“Desafiem-se constantemente.” Os conselhos dos diretores das escolas de economia para os novos alunos

Nova SBE, FEP e EEG do Minho são as três faculdades que conseguiram as melhores notas nos cursos de Economia e de Gestão. Em declarações ao ECO, diretores deixam conselhos aos novos alunos.

As licenciaturas de Economia e Gestão da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa (Nova SBE), da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) e da Universidade do Minho conseguiram as melhores notas do país, no concurso nacional de acesso ao ensino superior.

Mil alunos ficaram colocados nesses cursos, aos quais os diretores das escolas referidas recomendam agora que aproveitem os próximos anos para se desafiarem constantemente, mas também para estabelecerem contactos e “relações fortes com colegas e docentes”, já que essa rede será útil ao longo da vida profissional.

Da esquerda para a direita, Luís Aguiar Conraria, presidente da EEG da Universidade do Minho, Óscar Afonso, dean da FEP, e Pedro Oliveira, dean da Nova SBE

“Aproveitem as oportunidades de networking, participem em eventos académicos, conferências e workshops, e não hesitem em procurar mentoria junto dos professores, que estão sempre disponíveis para apoiar o vosso desenvolvimento”, aconselha o diretor da FEP, em declarações ao ECO.

O dean recomenda, assim, que os novos alunos estabeleçam fortes relações com colegas e docentes, já que essa rede é “um dos maiores ativos não só durante o tempo na faculdade, mas também ao longo da vida profissional”.

Apela também que os novos alunos participem ativamente nas aulas e nas atividades extracurriculares, e deixa uma outra nota: a vida académica não se resume apenas ao estudo, pelo é importante que os alunos também invistam noutras atividades, como o desporto e as associações estudantis. “Encorajo-vos a desafiarem-se constantemente“, atira o dean.

Na Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP), a nota do último aluno colocado na licenciatura de Economia foi de 17,83 valores, a segunda mais alta do país e 0,53 valores acima do verificado no ano letivo anterior.

No curso de Gestão, a nota do último colocado foi de 18,35 valores, tendo sido a mais alta do país e representando uma melhoria de 0,45 pontos percentuais face ao anterior.

FEP conseguiu “ouro” na Gestão. Nova SBE ficou com “prata”

Fonte: DGES

Confrontado com estes números, o dean, Óscar Afonso, defende que o aumento das notas de acesso reflete uma “valorização das áreas de estudo ligadas à Economia e Gestão por parte dos estudantes e das famílias, conscientes das oportunidades que estas formações podem oferecer no atual contexto económico”.

“A subida das notas de entrada é um indicador claro de que os estudantes mais qualificados e ambiciosos reconhecem o valor da formação oferecida pela FEP e estão dispostos a competir pelos lugares disponíveis”, sublinha o responsável, que promete continuar a investir no corpo docente, na inovação pedagógica e na internacionalização da oferta formativa para que esta escola consiga potencialmente ultrapassar a Nova SBE na Economia.

Óscar Afonso salienta, por outro lado, que esta subida das notas dos últimos colocados traduz-se “numa vantagem significativa para toda a comunidade académica”.

A presença de estudantes com elevadas capacidades intelectuais e um forte compromisso com o sucesso académico eleva o padrão geral das atividades académicas e de investigação.

Óscar Afonso

Diretor da FEP

“Um corpo estudantil mais forte e motivado contribui para um ambiente de estudo mais dinâmico e enriquecedor, onde a troca de ideias e a partilha de conhecimentos são potenciadas. Além disso, a presença de estudantes com elevadas capacidades intelectuais e um forte compromisso com o sucesso académico eleva o padrão geral das atividades académicas e de investigação“, entende.

Do Porto para Lisboa, na primeira fase do concurso de acesso ao ensino superior, a nota do último aluno colocado na licenciatura em Economia da Nova SBE foi de 18 valores, a mais alta do país, e 0,65 valores acima do último ano. No curso de Gestão, a nota de entrada foi de 18,3 valores, a segunda mais alta do país, e 0,45 pontos percentuais cima do último ano.

Em reação, o dean dessa escola adianta que vê esses resultados como um “reflexo da qualidade dos alunos que estão a ser admitidos“.

Por outro lado, este aumento significa que houve excelentes candidatos aos nossos cursos que não puderam ser admitidos, o que certamente provoca muita frustração. Imagine-se um aluno candidato a Gestão com média de candidatura de 18,25 e que não é admitido, apesar de existirem 295 vagas e de ser a maior licenciatura em gestão de Portugal”, observa Pedro Oliveira.

Quanto a conselhos para os novos alunos, o diretor indica: “recomendamos sempre que os novos alunos decidam a forma e o espírito com que querem abraçar os próximos anos, aproveitando a experiência para dar o melhor de si enquanto aprendem mais sobre si próprios — profissional e pessoalmente — num ambiente seguro e orientados por dedicados professores e staff“.

Abra horizontes e não fique satisfeito com o que lhe oferecemos. Exija mais. Desafie-nos, tanto quanto o vamos desafiar.

Luís Aguiar-Conraria

Presidente da EEG

Já no caso do presidente da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, a recomendação é a de que os novos alunos “abram os horizontes e não fiquem satisfeitos” com aquilo que lhes será oferecido na faculdade. “Exija mais. Desafie-nos tanto quanto o vamos desafiar“, apela Luís Aguiar-Conraria.

Na primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior, a nota do último colocado na licenciatura de Economia da Universidade do Minho foi de 17,22 valores, mais 0,46 valores do que no anterior.

Já na licenciatura de Gestão, a última nota foi de 17,68 valores, mais 0,5 valores do que no ano letivo passado. Em ambas as áreas, esta escola ocupou o terceiro lugar do pódio.

Minho fecha o pódio tanto na Economia, como na Gestão

Fonte: DGES

“São, obviamente, resultados que nos agradam. O facto de termos a preferência dos melhores alunos do ensino secundário indica que somos uma escola altamente prestigiada“, reage o presidente da Escola de Economia e Gestão, que adianta que a subida das notas terá resultado, em princípio, de um mix de dois fatores: uma subida geral das médias e um aumento da preferência dos alunos pelos cursos desta faculdade.

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Taxas Euribor descem a três, seis e 12 meses

  • Lusa
  • 27 Agosto 2024

Taxas que servem de base para o cálculo da prestação da casa desceram em todos os prazos.

As taxas Euribor, que servem de base para o cálculo da prestação da casa, desceram nos prazos três, seis e doze meses, depois de os últimos dois prazos terem registado subidas no dia anterior.

  • A Euribor a três meses recuou 0,008 pontos para 3,515%, continuando acima das taxas Euribor a seis e 12 meses.
  • A taxa Euribor a seis meses, que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro, desceu 0,016 pontos para 3,385%.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro, desceu 0,021 pontos para 3,095%.

Em 18 de julho, o BCE manteve as taxas de juro diretoras e a presidente do BCE, Christine Lagarde, não esclareceu o que vai acontecer na próxima reunião em 12 de setembro, ao afirmar que tudo depende dos dados que, entretanto, forem sendo conhecidos.

Na reunião anterior, em junho, o BCE tinha descido as taxas de juro diretoras em 25 pontos base, depois de as ter mantido no nível mais alto desde 2001 em cinco reuniões e de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022.

Os analistas antecipam que as taxas Euribor cheguem ao final do ano em torno de 3%.

A média da Euribor em julho voltou a descer a três, a seis e a 12 meses, mas mais acentuadamente no prazo mais longo, tendo baixado 0,040 pontos para 3,685% a três meses (contra 3,725% em junho), 0,071 pontos para 3,644% a seis meses (contra 3,715%) e 0,124 pontos para 3,526% a 12 meses (contra 3,650%).

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Proprietários lançam petição para exigir o “fim imediato” do congelamento das rendas antigas

  • Joana Abrantes Gomes
  • 27 Agosto 2024

A Associação Lisbonense de Proprietários (ALP) apela também à atualização extraordinária das rendas congeladas já a partir de 2025, propondo uma forma de cálculo.

Depois de anos a defender a abolição dos contratos de arrendamento congelados, a Associação Lisbonense de Proprietários (ALP) acaba de lançar uma petição pública em que exige ao Governo e aos partidos com assento parlamentar o “fim imediato” do congelamento das rendas antigas. Até às 10h45 desta terça-feira, a petição recolhia cerca de 300 assinaturas, sendo necessárias, pelo menos, 7.500 para a petição ser discutida no plenário da Assembleia da República.

Num comunicado, a associação entende que o “condicionamento secular do mercado de arrendamento nacional (…) prolonga a agonia de todos os senhorios que mantêm, forçados pelo Estado, contratos de arrendamento há mais de 40 anos“, bem como “de gerações de arrendatários que são forçados ao endividamento, por retração da oferta de casas para arrendamento nas grandes cidades a preços justos”.

Além da abolição imediata do congelamento de rendas, a ALP apela à “urgente” e “sensata” atualização extraordinária das rendas congeladas a partir do próximo ano, um pedido sustentado, na petição, com uma proposta de adoção de uma nova fórmula de cálculo para o apuramento destas rendas “atualmente com valores baixíssimos”.

Os proprietários lisbonenses justificam o pedido com o facto de o atual mecanismo de cálculo das rendas congeladas, em vigor desde 2012, “resultar em valores que chegam a ser dez vezes menos do que as métricas praticadas nos programas de arrendamento acessível que são promovidos e apoiados pelo Estado“.

Esse mecanismo “prejudica os proprietários que, efetivamente, suportam há mais décadas arrendamentos congelados com valores muito baixos”, o que é explicado “pelo facto de os imóveis destes proprietários terem, necessariamente, um valor patrimonial tributário irrisório, devido ao coeficiente de vetustez (idade dos imóveis) aplicado”, argumenta a ALP no comunicado.

A fórmula de cálculo proposta pela associação retira da equação a variável do coeficiente de vetustez para apuramento do Valor Patrimonial Tributário (VPT) do imóvel, que serve para calcular o IMI e o IMT. A diferença apurada nesta atualização, segundo os proprietários, deverá ser suportada “integralmente pelo Estado e nunca pelos senhorios”.

Na petição, a ALP propõe também a “subsidiação do Estado diretamente aos arrendatários nos contratos anteriores a 1990”. “Os senhorios nunca pediram qualquer subsídio ao Estado (…). Não pode, por isso, pender sobre os proprietários privados o enorme peso burocrático de instruir essa carga administrativa, que, aliás, só conseguiu mobilizar uma percentagem marginal de senhorios”, alega.

Para a Associação Lisbonense de Proprietários, o número reduzido — de cerca de 1% — daqueles que são elegíveis pelas “regras restritivas” impostas pelo Governo de António Costa e mantidas pelo atual Executivo “traduz a falta de preparação deste processo, com um labirinto de burocracia, falta de comunicação e divulgação de materiais explicativos e de divulgação”.

Acresce que “a exigência de o pedido ser exclusivamente tramitado de forma digital, pela internet, agravou a parca adesão dos senhorios, porque a esmagadora maioria dos que são elegíveis são idosos/muito idosos”, ao que se junta a “falta de resposta do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), responsável pelo processo”.

A associação reivindica, por isso, que “deve caber aos inquilinos com comprovada carência económica” — um estatuto ao qual apelam, igualmente, a que sejam revistos os respetivos critérios — a “instrução deste apoio junto das entidades competentes que vierem a ser responsáveis pela atribuição destes apoios”.

Segundo a ALP, só devem ser elegíveis à não transição para o Novo Regime de Arrendamento Urbano (NRAU) e protegidos com contratos vinculísticos os “agregados de arrendatários que aufiram até 2,5 Retribuições Mínimas Nacionais Anuais (cerca de três salários mínimos mensais), e cuja renda suportada signifique uma taxa de esforço superior a 35% do rendimento do agregado — um critério, aliás, amplamente utilizado pelo Estado para a atribuição de subsídios de renda”.

Citando dados de um estudo solicitado pelo anterior Governo socialista, os proprietários indicam que o congelamento de rendas representa, atualmente, 16% do mercado total de arrendamento em Portugal, lesando os senhorios em mais de 650 milhões de euros por ano.

“Incompreensivelmente, o atual Governo mantém o congelamento de rendas, apesar das promessas e compromissos em sentido inverso, e de a sua abolição estar inscrita em ambos os programas eleitorais dos partidos que o sustentam”, nomeadamente o PSD e o CDS-PP, lamenta a ALP, que diz ainda que a petição lançada esta terça-feira surge “na sequência da falta de resposta aos insistentes pedidos de audiência de diálogo construtivo sobre este tema que começaram a ser remetidos desde maio ao Ministério das Infraestruturas e Habitação, tutelado por Miguel Pinto Luz”.

(Notícia atualizada pela última vez às 11h25)

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Governo fixa até 2.400 vagas para internato médico em 2025

Num despacho publicado esta terça-feira, o Governo fixa um máximo de 2.400 vagas para formar médicos no SNS no ano que vem. Governo tem a intenção de abrir primeiras vagas para Medicina de Urgência.

O Governo fixou o número máximo de 2.400 vagas para a formação geral do internato médico a partir de janeiro de 2025, de acordo com um despacho publicado esta terça-feira em Diário da República. O número é equivalente ao que foi fixado para este ano ainda pelo anterior Governo.

“O Internato Médico é um período de formação médica, da atribuição do Ministério da Saúde, que visa habilitar o médico ao exercício autónomo da medicina bem como ao exercício tecnicamente diferenciado de uma área de formação especializada”, explica o diploma.

Esta formação no Serviço Nacional de Saúde (SNS), teórica e prática, desenvolve-se em duas fases. A primeira tem a duração de um ano para habilitar o médico a exercer autonomamente a medicina. Segue-se depois a formação especializada, cuja duração é superior e varia consoante a especialidade, mas que pode demorar entre quatro a seis anos.

“O ingresso no Internato Médico faz-se através de procedimento concursal único nos termos do qual os médicos admitidos celebram um contrato de trabalho em funções públicas a termo resolutivo incerto, ou caso sejam titulares de uma relação jurídica de emprego público por tempo indeterminado previamente constituída, e frequentam o respetivo Internato em regime de comissão de serviço”, acrescenta o despacho assinado pela secretária de Estado da Administração Pública e pela secretária de Estado da Gestão da Saúde.

É a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) a entidade responsável pelo processo de candidaturas ao internato médico, abrindo o procedimento concursal único no terceiro trimestre de cada ano civil.

No ano passado, quando fixou as vagas para o internato deste ano, o anterior Governo de António Costa explicou, num comunicado, que as 2.400 vagas também fixadas nessa altura reforçavam “a posição do SNS enquanto elemento central e estruturante da formação médica em Portugal”.

Já em maio deste ano, o atual Governo de Luís Montenegro, no plano para a saúde aprovado nessa altura, assumiu a intenção de abrir em 2025 as primeiras vagas para formar especialistas em Medicina de Urgência, especialidade cuja criação tinha sido chumbada em 2022.

“Dada a importância desta medida, estão já a ser realizados esforços no sentido de se aprovar a criação da especialidade Médica de Urgência até ao final de 2024, para em 2025 serem disponibilizadas as primeiras vagas para internato”, referia o plano, citado pela Lusa.

Segundo o Governo, esta especialidade é “firmemente reconhecida” e existe já em 31 países da Europa e em cerca de 83 países a nível mundial.

A 27 de junho, o Governo publicou no Diário da República outro despacho a fixar o número máximo de postos de trabalho a preencher nos mapas de pessoal dos órgãos, estabelecimentos ou serviços sob a tutela do Ministério da Saúde para as áreas de Medicina Geral e Familiar, Saúde Pública e Hospitalar, num total de 2.212 vagas, noticiou o Público.

O Governo decidiu abrir 904 vagas para recém-especialistas em Medicina Geral e Familiar, mais do que o número de especialistas recém-formados, na expectativa de atrair médicos que possam querer ingressar no SNS ou que tenham emigrado e queiram regressar ao país. Em causa está a falta de médicos de família em Portugal.

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Receita das taxas turísticas paga cultura, património e limpeza urbana

  • Lusa
  • 27 Agosto 2024

A taxa turística tem vindo a ser aplicadas em oferta cultural e património, limpeza urbana e segurança. Dos 278 municípios existentes no continente, 24 aplicam esta tarifa.

Oferta cultural e património, limpeza urbana e segurança são algumas das áreas em que as receitas da taxa turística cobrada por dormidas em empreendimentos ou alojamento local em mais de 20 municípios portugueses têm vindo a ser aplicadas.

Segundo uma contagem realizada pela agência Lusa (considerando as cobranças em vigor até este mês), dos 278 municípios existentes no continente, 24 aplicam já a taxa turística, alguns vão começar a aplicar ainda este ano — como Loulé (novembro), Setúbal e Caminha (setembro) – e outros perspetivam começar no próximo ano.

Na Madeira, duas autarquias aplicam a medida atualmente (Santa Cruz e Santana) e outras preveem começar a fazê-lo ainda este ano ou em 2025. No próximo ano avança também a cobrança nos seis concelhos da ilha açoriana de São Miguel.

No caso da cidade de Lisboa, a verba arrecadada é dedicada, em primeiro lugar, à limpeza da cidade, com “cerca de oito milhões de euros anuais para o financiamento parcial do reforço da higiene e limpeza urbana”, de acordo com a autarquia.

A capital, que em setembro vai começar a cobrar quatro euros por noite, duplicando o valor pago desde janeiro de 2019, já embolsou um total de 203,2 milhões de euros entre janeiro de 2016 e julho deste ano, com o recorde registado em 2023, ano em que contabilizou uma receita de 40,2 milhões de euros.

Uma parte da verba arrecadada é, segundo a autarquia, para continuar com o crescimento em termos de centralidades turísticas, como aconteceu com Museu do Tesouro Real e o Centro Interpretativo da Ponte 25 de Abril, pagos com receitas neste âmbito, assim como a Doca da Marinha e a Estação Sul-Sueste.

De acordo com a Câmara de Lisboa, “os efeitos positivos do turismo implicam, consequentemente, o reforço das infraestruturas urbanas e de funcionamento da cidade, nomeadamente o alargamento de intervenções públicas ao nível das infraestruturas, da mobilidade, da limpeza urbana, do espaço público, da segurança e da oferta turística, cultural e de lazer”.

A capital começou também este ano a ter taxa turística de chegada por via marítima, com o valor unitário fixo de dois euros por passageiro (com idade superior a 13 anos) que desembarque de navios de cruzeiro em trânsito.

Já em Sintra, moradores e comerciantes estão descontentes com o que denominam de “turismo descontrolado” e exigem medidas contra o excesso de visitantes, que acusam de causar o caos no trânsito, prejudicando a mobilidade e a segurança dos residentes na vila. No entanto, a taxa turística já valeu este ano aos cofres do município 550.461 euros até 30 de junho (55% nos alojamentos locais e 45% em empreendimentos turísticos).

O município arrecadou 484.286 euros em 2019, 315.693 euros em 2020, 56.242 euros em 2021, 258.357 em 2022 e 1,156 milhões em 2023 (ano em que a cobrança aumentou de um para dois euros a partir de março).

A autarquia estimou, no Orçamento Municipal para 2024, uma receita de um milhão de euros e as receitas da taxa turística são, genericamente, “aplicadas em projetos, estudos, equipamentos ou infraestruturas que promovam o crescimento sustentável do turismo, a qualidade ambiental da região e a manutenção do património cultural do município”.

Cascais, que aplica a taxa desde 2017, já embolsou “cerca de 14 milhões de euros, que foram aplicados em investimento, essencialmente na área da cultura”, indica o município.

Em Braga, a câmara refere que a verba arrecadada com a taxa, não sendo consignada a nenhum fim particular, serve para mitigar o “avultado” esforço financeiro suportado com a promoção e animação turística e a conservação de infraestruturas.

“Para estimular a atividade turística, é necessário um forte investimento em promoção, conferindo visibilidade ao destino, e em animação, garantindo ainda melhores experiências a quem nos visita”, refere o presidente, Ricardo Rio, sublinhando que o aumento do turismo acarreta uma degradação mais acelerada das infraestruturas e uma necessidade de reforço dos serviços de limpeza e conservação.

Em 2023, a Câmara de Braga obteve cerca de meio milhão de euros com a taxa.

Na Póvoa de Varzim, uma das zonas balneares mais procuradas na região Norte, a medida foi implementada em janeiro de 2023, sendo expectativa da câmara que represente uma receita de 500 mil euros anuais, a investir numa “melhoria de equipamentos ligados ao turismo que possa gerar mais visitas ao concelho”.

No Centro, em Coimbra, o pagamento foi definido para “criar condições para melhor receber turistas e para promover eventos na Baixa da cidade dos estudantes, de forma a dar-lhe vida”, indica o município. De janeiro a junho deste ano, as receitas ultrapassaram os 188 mil euros, enquanto no período homólogo de 2023 (a taxa entrou em vigor em abril desse ano) foi de mais de 109 mil euros.

Em Setúbal, onde os hóspedes começarão a pagar em setembro, prevê-se que a medida vá render “cerca de 400 mil euros por ano ao município”. A autarquia justifica a criação com o aumento considerável da atividade turística e com a necessidade de assegurar novas fontes de financiamento, de acordo com o “princípio da justa repartição dos encargos públicos”. Em 2022, o território registou um total de 372.482 dormidas.

Setúbal depara-se com “a necessidade de reforçar substancialmente, com caráter estrutural, o investimento e a despesa pública na prestação de serviços e utilidades inerentes à atividade turística, em diversos domínios das respetivas atribuições, de modo a garantir as necessárias condições de sustentabilidade e atratividade”, sem pôr em causa o equilíbrio e qualidade de vida urbana dos residentes.

Mais a sul, no Algarve, as estimativas apontam para valores como 300 mil euros anuais em Olhão ou 4,6 milhões em Loulé, mas Faro, por exemplo arrecadou de março a outubro de 2022 perto de um milhão de euros com a taxa turística, o dobro do que se previa inicialmente.

A primeira experiência com a aplicação de uma taxa deste género em Portugal foi feita em Aveiro, em 2013, com o pagamento de um euro por dormida, mas a medida não obteve o sucesso desejado e foi abolida pela autarquia em abril de 2014.

O atual presidente da câmara, Ribau Esteves, revogou o regulamento que a aplicava, considerando que prejudicava o turismo e tinha expressão significativa para as receitas municipais.

Taxa turística aplicada já em 26 municípios sem estar ainda prevista no Alentejo

Por todo o país são pelo menos 26 os municípios a cobrar uma taxa por dormida em alojamentos turísticos, mas o número aumentará em breve, sendo o Alentejo a única região onde a medida não é aplicada ou está aprovada.

No país, cada município fixa a sua taxa e define as normas de aplicação, mas há critérios comuns a todos, como a isenção de pagamento para as crianças (começam a pagar a partir dos 12 anos em alguns casos, noutros mais tarde) e pessoas com incapacidade igual ou superior a 60%, além dos cidadãos que se encontrem hospedados para tratamentos médicos.

Há ainda municípios que excluem a taxa turística, pelo menos por uma noite, para aqueles que se encontrem em peregrinação religiosa a Fátima ou Santiago de Compostela, como é o caso do Porto (e, a partir de setembro, Caminha).

O município de Viana do Castelo isenta também, além de todas as outras exceções, aqueles que, por razões de conflito e deslocados dos seus países de origem, residem temporariamente em Portugal.

O máximo de taxa cobrada até este mês em Portugal é de 2,5 euros por noite, o que acontece em Vila Nova de Gaia, onde a contribuição tem o nome de Taxa da Cidade, e é também cobrado um imposto de 1,25 euros para dormidas motivadas por atividades profissionais, académicas, sociais, desportivas, culturais ou outras não predominantemente turísticas.

Lisboa, que inicialmente cobrava um euro por noite (2016), aumentou o valor para dois euros em janeiro de 2019 e ficará em setembro deste ano com uma taxa fixada em quatro euros. Será então o município com a maior contribuição por dormida.

O mínimo que se pode pagar de taxa nas unidades hoteleiras ou de alojamento local, incluindo parques de campismo, parques de caravanismo e áreas de serviço de autocaravanas, é 50 cêntimos.

A contribuição também varia em número de noites a ser pagas, podendo ir de três a sete, excetuando Vila do Conde, onde vai até às 14 noites.

No Algarve, destino turístico por excelência para nacionais e estrangeiros, só seis dos 16 municípios cobram atualmente taxa de pernoita. Loulé vai iniciar a cobrança, de dois euros, em novembro.

Nos municípios de Albufeira, Lagoa, Portimão, Olhão e Vila Real de Santo António os hóspedes pagam dois euros na época alta (de abril a outubro) e um euro na época baixa (de novembro a março).

Faro já cobra 1,5 euros por dormida ao longo de todo o ano, enquanto o primeiro município do Algarve a implementar uma taxa turística, Vila Real de Santo António, cobra um euro, exceto nos parques de campismo, caravanismo e áreas de serviço de autocaravanas, onde a taxa é de 50 cêntimos.

A região do Alentejo – que representou em junho deste ano, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), cerca de 347 mil dormidas em alojamentos turísticos com 10 ou mais camas – não tem qualquer município que cobre ou já tenha aprovado a taxa turística.

A lista de cobradores no país inclui ainda, até este mês, Amarante, Póvoa de Varzim, Maia, Braga, Figueira da Foz, Coimbra, Peniche, Óbidos, Loures, Oeiras, Cascais, Mafra e Sintra.

O município de Terras de Bouro, do qual faz parte a vila do Gêres, está atualmente a preparar o regulamento da Taxa Municipal Turística, para a implementar nos próximos tempos.

Matosinhos e Baião estão entre os territórios onde os visitantes vão começar a pagar taxa em 2025.

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As réplicas do sismo nas redes sociais. Como as marcas reagiram

Num abalo sem feridos ou prejuízos, o sismo que se fez sentir em Portugal foi aproveitado pelas marcas para pontuarem nas redes sociais. As publicações são marcadas por humor e trocadilhos.

A semana começou marcada pelo registo de um sismo de magnitude 5,3 na escala de Richter durante a madrugada de segunda-feira. Sem o registo de vítimas ou de grandes danos, o fenómeno geológico foi aproveitado por várias marcas para comunicarem nas redes sociais, fazendo trocadilhos, piadas ou, noutros casos, para aproveitarem e divulgarem informação didática.

O acontecimento foi desde logo aproveitado, por exemplo, pela Sagres. Num período em que as férias chegam ao fim para muitas pessoas, a marca de cerveja diz que “não era preciso um abanão de realidade assim”.

O Pingo Doce, por seu turno, aproveitou para publicitar a sua app e uma das suas funcionalidades.

Publicando uma foto do ator José Condessa, a Netflix comentou que a mesma “é capaz de causar um tremor de terra superior a 5.3 na escala de Richter”, numa clara alusão ao sismo sentido esta segunda-feira.

Numa altura marcada pelo regresso às aulas – período de vendas bastante relevante para várias marcas – a Staples aproveitou o fenómeno para promover os seus descontos em material escolar que também “abalam” Portugal.

Já a Meo, perguntou, num reel se os seus seguidores também sentiram o abalo. Este foi também o formato adotado pelo Grupo Ageas que publicou um reel com a famosa personagem Mr. Bean, numa postura “perplexa”, acompanhada pela frase “quando acordas a tremer e não sabes se o seguro da casa cobre sismos”.

A RFM também aproveitou o evento no seu programa Café da Manhã, lançando a “Música do Terramoto”.

No caso da Control, e sendo já a marca reconhecida nas redes sociais por aproveitar os assuntos do momento para comunicar, os internautas questionaram-se e fizeram também piadas quando a marca fez um post (de certo já agendado) que não estava de todo relacionado com o assunto que marcou o dia.

“É Agosto. A malta do marketing está de férias 🤣🤣 #ripterramoto” ou “o estagiário não sentiu o tremor dentro dele” foram alguns dos comentários feitos à publicação, aos quais se juntaram até outras marcas, como a Betclic Portugal, que comentou “não tínhamos apostas para falharem uma destas… 😢”.

A marca de preservativos não se ficou e aproveitou para “pontuar” a dobrar nas redes sociais, com uma publicação que conjugava tanto o fenómeno do sismo como uma resposta aos internautas que esperavam pela publicação.

 

A Durex também não perdeu a oportunidade de comunicar e publicou uma imagem de um produto, fazendo um trocadilho com o seu nome e a “intensidade” sísmica.

De uma forma mais didática, a Agriloja explicou, em várias imagens, como as pessoas devem reagir perante um sismo, fazendo diversas recomendações.

Outros exemplos de marcas que também aproveitaram o sismo para fazerem publicações nas redes sociais:

 

 

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Ouro em máximos com perspetivas da Fed e tensões geopolíticas

  • Lusa
  • 27 Agosto 2024

As expectativas de um corte das taxas de juro nos Estados Unidos e as tensões geopolíticas no Médio Oriente e na Ucrânia conduziram o preço da onça a níveis recorde de 2.531 dólares na semana passada.

O preço do ouro tem vindo a subir e atingiu máximos históricos ao superar os 2.500 dólares, o que se deve às expectativas face a um corte de juros nos EUA e também às tensões geopolíticas.

O preço do ouro está novamente em máximos, apoiado pelo comportamento das yields e do dólar americano que têm vindo a recuar fortemente“, tendo em conta que, “no caso do dólar, só este mês já desvalorizou mais de 3%, enquanto as yields a 10 anos já recuaram mais de 7%”, sinaliza o analista da Xtb Henrique Tomé à Lusa.

A contribuir para as valorizações do ouro está também a incerteza geopolítica no Médio Oriente: “ainda que não esteja a ser o principal driver, tem um papel também importante”.

O preço do ouro registou um máximo histórico na semana passada, ao atingir 2.531 dólares a onça, e tem estado a negociar em valores próximos dessa marca.

Como indica também David Finger, Fund Manager na Allianz Global Investors, à Lusa, “a principal razão para a subida acentuada do ouro é a expectativa de uma política monetária menos rigorosa por parte da Reserva Federal“.

Segundo o analista, “as pressões inflacionistas mais baixas e o arrefecimento da economia nos EUA dão alguma margem para cortes no final de 2024”, nomeadamente tendo em conta os últimos comentários do presidente da Fed, Powell, que projetaram uma perspetiva pacífica.

“Além disso, o ouro está a beneficiar de tensões geopolíticas mais elevadas, uma vez que é utilizado como uma exposição estabilizadora na gestão de carteiras em tempos de crise (Ucrânia, Médio Oriente)”, destaca o analista, acrescentando ainda que os bancos centrais estão a “aumentar as suas reservas de ouro para diversificar as exposições cambiais”.

A principal razão para a subida acentuada do ouro é a expectativa de uma política monetária menos rigorosa por parte da Reserva Federal.

David Finger

Fund Manager na Allianz Global Investors

Esta última tendência também é destacada por James Luke, Fund Manager de Metais na Schroders, que escreve numa nota de análise que “o agravamento das tensões entre os Estados Unidos e a China, e as sanções impostas à Rússia após a invasão da Ucrânia em 2022, levaram os bancos centrais a comprarem um volume recorde de ouro como ativo de reserva monetária”.

O analista identifica ainda outra tendência: “os investidores ocidentais, cujas vendas não foram suficientes para travar os preços recorde do ouro, são outro participante importante que poderá passar de vendedor a comprador nos próximos trimestres”.

Quanto ao que se pode esperar para os próximos tempos, a Schroders considera mesmo que a dinâmica atual pode “desencadear um dos mais fortes mercados em alta desde que o Presidente Nixon pôs fim à possibilidade de converter dólares americanos em ouro, em novembro de 1971“, escreve numa nota de análise.

“Com os preços do ouro a atingirem em média 2.200 dólares por onça no acumulado do ano, e a nossa opinião de que a inflação dos custos deverá abrandar consideravelmente, esperamos assistir a uma expansão muito forte das margens e à geração de fluxos de caixa à medida que o ano avança. Pensamos que o fluxo de caixa intenso e a disciplina financeira se tornarão difíceis de ignorar e, com o tempo, começarão a mudar as opiniões menos positivas”, reitera James Luke, Fund Manager de Metais na Schroders, que assina a nota.

Henrique Tomé aponta que “as perspetivas futuras são animadoras, uma vez que se espera que os fatores (USD e yields) que têm estado a contribuir para as atuais subidas, possam continuar a sua tendência descendente, devido às expectativas de reduções das taxas de juro por parte da Reserva Federal Americana”.

“Além disso, a massa monetária é um fator importante e que influencia também o comportamento dos metais preciosos: não só o ouro, como também a prata”, salienta o analista.

James Luke também considera que “a mudança das tendências geopolíticas e fiscais prepara o terreno para uma procura sustentada de ouro, e empresas de extração de ouro podem estar a preparar-se para uma recuperação significativa“.

[A dinâmica atual pode] desencadear um dos mais fortes mercados em alta desde que o Presidente Nixon pôs fim à possibilidade de converter dólares americanos em ouro, em novembro de 1971

James Luke

Fund Manager de Metais na Schroders

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PRR

Nenhum comerciante recebeu ainda o voucher para digitalizar negócio

  • ECO
  • 27 Agosto 2024

Meta do PRR prevê que 12.500 empresas sejam apoiadas ao abrigo das "aceleradoras de comércio digital” até ao final de setembro. Mas, até agora, nenhuma recebeu o voucher de 2.000 euros.

O apoio do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) destinado à digitalização do comércio das pequenas e médias empresas (PME), através de um voucher de 2.000 euros, ainda não chegou a qualquer negócio, avança o Jornal de Notícias. A meta inscrita no PRR pressupõe que pelo menos 12.500 empresas sejam apoiadas pela medida até 30 de setembro, um prazo que o país está, assim, em risco de não cumprir.

Este atraso deve-se, em parte, à demora na elaboração do catálogo de serviços digitais disponíveis para as empresas. Embora o Ministério da Economia garanta que o mesmo “já está disponível”, só foi concluído há um mês e ainda não chegou às associações empresariais, que são os organismos que fazem a ponte entre o Governo e os comerciantes. Outro problema prende-se ainda com a plataforma de submissão de documentos e despesas, que só foi criada em abril deste ano e funcionou deficientemente até há um mês.

A meta do comércio digital, que até setembro do próximo ano prevê apoiar pelo menos 25 mil empresas, foi considerada “crítica” pela Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR. A entidade liderada por Pedro Dominguinhos fala em “situações preocupantes de escassez de liquidez” nas associações empresariais e “mal-estar junto das empresas”, o que pode levar “ao abandono do projeto”.

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Zero defende fim dos voos noturnos no aeroporto de Lisboa

  • Lusa
  • 27 Agosto 2024

Só nas últimas duas semanas, a associação ambientalista detetou no Aeroporto Humberto Delgado 115 voos noturnos acima do permitido por uma lei que remonta a 2004.

A associação ambientalista Zero defendeu esta terça-feira a proibição de voos noturnos no aeroporto de Lisboa, entre as 0h30 e as 5h00, a partir do verão de 2025, alertando para a poluição sonora provocada pelas aeronaves.

Em comunicado, a Zero refere que, nas últimas duas semanas, foram registadas no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, 115 voos acima do permitido.

De acordo com uma portaria de 2004, está estabelecido o máximo de 91 movimentos aéreos semanais e 26 diários entre a 0h00 e as 6h00. Aquela portaria estabelece ainda que a autorização de movimentos aéreos durante o período noturno está condicionada aos níveis de ruído das aeronaves utilizadas.

“Nas duas últimas semanas foram contados pela Zero no referido período, com base em informação pública disponibilizada pela ANA Aeroportos, 139 movimentos aéreos (mais 48 que o permitido) na semana compreendida entre 12 e 18 de agosto e 158 movimentos aéreos (mais 67) na semana decorrida entre os dias 19 e 25 do mesmo mês, violando os limites estabelecidos na legislação que abriu lugar a exceções em 2004”, sublinha a Zero.

A associação ambientalista indica ainda que, no dia 20 deste mês, foram registados 33 movimentos aéreos entre as 0h00 e as 6h00, “transgredindo o máximo diário permitido pela exceção à lei geral”.

“O último número conhecido quanto ao valor global das coimas aplicadas nestes casos é de apenas 52.400 euros em 2022, o que é desprezável face aos 206 milhões de euros em custos para a saúde pública que foram apurados em 2019 pelo Grupo de Trabalho da Assembleia da República no âmbito do Estudo e Avaliação do Tráfego Noturno do Aeroporto Humberto Delgado”, refere a Zero.

Face a esta situação, a associação defende um conjunto de medidas, nomeadamente a instauração de um período sem voos agendados entre as 0h30 e as 5h00, “com flexibilidade para movimentos com atraso poderem ocorrer até à meia-noite e meia”.

“Perante a gravidade da situação, a Zero quer que as autoridades apliquem as conclusões do grupo de Trabalho que analisou os voos noturnos no Aeroporto de Lisboa, garantindo que, num primeiro passo, no verão de 2025 sejam totalmente proibidas as operações de aterragem e descolagem no Aeroporto Humberto Delgado no período entre a meia-noite e meia e as cinco da manhã”, sublinha a nota.

A Zero defende, ainda, a “obrigatoriedade, por parte do gestor da infraestrutura, da publicação mensal do número de pessoas afetadas por níveis de ruído noturno acima dos 45 decibéis e a definição de uma estratégia para o cumprimento da lei do ruído.

A associação pretende, igualmente, a “aplicação de uma taxa de ruído aos voos, em função das suas emissões sonoras”, assim como a revisão das coimas por violação da legislação”.

“De acordo com o contador da Zero, presente na página zero.ong, os custos do não encerramento do Aeroporto Humberto Delgado estão já perto dos dez mil milhões de euros desde 2015, ano em que a infraestrutura deveria ter sido encerrada”, indica a associação.

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Hoje nas notícias: Digitalização do comércio, IRS e Saúde

  • ECO
  • 27 Agosto 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Até agora, nenhuma empresa recebeu o apoio de 2.000 euros, ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), para investir na digitalização do negócio ao abrigo das “aceleradoras de comércio digital”. A receita do IRS deve superar as previsões inscritas no Orçamento do Estado, mesmo com o alívio adicional do imposto para este ano. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta terça-feira.

Nenhum comerciante recebeu ainda o voucher para digitalizar negócio

O apoio do PRR destinado à digitalização do comércio das pequenas e médias empresas (PME), através de um voucher de 2.000 euros, ainda não chegou a qualquer negócio. Este atraso deve-se, em parte, à demora na elaboração do catálogo de serviços digitais disponíveis para as empresas. Embora o Ministério da Economia garanta que o mesmo “já está disponível”, só foi concluído há um mês e ainda não chegou às associações empresariais, que são os organismos que fazem a ponte entre o Governo e os comerciantes. A meta inscrita no PRR pressupõe que pelo menos 12.500 empresas sejam apoiadas pela medida até 30 de setembro, um prazo que o país está, assim, em risco de não cumprir.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

Mesmo com novo alívio, receita de IRS deve superar previsões

As novas tabelas de retenção na fonte já publicadas, em que o Governo abdica ainda este ano de 650 milhões de euros, podem, mesmo assim, não impedir o Estado de arrecadar mais receitas com o IRS do que o previsto no Orçamento do Estado para 2024. Em contabilidade pública, estimava-se uma diminuição da receita do imposto em 0,4% no fluxo de caixa das Administrações Públicas, de 76,1 milhões de euros, para 18.071,3 milhões de euros, mas só na primeira metade do ano já se observa uma subida homóloga de 5%, ou seja, mais 324,5 milhões de euros. A este ritmo, sem recuo no emprego ou novas medidas, seria possível encaixar mais 896 milhões de euros em receita do imposto do que há um ano.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Especialistas querem lei que regule partilha de dados de saúde com privados

Investigadores da área da saúde defendem que o projeto-piloto do Registo de Saúde Eletrónico único só deve avançar depois de o Parlamento legislar sobre a matéria, considerando que só assim se conseguirá assegurar um modelo de governação e regulamentação específica sobre como será feita a partilha dos dados dos utentes entre o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e os privados. O projeto está a ser preparado com base na aprovação, em abril deste ano, do regulamento do Espaço Europeu de Dados de Saúde, que estabelece regras sobre a forma como estes dados serão partilhados e que terão de ser cumpridas em toda a Europa a partir de 2026.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Regras de resistência a sismos são mais leves para reabilitar edifícios

O nível de exigência para reabilitar edifícios antigos — nomeadamente, antes de 1958, ano do primeiro regulamento antissísmico — é “um bocadinho mais baixo” do que para construir novos, segundo um especialista da Ordem dos Engenheiros (OE), que realça, porém, que não há “um mundo de diferença” entre as normas. Humberto Varum admite que as regras menos apertadas colocam questões de segurança, mas só se a reabilitação for feita “sem olhar para a segurança sísmica”. Porém, há cada vez menos espaço para que isso ocorra, assegura.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

Governo estuda novos apoios após queixa de discriminação com fundos

O Governo está a avaliar a possibilidade de vir a lançar novos avisos em resposta a uma queixa de alegada discriminação do setor privado no acesso a fundos europeus destinados a instituições de Ensino Superior. Em causa está um aviso, lançado no final de julho, que visa a criação e melhoria de infraestruturas e a criação de Cursos Técnicos Superiores Profissionais na região Norte, com uma dotação total de 10,5 milhões de euros, que pode ser revista em alta “até ao limite de 30,5 milhões”. No entanto, apenas instituições públicas podem candidatar-se.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (ligação indisponível).

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Dona da Temu afunda 28,5% em bolsa após alertar para quedas nos lucros

  • Lusa
  • 27 Agosto 2024

Cofundador da Pinduoduo, dona da plataforma de comércio eletrónico Temu, avisou que "o elevado crescimento das receitas não é sustentável e que uma tendência de queda da rendibilidade é inevitável".

A gigante chinesa do comércio eletrónico Pinduoduo caiu 28,51% na bolsa Nasdaq em Nova Iorque depois da operadora da plataforma internacional Temu ter alertado para uma tendência de queda dos lucros.

“Os resultados deste trimestre mostram que o elevado crescimento das receitas não é sustentável e que uma tendência de queda da nossa rendibilidade é inevitável”, disse o cofundador e presidente do grupo, Lei Chen, numa conferência com analistas.

Embora o volume de negócios da Pinduoduo tenha crescido 86% face ao ano anterior no segundo trimestre, fixando um novo recorde com 97,1 mil milhões de yuan (12,2 mil milhões de euros), o valor ficou abaixo das previsões dos analistas: 99,9 mil milhões de yuan.

O resultado líquido superou as expectativas ao atingir 32 mil milhões de yuan (4,02 mil milhões de euros), depois de ter crescido 144%. Os especialistas esperavam que fosse de cerca de 27,5 mil milhões de yuan.

“O crescimento dos lucros nos trimestres anteriores não deve ser utilizado como um guia de longo prazo (…). À medida que entramos numa nova fase de investimento, quero deixar claro aos nossos investidores que o nosso processo terá uma tendência descendente gradual a partir do terceiro trimestre, e que haverá flutuações ou recuperações no curto prazo”, disse Lei.

O executivo aludiu ainda às “incertezas consideráveis” derivadas da concorrência cada vez mais intensa e às “rápidas mudanças no ambiente externo”, que se traduzem em que as operações da Pinduoduo “serão cada vez mais afetadas por fatores externos ao negócio”.

Os resultados deste trimestre mostram que o elevado crescimento das receitas não é sustentável e que uma tendência de queda da nossa rendibilidade é inevitável.

Lei Chen

Cofundador e presidente da Pinduoduo

Na China, a empresa compete com rivais poderosos como a Alibaba ou a JD.com por um crescimento cada vez mais difícil, dada a desaceleração da procura a nível doméstico.

A Temu expandiu rapidamente a sua presença em 75 países, incluindo em Portugal, após o seu lançamento em setembro de 2022 e concorre com rivais chineses como a Shein, TikTok Shop ou a filial internacional da Alibaba, AliExpress, dando-se a conhecer pela oferta de produtos com preços muito baixos.

A Temu enfrenta atualmente o escrutínio das autoridades da União Europeia (UE) ou dos Estados Unidos, que ponderam impor taxas alfandegárias a este tipo de plataformas chinesas que vendem a preços baixos.

A imprensa chinesa atribui ainda a queda das ações ao desinteresse dos investidores, depois de Lei ter descartado planos de recompra de ações ou de distribuição de dividendos nos próximos anos, garantindo que a Pinduoduo ainda necessita de mais capital por estar numa “fase de investimento”.

“Precisamos de investir pacientemente na saúde da plataforma a longo prazo (…). Manteremos o nosso compromisso com investimentos pacientes, mesmo que os lucros a curto prazo sejam afetados”, observou Lei.

O outro cofundador da Pinduoduo, Colin Huang Zheng, é o homem mais rico da China, de acordo com o índice de milionários da Bloomberg, divulgado no início de agosto.

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Estado paga 474 euros por criança às instituições do programa de creches gratuitas

Valor significa mais 13,80 euros do que no ano letivo de 2022 e 2023. Programa abrange atualmente mais de 100 mil crianças e quase duas mil instituições.

O Estado paga atualmente 473,80 euros por criança de mensalidade às instituições abrangidas pelo programa de creches gratuitas, conhecido como “Creche Feliz”. O valor significa mais 13,80 euros do que no ano letivo de 2022 e 2023, segundo dados do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Dados do Ministério tutelado por Rosário Palma Ramalho, enviados aos deputados, indicam que o programa abrange atualmente 1.998 instituições, sendo 1.511 da rede solidária, 472 da rede aderente e 15 da rede pública. Do total, o concelho de Lisboa regista o maior número de creches aderentes (110), seguido por Sintra (60) e Vila Nova de Gaia (50).

No total estão abrangidas pelo programa “Creche Feliz” 100.124 crianças, sendo que mais de seis mil têm 0 anos, 34.624 têm um ano, 41.283 dois anos, 15.464 têm três anos e 24 têm quatro anos. O concelho com o maior número de crianças abrangidas é Lisboa (7.074), seguido por Braga (2.333), Oeiras (2.313), por Loures (2.295) e Cascais (2.089).

Face à identificação de constrangimentos em alguns territórios, tendo por base a procura e oferta da resposta social creche, têm sido exploradas todas as possibilidades de colocação de crianças em creches“, refere o Ministério, salientando que uma das razões que levou o Governo à criação do Grupo de Trabalho para a Generalização do Acesso à Educação de Infância “foi a necessidade de se realizar um diagnóstico da rede existente de estabelecimentos de creche e de jardim de infância, na rede nacional da educação pré-escolar e no seu seio com particular urgência em agrupamentos de escolas e entidades do setor social e solidário”.

Neste sentido, o Governo sinaliza que “só quando o cruzamento desta informação com os pedidos de gratuitidade estiverem estabilizados será possível aferir as necessidades reais, bem como a realização de um planeamento e alargamento da resposta creche nos territórios pela lista de espera daí resultante”.

A medida aplica-se a crianças nascidas antes de 1 de setembro de 2021, abrangidas pelos 1º e 2º escalões de rendimentos da comparticipação familiar, nas creches da rede social e solidária. A medida aplica-se também a todas as crianças nascidas a partir de 1 de setembro de 2021, inclusive, que frequentem as respostas sociais – creches, creches familiares, da rede solidária –, bem como amas da Segurança Social e creches da rede lucrativa e pública que integrem a bolsa de creches aderentes.

A Segurança Social assume a totalidade da comparticipação das famílias, estando incluídas as despesas de atividades e serviços habitualmente prestados pelas creches (nutrição, atividades pedagógicas, lúdicas e de motricidade, entre outras), alimentação, incluindo dietas especiais mediante prescrição médica, processo de inscrição, renovação e seguros e o prolongamento de horário e extensão semanal.

De fora ficam “as despesas com atividades extra projeto pedagógico, de caráter facultativo, que as instituições pretendam desenvolver e nas quais os pais ou representantes legais inscrevam as crianças, assim como a aquisição de fraldas, fardas e uniformes escolares, bem como serviços de transporte e outros de natureza facultativa”, de acordo com informação da Segurança Social.

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