Tribunal admite que Ricardo Salgado está impossibilitado de depor face ao Alzheimer

  • Lusa
  • 9 Agosto 2024

A posição consta de um despacho num processo cível do Estado contra o ex-banqueiro e a sua mulher, na sequência da coima de 3,7 milhões de euros aplicada pelo Tribunal da Concorrência.

O tribunal cível de Cascais reconheceu que o antigo presidente do Grupo Espírito Santo (GES), Ricardo Salgado, não está em condições de depor em audiência de julgamento devido à doença de Alzheimer que lhe foi diagnosticada.

A posição consta de um despacho num processo cível do Estado contra o ex-banqueiro e a sua mulher, na sequência da coima de 3,7 milhões de euros aplicada pelo Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão. Neste caso, o Ministério Público (MP) tinha pedido para serem prestadas declarações de parte pelos réus – um meio de prova que visa a confissão judicial.

Confirma-se a impossibilidade do réu em comparecer em tribunal por motivo de doença a fim de prestar depoimento de parte, não tanto por razões físicas, uma vez que a sua deslocação e presença em audiência de julgamento é possível – ainda que careça de ajuda de terceiras pessoas que o auxiliem em termos materiais (…) –, mas antes em termos de utilidade e finalidade deste meio de prova”, pode ler-se no despacho de julho do tribunal de Cascais.

De acordo com o documento a que a Lusa teve acesso, o MP entendia que, apesar de os relatórios das perícias neurológicas a que o ex-banqueiro foi sujeito reconhecerem a existência da doença e o seu previsível agravamento, continuava a haver interesse na produção de prova em audiência, uma vez que o depoimento seria livremente aproveitado pelo tribunal.

No entanto, o tribunal salientou que a valorização desse depoimento enquanto meio para uma confissão só seria possível se as declarações fossem inequívocas e sem vícios.

Destacou também que as avaliações médicas realizadas não garantiam que as declarações fossem totalmente fidedignas perante a degradação cognitiva de Ricardo Salgado, que, segundo uma das perícias citadas no despacho, apresenta um quadro de “demência moderada”, o segundo estádio de doença mais grave entre quatro possíveis e que prevê a dependência de terceiros para algumas atividades básicas.

“Entende-se que a situação de saúde comprovadamente apresentada pelo réu constitui um motivo válido e suficiente para concluir pela impossibilidade do depoimento de parte ser prestado em sede de audiência de julgamento”, refere o documento, que, por outro lado, autorizou o depoimento da mulher, Maria João Salgado, e agendou a audiência de julgamento para 20 de novembro.

Ricardo Salgado, de 80 anos, foi condenado em junho a seis anos e três meses de prisão no Caso EDP por corrupção e branqueamento. Além desta condenação, o ex-banqueiro viu também ser-lhe aplicada uma pena de oito anos de prisão no processo separado do caso Operação Marquês por abuso de confiança, estando as duas decisões em fase de recurso.

A defesa do ex-banqueiro impediu a prestação de declarações em julgamento nos dois casos, apesar de Salgado ter comparecido quando foi chamado pelo Juízo Central Criminal de Lisboa. O ex-presidente do BES e do GES é ainda arguido em vários processos-crime, tendo já sido acusado pelo MP no caso BESA, no processo do saco azul do GES, no caso de corrupção ligado ao Banco do Brasil e no processo das ligações do GES à Venezuela.

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#1 Liga Portugal 24/25, e abre-se a porta

A Liga Portugal 24/25 arranca esta sexta-feira em Alvalade com o Sporting/Rio Ave. O que se pode esperar deste campeonato nacional de futebol?

É hora de vestir a camisola, o cachecol e discutir com os amigos sobre futebol. Saudades? Hoje, depois de um belo dia na praia ou trabalho, voltamos a dar as boas-vindas à Liga Portugal, que começa com o Sporting x Rio Ave a dar o pontapé-de-saída. Os leões querem naturalmente defender o título e também dar uma resposta à derrota complicada frente ao FC Porto na Supertaça. Já o Rio Ave procura surpreender. Esta é uma breve antevisão sobre a Liga Portugal 2024/25, especialmente no que toca ao Campeão, Equipa e Jogador a terem em conta. Vamos a isso!

4 Cantos da Liga Portugal 24/25

Campeão: Sporting

70 anos depois, podemos ter o Sporting novamente bicampeão. Na conferência de imprensa de antevisão, Rúben Amorim voltou a reforçar que esse é o objetivo e certamente vai lutar por isso. Terá pela frente um FC Porto de Vítor Bruno (mudança estrutural, mas já ganhou uma guerra) e o SL Benfica de Roger Schmidt, que teve um ano complicado e foi ao mercado.

Entre os três grandes, o Sporting é talvez de momento a equipa mais consolidada. Vem de ser campeão (desenvolve positivamente a relação jogadores-adeptos), continua com Rúben Amorim e um 11 muito semelhante ao ano passado, com dinâmicas trabalhadas. Há pressão também. É importante dizer que a Liga Portugal é uma prova fundamental em consistência e ainda não se viu praticamente nada dos três. Portanto, adivinhar o campeão é uma tarefa difícil e tudo pode mudar rapidamente.

Equipa a ter debaixo de olho: Vitória SC

Desde que Rui Borges assumiu o comando técnico do Vitória SC, a equipa fez seis jogos. Ganhou os seis, marcou 14 golos e não sofreu nenhum (!). Leva pouco tempo de trabalho, mas já mostra resultados (sobretudo com maior personalidade no panorama ofensivo) e será interessante perceber se mantém o bom nível no campeonato. Recordar que Rui Borges estreou-se como treinador na Primeira Liga somente na temporada passada e também registou um belo trabalho, ao serviço do Moreirense. O primeiro jogo do Vitória SC é fora de casa frente ao Arouca no dia 12 de agosto (segunda-feira) pelas 20h15. Acrescento também o FC Porto de Vítor Bruno, devido à reestruturação interna, estreia como treinador principal e já com uma conquista. Na Supertaça, fez uma leitura muito boa do jogo ao intervalo e teve muita influência no resultado.

Jogador a ter debaixo de olho: Gianluca Prestianni

Há muitos jogadores que poderiam estar nesta categoria, como por exemplo Geovany Quenda (Sporting), Rodrigo Mora e Vasco Sousa (FC Porto) que dão sinais de crescimento a olhos vistos e com aposta dos seus treinadores. Isto falando nos três grandes. Destaco Gianluca Prestianni, jovem extremo argentino de 18 anos, pelo que fez nos últimos jogos.

Passou de um jogador sem espaço e em vias de ser emprestado para um dos melhores jogadores da pré-temporada. Assumiu e convenceu. Deu que falar e mostrou que pode acrescentar muito ao Benfica, que ainda está a definir algumas dinâmicas ofensivas. Pode ganhar estatuto. Recordar que chegou na temporada passada e, em 2023/24, apenas fez um jogo pela equipa principal das águias.

Antevisão ao jogo inaugural Sporting x Rio Ave

Rúben Amorim e Luís Freire, dois treinadores interessantes, vão se enfrentar no primeiro jogo da Liga Portugal 2024/25. Nesta temporada, observou-se uma nova nuance do Sporting: dois alas ao mesmo tempo para dar maior alento ofensivo, porém ainda falta aprimorar a organização defensiva. E em relação ao adversário Rio Ave que se reforçou neste mercado, Ruben Amorim acredita que pode haver surpresas e destacou a saída a quatro e as bolas paradas. Como foi referido, o Sporting procura dar uma resposta e esta é a noite para isso: começar o campeonato com o pé direito é fundamental. Mencionar que o Sporting não perde com o Rio Ave há oito jogos (cinco vitórias e três empates). Que comecem os jogos.

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Governo cria grupo de trabalho para melhorar qualidade do ar

O grupo tem 18 meses para desenvolver um plano de ação que mitigue "a exposição da população a altos níveis de dióxido de azoto". Portugal foi condenado, em 2023, por "uma década em incumprimento".

O Governo criou um grupo de trabalho para melhorar a qualidade do ar nas áreas do país que “registam níveis elevados de dióxido de azoto e excedem os limites estabelecidos pela legislação europeia e nacional”. Este grupo tem um prazo de 18 meses para desenvolver um plano de ação depois de Portugal ter sido condenado, em 2023, por “uma década em incumprimento“.

Numa iniciativa conjunta dos ministérios do Ambiente e Energia, da Coesão Territorial e das Infraestruturas e Habitação, esta medida surge como “resposta à urgente necessidade de mitigar os níveis de poluição atmosférica nas zonas mais afetadas”, detalha a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho.

Entre os principais objetivos deste grupo de trabalho estão a elaboração e desenvolvimento de planos de qualidade do ar, assim como a identificação de novas ações de modo a cumprir os objetivos de qualidade do ar no mais curto espaço de tempo.

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Caso EDP. Defesa de Ricardo Salgado também recorre para a Relação e pede absolvição

  • Lusa
  • 9 Agosto 2024

Face ao diagnóstico de doença de Alzheimer que foi reconhecido por perícias médicas, a defesa invoca ainda a nulidade do julgamento e a extinção/arquivamento do processo.

A defesa do ex-banqueiro Ricardo Salgado apresentou no Tribunal da Relação de Lisboa o recurso da condenação a seis anos e três meses de prisão no Caso EDP, reclamando a absolvição do antigo presidente do Grupo Espírito Santo (GES).

Segundo o recurso enviado esta semana e a que a Lusa teve hoje acesso, os advogados de Ricardo Salgado exigem a revogação do acórdão do Juízo Central Criminal de Lisboa, que, em junho, considerou o ex-banqueiro culpado dos crimes de corrupção ativa e branqueamento. Porém, face ao diagnóstico de doença de Alzheimer que foi reconhecido por perícias médicas, a defesa invoca ainda a nulidade do julgamento e a extinção/arquivamento do processo.

Para os advogados Francisco Proença de Carvalho e Adriano Squilacce, a decisão de condenar Ricardo Salgado neste processo representa “um exercício completamente arbitrário” por parte do tribunal, ao considerar que os juízes assentaram a tese de corrupção do ex-ministro da Economia Manuel Pinho pelo ex-banqueiro “em pré-juízos totalmente especulativos sem qualquer base probatória mínima”.

Não há nota de qualquer intervenção – direta ou indireta – nos processos decisórios relativos às matérias que o tribunal decidiu ‘eleger’ como fundamento da alegada corrupção”, pode ler-se no documento, em alusão à alegada intervenção de Salgado sobre Manuel Pinho nos processos ligados à Herdade da Comporta, ao projeto do Pinheirinho, à operação da Brisa ou à candidatura para a Ryder Cup.

Sobre o suposto pacto corruptivo estabelecido com o ex-governante aquando da saída deste para o Governo, em 2005, que o tribunal considerou provado e alicerçado no pagamento de 500 mil euros e nas transferências mensais de cerca de 15 mil euros para uma conta offshore ligada a Manuel Pinho, o recurso contesta a interpretação do tribunal sobre a prova indireta e que a existência de “dúvida razoável” sobre esta matéria deveria levar à absolvição.

“A presunção ‘imediata’ que o tribunal faz de que as transferências da esfera do GES para a esfera do arguido Manuel Pinho só podem corresponder à execução de um pacto corruptivo, não tem qualquer solidez e é, manifestamente, abusiva”, referem. O documento deixa ainda duras críticas aos juízes do julgamento por uma “total desconsideração da situação clínica” de Ricardo Salgado.

A defesa do ex-banqueiro, de 80 anos, assegura que o silêncio por parte do arguido no tribunal “não foi uma opção livre e consciente do próprio”, mas sim uma consequência da doença de Alzheimer, e apontou uma “saga justiceira imparável” contra Salgado, com violações da Constituição e da Convenção Europeia dos Direitos do Homem.

O tribunal tentou passar a ideia de que há uma espécie de ‘alzheimerzinho’”, pode ler-se no documento, que acrescenta: “Não podendo exercer a sua defesa de forma plena e sem limitações em face da sua doença, não poderia ter sido submetido a qualquer julgamento. Ao não ter entendido assim, o tribunal julgou uma pessoa que não se pode defender e violou, manifestamente, os mais elementares direitos e garantias fundamentais de defesa”.

Também esta sexta-feira foi conhecido o recurso do ex-ministro Manuel Pinho sobre este processo, no qual foi condenado a uma pena de 10 anos de prisão por corrupção passiva, fraude e branqueamento. O acórdão ditou ainda a condenação da sua mulher, Alexandra Pinho, a uma pena suspensa de quatro anos e oito meses por fraude e branqueamento.

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Avião cai no interior do estado brasileiro de São Paulo

  • Lusa e ECO
  • 9 Agosto 2024

A aeronave , com 61 pessoas a bordo, despenhou-se às 17:25, em Lisboa, no município brasileiro de Vinhedo, no Estado de São Paulo. Lula da Silva confirmou que não havia sobreviventes.

Um avião caiu esta sexta-feira no interior do estado brasileiro de São Paulo. Na informação inicial, o presidente Lula da Silva confirmou que não havia sobreviventes entre os 58 passageiros e quatro tripulantes que seguiam na aeronave ATR-72 que se despenhou numa zona residencial.

A companhia aérea Voepass Linhas Aéreas corrigiu, entretanto, que o voo COO 2283 tinha 57 passageiros e não 58 como foi avançado. A Voepass acrescentou que todos os sistemas do aparelho estavam “aptos para a realização da operação”.

A avião bimotor despenhou-se às 13:25 (17:25 em Lisboa) no município brasileiro de Vinhedo, no Estado de São Paulo, enquanto fazia o trajeto entre o aeroporto de Cascavel, no estado do Paraná, e Guarulhos, estado de São Paulo. Em menos de dois minutos, o avião caiu cerca de 17 mil pés. Na zona residencial de Vinhedo não há vítimas a registar.

Marcelo Rebelo de Sousa, segundo uma nota publicada no site da Presidência, já enviou uma mensagem de “solidariedade e pêsames” a Lula e um “abraço fraterno e de sentimentos pela perda de tantas vidas humanas”.

Também o primeiro-ministro, Luís Montenegro lamentou “profundamente” o acidente aéreo, segundo uma publicação na rede social X (antigo Twitter).

(Notícia atualizada às 22h11 com mais informação)

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Pesca. Embarcações vão poder ter mais de 40% de tripulantes migrantes

  • Lusa
  • 9 Agosto 2024

"Aquilo que pretendemos é tirar partido da economia do mar", justifica o ministro. Assim, as regras passam a permitir que os proprietários das embarcações não "sejam multados" por ter mais migrantes.

O ministro da Agricultura esclareceu esta sexta-feira que a flexibilização das regras aprovadas em Conselho de Ministros, na quinta-feira, possibilitará que as embarcações de pesca possam ter mais de 40% de tripulantes imigrantes desde que “devidamente justificado”.

Temos tido embarcações que têm sido multadas porque têm um número de não nacionais em termos percentuais superior àquilo que a lei permite. Aquilo que pretendemos é tirar partido da economia do mar, das nossas potencialidades e darmos competitividade às nossas embarcações e permitir que possam ir para o mar sem que os respetivos proprietários sejam multados”, explicou José Manuel Fernandes, à entrada para um encontro com membros da Associação de Armadores de Pesca do Norte, em Vila do Conde.

Para que as embarcações tenham mais de 40% de tripulantes imigrantes é, no entanto, necessário “provar que não há mão-de-obra disponível localmente para poder fazer esse trabalho”. “Neste momento, infelizmente, não temos a mão-de-obra que devíamos ter em vários setores, nomeadamente, no [setor] primário, por isso é que também estamos à procura de atrair jovens pescadores”, afirmou o governante.

Questionado sobre o reconhecimento das células marítimas dos tripulantes imigrantes, o ministro assegurou ser uma das preocupações do Governo e que a alteração legislativa contempla esse reconhecimento. Também questionado sobre quando é que a medida entrará em vigor, o ministro disse estar “certo que todos os grupos políticos estão de acordo com este objetivo”, cuja meta é não se perder competitividade e se ter comunidades “devidamente integradas e onde possam ser reconhecidas as suas qualificações para que possam trabalhar”.

No encontro em Vila do Conde, José Manuel Fernandes apresentou as recentes medidas do Governo para atrair os jovens para o setor da pesca, entre as quais, o aviso de 4,3 milhões de euros para que os jovens pescadores possam adquirir a sua embarcação e constituir a sua empresa, mas também os fundos do Mar 2020 e do Portugal 2030.

Lembrando que o setor tem um défice de 218 milhões de euros e que é intenção do Governo diminui-lo, o governante destacou que este é “um setor estratégico e estruturante”. Aos jornalistas, José Manuel Fernandes destacou também a necessidade de o rendimento dos pescadores ser aumentando, considerando “injusto o que recebem”.

“Na cadeia de valor eles não podem ser os predadores”, observou, defendendo ser obrigação do Estado reforçar a atratividade deste setor, assim como promover a renovação geracional.

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Israel mata mais um líder do Hamas em ataque no Líbano

  • Lusa
  • 9 Agosto 2024

O carro em que Al Hajj seguia foi atingido por um drone perto de uma esquadra de polícia na entrada sul da cidade, localizada a mais de 50 quilómetros da fronteira com Israel.

Um ataque de ‘drone’, atribuído a Israel, matou esta sexta-feira Samer al Hajj, líder do Hamas no campo de refugiados de Ain el Helu, no Líbano, quando viajava na cidade de Sidon, informou a agência de notícias estatal libanesa.

O carro em que Al Hajj seguia foi atingido por um drone perto de uma esquadra de polícia na entrada sul da cidade, localizada a mais de 50 quilómetros da fronteira com Israel, de acordo com relatos da agência noticiosa libanesa. Ain el Helu, criado em 1948 nos arredores de Sidon, é o maior campo de refugiados palestinianos no Líbano.

Desde o início da guerra em Gaza, em outubro passado, Israel levou a cabo alguns assassínios seletivos contra membros do movimento islamita Hamas residentes no Líbano, incluindo o número dois da organização, Saleh al Arouri, assassinado em janeiro passado nos arredores de Beirute.

No entanto, os ataques seletivos israelitas tendem a ser dirigidos principalmente contra combatentes do grupo xiita libanês Hezbollah, com o qual Israel tem estado envolvido num intenso fogo cruzado após o início do conflito no enclave palestiniano, em 7 de outubro. Esta sexta, dois alegados membros do Hezbollah morreram num outro ataque com drones contra a cidade de Naqoura, também no sul do Líbano.

Israel intensificou a sua campanha de assassínios seletivos contra o Líbano nos últimos dias, coincidindo com uma escalada da tensão regional e enquanto aguarda uma resposta prometida do movimento xiita Hezbollah a um outro atentado bombista que há 10 dias matou o seu principal comandante militar, Fuad Shukr.

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Ordem dos Médicos reconhece “momento difícil” do SNS

  • Lusa
  • 9 Agosto 2024

O bastonário explicou que as equipas mínimas estão definidas mas admitiu que a ordem vai ter que voltar a esta matéria. "Obviamente que a maternidade pode estar aberta com algumas restrições", diz.

A Ordem dos Médicos vai analisar “todas as matérias” para ajudar a resolver o “momento difícil” que o SNS atravessa, afirmou esta sexta-feira o bastonário, referindo que é preciso garantir aspetos essenciais como a segurança das grávidas.

Em declarações à agência Lusa no final de uma reunião com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, Carlos Cortes adiantou que foram debatidos uma “série de assuntos”, como a criação especialidade de Medicina de Urgência e Emergência, a contratação de médicos para as Unidades Locais de Saúde e a “situação difícil” nas urgências. “Isso tudo foi falado (…) a ministra mostrou-se preocupada com a situação, reconheceu e agradeceu a disponibilidade da Ordem dos Médicos (OM)”, contou.

Questionado sobre as propostas do presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, Xavier Barreto, de mexer na equipa tipo da Urgência de Ginecologia-Obstetrícia e Bloco de Partos e dar mais autonomia aos enfermeiros especialistas, proposta também feita pela Ordem dos Enfermeiros, o bastonário disse que “todas as matérias estão em cima da mesa”. “Tudo o que for para ajudar a resolver este momento difícil que o SNS atravessa está tudo em cima da mesa para ser analisado”.

Mas há três aspetos que para a ordem “são absolutamente essenciais”, nomeadamente a manutenção dos critérios de qualidade na prestação dos cuidados de saúde, a segurança dos doentes, neste caso das grávidas, e a liderança médica, salientou. No que respeita à possibilidade do alargamento das competências dos Enfermeiros Especialistas em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica para os partos de baixo risco, Carlos Corte observou que só se sabe se “um parto corre bem depois de ele ter acontecido”.

Há situações que podem parecer perfeitamente inócuas, mas que em minutos, para não dizer num minuto, se tornam situações dramáticas e, portanto, eu quero que as grávidas estejam sempre em condições de segurança e essa segurança é fundamentalmente dada pela coordenação médica”, argumentou, ressalvando, contudo, que irá analisar e “ver aquilo que se pode fazer”.

Relativamente às “equipas tipo”, o bastonário explicou que as equipas mínimas estão definidas e publicadas em regulamento do Diário da Republica, mas reconheceu que a ordem vai ter que voltar a esta matéria porque o regulamento foi publicado em 2022, mas já tinha sido elaborado em 2018.

Outra questão que disse que tem que ser clarificada, na sequência de uma questão levantada pelo diretor executivo do SNS, relaciona-se com as equipas de urgência, nomeadamente o que estão habilitadas a poder desenvolver quando são insuficientes.

“Não posso dizer que se fecha uma maternidade porque em vez de ter cinco obstetras, tem quatro. Obviamente que a maternidade pode estar aberta com algumas restrições, é uma abertura condicionada, e é isso que a Ordem dos Médicos vai definir, porque sabemos que no país há urgências obstétricas que abrem com dois ou três obstetras e há outras que nas mesmas situações fecham”, observou, defendendo que esta matéria tem de ser uniformizada.

Por isso, por uma questão de qualidade e de segurança das grávidas a ordem vai definir “muito bem aquilo que pode ser feito ou não com equipas abaixo daquilo que são as equipas tipo que oferecem toda a segurança”, sustentou. Carlos Cortes acrescentou que pediu reuniões esta semana com o diretor executivo do SNS, António Gandra d´Almeida, e com a ministra para ajudar a resolver estes problemas.

“Temos um conjunto de dossiers em cima da mesa que tem a ver com o acesso, com o aprofundamento da qualidade da prestação dos cuidados de saúde” e “um conjunto de peritos, que são muitos”, ao serviço da Direção Executiva e do Ministério da Saúde, disse.

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Fisco nega isenção de IVA à Santa Casa de Lisboa nas operações bancárias dos jogos sociais

AT entende que a Misericórdia tem de entregar ao Estado 23% do valor das faturas que passa a um banco para fazer a gestão dos pagamentos dos prémios. Instituição deverá recorrer da decisão.

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) está obrigada a entregar ao Estado 23% de IVA sobre as comissões que paga a uma instituição financeira pelas operações bancárias dos jogos sociais, como o Totoloto ou o Euromilhões, segundo uma informação vinculativa da Autoridade Tributária (AT) publicada no final de julho, no Portal das Finanças.

A instituição pediu para ficar isenta, invocando uma norma do código do imposto que dispensa a tributação sobre “pagamentos, transferências, recebimentos”. E admite recorrer da decisão do Fisco.

Questionada pelo ECO sobre quanto poderia poupar se pudesse beneficiar da isenção de IVA sobre aquelas operações, a entidade, liderada pelo provedor Paulo Duarte de Sousa, refere apenas que “a Santa Casa não tem qualquer comentário a fazer, estando, neste momento, ainda a analisar a resposta ao pedido de informação vinculativa”.

O pedido de isenção da Santa Casa surge depois de se tornar público um buraco financeiro de cerca de 25 milhões de euros e que poderia chegar aos 100 milhões relativo às contas de 2023 da entidade. Perante este cenário, a atual ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, decidiu demitir a anterior provedora, Ana Jorge.

Na exposição enviada à AT, a Santa Casa de Lisboa, que detém a exclusividade da exploração dos jogos sociais no país, começa por justificar o ajuste direto que celebrou a 24 de junho de 2021 com uma instituição financeira para a prestação de serviços bancários.

Para concretização das operações referidas no Portal dos Jogos, nomeadamente as relacionadas com os pagamentos de jogo e/ou de prémios através de referência multibanco via canais digitais, existe necessidade de recorrer aos serviços de pagamento online prestados por uma entidade bancária autorizada e regulada pelo Banco de Portugal”, escreve a Santa Casa.

O banco, cuja identificação a Santa Casa omitiu, “transfere/credita em tempo real e em conta bancária” titulada pela instituição “todos os montantes que os apostadores pretendem depositar na respetiva conta de jogo; debita todos os valores solicitados pelos jogadores sempre que aqueles pretendem realizar levantamentos da sua conta de jogo, quer porque não pretendem jogar/apostar mais, quer porque desejam receber os valores correspondentes aos prémios de jogo de que são titulares”, descreve a SCML.

Para além disso, a mesma entidade financeira “credita em conta bancária titulada” pela Santa Casa “os montantes que cada mediador”, isto é, comerciante, “deve depositar na respetiva conta de jogo por conta das vendas realizadas” e retira do saldo da SCML o valor pagar aos vendedores ou lojas que comercializaram as apostas”, lê-se na exposição enviada à AT.

Por este tipo de operações, que a SCML entende serem “meras transferências para a sua conta bancária, o banco cobra comissões, às quais faz acrescer IVA à taxa normal”, de 23%, constata a Misericórdia de Lisboa. Porém, considera que, face ao que está previsto no Código de IVA (CIVA), as comissões que paga ao banco “qualificam-se como operações isentas”, salientando que este tipo de serviço “não têm qualquer conexão com a cobrança de dívidas”, operação que seria alvo de tributação.

A Autoridade Tributária reconhece que o artigo 9.º do CIVA, que transpôs para o ordenamento jurídico nacional a Diretiva comunitária sobre IVA, “determina que estão isentas do imposto ‘as operações, compreendendo a negociação, relativas a depósitos de fundos, contas correntes, pagamentos, transferências, recebimentos, cheques, efeitos de comércio e afins, com exceção das operações de simples cobrança de dívidas'”. “Depreende-se do exposto que o CIVA, isenta, de uma forma geral, as operações relativas a pagamentos, transferências e recebimentos”, acrescenta.

Contudo, alerta que o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) emitiu já reiteradamente a sua opinião de que as isenções referidas no artigo 135.º da Diretiva IVA são de interpretação estrita, uma vez que constituem exceções ao princípio geral de que o IVA deve ser cobrado sobre todos os serviços prestados a título oneroso por um sujeito passivo”.

No âmbito da aplicação limitada da isenção, a AT indica que a Diretiva comunitária estabelece que “a isenção em causa pode abranger serviços que não são intrinsecamente transferências”. “O simples facto de um serviço ser indispensável para a realização de uma operação isenta não permite concluir pela isenção do mesmo”, sublinha, citando a Diretiva do IVA.

Isenção só é possível com faturas diferentes para os vários serviços

Embora a AT não exclua que “transferências, pagamentos, recebimentos, possam beneficiar do âmbito da isenção prevista”, “esta isenção só pode dizer respeito às operações que formam um conjunto distinto, apreciado de modo global, e que têm por efeito preencher as funções específicas e essenciais das referidas operações”.

Mas, anota, “o contrato de prestação de serviços bancários celebrado entre as partes, não se limita a simples operações de transferências/pagamentos, pelo contrário, incluem um conjunto de serviços que extravasam o âmbito da isenção em análise”.

“Dessa forma, e tendo em consideração a interpretação estrita das isenções do IVA constante da jurisprudência do TJUE, concluímos que no presente pedido, o conjunto de serviços adquiridos” pela Santa Casa ao banco, “quando avaliado no seu todo, não podem ser considerados no sentido de que executam uma função específica e essencial de uma operação de pagamento ou de transferência”, escreve a AT.

Por outro lado, o Fisco refere que a Santa Casa não passa faturas separadas para as várias operações bancárias, o que impossibilita a aplicação diferenciada de taxas de IVA. “Os serviços prestados pelo banco […] constituem uma prestação única, que engloba uma série de elementos e de atos estreitamente ligados que formam objetivamente uma única operação económica indissociável”. Por isso, “não podem aproveitar o âmbito da isenção prevista, sendo toda a prestação de serviços passível de tributação à taxa normal”, argumenta.

No entanto, se “os serviços em análise puderem ser faturados prestação a prestação, sendo, assim, possível diferenciar as operações abrangidas” pela isenção das restantes, “as primeiras beneficiarão da isenção […], enquanto as segundas serão tributadas à taxa normal do imposto”, conclui o Fisco.

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Turismo impulsiona economia mas dependência “acarreta riscos”

  • Lusa
  • 9 Agosto 2024

"É verdade que não devemos ambicionar que a nossa economia se especialize excessivamente em turismo", consideram economistas.

O turismo tem vindo a ganhar uma importância cada vez maior para a economia portuguesa, mas isso “acarreta riscos”, apontam economistas, trazendo também pressão sobre as populações, que em muitos países se começaram a manifestar.

“Portugal tem condições naturais e apetência para o turismo, e seria um erro não aproveitar essa oportunidade, mas também há que reconhecer que uma dependência excessiva num setor em particular, e o turismo não é exceção, acarreta sempre riscos de vária ordem”, destaca Ricardo Amaro, economista da Oxford Economics, à Lusa. Estes riscos são “para o crescimento económico, mas também para o desemprego, finanças públicas e balança comercial”, áreas que “têm beneficiado da forte performance do turismo e seriam prejudicadas por um arrefecimento do mesmo”.

Foi o que se verificou na pandemia, quando os confinamentos e restrições provocaram uma quebra no turismo, que acabou por ser responsável por 75% da contração de 7,6% do Produto Interno Bruto (PIB) registada em 2020, segundo dados do INE. Agora, o setor já recuperou dos impactos da covid-19 e em 2023 contribuiu para quase metade do crescimento do PIB.

Como destaca à Lusa, por sua vez, Ricardo Ferraz, investigador no ISEG e professor na Universidade Lusófona, “estima-se que o contributo anual direto e indireto do turismo para a economia portuguesa ascenda a quase 34 mil milhões de euros, o que equivale a cerca de 13% do PIB”.

lisboa pessoas rua

Apesar de fazer “todo o sentido aproveitarmos os pontos fortes do nosso país enquanto destino de excelência”, assume o economista, “também é verdade que não devemos ambicionar que a nossa economia se especialize excessivamente em turismo”. “A par de uma economia que saiba aproveitar os seus pontos fortes enquanto destino de excelência, precisamos também de uma economia mais moderna e evoluída tecnologicamente que consiga acompanhar os grandes motores da Europa”, defende o investigador.

Algumas organizações internacionais têm também vindo a alertar que, apesar do “papel fundamental na promoção do desenvolvimento económico”, os impactos do turismo “são muitas vezes económica, social e ambientalmente desequilibrados, e os benefícios nem sempre revertem a favor das comunidades locais”, como se lê num relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.

As populações em várias cidades europeias têm-se começado a manifestar perante estes efeitos. É o caso de Amesterdão, Praga e também várias regiões em Espanha, onde o turismo de massas tem sido alvo de protestos: Málaga, Barcelona, Palma de Maiorca e ilhas Canárias. Espanha é o segundo destino turístico do mundo, depois de França, e recebeu 86 milhões de visitantes estrangeiros em 2023, segundo estatísticas oficiais.

Apesar do peso na economia, as populações de regiões espanholas com mais turismo têm-se manifestado nos últimos meses por causa daquilo que consideram ser uma saturação da atividade, com esgotamento de recursos ou impactos graves no mercado da habitação.

Em Portugal, já se realizaram manifestações em Sintra, onde foram colocadas faixas de protesto nas janelas e varandas e cartazes nas montras de lojas, restaurantes e cafés, em que se lê, por exemplo, “trânsito caótico a todos prejudica, residentes e visitantes” e “Sintra ≠ Disneyland”, exigindo ao município medidas contra o “turismo de massas e caos no trânsito”.

Ricardo Amaro destaca que “em termos teóricos, sendo o turismo benéfico em termos líquidos para a sociedade na sua totalidade, é possível criar mecanismos que beneficiem os prejudicados por essa atividade”, mas assume que “nem sempre é óbvio que medidas de compensação funcionam na prática”.

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BE quer ouvir ministro da Educação sobre aumento de verbas para contratos de associação

  • Lusa
  • 9 Agosto 2024

O PS pediu esclarecimentos ao Governo sobre o aumento do apoio aos colégios, passando de 80.500 euros por turma e por ano escolar para 86.176,25 euros.

O BE requereu esta sexta-feira a audição urgente do ministro da Educação no parlamento sobre o reforço do apoio por turma a escolas de ensino particular e cooperativo que prestam serviço público através de contratos de associação. Além deste requerimento dos bloquistas, também o PS pediu esclarecimentos ao Governo sobre a decisão aprovada no Conselho de Ministros de quinta-feira na qual o executivo decidiu aumentar este apoio aos colégios, passando de 80.500 euros por turma e por ano escolar para 86.176,25 euros.

Este reforço de cerca de 7% permite alargar o número de turmas para 207, mais quatro do que no ano passado. No pedido de audição, o BE refere que os contratos de associação entre o Estado e o ensino privado e cooperativo surgiram para colmatar as insuficiências da rede de escolas públicas, ou seja, “onde a escola pública ainda não tinha os seus estabelecimentos, o Estado chegava a acordo com os colégios privados para lá colocar alunos e pagar as suas mensalidades”.

Contudo, os bloquistas argumentam que “com o passar dos anos, este mecanismo de caráter necessariamente temporário passou a funcionar como uma renda garantida ao setor privado da educação e um travão à expansão da Escola Pública”. Os deputados querem que o governante explique as declarações do ministro da Presidência, António Leitão Amaro, que no Conselho de Ministros afirmou que esta decisão se englobava numa “visão geral de que a Educação e outros serviços públicos devem funcionar «em complementaridade com o setor privado e social»”.

“É preciso saber qual o alcance destas afirmações, que rumo o Governo pretende para Educação, se vai continuar a aumentar o financiamento de turmas no privado em vez de reforçar o investimento na rede da Escola Pública, com medidas urgentes como o aumento das vagas no pré-escolar e ou apoio aos professores deslocados para garantir que não há alunos sem professores”, sustentam os bloquistas.

O PS também quer esclarecimentos e questionou o Governo sobre esta decisão, argumentando que “não foi acompanhada por qualquer justificação fundamentada”.

Numa nota enviada à imprensa, os socialistas consideram que “sem um estudo que comprove a falta de oferta pública nas áreas abrangidas por esta resolução, a renovação ou celebração desses contratos poderá violar a Lei de Bases do Sistema Educativo”, defendendo que o aumento do número de turmas e do financiamento por turma “sem uma explicação clara levanta também dúvidas sobre a necessidade e a eficiência desta alocação de recursos, especialmente considerando que os fundos públicos devem sempre privilegiar o reforço da rede pública de ensino”.

Os deputados do PS querem que a tutela esclareça os fundamentos da decisão, considerando que esta compromete “a qualidade da educação pública em Portugal através do desvio de recursos públicos de forma inadequada”. Os socialistas exigem ainda que o executivo apresente um “estudo detalhado que justifique a necessidade de financiar os contratos de associação com base na carência de oferta pública e uma avaliação que sustente o aumento do financiamento por turma”, bem como qualquer “documentação adicional”.

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Nestlé investiu 30 milhões na modernização da fábrica de Avanca

  • Lusa
  • 9 Agosto 2024

O grupo de origem suíça decidiu apostar na fábrica de Avanca, concentrando aqui toda a sua produção de bebidas de cereais na Europa, como a Tofina, Bolero, Pensal, Brasa ou Mokambo.

A Nestlé investiu 30 milhões de euros na modernização da fábrica de Avanca em Estarreja, no distrito de Aveiro, para aumentar a capacidade produtiva das bebidas à base de cereais, informou esta sexta-feira fonte da empresa.

Em declarações à Lusa, Teresa Mendes, diretora Ibérica de Cafés da Nestlé, explicou que o grupo de origem suíça decidiu apostar na fábrica de Avanca, concentrando aqui toda a sua produção de bebidas de cereais na Europa, como a Tofina, Bolero, Pensal, Brasa ou Mokambo. “Esta escolha teve a ver com o know-how que tínhamos na fábrica de Avanca na torrefação e extração dos cereais. Nós já produzimos bebidas de cereais em Portugal há mais de 60 anos e, portanto, era a fábrica mais antiga nesta área”, afirmou.

Nesse sentido, foi feito um investimento de 30 milhões de euros na modernização e incremento da capacidade de produção nesta unidade para “acomodar todos os volumes das outras fábricas e o potencial crescimento que temos”, explicou a responsável.

Segundo Teresa Mendes, a nova linha de produção de bebidas de cereais, que entrou em funcionamento há cerca de duas semanas, vai permitir aumentar em cerca de 15% a capacidade de produção e automaticamente aumentar também a exportação, que atualmente já representa 70% da produção, com foco na Europa e também na Ásia e América Latina.

A nova linha está também dotada de tecnologia mais avançada, o que traz benefícios e inovação naquela que é a fábrica de referência neste segmento, reduzindo ainda o desperdício. “Esta nova linha foi desenhada para extrair cereais e, portanto, vai permitir ser mais eficiente na extração do cereal. Isso também significa ser mais sustentável. Com esta linha conseguimos retirar mais propriedades do cereal o que faz com que consigamos trazer mais eficiência e ter menos desperdício”, observou a responsável.

Teresa Mendes referiu ainda que a aposta neste segmento procura responder à tendência crescente por produtos saudáveis e naturais, adiantando que as bebidas de cereais da Nestlé “beneficiam desta tendência, uma vez que não têm açúcares adicionados e receberam recentemente o selo da Associação Portuguesa de Nutrição, o que afirma o valor nutricional do produto”.

O grupo Nestlé marca presença desde 1923 em Portugal, onde tem duas unidades produtivas – uma no Porto, dedicada à torrefação de café, e a fábrica de Avanca, onde trabalham cerca de 500 pessoas – e um centro de distribuição também nesta freguesia de Estarreja.

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