Hoteleiros do Algarve satisfeitos com aumento das receitas

  • Lusa
  • 23 Agosto 2024

O setor aumentou os preços este ano, em média, entre 8 a 10%, e está satisfeito com o aumento das receitas, apesar de serem esperados tantos turistas este ano quanto no ano passado.

“Este ano, começámos por dizer que há lugar para a toalha e para o carro, portanto, o Algarve está deserto, o que é mentira”LUÍS FORRA/LUSA

Os hoteleiros do Algarve estão satisfeitos com os números do turismo em agosto, que indicam um aumento da receita e das dormidas na segunda quinzena, apesar de serem esperados tantos turistas como no ano passado.

“Até este momento estamos satisfeitos. A segunda quinzena promete ser melhor do que a primeira, com exceção, ainda, da última semana, que só enche à última da hora. Mas, temos razões para estarmos satisfeitos com a preparação feita para este agosto que é o pico” da época, resumiu Hélder Martins, presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA).

O dirigente da maior associação de hotéis do Algarve reconheceu que o setor aumentou os preços em média entre 8 a 10%, o que corresponde àquilo que considera ser os aumentos dos produtos comprados para servir os turistas.

“Há mais dinheiro na hotelaria? Nota-se um ligeiro aumento de receitas”, afirmou Helder Martins, que não deteta uma descida acentuada de portugueses, que continuam a ser os principais clientes.

Segundo o dirigente do setor turístico, até pode haver menos portugueses no Algarve, mas “as boas unidades, excelentes unidades hoteleiras do Algarve, têm como primeiro cliente largamente o cliente nacional, que tem condições para pagar esse preço que lhe é proposto”.

Para Hélder Martins, o Algarve está a seguir um caminho para “um reposicionamento para melhorar o produto” da oferta turística em detrimento da “massificação”, que implica preços mais baixos.

“Já o ano passado, aconteceu uma situação idêntica. Em julho, os portugueses baixaram ligeiramente e, depois em agosto, mantiveram. Este ano, os portugueses também baixaram em julho, e vamos ver depois no final o resultado de agosto”, referiu.

Segundo os dados mensais da AHETA, a taxa de ocupação média por quarto nas unidades hoteleiras do Algarve foi, em julho, de 83,6%, um valor apenas 0,3 pontos percentuais inferior ao registado no mesmo mês de 2023.

A maior descida foi a dos turistas do mercado nacional (menos 2,3 pontos percentuais), que foi contrabalançada com viajantes vindos do estrangeiro, nomeadamente suecos (+0,8 pontos percentuais), neerlandeses (+0,4) e alemães (+0,3).

O presidente da AHETA apontou ainda a existência, “nos últimos anos, de algumas campanhas organizadas contra o Algarve”, numa referência a notícias sobre falta de lugares na praia para a toalha ou falta de lugares para o carro.

“Este ano, começámos por dizer que há lugar para a toalha e para o carro, portanto, o Algarve está deserto, [o que é] mentira. Na semana seguinte sai uma notícia a dizer que os portugueses não vêm para o Algarve porque a estadia começa nos 600 euros, [o que também é] mentira”, afirmou.

As boas unidades, excelentes unidades hoteleiras do Algarve, têm como primeiro cliente largamente o cliente nacional, que tem condições para pagar esse preço que lhe é proposto.

Hélder Martins

Presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA)

O presidente da AHETA aludiu ainda a “notícias” que davam conta de que as tradicionais bolas de berlim vendidas nas praias do Algarve eram as mais caras do país. “Eu creio que há aqui um complô contra o Algarve, que não sei a quem interessa” e “depois as redes sociais são excelentes para ampliar estas notícias”, afirmou Hélder Martins, assegurando que o Algarve “sobrevive” e vai “lutando contra isso [as campanhas]”.

O representante no Algarve da Associação dos Hotéis de Portugal (AHP), João Soares, corroborou a ideia de que “há uma campanha, que tem vindo a ser feita desde o início de junho”, propagando a existência de destinos mais económicos ou com oferta maior.

“Os empresários do Algarve não têm a mania de perseguição, mas de facto tem havido notícias que não fazem qualquer sentido”, disse João Soares, acrescentando que, no que se refere às bolas de berlim, há outras regiões do país onde estas são mais caras, tratando-se de uma “notícia especulativa”.

O empresário representante da AHP no Algarve, que também é o diretor do Hotel D. José, em Quarteira, assegurou que tem “o mesmo nível de ocupação e números semelhantes” aos de 2023.

“Há uma perceção de facto que as pessoas têm que há menos gente no Algarve, mas os números não indicam isso. Os números da hotelaria estão semelhantes aos números do ano passado e há mesmo algumas unidades hoteleiras que crescem. Não a dois dígitos, mas a um dígito”, afirmou.

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Hoje nas notícias: AIMA, combustíveis e Presidenciais

  • ECO
  • 23 Agosto 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Para se defender dos milhares processos em tribunal, a AIMA contratou uma firma de advogados por 200 mil euros, através de um concurso público que só esteve aberto durante três dias. A Cepsa mostra-se preocupada com o possível alastramento de combustíveis ilegais de Espanha para Portugal e o secretário-geral do PSD apontou Leonor Beleza como “excelente candidata à Presidência”. Na restauração, há preços diferentes a serem praticados entre turistas e portugueses, e os lesados do incêndio no Prior Velho têm-se juntado para pedir uma indemnização conjunta. Estas são algumas das notícias em destaque nos jornais desta quinta-feira.

AIMA paga 200 mil euros a firma de advogados para se defender em tribunal

Perante os milhares de processos em que é ré por não decidir os pedidos de autorização de residência dos imigrantes dentro do prazo legal, a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) contratou uma firma de advogados por 200 mil euros para se defender em tribunal. A adjudicação, feita através de um concurso público que só esteve aberto durante três dias, devido ao seu caráter urgente, foi feita ao escritório lisboeta Eduardo Serra Jorge e Associados, sendo que não houve mais concorrentes, segundo o portal da contratação pública Base.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Cepsa avisa para entrada de combustível ilegal em Portugal

A Cepsa mostra-se preocupada com a entrada de combustíveis, possivelmente vindos da Rússia, que entram ilegalmente na Península Ibérica, num fenómeno que já existe em Espanha e que ameaça chegar a Portugal. Estes combustíveis são vendidos a preços reduzidos, mas fogem ao fisco e são de qualidade duvidosa, gerando mais emissões poluentes. A denúncia é feita por Rui Romano, líder da petrolífera em Portugal, que mostra preocupação com a fraude praticada no país vizinho (e que custa 50 milhões de euros por anos aos cofres públicos), defendendo uma maior atuação das autoridades nacionais.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago).

PSD junta Leonor Beleza à lista de candidatos a Belém

Para a corrida a Belém que se avizinha, são já perspetivados alguns possíveis candidatos do PSD, como Marques Mendes, Durão Barroso ou Pedros Passos Coelhos. A estas figuras do partido, que Hugo Soares considera “excelentes”, junta-se agora mais um nome, avançado pelo secretário-geral do PSD, que é o de Leonor Beleza. Para Hugo Soares, Leonor Beleza “é uma excelente candidata à Presidência”, “uma grande referência da social-democracia em Portugal” e uma pessoa da área política “com todas as competências”.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago).

Restaurantes fazem preços mais baixos só para portugueses

Para conseguirem captar mais algum dinheiro sem afugentar os clientes nacionais, há restaurantes em Lisboa a enveredar por uma prática ilegal: cobrar preços diferentes a visitantes estrangeiros e a portugueses. Enquanto aos turistas são dadas ementas com preços mais avultados, aos portugueses é transmitido de forma verbal ou em outros menus (não acessíveis aos estrangeiros), com preços inferiores. Enquanto para um estrangeiro, um bitoque custa 15 euros, para os portugueses o preço é de apenas 9,90 euros por uma refeição completa, incluindo bebida, sobremesa e café.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago).

Lesados em incêndio no Prior Velho pedem indemnização conjunta

Serem indemnizados pela falta de assistência quando regressaram a Lisboa. É esta a intenção de um grupo de proprietários dos carros que arderam no Aeroporto Parque, no Prior Velho, em Loures, a 16 de agosto, que vai avançar com uma ação conjunta contra a empresa a quem confiaram os veículos, enquanto foram de férias. “Falta de profissionalismo da empresa após o incêndio” e “falta de apoio” são algumas das críticas apontadas à empresa.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso livre).

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O dia em direto nos mercados e na economia – 23 de agosto

  • ECO
  • 23 Agosto 2024

Ao longo desta sexta-feira, 23 de agosto, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Mais de seis mil trabalhadores foram despedidos em julho em Portugal

Inscrições no IEFP após despedimentos aumentaram 18% em julho, face ao mesmo mês do ano passado. Ao longo do sétimo mês do ano, mais de seis mil inscreveram-se por este motivo.

Mais de seis mil portugueses inscreveram-se nos centros do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) em julho após terem sido despedidos. Em causa está um salto homólogo de quase 20%, de acordo com as contas do ECO. O fim dos contratos a prazo é tradicionalmente a principal razão para as novas inscrições nos centros de emprego, e assim foi em julho. Mas o peso dos despedimentos no novo desemprego agravou-se.

No total, ao longo de julho, 45.348 indivíduos inscreveram-se nos centros do IEFP (em Portugal continental), dos quais 6.565 após terem sido despedidos.

Em comparação, no mês anterior tinham sido 5.441 os indivíduos a inscreverem-se nos centros de emprego por este motivo. E há um ano, 5.449. Ou seja, em julho houve um aumento em cadeia de 20,7% e uma subida homóloga de 18,1 dos indivíduos que se inscreveram no IEFP na sequência de despedimento.

De acordo com as contas do ECO, esse foi mesmo dos principais motivos para as inscrições registadas em julho. Os despedidos corresponderam a 14,5% do total de inscritos ao longo de julho, mais 0,9 pontos percentuais do que no mesmo mês do ano passado.

Mas o motivo de inscrição mais frequente em julho foi o fim do trabalho não permanente: 21.934 chegaram ao IEFP por esta razão, mais 13,25% do que há um ano e mais 34,61% do que no mês anterior. A precariedade voltou, assim, a atirar mais portugueses para o desemprego em julho.

Precariedade é o motivo que mais leva portuguesa ao desemprego

Fonte: IEFP

Com base nestes dados, é possível perceber que o fim dos contratos a prazo representou 48,4% das inscrições contabilizadas ao longo de julho.

Em comparação com o mês anterior, houve um agravamento de 3,4 pontos percentuais do peso deste motivo no total do novo desemprego. Também em termos homólogos, houve um aumento, mas menos acentuado (0,8 pontos percentuais).

Quase 4.000 passaram a procura ativamente emprego

De acordo com os dados disponibilizados pelo IEFP, ao longo do sétimo mês do ano, quase quatro mil indivíduos transitaram da inatividade ao desemprego, isto é, passaram a estar disponíveis para abraçar um novo desafio profissional e a procurar atividade uma nova oportunidade.

Face ao registado há um ano, o número de inscrições por ex-inativos caiu cerca de 1%. Mas face ao mês anterior disparou mais de 40%. Tanto que o peso deste motivo no novo desemprego subiu cerca de um ponto percentual, de 7,7% em junho para 8,8% em julho.

Já os despedimentos por mútuo acordo tiveram a trajetória inversa: o seu peso recuou em cadeia (0,4 pontos percentuais), mas aumentou em termos homólogos (0,2 pontos percentuais), para 3,8%. No total, ao longo de julho, 1.730 indivíduos inscreveram-se no IEFP, após despedimentos por mútuo acordo.

Há ainda a destacar o número de portugueses que chegaram ao IEFP após se terem despedido: 2.755 em julho, mais 10,1% do que há um mês e mais 8,2% do que há um ano. Este motivo representou 6,1% das inscrições feitas ao longo do mês.

Tudo somado, o conjunto de inscrições registadas durante o sétimo mês do ano (as tais 45 mil já mencionadas) equivaleram a um agravamento tanto em cadeia (25,3%), como em termos homólogos (11,3%). Foi em Lisboa e Vale do Tejo que se registaram mais inscrições, mas foi no Centro que se verificou o aumento homólogo mais acentuado (19,6%), permitem perceber os dados divulgados esta semana pelo IEFP.

Estas inscrições ocorreram ao longo do mês, pelo que não se pode dizer que todas as pessoas estejam ainda desempregadas. Por outro lado, os totais referidos não abrangem todos os desempregados, uma vez que nem todos se inscrevem no IEFP.

No fim do mês de julho, havia um total de 305.139 indivíduos desempregados inscritos no IEFP, valor que é superior em 7,3% ao registado há um ano (mais 20.809 indivíduos do que há um ano). Os economistas não mostram, para já, preocupação, atribuindo essa evolução ao abrandamento das economias. De modo global, o mercado trabalho português continua a mostrar resiliência, dizem.

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#16 As férias de Luís Guimarães. “Gostaria de conversar com os políticos do nosso tempo”

  • ECO
  • 23 Agosto 2024

Luís Guimarães, empresário e presidente da têxtil Polopiqué, aproveita as férias, no mar, para fazer uma avaliação de desempenho do trabalho feito. E também para pensar no futuro do país.

  • Ao longo do mês de agosto, o ECO vai publicar a rubrica “Férias dos CEO”, onde questiona os gestores portugueses sobre como passam este momento de descanso e o que os espera no regresso.

Luís Guimarães não consegue desligar completamente nas férias porque a operação da Polopiqué nunca para. Este é um momento para fazer uma avaliação do seu desempenho e dos seus colegas. Mas não só. O empresário gostaria de conversar com os políticos do nosso tempo e fazer-lhes entender “o quão mal estão a desempenhar as funções“.

Que livros, séries e podcasts vai levar na bagagem e porquê?

Quando vou de férias levo sempre comigo um livro que fale de um estadista (que, infelizmente, agora há poucos), de um empresário, português de preferência, ou de alguém que me inspire.

Desliga totalmente ou mantém contacto com as equipas durante as férias?

Não consigo desligar completamente da empresa porque a operação nunca para no período de férias. Trabalhamos os 12 meses do ano. Portanto, estou sempre em contacto duas horas por dia.

As férias são um momento para refletir sobre decisões estratégicas ou da carreira pessoal?

A paragem para férias, para mim, representa o fim do ano, pois é quando faço a avaliação do meu desempenho e dos meus colegas e o que posso e devo melhorar na empresa. Defino normalmente a estratégia para o próximo ano enquanto viajo pelo mar que é onde gosto de passar as minhas férias. É também quando penso no nosso país, presente e futuro e o de quanto gostaria de conversar com os políticos do nosso tempo e fazer-lhes entender o quão mal estão a desempenhar as funções, o quão já hipotecaram e continuam a hipotecar um país que poderia ser talvez um dos mais ricos da Europa.

Reflito bastante, porque como viajo e sou bastante observador vejo os que com pouco souberam fazer muito e nós, com muito, fazemos muito pouco ou nada apesar de no passado termos feito algo. Infelizmente, não foi o suficiente e continuo a chegar à mesma conclusão que tudo continua a ser feito por conta de enriquecimento rápido daqueles que nos governam e pouco ou nada para o desenvolvimento do país. Mas até isso me ajuda a tirar ideias para um melhor desempenho que tiro tanto da área profissional como social.

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Portugal favorito a “ganhar” unidade de manutenção da Lufthansa no sudoeste europeu

O grupo alemão vai construir um hangar de manutenção e reparação de aeronaves e motores no sudoeste europeu. Portugal é a localização mais provável.

A privatização da TAP não é o único motivo de interesse da Lufthansa em Portugal. A companhia aérea vai investir numa unidade de manutenção e reparação de aeronaves no sudoeste da Europa e o país é o “preferido para essa expansão”, afirmou ao ECO fonte oficial do grupo alemão.

A novidade foi dada pelo CEO, Carsten Spohr, durante a conferência com analistas para apresentação dos resultados do segundo trimestre, no final do mês passado. Em resposta ao ECO, o grupo adianta que a “Lufthansa Technik está a planear estabelecer uma nova unidade de manutenção, reparação e revisão de componentes de aeronaves e peças de motores no sudoeste da Europa. Portugal é o país preferido para essa expansão da nossa rede“. A decisão deverá ser tomada “em breve”.

A Lufthansa Technik é uma das maiores empresas do setor no mundo, com contratos de manutenção para cerca de 4.000 aviões, perto de 25 mil trabalhadores e receitas de 6,5 mil milhões de euros (em 2023). Segundo o site, tem 35 subsidiárias operacionais e empresas afiliadas espalhadas pelo mundo, das quais 20 na Europa. A empresa definiu um plano de crescimento até 2030, que passa pela expansão do número de unidades e da presença internacional, incluindo através de aquisições.

A criação da nova unidade não estará dependente do processo de reprivatização da TAP (que tem o seu próprio negócio de manutenção), na qual a Lufthansa afirmou no passado ser uma das interessadas. O grupo alemão esteve, de resto, muito perto de adquirir a participação dos acionistas privados da transportadora aérea portuguesa, em 2020, com a pandemia da covid-19 a abortar o negócio.

A Lufthansa tem uma quota de mercado reduzida nos dois maiores aeroportos portugueses: 2% em Lisboa e 5% no Porto (juntando a Eurowings), segundo os dados mais recentes da Autoridade Nacional de Aviação Civil, referentes ao segundo trimestre de 2023.

O grupo alemão não quis avançar com mais detalhes sobre o investimento, por o processo de seleção do local não estar ainda concluído.

Outra área de aposta da Lufthansa Technik é o digital, onde o sudoeste europeu também terá um papel. Carsten Spohr referiu aos analistas que a Lufthansa Technik está também à procura de especialistas digitais, dada a escassez crescente na Alemanha. Questionada, fonte oficial da companhia afirmou que “está constantemente a avaliar o desenvolvimento e o potencial de talentos e inovação digital nos mercados europeus”, mas que “até ao momento não há planos para abrir um centro digital em Portugal”.

O universo de companhias do grupo alemão, que integra ainda a Swiss, Austrian Airlines, Brussels Airlines ou Eurowings, vai em breve crescer. A Comissão Europeia deu luz verde, no início de julho, à aquisição de 41% da ITA Airways, “herdeira” dos ativos da falida Alitalia.

A que poderá ainda somar-se a TAP, caso venha a concorrer e ganhar o processo de reprivatização que o Governo já prometeu relançar. O ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, afirmou em julho que o processo está numa “fase de recato, de reavaliações, de definição de modelos” e será relançado em “momento oportuno”.

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Riade acolherá a terceira edição da Cimeira Mundial da IA

  • Servimedia
  • 23 Agosto 2024

Líderes mundiais da inteligência artificial vão reunir-se na terceira edição da Cimeira Global de Inteligência Artificial, que se realizará de 10 a 12 de setembro de 2024, em Riade, na Arábia Saudita.

Organizada pela Autoridade Saudita de Dados e Inteligência Artificial (SDAIA), a GAIN 2024 abordará temas cruciais como a IA generativa, a IA na vida urbana e a governação ética da IA, garantindo uma discussão abrangente sobre o impacto da tecnologia na sociedade, nas empresas e na governação.

O evento, que terá lugar no Centro Internacional de Conferências King Abdul Aziz, em Riade, contará com mais de 300 oradores de mais de 100 países, incluindo líderes mundiais e especialistas em IA. Estes não só impulsionarão os debates sobre o tema, como também abrirão caminho a colaborações internacionais para promover iniciativas globais de IA e a inovação ética a nível mundial.

A cimeira contará com sessões de alto nível, incluindo: um debate sobre o futuro da Inteligência Artificial Geral (AGI), painéis de discussão sobre medicina de precisão orientada para a IA e workshops sobre o papel da IA no desenvolvimento sustentável e nas cidades inteligentes.

Altos executivos de Silicon Valley, decisores políticos influentes e investigadores de renome no domínio da IA conduzirão debates sobre o futuro da governação da IA, as suas implicações éticas e o papel da cooperação internacional no aproveitamento do seu potencial, abordando temas altamente relevantes como o quadro ético para a IA e o impacto da Carta da IA do Mundo Islâmico.

Entre os especialistas participantes contam-se o Professor Simon See, Diretor Global do Centro de Tecnologia de IA da Nvidia; Antony Cook, Conselheiro Geral Adjunto da Microsoft; e Caroline Yap, Diretora Geral Global da Google Cloud.

Esta terceira edição é organizada sob o patrocínio de Sua Alteza Real o Príncipe Herdeiro Mohammed bin Salman bin Abdulaziz Al Saud, Primeiro-Ministro e Presidente do Conselho de Administração da Autoridade Saudita para os Dados e a Inteligência Artificial (SDAIA), e contará com a participação de gigantes da indústria como a Accenture, a Oracle, a Dell Technologies, a Siemens, a Boston Dynamics e a Google Cloud.

O presidente da Autoridade Saudita de Dados e Inteligência Artificial (SDAIA), Abdullah bin Sharaf Alghamdi, disse estar convencido de que “estamos a caminhar para o limiar de uma nova era onde o poder transformador da IA será aproveitado” para avançar para um futuro “onde a necessidade de colaboração internacional para aproveitar plenamente o potencial da IA e gerir o seu impacto de forma responsável nunca foi tão urgente”.

A GAIN 2024 servirá de catalisador para a inovação global no domínio da Inteligência Artificial, proporcionando aos participantes a oportunidade de participarem em mais de 120 sessões interativas, de estabelecerem contactos com pioneiros do setor e de contribuírem para colaborações inovadoras no setor que serão anunciadas durante a cimeira. Além disso, serão assinados vários acordos e feitos anúncios entre a SDAIA e gigantes tecnológicos mundiais no domínio da IA.

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Fogos sem impacto no alojamento turístico da Madeira, diz Governo Regional

Governo Regional da Madeira diz que fogos não terão impacto económico no alojamento e atividade das agências turísticas. Mas aumentaram os pedidos de informação da parte de turistas antes de viajarem.

A Secretaria Regional de Economia, Turismo e Cultura da Madeira “não perspetiva qualquer impacto económico ao nível do alojamento e da atividade das agências de viagens” devido aos fogos que deflagram há uma semana e já destruíram quase 5.000 hectares do território. Ainda assim, aumentaram os pedidos de informação da parte de turistas sobre a segurança do destino antes de viajarem.

Em declarações ao ECO/Local Online, esta Secretaria Regional, sob a tutela de Eduardo Jesus, garante igualmente que “não existe uma relação entre os incêndios, que têm afetado algumas partes das serras da Madeira nos últimos dias, e os cancelamentos residuais que têm existido” nos alojamentos.

Desistências, aliás, que o Executivo madeirense não considera de todo significativas. “Não estamos a registar qualquer volume extraordinário de cancelamento de reservas, quer no alojamento tradicional, quer no alojamento local“, afiança este organismo público na sequência dos “contactos regulares” que tem, “desde o primeiro momento”, encetado com o setor turístico da ilha.

Não se perspetiva qualquer impacto económico ao nível do alojamento e da atividade das agências de viagens.

Secretaria Regional de Economia, Turismo e Cultura do Governo Regional da Madeira

A Secretaria Regional destaca, contudo, o “aumento de pedidos de informação por parte de turistas, previamente à vinda para a região”, preocupados com a sua segurança devido ao fogo que lavra no arquipélago desde 14 de agosto. E que à data continua ativo no Pico Ruivo e no Pico do Gato, na cordilheira central da ilha, e no concelho da Ponta do Sol, indicou o Serviço Regional de Proteção Civil (SRPC).

“Estes pedidos de esclarecimento têm sido atendidos, quer pelos hoteleiros, quer pelos agentes de viagens e operadores turísticos”, detalha a Secretaria Regional de Economia, Turismo e Cultura da Madeira. E realça “o esforço de comunicação que tem sido realizado, desde a primeira hora, pela Associação de Promoção da Madeira: Tem havido o cuidado de informar sobre a evolução rigorosa do estado da região”.

As entidades do setor turístico têm, por isso, trabalhado em conjunto para manter os turistas atualizados sobre a situação no arquipélago. O Executivo madeirense acredita que esta “atitude proativa tem trazido tranquilidade ao setor, não só aos operadores turísticos, como [também] a todos aqueles que são os recetores da comunicação institucional da Associação de Promoção da Madeira”.

Não existe uma relação entre os incêndios que têm afetado algumas partes das serras da Madeira nos últimos dias e os cancelamentos residuais que têm existido.

Secretaria Regional de Economia, Turismo e Cultura do Governo Regional da Madeira

A Secretaria Regional, alerta, contudo para as “informações falsas, que estão a ser veiculadas em todo o mundo”, que tem monitorizado e retificado junto dos vários stakeholders do setor.

Ao contrário do que os ventos têm levado para outras paragens, a normalidade na atividade turística no arquipélago é corroborada pelo presidente da Mesa dos Agentes de Viagens da Associação Comercial e Industrial do Funchal – Câmara de Comércio e Indústria da Madeira (ACIF-CCIM). “Gabriel Gonçalves afirmou que não se tem sentido qualquer tendência anormal no âmbito daquela atividade [alojamento turístico]”, segundo a Secretaria Regional de Eduardo Jesus.

O ECO/Local Online tentou contactar a ACIF-CCIM, mas até à hora de fecho deste artigo não foi possível.

O presidente da ACIF, Jorge Veiga França, já referiu, por sua vez, que os ventos fortes, que se têm feito sentir, levaram ao cancelamento, desde sábado, de dezenas de partidas e chegadas ao Aeroporto Internacional da Madeira, afetando milhares de passageiros.

O ECO/Local Online fez um périplo por algumas unidades hoteleiras na Madeira que garantem não ter cancelamentos devido aos incêndios que deflagram na ilha, como é o caso do Reid’s Palace, no Funchal. Apenas constataram alguns atrasos e alterações nas chegadas por causa dos voos. Já o Grupo Pestana prefere não fazer declarações por enquanto.

Os incêndios na Madeira não tiveram qualquer impacto na procura pela náutica de recreio das Marinas da região.

Administração dos Portos da Região Autónoma da Madeira

Também a administração dos Portos da Região Autónoma da Madeira avança ao ECO/Local Online que “os incêndios na Madeira não tiveram qualquer impacto na procura pela náutica de recreio das Marinas da região, nem sequer na atividade das empresas marítimo-turísticas”. Aliás, reforça, “nem se prevê que tal venha a acontecer”.

Desde 14 de agosto já arderam quase 5.000 hectares nas serras da Ribeira Brava, Câmara de Lobos, Ponta do Sol e, através do Pico Ruivo, Santana. O presidente do Executivo madeirense acredita tratar-se de fogo posto, estando a Polícia Judiciária a investigar as causas do incêndio.

Entretanto, as autoridades na Madeira consideram ainda ser prematuro contabilizar os prejuízos causados pelas chamas. Ainda assim, a secretária Regional de Agricultura, Pescas e Ambiente, Rafaela Fernandes, já garantiu apoio aos apicultores afetados pelo fogo. O ECO/Local Online tentou apurar qual o valor em questão e como será prestado esse apoio, mas ainda não foi possível obter informações junto desta Secretaria Regional.

Os fogos, que lavram há vários dias, trazem à memória o fatídico incêndio urbano de 13 de agosto 2016 que tirou a vida a três pessoas, feriu outras 147, destruiu centenas de casas e causou um prejuízo de 157 milhões de euros, de acordo com informações divulgadas na altura.

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Mais de 8.500 médicos aderiram ao regime de dedicação plena do SNS

Número de médicos que até ao momento aderiram ao regime de dedicação plena em ULS e Institutos Portugueses de Oncologia é de 8.503, segundo dados do Ministério da Saúde.

O número de médicos que aderiram, até ao momento, ao regime de dedicação plena no Serviço Nacional de Saúde (SNS) subiu para 8.503. A informação foi avançada pelo gabinete da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, em resposta a uma pergunta do grupo parlamentar do PS.

“O número de médicos que até ao momento aderiram ao regime de dedicação plena em ULS/IPO é de 8.503”, refere o chefe de gabinete de Ana Paula Martins.

Os socialistas questionaram a governante sobre qual o número de médicos que aderiram individualmente ao regime. O Ministério esclarece também que “o regime de dedicação plena não prevê a inclusão de outros profissionais de saúde para além de médicos”, razão pela qual não responde à questão sobre a discriminação de profissionais solicitada pelos deputados do PS.

Em julho, a ministra da Saúde sinalizou no parlamento que, até àquele momento, mais de 5.770 médicos tinham aderido à dedicação plena no SNS, pelo que se verificou uma subida de mais de 2730 médicos neste período.

O regime de dedicação plena foi criado no contexto da aprovação do novo Estatuto do Serviço Nacional de Saúde (SNS), tendo em vista evitar que os médicos do SNS trabalhem ao mesmo tempo no privado. A medida estava inscrita na Lei de Bases da Saúde, mas nunca tinha chegado a avançar, até ser aprovada em 2023, entrando em vigor em 1 de janeiro deste ano.

O regime aplica-se aos médicos que integrem as Unidades de Saúde Familiares (USF) e no caso dos hospitais, dirige-se às “equipas multiprofissionais que integrem os centros de responsabilidade integrados (CRI)”, bem como aos médicos “designados, em regime de comissão de serviço, para o exercício de funções de direção de serviço ou de departamento dos estabelecimentos e serviços de saúde do SNS“.

Podem ainda aderir os médicos de saúde pública, bem como os médicos dos centros de saúde ou hospitais, que a título individual, manifestem esse desejo.

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Governo atento à venda da Somincor

Ministério da Economia lembra que Somincor é uma empresa privada, mas sublinha que Governo exercerá as suas competências para garantir que regras serão respeitadas na venda da mineira.

O Governo está a acompanhar o processo de venda da Somincor, empresa que tem a exploração da mina de Neves-Corvo e que é detida pelos canadianos da Lundin Mining, num negócio que pode valer mil milhões de euros.

Lembrando que a Somincor “é uma empresa privada, de gestão igualmente privada”, o Ministério da Economia sublinhou que tendo em conta a “relevância social e económica” da empresa “para os trabalhadores, para a região e para o país, o Governo exercerá as suas competências na garantia de pleno respeito das normas legais e laborais em vigor”.

Esta foi a resposta do ministério liderado por Pedro Reis às questões colocadas pelo PCP a propósito do processo de venda da maior mina do país e que emprega 2.000 trabalhadores.

O ECO avançou na semana passada que a corrida pela Somincor está a ser dominada por investidores estrangeiros. A operação está a ser conduzida a partir de Toronto e Vancouver, pelo Banque de Montréal (BMO) e uma equipa da Lundin Mining, em absoluto secretismo.

A fase de entrega de ofertas non-binding decorreu nas últimas semanas e terá atraído cerca de duas dezenas de interessados. As propostas não vinculativas poderão ter chegado aos mil milhões de euros (equity), segundo fontes de mercado.

"A Somincor é uma empresa privada, de gestão igualmente privada. Consciente da relevância social e económica da Somincor para os trabalhadores, para a região e para o país, o Governo exercerá as suas competências na garantia de pleno respeito das normas legais e laborais em vigor.”

Ministério da Economia

A short list já foi selecionada. Fontes de mercado admitem que as propostas pelas duas minas que os canadianos pretendem vender – em Portugal e na Suécia — terão sido privilegiadas, e sabe-se que a portuguesa Almina apresentou uma oferta não vinculativa apenas pelas minas Neves-Corvo.

Neste momento estará em curso o processo de due diligence, não apenas financeiro, mas também operacional. E uma das questões-chave é mesmo saber o período útil de vida de Neves-Corvo para a extração de cobre e zinco. A Somincor – que já confirmou que está no mercado, após a notícia divulgada em primeira mão pelo ECO — apenas diz que “não irá nesta fase pronunciar-se sobre o processo em curso”.

Neves-Corvo tem cinco grandes jazigos em produção (Neves, Corvo, Graça, Zambujal e Lombador). Em 2023, a faturação da Somincor apresentou uma queda face ao ano anterior, para 393 milhões de euros, um resultado operacional (EBITDA) de 83 milhões e lucros, em queda, de cerca de 1,5 milhões (13 milhões de euros em 2022).

De acordo com informação oficial da empresa, o processamento do minério em Neves-Corvo é feito através de duas lavarias. A Lavaria do Cobre processa aproximadamente por ano 2,6 milhões de toneladas de minério de cobre. A Lavaria do Zinco, que processa minério de zinco ou chumbo, tem capacidade de tratar anualmente cerca de 2,5 milhões de toneladas por ano.

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Margarida Balseiro Lopes

  • Conteúdo Patrocinado
  • 23 Agosto 2024

Filipe Lobo d’Avila, Advogado, Country Manager Rödl & Partner, partilha a sua opinião sobre o trabalho desenvolvido, até à data, da Ministra da Juventude e da Modernização.

Não conheço pessoalmente Margarida Balseiro Lopes. A atual Ministra da Juventude e da Modernização que tanto tem estado nos últimos dias debaixo dos holofotes por ter manifestado a sua concordância com a campanha pública (questionário online) da DGS sobre “pessoas que menstruam”.

Sim, quem não esteja atento ainda corre o risco de reduzir a ação da atual Ministra da Juventude à mais recente polémica, desvalorizando tudo aquilo que tem feito.

É óbvio que não concordo com a sua posição nem concordo com a campanha absurda da DGS – mesmo que a mesma se refugie supostamente em teses científicas internacionalmente aceites.

No mundo real tudo isto parece um perfeito absurdo que só serve para dividir sociedades. Já na Faculdade de Direito se ensinava que o princípio da igualdade consistia em tratar de forma igual o que que é igual e de forma desigual o que é desigual. Chegará o tempo, também no mundo político, em que progressistas serão aqueles que saibam defender este princípio da igualdade, sem complexos ou preconceitos.

Seja como for, este tipo de querelas normalmente serve apenas para entreter, para provocar polémicas inexistentes, para provocar divisionismos ou mesmo para esconder incapacidade de trabalho. Não é o caso desta Ministra.

"A grande vantagem de estar num Governo – ao contrário do que sucede num parlamento – é que a nossa atividade governativa pode efetivamente ajudar a mudar a vida das pessoas, pode contribuir para transformar a sociedade.”

Polémicas à parte – e reconhecendo o progressismo assumido da Ministra, tão característico numa determinada área política do PSD (e já agora do próprio CDS) – sou daqueles que gosto de avaliar a prestação dos políticos com base em factos concretos, na transformação do mundo que nos rodeia e não propriamente em meras proclamações.

A grande vantagem de estar num Governo – ao contrário do que sucede num parlamento – é que a nossa atividade governativa pode efetivamente ajudar a mudar a vida das pessoas, pode contribuir para transformar a sociedade. E sobretudo é mensurável.

E aí, no atual elenco governativo, é impossível não referir Margarida Balseiro Lopes.

Margarida Balseiro Lopes é provavelmente a primeira governante a tutelar a área da Juventude – seja Ministro ou Secretário de Estado – que em tão pouco tempo de exercício de funções já tem trabalho feito para apresentar. Uma Ministra que não se deixou subalternizar – como apontavam todos os vaticínios – e que já tem trabalho feito.

Se o Governo fosse hoje empurrado para eleições antecipadas, a Ministra da Juventude e da Modernização seria dos poucos membros do Governo que já teria trabalho para mostrar (ou que teria mesmo trabalho para apresentar). Digo-o, não querendo ser injusto com o Ministro da Educação que ao jeito da formiga (e não da cigarra) – sem proclamações e anúncios – vai fazendo um trabalho diário que é igualmente mensurável.

É bem verdade que na área da Modernização (e não do Progressismo ideológico) há ainda muito a fazer, seja na melhoria da Administração Pública, na melhoria dos procedimentos, no combate à burocracia, na transparência, na prestação de contas ou mesmo na prestação atempada dos serviços prestados pelo Estado (veja-se o caso da AIMA, do IMT ou mesmo no comportamento habitual da própria AT).

Filipe Lobo d’Avila, Advogado, Country Manager Rödl & Partner

Mas é também bem verdade que esta Ministra da Juventude já fez mais pelos jovens portugueses que todos os últimos responsáveis do sector dos últimos 20 anos.

Esse ímpeto reformista, de trabalho e de competência deveria ser uma bússola para tantos outros Membros do Governo que teimam em nada apresentar nas suas respetivas áreas setoriais, algumas delas assumidamente centrais na governação.

Repito que não concordo com a posição pública da Ministra – tal como uma boa parte do próprio do PSD, segundo percebi, também não concorda -, acho a campanha da DGS um absurdo, mas é impossível não acompanhar com reconhecimento e apreço o trabalho que a Ministra tem feito pela juventude.

Bastaria referir o IRS Jovem (redução em dois terços das taxas de IRS atualmente em vigor), a isenção do IMT e do Imposto de Selo na compra da primeira habitação, o aumento da oferta de alojamento estudantil ou as medidas de saúde mental.

"O trabalho desta Ministra na área da Juventude é toda uma lufada de ar fresco, tem lastro, tem futuro e representa exigência acrescida para outros responsáveis governativos.”

Não são proclamações, são factos concretos que mudam a vida de tantos jovens portugueses, em dimensões tão diferentes e igualmente importantes para todos os jovens portugueses. São fatores de permanência em Portugal e bons motivos de esperança num futuro melhor.

O trabalho desta Ministra na área da Juventude é toda uma lufada de ar fresco, tem lastro, tem futuro e representa exigência acrescida para outros responsáveis governativos.

Se conhecesse pessoalmente Margarida Balseiro Lopes agradecia-lhe o trabalho feito pelos jovens – e não acabado – mas pedia-lhe igualmente que olhasse pela área da Modernização.

Trata-se de uma área transversal no Estado e que também tanto precisa do inconformismo, trabalho e competência da Ministra.

Há áreas em que o Estado continua obsoleto e em vez de acrescentar valor à vida das pessoas e das empresas, resume-se ao papel de fardo, de empecilho e forte obstáculo.

Há empresas que sobrevivem apesar do Estado e para além do Estado. Muitas vezes só pedem que o Estado não atrapalhe.

Há que olhar por elas.

Em tempo:

Termino com uma curta nota sobre os incêndios da Madeira.

Em Julho de 2012 houve igualmente um incêndio de grandes proporções na Madeira. O Governo da República enviou uma força de combate da Força Especial de Bombeiros e prestou auxílios de diversa ordem, de forma proativa e imediata.

Tudo em estreita articulação com o Governo Regional da Madeira e no respeito pela autonomia regional. Era Presidente do Governo Regional da Madeira Alberto João Jardim e Ministro da Administração Interna Miguel Macedo.

O Ministro da Administração Interna Miguel Macedo deslocou-se pessoalmente à Madeira para estar com as forças de combate e prestar institucionalmente a solidariedade do Governo da República com o Governo Regional, visitando o teatro de operações.

No mesmo dia que visitou a Madeira o Ministro regressou a Portugal para acompanhar de perto o grande incêndio que se verificou no Algarve na zona de Tavira e Loulé.

Nessa hora de enorme dificuldade – como nesta -, o dispositivo de combate gosta de perceber que os agentes de proteção e socorro, incluindo aqueles que estão no patamar político, não estão de férias.

Filipe Lobo d’Avila, Advogado e antigo Secretário de Estado da Administração Interna

 

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Joaquim Cadete vai ser o próximo presidente da Parpública

Governo já escolheu nova equipa de gestão da entidade que gere as participações do Estado. Diretor do mestrado de Finanças da Católica Lisbon School of Economics sucede a Realinho de Matos.

Joaquim Cadete, diretor do mestrado de Finanças da Católica Lisbon School of Economics, vai ser o novo presidente da Parpública, apurou o ECO junto de fonte governamental, substituindo José Realinho de Matos, cujo afastamento foi conhecido esta quinta-feira.

Mestre em Economia Monetária e Financeira pelo ISEG e doutorado em Ciência Política e Relações Internacionais pelo Instituto de Ciências Sociais, Joaquim Cadete passou por vários bancos de investimento estrangeiros, como o ABN Amro, o Citigroup Global Markets e a Rockbridge Advisers. Em Portugal, foi administrador financeiro do Banif Banco de Investimento, entre 2017 e 2018, e administrador não executivo da Euronext Securities Porto.

João Pinhão regressa ao cargo de administrador financeiro da Parpública, que desempenhou entre 2020 e 2023, saindo para ser CFO da Companhia das Lezírias. Da equipa fará ainda parte João Ferreira, líder de excelência operacional de Global Service Delivery da Mercer Portugal, e Cristina Carvalho, jurista da Estamo – Participações Imobiliárias e antiga associada sénior da sociedade de advogados CMS-Rui Pena, Arnaut. Haverá ainda mais uma vogal, cujo processo ainda não está finalizado.

A nova administração deverá tomar posse entre o final de agosto e início de setembro, segundo apurou o ECO junto da mesma fonte. Contactado, o Ministério das Finanças não quis fazer qualquer comentário. Será também no final do mês, a 30 de agosto, que será realizada a assembleia geral para aprovação das contas da Parpública.

O Governo decidiu afastar a administração da Parpública, tendo transmitido a decisão à administração cessante, liderada por José Realinho de Matos, na quinta-feira.

Fontes governamentais explicaram ao Jornal de Negócios que a gestão da Parpública “não teve uma postura preventiva na sua atuação”, mas antes “uma ação reativa”, colocando o Estado com pouca margem para tomar decisões.

O caso mais recente diz respeito à Inapa, que pediu insolvência no final de julho, com a administração a apontar responsabilidades à liderança da Parpública, o maior acionista, acusando-a de protagonizar uma “destruição de valor massiva facilmente evitável”.

A situação da empresa de distribuição de papel causou desconforto também nas Finanças, que souberam pela comunicação social do risco eminente de deixar de cumprir as suas obrigações com os credores, que levou à suspensão das ações em bolsa. Cerca de um mês antes, a administração da entidade gestora das participações do Estado já tinha conhecimento da necessidade de um financiamento com vista à reestruturação da empresa, como noticiou o ECO.

José Realinho de Matos e os administradores Elisa Cardoso e João Marcelo foram nomeados pelo anterior ministro das Finanças, Fernando Medina, com efeitos a 6 de novembro de 2023. Já o vice-presidente Marco Neves assumiu funções a 1 de dezembro. Da anterior administração tinham transitado José Azevedo Rodrigues e Maria João Pessoa de Araújo.

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