento de 3,3% em setembro de 2024 em comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo os dados mais recentes divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Este aumento representa uma ligeira desaceleração relativamente ao mês de agosto, quando os custos da construção registaram uma subida homóloga de 3,8%. “Em setembro de 2024, estima-se que os custos de construção de habitação nova tenham aumentado 3,3% em termos homólogos, menos 0,5 pontos percentuais que no mês anterior”, destaca o INE em comunicado.

A evolução dos custos de construção em setembro foi novamente impulsionada pelo aumento significativo no custo da mão de obra, que contabilizou uma subida de 8,5% em termos homólogos. Por outro lado, o preço dos materiais apresentou uma variação negativa de 0,6%.

De acordo com dados do INE, desde maio de 2020 que o custo da mão de obra regista consecutivas subidas homólogas, tendo alcançado o aumento mais prenunciado em janeiro de 2023, quando disparou 12,3%. Em sentido contrário tem estado o custo com materiais, que desde maio de 2022 estão em queda, entrando inclusivamente em contração desde abril do ano passado, quando as taxas homólogas entraram em terreno negativo.

Entre os materiais que mais influenciaram negativamente a variação agregada do preço em setembro, destacam-se as madeiras e derivados de madeira, os outros materiais de revestimentos, isolamentos e impermeabilização e os betumes com descidas de cerca de 10%.”

Em contrapartida, houve aumentos significativos em alguns materiais: “Em sentido oposto, destacaram-se os ladrilhos e cantarias de calcário e granito, os aparelhos de climatização, as obras de carpintaria e o cimento com crescimentos homólogos próximos dos 5%”, destaca o relatório do INE.

Em termos mensais, o índice de Custos de Construção de Habitação Nova (ICCHN) manteve-se estável em setembro, com uma variação de 0%, depois de em agosto ter registado uma subida de 0,5%.

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Euribor mantém-se a três meses e cai a seis e 12 meses para novos mínimos

  • Lusa
  • 8 Novembro 2024

Taxas que servem de base para o cálculo da prestação da casa, mantém-se a três meses e descem a seis e 12 meses para novos mínimos desde janeiro de 2023 e outubro de 2022.

A Euribor ficou inalterada no prazo a três meses e desceu a seis e a 12 meses para novos mínimos desde janeiro de 2023 e outubro de 2022, respetivamente.

Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que se manteve em 3,032%, continuou acima da taxa a seis meses (2,822%) e da taxa a 12 meses (2,534%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro de 2023, baixou hoje para 2,822%, menos 0,036 pontos e um novo mínimo desde 12 de janeiro de 2023.
  • Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a setembro mostram que a Euribor a seis meses representava 37,26% do ‘stock’ de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representavam 33,37% e 25,46%, respetivamente.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, recuou hoje para 2,534%, menos 0,029 pontos do que na quinta-feira e um novo mínimo desde 6 de outubro de 2022.
  • Noutro sentido, a Euribor a três meses manteve-se hoje, ao ser fixada de novo em 3,032%, um novo mínimo desde 29 de março de 2023, atingido na quinta-feira.

A média da Euribor em outubro desceu a três, a seis e a 12 meses, mais acentuadamente do que em setembro e com mais intensidade nos prazos mais curtos.

Em 17 de outubro, o BCE cortou as taxas de juro em um quarto de ponto pela terceira vez este ano, a segunda consecutiva, para 3,25%, face a uma inflação que considera estar “no bom caminho” e a uma atividade económica pior do que o previsto.

Depois do encontro de 17 de outubro na Eslovénia, o BCE tem marcada para 12 de dezembro a última reunião de política monetária deste ano.

Em 18 de setembro foi a vez de a Reserva Federal norte-americana (Fed) cortar os juros em 50 pontos base, naquela que foi a primeira descida desde 2020.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Desemprego de longa duração em Portugal supera média europeia

A taxa de desemprego de longa duração, enquanto percentagem da força de trabalho, foi de 2,1% na União Europeia em 2023, o valor mais baixo desde, pelo menos, 2009. Já em Portugal foi de 2,5%.

Desde 2009 que o desemprego de longa duração na União Europeia (UE) não era tão baixo, revelam os dados publicados esta sexta-feira pelo Eurostat. Em causa está uma taxa de 2,1%. Em Portugal, o desemprego de longa duração supera a média comunitária, com uma taxa de 2,5%.

“Em 2023, a taxa de desemprego para os indivíduos com 15 a 74 anos na UE caiu para 6,1% de força de trabalha, a mais baixa desde 2024. A taxa de desemprego de longa duração, enquanto percentagem da força de trabalho, foi de 2,1% em 2023, o que corresponde a um mínimo histórico desde o início da série estatística, em 2009″, sublinha o gabinete de estatísticas, no destaque publicado esta manhã.

Mas há diferenças significativas entre os Estados-membros que compõem o bloco comunitário, como mostra o mapa abaixo. Com uma taxa de desemprego de longa duração de 6,2%, a Grécia destacou-se como país onde o cenário é mais grave, seguindo-se Espanha (4,3%) e Itália (4,2%).

Por outro lado, na Dinamarca e na Holanda, a taxa de desemprego de longa duração situou-se em 0,5%. Também na base da tabela estão a República Checa e a Polónia, onde a taxa em causa fixou-se em 0,8% da força de trabalho, no último ano.

Já em Portugal, a taxa de desemprego de longa duração foi de 2,5% em 2023, acima, portanto, da média comunitária. Aliás, Portugal conseguiu o quinto pior registo da União Europeia, ainda que tenha ficado a uma distância relevante (em pontos percentuais) do topo da tabela.

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