Marcelo pede que Israel “reconsidere” decisão “desproporcional” sobre Guterres

Para o Presidente da República trata-se de "uma questão de bom senso" por ser "importante continuar a fazer um esforço no sentido de ultrapassar a situação" no Médio Oriente.

O Presidente da República considera que a decisão de o Governo de Israel em declarar António Guterres como persona non grata “foi desproporcional” e “sem precedentes”, tendo, por isso, instado as autoridades israelitas a “reconsiderar” a deliberação. “É uma questão de bom senso”, afirmou esta quinta-feira em declarações aos jornalistas, em Viseu.

As declarações de Marcelo Rebelo de Sousa surgem um dia depois de o Governo ter apelado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel a “rever a sua decisão”, argumentando que a missão enquanto secretário-geral das Nações Unidas “é indispensável para assegurar o diálogo, a paz e o multilateralismo” no Médio Oriente.

O Governo tomou uma decisão que acompanho. É uma situação sem precedentes“, disse o chefe de Estado, esta manhã, informando ter tido a oportunidade de falar com António Guterres sobre a situação. “É importante continuar a fazer um esforço no sentido de ultrapassar a situação. Seria muito sensato que as autoridades israelitas reconsiderassem a atitude por ser desproporcional“, disse Marcelo.

Além do Governo, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, repudiou igualmente a decisão do governo israelita, manifestando “total solidariedade” e “apoio” a António Guterres “pela forma corajosa como tem defendido a paz e condenado todas as formas de violência no Médio Oriente”.

As reações surgem depois de o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, ter declarado o secretário-geral da ONU, António Guterres, persona non grata no país, criticando-o por não ter condenado o ataque massivo do Irão a Israel na noite de terça-feira.

“Qualquer pessoa que não possa condenar inequivocamente o ataque hediondo do Irão a Israel não merece pôr os pés em solo israelita. Estamos a lidar com um secretário-geral anti-Israel, que apoia terroristas, violadores e assassinos”, disse Katz num comunicado.

Terça-feira, na rede social X, Guterres condenou o alargamento do conflito no Médio Oriente, e esta tarde, após a decisão do executivo israelita, o secretário-geral das Nações Unidas reiterou a condenação.

Tal como fiz em relação ao ataque iraniano de abril, e como deveria ter sido óbvio que fiz ontem [terça-feira] no contexto da condenação que expressei, condeno veementemente o ataque massivo com mísseis do Irão contra Israel”, sublinhou Guterres durante uma reunião do Conselho de Segurança realizada na ONU, na passada quarta-feira.

Guterres falava numa reunião de emergência convocada para discutir a situação no Líbano foi feita pouco depois de Israel o ter declarado persona non grata e ter proibido a sua entrada no país por não ter condenado o ataque iraniano. “Qualquer pessoa que não condene inequivocamente o ataque hediondo do Irão a Israel não merece pôr os pés em solo israelita. Estamos a lidar com um secretário-geral anti-Israel, que apoia terroristas, violadores e assassinos”, referiu o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, num comunicado divulgado esta manhã.

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Limite de idade para PGR pode impedir Amadeu de concluir mandato, diz vice dos juízes

O vice-presidente destacou que o limite de idade atual pode impedir que o procurador-geral da República conclua o seu mandato, como acontece com o atual presidente do Supremo Tribunal de Justiça.

O limite de idade para cargos de liderança nas magistraturas tem de ser alterado, diz o vice-presidente do Conselho Superior da Magistratura (CSM). O juiz conselheiro Luís Azevedo Mendes explicou que o limite de idade atual pode impedir que o procurador-geral da República conclua o seu mandato, como acontece com o atual presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e aconteceu com os dois anteriores. Para o juiz conselheiro, é necessário reconsiderar estas regras e permitir que os mandatos destes cargos de confiança possam ir além dos 70 anos de idade.

O novo titular da ação penal – que tomará posse a 12 de outubro – Amadeu Guerra, tem 69 anos. O novo PGR é o mais velho de sempre (no momento da tomada de posse) desde que o cargo existe e atingirá esse limite de idade já a 9 de janeiro de 2025. Foi diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal durante seis anos, numa altura marcada por processos como a Operação Marquês, Operação Fizz ou o processo dos Vistos Gold, e foi procurador-geral regional de Lisboa, entre 2019 e 2020, tendo abandonado o cargo por motivo de aposentação.

O juiz conselheiro Luís Azevedo Mendes, falava no debate promovido pelo Tribunal da Relação de Évora de balanço sobre os 10 anos da reforma judiciária e falar dos desafios futuros na área da Justiça.

Na sua intervenção, o juiz conselheiro abordou temas como o envelhecimento dos juízes, a necessidade de uma nova abordagem no recrutamento de juízes e a necessidade de rever regras relacionadas com o limite de idade para cargos de liderança nas magistraturas.

Tomada de posse do Juiz Conselheiro Luís Azevedo Mendes como Vice-Presidente do Conselho Superior da Magistratura - 10MAI23
Luís Azevedo Mendes Vice-Presidente do Conselho Superior da MagistraturaHugo Amaral/ECO

Entre as várias sugestões futuras que abordou, Luís Azevedo Mendes falou ainda da necessidade de se promover uma maior cooperação entre os dois conselhos superiores da magistratura, partilhando, por exemplo, infraestruturas, recursos tecnológicos e meios humanos, mantendo cada um as suas competências.

O vice-presidente destacou ainda o trabalho que o CSM tem vindo a desenvolver na área das novas tecnologias, assumindo o esforço para ter o controlo das plataformas tecnológicas utilizadas pelos tribunais. O SEGIP – Sistema eletrónico de informação processual, que está a ser utilizado para apoiar os megaprocessos, foi um dos projetos destacados pelo vice-presidente, que falou ainda da necessidade de promover a sua utilização por todos os operadores judiciários.

O procurador-geral da República com o mandato mais longo da história do Mistério Público, exercido entre 1984 e 2000, José Cunha Rodrigues, elogiou a escolha para suceder a Lucília Gago mas não deixou de fazer uma ressalva: “Nos termos da interpretação que tem sido dada à lei, o procurador-geral não pode estar em funções a partir do momento em que faz 70 anos.”
Cunha Rodrigues que esse é o entendimento que vigora desde a década de 1980 sobre a aplicação a todos os magistrados da Lei Geral da Função Pública relativamente ao limite de idade. “Entendo que deve ser alterada ou aclarada a lei para assegurar a continuidade do Dr. Amadeu Guerra para além dos 70 anos”

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Aumento do custo de vida incentivou 60% dos portugueses a votar nas eleições europeias

Ainda que a maioria tenha escolhido o aumento do custo de vida como principal motivo para votar, a mobilização dos eleitores a nível nacional continuou muito abaixo da média europeia.

O aumento dos preços e do custo de vida foi o principal motivo que encorajou a maioria dos portugueses a ir às urnas nas eleições europeias, em junho, superando a média europeia.

De acordo com o mais recente Eurobarómetro, divulgado esta quinta-feira, 59% dos portugueses elegeu o tema como a principal motivo para ter ido às urnas votar nas últimas eleições europeias. Um resultado que superou a média europeia (42%).

O aumento dos preços encabeça a lista de prioridade em 12 Estados-Membros e a situação económica em cinco deles.

Eurobarómetro Parlamento EuropeuEurobarómetro Parlamento Europeu

Nas eleições que decorreram em junho e que deram a vitória ao PS a nível nacional, mas à família política europeia do PSD e do CDS, o PPE, a nível europeu, a participação portuguesa continuou abaixo da média europeia. Foi a sétima mais baixa entre os 27 Estados-membros.

Segundo o Eurobarómetro, apenas 37% dos eleitores registados a nível nacional foram às urnas, ainda que 51% considere que votar seja um dever enquanto cidadão. Já a nível europeu, o valor manteve-se face às últimas eleições, em 2019: 51%. O país que mais eleitores conseguiu mobilizar foi a Bélgica (89%) enquanto a Hungria conseguiu captar apenas 21% dos eleitores.

Ainda que a taxa da abstenção em Portugal continue a ser das mais altas a nível europeu, são os portugueses que têm a melhor perceção do Parlamento Europeu. Segundo os resultados, 75% dos inquiridos encara a instituição em Estrasburgo com bons olhos, superando a média europeia que atingiu o valor mais alto de sempre: 42%. É por isso que 62% dos portugueses defende que o Parlamento Europeu deve ter um papel mais importante, um valor que volta novamente a ficar mais alto do que a média na UE (43%).

Igualmente acima da média do bloco europeu estão os resultados portugueses sobre a imagem que têm da União Europeia. Por cá, 62% dos inquiridos dá uma nota positiva aos 27 Estados-membros enquanto União. Por seu turno, só 42% da média do bloco partilha da mesma opinião.

Ainda assim, o Eurobarómetro revela que os dois indicadores que medem a confiança dos cidadãos melhoraram desde o último inquérito. O otimismo do bloco quanto ao futuro da UE aumentou quatro pontos percentuais (p.p) para 65%, dos quais 7% (-1 p.p.) diz estar “muito otimista”. Por cá, 77% dos inquiridos diz-se otimista quanto ao futuro do bloco.

Além disso, a proporção de pessoas que pensam que o seu nível de vida vai piorar nos próximos cinco anos diminuiu tanto a nível europeu como a nível nacional. Em Portugal, 49% dos inquiridos (11 p.p) acredita que o seu nível de vida não se alterará nos próximos cinco anos — 15% até acredita que vai mesmo aumentar — e entre os 27 Estados-membros a mesma perceção é partilhada por 55% dos inquiridos (+6 p.p).

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Tecnológica portuguesa PrimeIT abre 9.º escritório em França para “atacar” aeroespacial e defesa

Liderada por Joana Leal, a empresa de consultoria tecnológica acaba de abrir um novo escritório em Toulouse. Emprega mais de 2.350 pessoas e passa a somar 19 escritórios na Europa.

A tecnológica portuguesa PrimeIT acaba de reforçar a presença em França com a abertura do 9.º escritório neste país, desta vez em Toulouse, isto nove meses depois de ter inaugurado outro espaço na região francesa de Tours. A tecnológica portuguesa já soma 19 escritórios na Europa.

“Procuramos sempre reforçar as nossas relações com os nossos parceiros e equipas, e foi essa a razão por detrás da abertura de um escritório em Toulouse. À medida que a Prime Engineering continua a crescer, a abertura deste nono escritório permite-nos estar mais próximos dos nossos stakeholders e dar suporte à nossa expansão em França“, afirma Sara Soumer, communications manager na Prime Engineering France.

Num comunicado de imprensa divulgado esta quinta-feira, a consultora sediada em Lisboa adianta que a “escolha de Toulouse reforça a importância estratégica de França para a expansão global da PrimeIT”. Sara Soumer acrescenta ainda que “Toulouse foi uma escolha óbvia para nós pela sua posição proeminente enquanto polo central dos setores aeroespacial e de defesa – indústrias importantes para a nossa estratégia de crescimento”.

Toulouse foi uma escolha óbvia para nós pela sua posição proeminente enquanto polo central dos setores aeroespacial e de defesa.

Sara Soumer

Diretora de comunicação da Prime Engineering France

 

Fundada há 17 anos por Ricardo Carvalho e e liderada por Joana Leal (CEO), a PrimeIT atua em três setores principais: tecnologias de informação, telecomunicações e serviços de engenharia. Emprega mais de 2.350 pessoas e, além dos escritórios em Portugal (Lisboa e Porto), está presente em Espanha (Madrid e Barcelona), França (Pais, Lyon, Nantes, Lille, Aix-en-Provence, Bordéus, Grenoble, Tours e Toulouse), Suíça (Genebra), Itália (Milão), Polónia (Katovice, Varsóvia e Wrocław) e no Reino Unido (Londres).

Apesar da crescente aposta na internacionalização, a tecnológica tem atualmente dezenas de postos de trabalho em aberto para os escritórios localizados no centro de Lisboa (Avenida 5 de Outubro) e do Porto (Avenida da Boavista 1180).

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Acordo no Orçamento? “Até ao lavar dos cestos é vindima”, confia Marcelo

Presidente da República desdramatizou os avanços e recuos nas negociações para o Orçamento do Estado para 2025. Acordo entre todos partidos "resume-se até ao último minuto", tranquilizou.

O Presidente da República mantém-se otimista que os dois maiores partidos cheguem a bom porto sobre um acordo para o Orçamento do Estado para 2025, tendo recorrido a um ditado popular para desdramatizar os avanços e recuos nas negociações: “Até ao lavar dos cestos é vindima”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

Em declarações aos jornalistas, esta quinta-feira, em Viseu, o chefe de Estado recordou a sua experiência política e governativa para garantir que um acordo entre todos partidos “resume-se até ao último minuto, [até ao último] segundo” – e que este só deverá ocorrer no final de novembro, altura em que a proposta final será votada na Assembleia da República. Até lá, a expectativa é de que a negociação entre os partidos prossiga. “Até ao último segundo, acredito que vai haver Orçamento”, vincou.

As declarações de Marcelo surgem a poucas horas de o primeiro-ministro e o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, se reunirem novamente em São Bento. Desta vez, Luís Montenegro deverá apresentar ao socialista uma proposta “irrecusável” que permita ao principal partido da oposição viabilizar o Orçamento. Isto depois de o PS ter avisado que só o fará se o IRS Jovem e a descida do IRC não forem incluídos na proposta do Executivo.

Além de serem rejeitadas pelo líder do PS, na quarta-feira, estas duas propostas foram alvo de críticas do Fundo Monetário Internacional (FMI). Os técnicos da instituição internacional consideram que o IRS Jovem pode levantar problemas de equidade e também que, em vez da redução do IRC deveria ser dada atenção às derramas estaduais.

Sobre o assunto, o Presidente da República voltou a desdramatizar, argumentando que a posição do FMI é “mista”. “É mais pessimista quanto à baixa de alguns impostos e menos pessimista quanto à baixa de outros. É uma mistura”, afirmou Marcelo, escusando-se de fazer mais comentários. “É uma matéria que vai ser debatida no Parlamento na generalidade e na especialidade, espero”, acrescentou.

Antes da reunião entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos, o primeiro-ministro estará na Assembleia da República para mais um debate quinzenal que deverá ter o Orçamento do Estado no centro da discussão. A ida ao Parlamento ocorre depois de o Governo ter assinado, na terça-feira, um novo acordo tripartido de valorização salarial e crescimento económico para 2025-2028 com as quatro confederações empresariais e a UGT, que revê em alta a trajetória do salário mínimo nacional, prevendo aumentos de 50 euros anuais até 2028.

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Sócrates ataca escolha de Amadeu Guerra para Procurador-Geral da República

  • Lusa
  • 3 Outubro 2024

O ex-secretário geral do partido deixa uma crítica à atual direção do PS, dizendo que “os socialistas, sempre muito bem-comportados, desejaram boa sorte”.

O antigo primeiro-ministro José Sócrates ataca a escolha de Amadeu Guerra para procurador-Geral da República, considerando que foi responsável pela sua prisão preventiva “sem acusação” e que a nomeação deste magistrado irá beneficiar de uma exceção à lei.

Numa declaração enviada à comunicação social, intitulada “Prémio de carreira”, o antigo secretário-geral do PS refere que se diz “para aí, com indisfarçado júbilo, que o novo Procurador-Geral foi responsável pela Operação Marquês”. Um processo em que, de acordo com um acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, José Sócrates deverá ser julgado por três crimes de corrupção, 13 de branqueamento e seis de fraude.

“Não me parece que lhe possamos negar essa responsabilidade. Não assinou a acusação, é certo, mas foi responsável”, frisa o antigo primeiro-ministro, dando como exemplos, entre outras situações e casos, “a transmissão televisiva” da sua detenção no aeroporto de Lisboa quando regressava de Paris em novembro de 2014.

Também segundo José Sócrates, na Operação Marques, contra si, Amadeu Guerra “foi responsável pela invocação do perigo de fuga quando estava a entrar no país, não a sair”.

“Foi responsável pela prisão preventiva de onze meses sem acusação. Foi responsável pela violação continuada dos prazos de inquérito. Foi responsável pelos crimes de violação do segredo de justiça”, sustenta ainda.

Em relação a outros processos judiciais, José Sócrates diz que Amadeu Guerra foi responsável pelo inquérito da EDP “que está há doze anos sem acusação (agora com mais um mês de adiamento)”.

“Foi responsável pelo inquérito das parcerias público-privadas que esteve dez anos em investigação e que agora está à espera de instrução – 12 anos depois. Mas foi também responsável pelo arquivamento do processo dos submarinos. E responsável pela decisão de não investigar a suspeita levantada na carta rogatória do Ministério Público brasileiro” – aqui, uma alusão a um alegado caso de financiamento da campanha eleitoral do PSD em 2015.

No entanto, para José Sócrates, a Operação Marquês “foi só o ponto alto” da carreira de Amadeu Guerra.

Amadeu Guerra toma posse como procurador-geral adjunto no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), em cerimónia realizada na Procuradoria Geral da República, 11 março 2013, em Lisboa, e presidida por Joana Marques Vidal, Procuradora Geral da República. MANUEL DE ALMEIDA / LUSA

“Tirou do espaço público um antigo primeiro-ministro, impediu a sua candidatura a Presidente da República e impediu ainda que o PS ganhasse as eleições legislativas de 2015. Tudo num só lance. Dez anos depois recebe o seu prémio de carreira: a nomeação como Procurador-Geral. E com o aplauso de todos, todos os da política”, assinala.

Neste contexto, deixa uma crítica à atual direção do PS, dizendo que “os socialistas, sempre muito bem-comportados, desejaram boa sorte”.

Já sobre se Amadeu Guerra cumpre a lei do Estatuto do Ministério Público para ser nomeado procurador-Geral de República, o antigo primeiro-ministro assinala que “parece que é primeira vez que se nomeia alguém já reformado e perto de fazer setenta anos”.

“Mas também por isso o indigitado terá direito a um prémio de exceção: A ele não se aplicarão os artigos 13º e 193º da lei do Estatuto do Ministério Público – o primeiro diz que o procurador-Geral é magistrado; o segundo diz que todos os magistrados cessarão funções no dia em que fizerem setenta anos. Uma lei para todos, outra para o novo procurador-Geral da República. Assim começa um mandato dedicado à “defesa da legalidade democrática”. Bravo”, acrescenta.

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Caso BES. Tribunal deixa cair 11 crimes, três deles de Ricardo Salgado

Prescreveram 11 crimes do caso BES. Três destes crimes - falsificação de documento e infidelidade - eram imputados ao ex-presidente do BES, Ricardo Salgado.

O Tribunal deixou “cair por terra” 11 crimes do caso BES uma vez que os mesmos já prescreveram, avança o Observador. Três destes crimes – dois de falsificação de documento e um infidelidade – pertencem ao ex-presidente do BES, Ricardo Salgado.

Segundo o despacho judicial que a Sic teve acesso, no total, sete arguidos beneficiaram desta prescrição, incluindo Salgado, Amílcar Morais Pires e Francisco Machado da Cruz. Um ex-funcionário do BES já não vai ser julgado.

O julgamento do processo BES vai começar no próximo dia 15 de outubro, no Campus da Justiça, mais de uma década após o colapso do Grupo Espírito Santo (GES), em agosto de 2014. Tem como principal arguido o ex-presidente do BES Ricardo Salgado, que foi acusado de 65 crimes, entre os quais associação criminosa, corrupção ativa, falsificação de documento, burla qualificada e branqueamento.

Considerado um dos maiores processos da história da justiça portuguesa, este caso agrega no processo principal 242 inquéritos, que foram sendo apensados, e queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro.

Segundo o Ministério Público, a derrocada do GES terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.

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Euribor cai para novos mínimos a três, a seis e a 12 meses

  • Lusa
  • 3 Outubro 2024

Com as alterações desta quinta-feira, a taxa a três meses, que baixou para 3,238%, continuou acima da taxa a seis meses (3,071%) e da taxa a 12 meses (2,712%).

A Euribor desceu esta quinta-feira a três, a seis e a 12 meses para níveis mínimos desde abril e março de 2023 e novembro de 2022.

Com as alterações desta quinta-feira, a taxa a três meses, que baixou para 3,238%, continuou acima da taxa a seis meses (3,071%) e da taxa a 12 meses (2,712%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro de 2023, baixou esta quinta-feira para 3,071%, menos 0,021 pontos e um mínimo desde 21 de março de 2023. Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a julho mostram que a Euribor a seis meses representava 37,1% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 34,2% e 25,4%, respetivamente.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, baixou esta quinta-feira, para 2,712%, menos 0,033 pontos do que na quarta-feira.
  • Já a Euribor a três meses desceu esta quinta-feira, ao ser fixada em 3,238%, menos 0,008 pontos e um novo mínimo desde 20 de abril de 2023.

A média da Euribor em setembro desceu a três, a seis e a 12 meses, menos acentuadamente do que em agosto e com menos intensidade nos prazos mais curtos.

A média da Euribor em setembro desceu 0,114 pontos para 3,434% a três meses (contra 3,548% em agosto), 0,167 pontos para 3,258% a seis meses (contra 3,425%) e 0,230 pontos para 2,936% a 12 meses (contra 3,166%).

Na mais recente reunião de política monetária, em 12 de setembro, o BCE desceu a principal taxa diretora em 25 pontos base para 3,5%, depois de em 18 de julho ter mantido as taxas de juro diretoras.

Na reunião anterior, em junho, o BCE tinha descido as taxas de juro diretoras em 25 pontos base, depois de as ter mantido no nível mais alto desde 2001 em cinco reuniões e de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022.

Em 18 de setembro foi a vez de a Reserva Federal norte-americana (Fed) cortar os juros em 50 pontos base, naquela que foi a primeira descida desde 2020.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 17 de outubro na Eslovénia.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Rui Sá Morais é o novo administrador-delegado da Casa da Música, após renúncia de Carla Chousal

Após renúncia de Carla Chousal, o economista bracarense Rui Sá Morais foi cooptado para a administração da Casa da Música e eleito administrador-delegado da instituição liderada por Isabel Furtado.

O Conselho de Administração da Fundação Casa da Música procedeu à cooptação de Rui Sá Morais na sequência da renúncia da administradora Carla Chousal, que ocupava o cargo desde julho de 2022. Vai ser substituída por outro economista, que foi também eleito para a função de administrador-delegado “com efeitos imediatos”.

A decisão será “proximamente ratificada” pelo Conselho de Fundadores, sublinha em comunicado o conselho de administração da Casa da Música, que é agora liderado por Isabel Furtado. A CEO da TMG Automotive sucedeu a Rui Amorim de Sousa, que deixou a liderança da Cerealis depois de vender a dona da Milaneza a Carlos Moreira da Silva e à família Domingues.

Nos próximos três anos, o Conselho de Administração da Fundação Casa da Música passa assim a ser constituído por Isabel Furtado (presidente), Álvaro Teixeira Lopes e António Marquez Filipe (vice-presidentes), Rui Sá Morais (administrador-delegado) e André Tavares, Frederico Silva Pinto e Luís Osório (vogais).

Rui Sá Morais

Casado e pai de 3 filhos, Rui Sá Morais nasceu em Braga a 31 de março de 1976. É licenciado em Economia pela Faculdade de Economia do Porto e pós-graduado em Finanças Empresariais pela Universidade Lusíada, tendo concluído o Programa de Alta Direção de Empresas ministrado pela AESE Business School.

Rui Sá Morais foi administrador executivo da AGERE entre 2013 e 2017, altura em que se tornou não executivo da empresa, assim como presidente do conselho de administração da BRAVAL, dedicada à valorização e tratamento dos resíduos sólidos no Baixo Cávado. Desempenhou ainda funções de administrador da SGEB (Parceria Público Privada dos Sintéticos de Braga), liderando o processo de liquidação que poupou mais de 30 milhões de euros aos cofres do município.

Aceito este desafio com a consciência do potencial desta instituição e com ambição de valorizar ainda mais o seu propósito.

Rui Sá Morais

Novo administrador-delegado da Casa da Música

“A Casa da Música é um projeto de relevância nacional, um espaço icónico de promoção da cultura e com um grande impacto na oferta artística do nosso país. Aceito este desafio com a consciência do potencial desta instituição e com ambição de valorizar ainda mais o seu propósito. Fazer parte do crescimento, numa perspetiva de envolvimento com aqueles que, todos os dias, trabalham para construir a relevância da Casa da Música será o meu foco”, afirma Rui Sá Morais, citado numa nota de imprensa.

Os fundadores privados contribuem anualmente com mais de um milhão de euros para a instituição cultural portuense, com a comparticipação do Estado a ascender a 10 milhões de euros em 2024.

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OpenAI obtém 6,6 mil milhões de dólares. Microsoft reforça na criadora do ChatGPT

Num dos maiores investimentos privados já realizados através de uma nova ronda de capital, a empresa de inteligência artificial generativa foi avaliada em 157 mil milhões de dólares.

A OpenAI, empresa que lançou o ChatGPT em 2022, angariou 6,6 mil milhões de dólares (5,97 mil milhões de euros) numa nova ronda de capital que a deixou avaliada em 157 mil milhões de dólares, anunciou em comunicado esta quarta-feira. A Microsoft, que já era o maior investidor da empresa de inteligência artificial generativa, reforçou a sua participação com mais 750 milhões de dólares, descreve a imprensa internacional.

“O novo financiamento vai permitir-nos acelerar a nossa liderança na investigação de ponta em inteligência artificial, aumentar a capacidade de computação e continuar a construir ferramentas que ajudem as pessoas a solucionar problemas difíceis”, declarou a OpenAI, liderada por Sam Altman. “O nosso objetivo é tornar a inteligência avançada num recurso amplamente acessível”, acrescenta a nota divulgada pela empresa.

Os investidores olham para a OpenAI como uma das principais empresa de desenvolvimento de inteligência artificial generativa, um tipo de tecnologia que permite gerar rapidamente textos, imagens ou áudio através dos pedidos introduzidos pelos utilizadores em linguagem simples.

Surgido em novembro de 2022, o ChatGPT foi um sucesso quase imediato, por permitir gratuitamente que qualquer pessoa com um computador e acesso à internet pudesse colocar desafios ou questões a um programa informático e vê-lo a responder em linguagem natural praticamente em tempo real, algo que outrora era do campo exclusivo da ficção científica.

No entanto, treinar e manter em funcionamento estes algoritmos e plataformas é um negócio de capital intensivo, devido à elevada capacidade computacional que tal exige. Para a OpenAI, o forte interesse dos investidores traduziu-se nesta nova ronda que, segundo a Bloomberg, foi liderada pela Thrive Capital, com um investimento de 1,3 mil milhões de dólares. A Microsoft, que já tinha injetado uns impressionantes 13 mil milhões de dólares, aceitou colocar mais 750 milhões.

A lista de investidores vai ainda mais além, incluindo nomes como Khosla Ventures, Fidelity Management & Research e até a Nvidia. Esta última é uma conhecida fabricante norte-americana de placas gráficas e processadores que são vistos como essenciais para treinar este tipo de tecnologia e tem sido uma das grandes ganhadoras nesta onda de entusiasmo pela inteligência artificial generativa. Só desde o início deste ano, as suas ações cotadas em Nova Iorque já dispararam mais de 145%.

Segundo a OpenAI, mais de 250 milhões de pessoas em todo o mundo usam o ChatGPT todas as semanas para “melhorar o seu trabalho, criatividade e aprendizagem”. “Em muitas indústrias, as empresas estão a aumentar a produtividade e as operações e os programadores estão a alavancar a nossa plataforma para criar uma nova geração de aplicações”, enaltece a empresa no comunicado.

Mas estes últimos desenvolvimentos tecnológicos não estão desprovidos de riscos e têm suscitado dúvidas e receios. Muitas empresas temem que informação confidencial seja partilhada pelos colaboradores com ferramentas como o ChatGPT e estes aplicativos também podem ser usados para finalidades menos nobres, como a produção de fake news em massa. Ademais, as respostas dadas podem conter erros e prejudicar os utilizadores menos prudentes.

O próprio percurso da OpenAI tem sofrido alguns solavancos no passado mais recente. No final de setembro, a empresa perdeu um dos seus mais importantes quadros, Mira Murati, que ocupava o cargo de CTO e tinha supervisionado a criação do ChatGPT.

E em novembro do ano passado, cerca de um ano após o lançamento da popular plataforma, o então conselho de administração da empresa surpreendeu a comunidade tecnológica ao anunciar o despedimento do cofundador Sam Altman, acusando-o de mentir. Altman acabaria por conseguir regressar a mesma posição pouco depois, com várias mudanças na própria administração que o tinha decidido afastar.

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Inflação na OCDE abranda pelo terceiro mês seguido para 4,7%

A taxa de inflação no espaço da OCDE alcançou em agosto o valor mais baixo em quase três anos e registou o maior abrandamento desde junho de 2023.

A taxa de inflação homóloga no espaço da OCDE voltou a abrandar pelo terceiro mês consecutivo, atingindo em agosto 4,7%, o valor mais baixo desde setembro de 2021.

Os dados divulgados esta quinta-feira pela OCDE revelam uma queda de 0,6 pontos percentuais da taxa de inflação face aos 5,4% registados em julho, que se traduz no maior abrandamento desde junho de 2023.

Este comportamento dos preços foi causado, em grande medida, por uma queda significativa nos preços da energia na maioria dos países membros, refere a OCDE em comunicado.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

A descida da inflação foi observada em 24 dos 38 países da OCDE, com destaque para a Turquia, que registou uma queda de cerca de 10 pontos percentuais, embora ainda se mantenha acima dos 50%.

Excluindo a Turquia, a inflação no espaço da OCDE terá abrandado de forma mais moderada, para 2,7% em agosto. No grupo das sete maiores economias do globo (G7), a inflação homóloga recuou para 2,4% em agosto, face aos 2,7% de julho, por conta da queda dos preços da energia.

A OCDE revela ainda que a inflação diminuiu em todos os países do G7, exceto no Japão, onde aumentou, e no Reino Unido, onde se manteve estável.

A taxa de inflação subjacente (excluindo energia e alimentos) também contabilizou um abrandamento considerável no espaço da OCDE, principalmente devido à forte queda na Turquia. No entanto, a inflação subjacente só diminuiu em 9 países, tendo aumentado em 10 e mantendo-se estável ou relativamente estável em 19, refere a OCDE em comunicado.

Estes dados mostram que, apesar do abrandamento generalizado da inflação, persistem diferenças significativas entre os países da OCDE. Enquanto 16 países já registam uma inflação igual ou inferior a 2%, outros continuam a enfrentar pressões inflacionistas mais elevadas.

A evolução dos preços da energia continua a ser um fator determinante para a inflação global, com 31 países da OCDE a registarem quedas nesta componente. No entanto, a inflação subjacente mantém-se como o principal contributo para a inflação global na maioria dos países do G7, exceto no Japão.

Estes números sugerem que, embora a inflação esteja a abrandar de forma generalizada, os bancos centrais deverão manter-se vigilantes, especialmente no que diz respeito à evolução da inflação subjacente, que tende a ser mais persistente e reflete pressões inflacionistas mais alargadas na economia.

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Preços das casas em Portugal sobem quase três vezes mais do que a média na União Europeia

Portugal continua a ser um dos países europeus onde os preços dos imóveis mais sobem. No segundo trimestre, os preços aceleraram 3,9% face ao trimestre anterior. Apenas a Croácia superou esta subida.

Portugal continua a ser um dos países europeus onde os preços das casas mais sobem, mantendo-se longe da média da Zona Euro e da União Europeia. No segundo trimestre do ano, o mercado nacional registou um crescimento homólogo quase três vezes superior ao da média europeia e, face ao trimestre anterior, foi o segundo país onde os preços mais subiram.

Os preços das casas em Portugal registaram um aumento homólogo de 7,8% no segundo trimestre do ano, um crescimento bem superior à subida média de 2,9% fixada na União Europeia e de 1,3% pelos países da Zona Euro, segundo os dados divulgados pelo Eurostat esta manhã.

Face ao trimestre anterior, o mercado nacional registou uma subida em cadeia de 3,9%, uma percentagem que compara com uma subida de 1,8% nos 20 Estados-membros da Zona Euro e um aumento de 1,9% entre os países da União Europeia.

Trata-se do segundo maior crescimento em cadeia registado na União Europeia, sendo apenas superado pela Croácia, que viu os preços aumentarem 4,3% face ao primeiro trimestre do ano.

Depois de uma desaceleração no primeiro trimestre do ano — os preços no mercado nacional registaram uma subida homólogo de 7% e em cadeia de 0,6% –, os preços voltaram a acelerar no segundo trimestre de 2024, à figura do que aconteceu a nível europeu.

Entre os Estados-Membros da União Europeia, Polónia, Bulgária, Lituânia e Croácia ocupam os lugares no pódio das valorizações imobiliárias, com subidas homólogas de 17,7%, 15,1%, 10,4% e 10%, respetivamente. Portugal mantém-se no 7º lugar deste ranking.

Já o Luxemburgo, Finlândia e França observaram as maiores contrações de preços entre abril e junho, com quebras de 8,3%, 4,8% e 4,6%, respetivamente.

Face ao primeiro trimestre do ano, França e Bélgica lideram as descidas, ambas com um recuo de 0,2% nos preços, enquanto Croácia (4,3%), Portugal (3,9%) e Espanha (3,6%) foram os países onde mais aumentaram as avaliações dos imóveis.

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