Son Net, Son Vell, Palacio Arriluce, A Quinta Da Auga e Casa Palacio Don Ramón, na lista Forbes dos 20 pequenos hotéis de charme do mundo

  • Servimedia
  • 18 Julho 2024

Son Net, Son Vell, Palacio Arriluce, A Quinta Da Auga e Casa Palacio Don Ramón, integram a lista Forbes dos 20 pequenos hotéis de charme do mundo.

A Espanha é um dos principais destinos turísticos internacionais, tendo sido escolhida no ano passado por mais de 85 milhões de turistas de todo o mundo. As atrações do país são muitas e variadas, incluindo uma vasta gama de hotéis, tanto em termos de quantidade como de variedade de estabelecimentos.
O setor do turismo de luxo está a ganhar força, não só por parte das grandes cadeias que apostam em Espanha, mas também por iniciativas mais pequenas que investem em alojamentos de alto nível para satisfazer as necessidades dos turistas mais requintados. É o que demonstra a lista Forbes dos 20 pequenos hotéis de charme do mundo. Uma seleção de “alojamentos pequenos e acolhedores, onde se pode experimentar o luxo dos maiores e – ao mesmo tempo – respirar um ar caseiro que nos faz sentir em casa”.

Entre as 20 propostas com destinos tão exóticos e diferentes como Sri Lanka, Nova Zelândia, Grécia ou México, esta lista da Forbes inclui cinco alojamentos exclusivos no nosso país que farão as delícias de quem procura um novo conceito de luxo longe dos circuitos tradicionais.

HOTÉIS

Grand Hotel Son Net, Maiorca (Espanha), 31 quartos. Depois de uma trajetória consolidada com o seu hotel na Andaluzia, Finca Cortesín abriu o Grand Hotel Son Net em Maiorca. Situado no coração da serra de Tramuntana, dispõe de 31 quartos, sete dos quais suites, e de instalações com três piscinas, dois restaurantes, bares, spa e extensos jardins de 57.000 metros quadrados. O famoso designer de interiores Lorenzo Castillo foi o responsável pelo restauro dos quartos e dos espaços interiores.

Son Vell, Menorca (Espanha), 33 quartos. Apenas a 10 minutos a pé de Cala Son Vell e a 20 minutos de Ciudadela, encontra-se o primeiro hotel da Vestige Collection, Son Vell, que combina luxo, conforto e história num alojamento de beleza intemporal e elegância descontraída. Situado numa propriedade de 180 hectares com jardins bem cuidados e acesso ao Camí de Cavalls, possui uma piscina e uma casa senhorial original do século XVIII e uma série de edifícios agrícolas tradicionais, que foram meticulosamente restaurados para albergar 33 quartos e suites. Dispõe de dois restaurantes, Sa Clarisa e Vermell, que oferecem aos hóspedes e clientes externos uma proposta gastronómica local inspirada na cozinha tradicional de Menorca.

Casa Palacio Don Ramón, Sevilha (Espanha), 26 quartos. Um serviço requintado numa antiga casa palaciana no coração de Sevilha, 26 quartos temáticos (árabe, moçárabe e Novo Mundo) e uma proposta gastronómica que faz ode à cozinha tradicional com produtos locais, fazem da Casa Palacio Don Ramón o grande hotel de luxo de referência na capital andaluza. Decorados por Alejandra Pombo, os quartos do hotel são elegantes, de estilo rústico, mas com uma decoração requintada e contemporânea, em perfeita sintonia com a personalidade do hotel e a essência da cidade.

Palacio de Arriluce, Getxo, Bilbao (Espanha), 49 quartos. O que foi no século XX a primeira mansão familiar no bairro de Neguri em Gexto, alberga agora um hotel da coleção Leading Hotels of the World. Esta casa-palácio, rodeada por belos jardins inclinados, tem agora 49 quartos e suites e está decorada com várias obras de arte, incluindo pinturas e gravuras de Sonia Delaunay, que estão expostas em cada um dos quartos. O palácio oferece uma experiência gastronómica basca conduzida pelo prestigiado chefe Beñat Ormaetxea, que faz de cada prato uma homenagem à identidade e aos produtos locais.

A quinta da Auga, Santiago de Compostela (Espanha), 51 quartos. Situado na cidade histórica de Santiago de Compostela, este alojamento ocupa o edifício de uma antiga fábrica de papel do século XVIII, que foi restaurado com sensibilidade e elegância para o transformar no único Hotel Spa Relais & Châteaux da Galiza. Rodeada por uma propriedade de 10.000 m2 nas margens do rio Sar, A Quinta da Auga oferece uma experiência de conto de fadas em que o clássico e o contemporâneo se unem em 51 quartos únicos, decorados com obras de arte e peças antigas que se entrelaçam com designs mais contemporâneos.

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PwC despede funcionários na China após fuga de clientes

  • Lusa
  • 18 Julho 2024

Gigante da auditoria está a despedir funcionários no mercado chinês depois de Pequim ter aberto inquéritos contra a empresa no caso Evergrande.

A gigante da auditoria PriceWaterhouseCoopers (PwC) está a despedir parte dos funcionários na China, face à fuga de clientes, depois de Pequim ter aberto inquéritos contra a empresa no caso Evergrande, informou a imprensa local.

O grupo está a considerar despedir metade do departamento de serviços de auditoria financeira na China e cerca de 20% do pessoal noutras áreas da divisão chinesa, noticiou o jornal The Paper, com sede em Xangai.

“Devido às mudanças nas condições externas, otimizámos a estrutura organizacional com base na procura do mercado (…) Este ajustamento é uma decisão difícil”, declarou um porta-voz da empresa, citado pelo jornal.

“Estamos em plena comunicação com os trabalhadores e estamos a garantir que o plano de ajustamento está em conformidade com a legislação laboral da China”, acrescentou.

Desde meados de março, a PwC perdeu mais de três dezenas de clientes no mercado chinês – alguns deles gigantes estatais como o Banco da China ou a PetroChina – a maioria dos quais optou pelas outras três componentes das chamadas “Quatro Grandes” do mundo da auditoria: EY, KPMG ou Deloitte.

Em maio passado, a Bloomberg noticiou que as autoridades chinesas estavam a considerar uma multa recorde de pelo menos mil milhões de yuans (126 milhões de euros) contra a PwC e a suspensão de algumas das operações da empresa no país, devido ao desempenho como auditor do gigante imobiliário endividado Evergrande durante 14 anos, até 2023.

Os inquéritos oficiais mostraram que a Evergrande inflacionou o volume de negócios e os lucros nos exercícios de 2019 e 2020, o que resultou numa emissão fraudulenta de obrigações e na inclusão de informações falsas nos relatórios anuais. Pequim multou a principal filial em cerca de 577 milhões de dólares (527 milhões de euros) e baniu o fundador, Xu Jiayin, de operar nos mercados bolsistas.

As autoridades chinesas estão a investigar a PwC há meses, depois de a Evergrande ter inflacionado o volume de negócios em 78 mil milhões de dólares (71 mil milhões de euros) e os lucros em mais de 12 mil milhões de dólares (11 mil milhões de euros), um valor 20 vezes superior ao do escândalo norte-americano de fraude nos lucros da Enron, em 2001, que resultou na quase extinção na empresa de auditoria Arthur Andersen.

“O risco para a reputação da PwC, não só na China mas a uma escala mais alargada, é muito real“, afirmou Richard Murphy, professor de práticas contabilísticas na Universidade britânica de Sheffield, citado pela agência.

No início de 2023, a PwC anunciou que estava a abandonar a auditoria da Evergrande devido a discrepâncias na quantidade de informação recebida para avaliar as contas da empresa para o exercício de 2021.

A PwC, uma das empresas de auditoria mais utilizadas pelos promotores chineses, abandonou também a auditoria de pelo menos uma dúzia de empresas do setor nos últimos dois anos.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 18 de julho

  • ECO
  • 18 Julho 2024

Ao longo desta quinta-feira, 18 de julho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Mudança de rotinas nos centros DomusVi para fazer face às altas temperaturas

  • Servimedia
  • 18 Julho 2024

Perante a possível chegada de ondas de calor, DomusVi, empresa do setor sócio-sanitário, partilha o protocolo para proteger os idosos dos efeitos negativos que estas podem ter na saúde dos residentes.

As pessoas com mais de 65 anos são um dos grupos populacionais mais vulneráveis às altas temperaturas e, por isso, o Departamento de Assistência Técnica da DomusVi implementou uma série de medidas com o objetivo de as proteger e cuidar durante este período.

“Definimos e aplicámos um protocolo de ação contra as altas temperaturas que minimiza o risco de os idosos desenvolverem desidratação ou outros problemas de saúde causados pelas altas temperaturas. O seu cuidado e bem-estar são a nossa prioridade e, com este foco, trabalhamos para construir um bom dia a dia para eles durante todo o ano, especialmente no verão”, sublinha Olga Sánchez, profissional da equipa do Departamento de Assistência Técnica da DomusVi.

Entre as medidas de prevenção descritas no protocolo DomusVi contra as ondas de calor está a manutenção de persianas e janelas fechadas durante as horas centrais do dia, para favorecer o arrefecimento natural das divisões durante as horas de menor calor. Os horários de abertura e fecho serão incluídos nos itinerários de trabalho.

Também controlará e supervisionará a temperatura do centro nas áreas comuns durante as horas de permanência dos utilizadores e nos quartos durante as horas de repouso noturno. O objetivo é detetar os quartos com temperaturas particularmente elevadas para poder deslocar os residentes, oferecer-lhes toalhas molhadas ou duches e aumentar a hidratação. Instalar a utilização de ventoinhas e de ar condicionado durante as horas necessárias e à temperatura adequada. Limitar a capacidade dos quartos mais quentes.

Além disso, verifique semanalmente as previsões de temperatura para a zona e, com base nelas, reveja a eficácia das medidas que estão a ser aplicadas e, se necessário, faça as modificações e melhorias necessárias.

Do mesmo modo, as informações sobre os alertas de calor e as medidas de proteção à disposição dos residentes são afixadas nos quadros de avisos do centro. Workshop para os residentes autónomos sem deficiência cognitiva, informando-os sobre as ondas de calor e as medidas de prevenção.

Outra medida consiste em reforçar a hidratação noturna, dando prioridade à ingestão de líquidos em detrimento da alimentação. Nos residentes que trabalham por conta própria, verificar se têm ao seu alcance uma garrafa de água ou similar. Além de reforçar a hidratação em todas as actividades e terapias.

Ofereça também muitos líquidos, reforce a hidratação com bebidas frescas. Ofereça aos familiares e aos residentes jarros de água fresca com rodelas de limão ou laranja. Evitar refeições muito quentes que sejam difíceis de digerir.

Outras iniciativas incluem evitar a exposição ao sol a meio do dia. Caminhe à sombra com a cabeça coberta e use protetor solar. Aconselhar os residentes a não saírem nas horas centrais do dia. Programar atividades refrescantes ao ar livre nas horas mais frescas, como jogos aquáticos.

Usar roupa leve e de cor clara, com especial atenção para os residentes que se vestem de forma autónoma, de modo a que seja adequada à época estival, e vigiar os sintomas (boca pegajosa, pele pálida ou acinzentada, mucosas secas, olhos encovados) nos utentes identificados como de risco, especialmente os que possam estar desidratados, bem como processos que envolvam febre, diarreia ou anorexia, são outras acções a tomar.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 18 Julho 2024

No dia em que o BCE decide sobre as taxas de juro, a Nos apresenta resultados trimestrais, inaugurando a época de prestação de contas pelas empresas cotadas.

Esta quinta-feira vai ficar marcada pelo anúncio da decisão sobre o rumo da política monetária por parte do Banco Central Europeu (BCE), bem como pela inauguração da temporada de apresentações de resultados das empresas do PSI pela Nos.

BCE anuncia decisão sobre juros

Realiza-se esta quinta-feira mais uma reunião de política monetária do BCE. A maioria dos economistas (80%) consultados pela Reuters antecipa a manutenção das taxas de juro nesta reunião e duas descidas ainda este ano, uma em setembro e outra em dezembro. A conferência de imprensa em que participará a presidente Christine Lagarde poderá deixar pistas sobre o próximo encontro do banco central.

Nos inaugura época de resultados

A Nos vai apresentar os resultados do segundo trimestre nesta quinta-feira. No primeiro trimestre de 2024, a operadora de telecomunicações registou lucros de 67,8 milhões de euros, com o resultado quase a duplicar em comparação com o mesmo período do ano passado. A Nos recebeu 22,2 milhões de euros relativos a uma decisão judicial favorável relativa a um pedido de liquidação de taxas de atividade, o que ajudou a impulsionar o resultado no arranque do ano.

Como fecharam as contas das autarquias em 2023?

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) vai publicar o relatório relativo à evolução orçamental da Administração local em 2023. O relatório do ano anterior mostrou que a Administração Local apresentou um crescimento orçamental de 361 milhões de euros em 2022, uma melhoria face ao défice registado em 2021. Nota que esse relatório apenas teve em conta valores de contabilidade orçamental pública de 300 dos 308 municípios portugueses.

Quantos carros novos foram vendidos na União Europeia?

A Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) vai divulgar os números de vendas de automóveis em junho de 2024 na União Europeia (UE). Segundo esta entidade, as vendas de automóveis novos no espaço comunitário registaram uma queda de 3% em maio face ao mesmo mês no ano anterior. Já a venda de carros elétricos registou uma queda homóloga de 12%.

Quem trabalha nas plataformas digitais?

O Eurostat divulgará dados relativos ao emprego nas plataformas digitais referentes a 2022, bem como a produção na construção em maio deste ano. Além disso, o Banco de Portugal vai lançar a Revista de Estudos Económicos, revista com periodicidade trimestral que reúne artigos de economistas do BdP ou em coautoria com investigadores externos.

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Von der Leyen de olho numa reeleição difícil na Comissão Europeia

Principais parceiros políticos da família de Von der Leyen já admitiram votar contra a reeleição, e nem as negociações de diplomas e de comissários parecem convencer os restantes grupos políticos.

É um sonho que arrisca a ficar pelo caminho. Ursula von der Leyen está em busca de mais cinco anos à frente da Comissão Europeia, mas as garantias são poucas e os obstáculos são muitos — sobretudo numa altura em que o Parlamento Europeu está mais fragmentado do que nunca e os pilares que suportaram a eleição da presidente, em 2019, estão mais fracos. A candidata alemã está ciente disso. Durante a campanha eleitoral para as eleições europeias, Leyen visitou vários Estados-membros — incluindo Portugal — onde a presença do Partido Popular Europeu (PPE) é maior, mas não se ficou por aqui. Até esta quinta-feira, a governante alemã de 68 anos sentou-se com todas as bancadas parlamentares “pró-europeias” e encetou negociações, numa verdadeira tour de force.

Von der Leyen deixou de ter condições para depender só dos três partidos que a apoiam formalmente“, considera, em declarações ao ECO, Paulo Sande, especialista em assuntos europeus e ex-conselheiro do Presidente da República. “Está a fazer pressão porta a porta com o maior número de deputados, e certamente a fazer promessas, porque sabe que o voto é secreto [e individual] e isso, por si só, levanta algumas questões”, acrescenta.

Ursula von der LeyenLusa

Entre o PPE, os socialistas (S&D) e os liberais do Renovar Europa somam-se 401 votos, mas a recandidata não deverá poder contar com todos, tal como aconteceu há cinco anos.

Em 2019, os três maiores grupos políticos tinham 444 assentos no Parlamento, mas Von der Leyen foi aprovada por apenas 383 votos. Significa que, em comparação com a maioria no papel, faltaram 13,5% dos eurodeputados populares, socialistas e liberais. Traduzidos para 2024, esta mesma percentagem significaria menos 54 votos do que os 401 preenchidos pelos três maiores grupos, ou seja, 347 votos a favor, menos 14 do que o necessário para garantir a eleição.

Anticorpos à esquerda…

A aproximação de Von der Leyen a Giorgia Meloni durante a campanha eleitoral criou um mal-estar entre os principais parceiros políticos.

Para os socialistas, esta relação com a direita radical, embora estratégica — Von der Leyen precisava de ser um nome consensual entre os líderes dos 27 Estados-membros antes de ser votada no Parlamento –, foi uma linha vermelha atravessada sem volta a dar. Até ao momento, a família política ainda não formalizou o seu apoio à candidata alemã, o que põe em causa os 136 votos que poderia receber desta bancada.

“Os socialistas estão a saborear vitória que foi a nomeação de António Costa [para o Conselho Europeu], mas sabem que, implicitamente, têm de preparar o apoio à candidata“, recorda José Filipe Pinto politólogo e professor catedrático de Relações Internacionais na Universidade Lusófona ao ECO.

Isto porque o nome proposto pela presidência para o Conselho Europeu foi discutido como um “pacote” apresentado pelos três maiores grupos políticos no último encontro de líderes em Bruxelas, estando incluído nesse conjunto o nome de Von der Leyen para a presidência da Comissão Europeia e de Kaja Kallas para alta representante da diplomacia da UE. Afinal de contas, o PPE foi o grande vencedor das eleições, ficando desta forma com o direito à presidência do executivo, enquanto os socialistas ficam com a liderança dos 27 e os liberais com a chefia da diplomacia europeia. Depois de uma falsa partida, todos os candidatos foram aprovados com a ajuda das três principais famílias.

“Neste momento, já entrou em funcionamento o sistema negocial. Sendo o presidente do Conselho Europeu do grupo dos socialistas, é evidente que a presidência da Comissão terá de pertencer ao grupo maioritário, o PPE. Não vejo grandes dificuldades em que Ursula volte a ser escolhida, mas pode haver vozes discordantes“, prevê o politólogo da Lusófona.

Da esquerda para a direita: a primeira-ministra da Estónia e candidata a Alta Representante da UE, Kaja Kallas a presidente e recandidata a Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, e o antigo primeiro-ministro português e próximo presidente do Conselho Europeu, António Costa.EPA/OLIVIER HOSLET

A relação entre Meloni e Von der Leyen também não agradou ao Renovar Europa. Aos 77 eurodeputados liberais — que passaram de terceira a quinta força política no Parlamento Europa — Von der Leyen garantiu, após um encontro de três horas este mês, que a relação entre as duas líderes não iria perturbar a política europeia durante a próxima legislatura. À Lusa, o eurodeputado da Iniciativa Liberal João Cotrim de Figueiredo afirmou que, a seu ver, o acordo entre o PPE, S&D e Liberais sobre os cargos de topo europeus “está suficientemente equilibrado para poder merecer uma votação favorável”, mas não deixou garantias de que todas as delegações desta família política votarão “sim”.

Ora, não sendo certo que terá o apoio total dos principais parceiros políticos, Von der Leyen virou-se mais para a esquerda.

O Parlamento Europeu tem um peso muito maior neste momento porque deixou de aprovar o candidato à presidência da Comissão para passar a elegê-lo, e isso põe pode por em em causa a eleição de Ursula.

José Filipe Pinto

A candidata alemã reuniu-se com a bancada dos Verdes, este mês, para garantir que tinha do seu lado 53 votos a favor. Ainda que não lhe tenha sido dada essa garantia, os eurodeputados demonstraram abertura para negociar e chegar a um compromisso no sentido de fazer “parte de uma maioria” para evitar a formação de uma aliança parlamentar de direita.

Após o encontro, o líder da bancada, Bas Eickhout explicou que os eurodeputados irão votar “como um grupo” e que vão aguardar até ao último momento para tomar uma decisão, por estarem conscientes de que, neste momento, estão a decorrer negociações “com todos os diferentes grupos e que Von der Leyen pode ajustar a sua mensagem” conforme a família com quem está a negociar.

… e à direita

Embora saiba que à esquerda do PPE no hemiciclo se sentam os partidos “pró-europeus”, Von der Leyen sabe que, se for eleita, presidirá um executivo comunitário que conta com eurocéticos presentes no Parlamento Europeu. São eles o Conservadores e Reformistas Europeus (ECR), liderado por Giorgia Meloni, os Patriotas da Europa (PdE), de Viktor Orbán e Marine Le Pen, e o Europa das Nações Soberanas (ESN), que tenderão a ser os “que complicam as coisas” por não acreditarem “numa Europa funcional”, aponta Paulo Sande. Estes três partidos juntos somam 187 eurodeputados, menos um que a família europeia de Von der Leyen.

“A questão do próximo Parlamento é se o tradicional peso do centro, entre socialistas e PPE, vai continuar a ser preponderante ou se vamos a assistir a uma direita versus esquerda de forma clara”, analisa Paulo Sande, admitindo que a nova composição vai “condicionar certamente”os trabalhos parlamentares.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para ver a infografia.

Apesar de se sentarem no mesmo lado do espetro político, divergências políticas de fundo — sobretudo relacionadas com a guerra na Ucrânia e a relação com o Presidente da Rússia, Vladimir Putin — impedem que se forme um super bloco no Parlamento Europeu. E, em sentido contrário, as posições mais radicais do PdE e do ESN fazem com que o extremismo do ECR seja de menor risco, o que justifica a abertura de Von der Leyen.

Não é de desconsiderar que a própria presidente queira tentar ir buscar votos aos conservadores, mas isso vai-lhe ser cobrado“, aponta Henrique Burnay, especialista em assuntos europeus.

Contudo, dentro do ECR não é certo que haverá apoio de todas as delegações. Nicola Procaccini, vice-presidente dos Conservadores, afirmou na semana passada que, face ao estado atual das coisas, os 24 eurodeputados dos Irmãos de Itália não se comprometem a votar a favor de Von der Leyen para um segundo mandato, a menos que esta prometa “algo que de valor” para a Itália.

E depois de Von der Leyen ter recuado nas intenções de manter uma relação próxima com a primeira-ministra italiana, Meloni não terá dado ordens para que as suas tropas apoiassem a candidata alemã para um segundo mandato. O mais certo será que cada delegação tome a sua própria decisão esta quinta-feira.

À esquerda, Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia e Giorgia Meloni, primeira-ministra de ItáliaEPA/FILIPPO ATTILI

Negociações entre diplomas e comissários

Para os Conservadores, o pacto para as migrações, que foi aprovado antes de terminar a legislatura anterior, é um tema que merece mais discussão.

Adam Bielan, chefe da delegação polaca do ECR, revelou à agência noticiosa polaca PAP que o grupo está desiludido com os últimos cinco anos de liderança de Von der Leyen, sobretudo com “a atual política de migração da UE, incluindo o pacto de migração e o Pacto Ecológico Europeu“.

Já os Verdes exigem que a agenda sustentável não fique para trás, depois de ter sido fortemente contestada pelos agricultores entre fevereiro e março.

Estes não são os únicos grupos a definir as prioridades e exigências que farão ao executivo comunitário na próxima legislatura. Por exemplo, os sociais-democratas, socialistas e liberais também esboçaram uma lista de pedidos para os próximos cinco anos que variam entre dar uma maior atenção aos agricultores, reforçar a indústria da defesa do bloco, reconsiderar o fim dos carros a combustão a partir de 2035 e ainda uma redução do uso de pesticidas.

Mas também incluem apelos para um aumento do investimento público a nível europeu, de impostos sobre os mais ricos, uma redução da burocracia, maior harmonização das regras em toda a UE e ainda novos “recursos próprios” para financiar as despesas a nível europeu.

Além dos diplomas, certo é que os eurodeputados estarão também de olho nos comissários e vice-presidentes que serão escolhidos para a próxima legislatura.

A presidente da Comissão Europeia e os respetivos 26 Comissários (2019-2014)

“Há partidos que se manifestaram contra [a eleição] também por causa das escolhas para os comissários. Nem todas as pastas são iguais e há pastas que têm uma visibilidade e importância muito grande, portanto, é normal que alguns destes partidos manifestem alguma resistência como forma de aumentar a sua capacidade negocial no que diz respeito à pasta desse país”, explica José Filipe Pinto.

Assim, se Von der Leyen conseguir ocupar por mais cinco anos o seu escritório em Berlaymont, as negociações estarão longe de terminadas. A próxima ronda vai exigir a montagem de um complexo puzzle da sua nova equipa de comissários, tendo em conta não só o equilíbrio entre os géneros mas também o equilíbrio partidário e geográfico. E numa altura em que as tensões geopolíticas vão subindo de tom, há tutelas que têm mais brilho do que outras, nomeadamente, aquelas ligadas à competitividade, defesa e mercado interno.

Depois de ter conseguido a eleição para o Conselho Europeu, os especialistas ouvidos pelo ECO afastam a ambição de Portugal voltar a conseguir uma pasta de relevo como a da Coesão, detida por Elisa Ferreira, ou da Investigação, Ciência e Inovação, gerida por Carlos Moedas. “É a desvantagem de ter um presidente no Conselho Europeu, limita as ambições em relação a outros cargos e pelouros”, diz Paulo Sande.

No entanto, todo esse esforço poderá ser em vão e a candidata alemã pode mesmo não conseguir os 361 votos, esta quinta-feira, algo que aos olhos do ex-conselheiro do Presidente da República provocaria uma “crise muito grande” a nível interno.

“O pior pesadelo dos líderes europeus, neste momento, seria ficar mais um mês à procura de alternativas”, diz Sande, uma vez que Von der Leyen só pode ser proposta uma vez à votação. “Fala-se no grego [Kyriákos Mitsotákis] ou no croata [Andrej Plenković], mas seriam escolhas muito difíceis de vender aos deputados”, assume.

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TAP deve ir ao mercado este ano para refinanciar dívida de 375 milhões

Emissão de obrigações realizada em 2019 chega à maturidade em dezembro. Antes disso, a companhia aérea deverá ir mercado para refinanciar a dívida e poderá até pagar um juro mais baixo.

Foi ainda com os investidores privados ao leme da companhia que a TAP foi ao mercado em 2019 levantar 375 milhões de euros. As obrigações chegam à maturidade em dezembro e antes disso a transportadora deverá ir ao mercado refinanciar a dívida, antecipa a Moody’s. Melhoria do rating e redução da alavancagem financeira poderão permitir taxa de juro mais baixa.

Vemos a possibilidade de a companhia refinanciar os 375 milhões em obrigações sénior não garantidas que chegam à maturidade em dezembro de 2024″, escreve a agência de rating na nota em que reviu em alta a classificação da dívida da TAP, de de B1 para Ba3. Ao que o ECO apurou, é elevada a probabilidade de a operação vir a acontecer.

Estas obrigações são as únicas que a TAP tem cotadas, depois do reembolso da dívida emitida junto dos investidores de retalho em junho do ano passado. Não fazer o refinanciamento significaria perder o contacto regular com os investidores institucionais do setor.

A companhia poderá até conseguir um custo de financiamento mais favorável do que em 2019, quando a taxa de juro foi fixada em 5,625%. É que apesar das taxas de referência estarem mais elevadas, em resultado da política monetária do Banco Central Europeu, a TAP hoje tem uma alavancagem financeira bem mais reduzida e um rating mais alto. A taxa de juro a pagar numa emissão dependerá sempre das condições de mercado, que no limite podem até inviabilizá-la.

Apesar de continuar dentro do patamar de elevado risco, a classificação atribuída pela Moody’s à TAP subiu dois níveis desde 2019, de B2 para Ba3. Além disso, o rácio entre a dívida bruta e o EBITDA (resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) está agora abaixo de 4 vezes, contra 6,8 vezes há cinco anos. A expectativa da agência, vertida na nota a que o ECO teve acesso, é de que aquele rácio continue a apresentar uma evolução favorável.

A Moody’s sublinha ainda o “perfil de liquidez muito mais forte, com a TAP a ter cerca de 1,1 mil milhões de euros no balanço, contra 426 milhões em 2019″. A companhia aérea deverá ainda continuar a beneficiar de forte procura e um contexto de rentabilidade positivo.

A revisão em alta do rating reflete a forte rentabilidade operacional da companhia desde a nossa última decisão em novembro de 2023 e as concomitantes melhorias nas métricas de crédito após a pandemia.

Moody's

A revisão em alta do rating reflete a forte rentabilidade operacional da companhia desde a nossa última decisão em novembro de 2023 e as concomitantes melhorias nas métricas de crédito após a pandemia”, nota a agência, acrescendo que “tal como o resto da indústria, a TAP está a beneficiar de um ambiente de preços robusto, permitindo-lhe passar uma grande proporção do aumento nos custos com combustível e outros”. A agência antecipa, no entanto, uma ligeira inversão nesta tendência em 2024 e 2025.

Depois de ter registado lucros de 177 milhões no ano passado, a companhia liderada por Luís Rodrigues fechou o primeiro trimestre com um prejuízo de 72 milhões de euros, com os novos acordos de empresa a pesarem nos resultados, conseguindo ainda assim um desempenho melhor do que no período homólogo. O CEO da TAP garantiu recentemente que as contas do segundo trimestre correram “muito melhor que o primeiro” e que o ano está a correr dentro do orçamentado. Também o administrador financeiro, Gonçalo Pires, afirmou numa audição no Parlamento que a transportadora aérea iria ter “um resultado positivo no final do ano”.

A Moody’s aponta como fatores que suportam o rating “a localização estratégica em Lisboa, com uma elevada quota de mercado no constrangido aeroporto da capital, uma estrutura de custos competitiva quando comparada com outras companhias europeias e a forte quota de mercado nas rotas entre a Europa e o Brasil. A classificação da dívida é limitada pela “menor dimensão da TAP face às concorrentes e maior concentração de rotas, um histórico operacional fraco e volátil mesmo após a privatização parcial em 2015, uma baixa rentabilidade antes da pandemia quando comparada com as pares e um cash flow negativo devido às despesas com leasing“.

A agência não espera “que uma privatização ou sequer um desinvestimento parcial [pelo Estado] seja concluído no curto prazo”.

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Biden admite desistir da corrida presidencial em caso de problema de saúde grave

  • Lusa
  • 17 Julho 2024

Esta é a primeira vez que Joe Biden deixa a porta aberta à possibilidade de renunciar à sua candidatura presidencial face à crescente pressão de financiadores e dos próprios democratas.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, afirmou numa entrevista à BET News, publicada esta quarta-feira, que reconsideraria a sua decisão de continuar a campanha para as eleições de novembro se um médico lhe diagnosticasse um problema de saúde grave.

Quando questionado sobre as circunstâncias o levariam a reconsiderar a sua permanência na corrida eleitoral, Biden respondeu: “Se surgisse uma condição médica, se os médicos viessem dizer-me que tenho este ou aquele problema”. Esta é a primeira vez que Biden deixa a porta aberta à possibilidade de renunciar à sua candidatura presidencial face à crescente pressão que tem enfrentado dentro do partido para o fazer, à qual até agora tem respondido de forma desafiadora.

A pressão sobre Biden para renunciar à sua candidatura e abandonar as suas aspirações à reeleição cresceu desde o debate presencial no final de junho com o seu rival republicano, o ex-presidente Donald Trump, do qual saiu com a imagem bastante abalada. Até ao momento, 23 congressistas democratas pediram-lhe que se afastasse, mas muitos mais expressaram dúvidas sobre a idade de Biden – 81 anos – e agilidade mental para enfrentar a dura campanha contra Trump.

Na entrevista à BET News, Biden admitiu ainda que em 2020 disse que “ia ser um candidato de transição” e que em 2024 entregaria o bastão a outra pessoa. “Mas não previ que as coisas ficariam tão divididas. Francamente, acho que a única coisa que vem com a idade é um pouco de sabedoria e acho que mostrei que sei como realizar coisas pelo país. E não quero desistir”, acrescentou.

O congressista norte-americano Adam Schiff juntou-se hoje aos eleitos do Partido Democrata que se opõem a que Joe Biden dispute as eleições presidenciais deste ano contra o republicano Donald Trump. “Uma segunda presidência de Trump minaria os próprios fundamentos da nossa democracia, e tenho sérias preocupações sobre a capacidade do Presidente de derrotar Donald Trump em novembro”, afirmou o influente congressista, eleito pelo estado da Califórnia, num comunicado citado pelo jornal Los Angeles Times.

Segundo uma sondagem divulgada esta quarta, quase dois terços dos democratas afirmam que Joe Biden deve retirar-se da corrida presidencial e deixar o partido nomear um candidato diferente.

A nova sondagem do AP-NORC Center for Public Affairs Research, realizada no momento em que Biden tenta salvar a sua candidatura, prejudica fortemente o seu argumento pós-debate contra Trump de que os “democratas médios” ainda estão com o Presidente, mesmo que alguns “grandes nomes” se estejam a virar contra a recandidatura.

A sondagem, publicada duas semanas após o fracasso do debate, concluiu também que apenas três em cada 10 democratas estão extremamente ou muito confiantes de que Biden tem capacidade mental para exercer eficazmente as funções de Presidente, uma ligeira descida em relação aos 40% de uma sondagem da AP-NORC realizada em fevereiro.

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FNS2024: Assumir riscos é uma “obrigação” dos administradores e diretores

  • ECO Seguros
  • 17 Julho 2024

José Limón Cavaco, da CCA Law Firm, apresentou os principais riscos para os administradores e diretores de empresas e expôs produtos que sevem para os proteger em caso de sinistro no FNS2024.

Quais os principais riscos para administradores e diretores de empresas na sua atividade profissional em Portugal? Foi a pergunta que José Limón Cavaco, Sócio da área de Seguros e Resseguros da CCA Law Firm, respondeu na sua intervenção no Fórum Nacional de Seguros 2024, evento organizado pelo EcoSeguros e pela Zest.

José Limón Cavaco salientou que por risco entende-se que as decisões dos administradores e diretores podem correr mal e relembrou que a responsabilidade é partilhada com as empresas e para ambos existem produtos de seguro que apresentam diferentes coberturas.

Além disso, expõe quais acredita ser os principais riscos para os executivos portugueses dividindo-os em três grupos: responsabilidade societária, responsabilidade perante os acionistas e o risco de corrupção “isto é o aspeto que mais atrai o acionamento das apólice D&O”.

Veja aqui a intervenção na integra:

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Ex-governante diz que Portugal ainda pode ir buscar mais fundos da UE para o TGV

  • Lusa
  • 17 Julho 2024

Os 813 milhões para a alta velocidade são "certamente um fator positivo", diz Frederico Francisco, que acredita "o país possa ainda, em base competitiva, conseguir mais fundos para este projeto".

O ex-secretário de Estado Adjunto e das Infraestruturas Frederico Francisco considerou esta quarta-feira que Portugal ainda pode ir buscar mais fundos europeus para a linha de alta velocidade, além dos 813 milhões anunciados por Bruxelas. “[A notícia dos 813 milhões de euros] é certamente um fator positivo. Dá boas perspetivas para que nos próximos anos, até ao final deste quadro – que termina em 2027 – que o país possa ainda, em base competitiva, conseguir mais fundos para este projeto”, disse em Esposende, distrito de Braga.

Frederico Francisco falava durante uma apresentação no Clube Hípico do Norte, onde decorreu o debate “O novo aeroporto de Lisboa e a Linha de TGV”, organizado pela Associação Empresarial do Minho (AEMinho), no qual foi o orador principal. O ex-secretário de Estado e coordenador do Plano Ferroviário Nacional (PFN) referia-se aos 813 milhões de euros assegurados por Bruxelas para a primeira fase (Porto-Soure) do projeto da linha de alta velocidade Lisboa-Porto.

Quando Frederico Francisco era governante, Portugal candidatou-se a 875 milhões de euros de fundos da Connecting Europe Facility (CEF) [Mecanismo Interligar a Europa], dos quais 729 milhões já exclusivamente dedicados ao projeto português e 146 milhões em competição com outros projetos europeus. Dos 813 milhões obtidos no CEF, 84 já o foram obtidos em competição com outros projetos europeus, permanecendo 62 milhões por arrecadar.

“Estas candidaturas são sempre muito competitivas, dos sete mil milhões de euros que a Comissão Europeia atribuiu, provavelmente recebeu 15 a 20 mil milhões em candidaturas”, aventou o antigo secretário de Estado com a pasta da ferrovia. Frederico Francisco manifestou ainda o desejo de que, após ter sido aprovado em Conselho de Ministros o lançamento do concurso público da parceria público-privada do lote Oiã-Soure da primeira fase (Porto – Soure) da linha de alta velocidade, o projeto “se torne definitivamente irreversível”.

“Hoje estamos mais próximos de Portugal vir a ser, de forma irreversível, um país com alta velocidade ferroviária”, afirmou. A linha de alta velocidade Lisboa-Porto deverá ligar as duas principais cidades do país numa hora e 15 minutos, com paragens possíveis em Gaia, Aveiro, Coimbra e Leiria. O percurso Porto-Vigo está estimado em 50 minutos.

A primeira fase (Porto-Soure) da linha de alta velocidade em Portugal deverá estar pronta em 2030, estando previsto que a segunda fase (Soure-Carregado) se complete em 2032, com ligação a Lisboa assegurada via Linha do Norte. O concurso público para o lote 1 (Porto-Oiã) da primeira fase foi lançado em janeiro, e o do lote dois (Oiã-Soure) deverá ser lançado em julho. A ligação a Lisboa avançará em 2026.

Já a ligação do Porto a Vigo, na Galiza (Espanha), prevista para 2032, terá estações no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, Braga, Ponte de Lima e Valença (distrito de Viana do Castelo). No total, segundo o anterior Governo, os custos do investimento no eixo Lisboa-Valença rondam os sete a oito mil milhões de euros.

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Trump diz que Taiwan deveria pagar mais pela sua defesa

  • Lusa
  • 17 Julho 2024

"Taiwan deveria pagar-nos pela defesa", disse Trump em entrevista à cadeia Bloomberg Businessweek. "Sabe, não somos diferentes de uma companhia de seguros", acrescentou.

O candidato presidencial norte-americano Donald Trump considerou esta quarta-feira que Taiwan deveria pagar mais pela sua defesa, ao ser questionado sobre a atitude dos Estados Unidos perante um eventual ataque militar da China à ilha que considera território nacional. Para além de considerar que a ilha de Taiwan deveria pagar mais pela proteção militar fornecida pelos EUA, o republicano também acusou Taipé de manter a sua indústria de semicondutores afastada dos Estados Unidos.

“Taiwan deveria pagar-nos pela defesa”, disse Trump em entrevista à cadeia Bloomberg Businessweek. “Sabe, não somos diferentes de uma companhia de seguros”. As observações de Trump, divulgadas na terça-feira, assinalam uma rutura com a posição do Presidente Joe Biden, que por diversas vezes admitiu o envio de tropas para defender a ilha, e suscitaram incerteza face à abordagem do candidato republicano face a Taiwan, e quando o seu candidato a vice-presidente, JD Vance, considerou a China como a “maior ameaça” para os Estados Unidos.

Em Taiwan, o primeiro-ministro Cho Jung-tai respondeu que Taiwan “pretende assumir maior responsabilidade” e pode defender-se pelos seus meios. “Enquanto continuarmos a demonstrar [a nossa posição] iremos receber o apoio de mais países”, vaticinou Cho, que agradeceu a Washington as contínuas manifestações de preocupação pela segurança de Taiwan, indicou a agência noticiosa oficial Central News Agency.

Previamente, Cho tinha referido aos media que “as relações Taiwan-EUA são sólidas há vários anos” e considerou que “a paz e a estabilidade no estreito de Taiwan e na região do Indo-Pacífico são uma responsabilidade e um objetivo comuns”. Na entrevista, Trump admitiu que não se sentia “muito seguro” sobre a situação no estreito de Taiwan, onde Pequim “tem sido muito agressivo e colocou navios por todo o lado”. Sugeriu que a China poderia facilmente assumir o controlo da ilha, mas que não o fez devido à decisiva indústria de semicondutores taiwanesa.

“É a ‘menina os olhos’ do Presidente Xi”, disse Trump, numa referência ao Presidente chinês Xi Jinping. O antigo Presidente acusou Taiwan de “retirar a indústria de ‘chips'” aos Estados Unidos e sugeriu que a ilha tem os meios necessários para pagar. “Quero dizer, somos estúpidos? Retiraram-nos todo o nosso negócio de ‘chips’. São imensamente ricos”, disse Trump.

As observações de Trump mereceram críticas do deputado e empresário do Partido Democrata Raja Krishnamoorthi, que acusou o antigo Presidente de trair Taiwan. “A ameaça do antigo Presidente Trump de abandonar os nossos longos e comuns compromissos com Taiwan significam trair uma das mais vibrantes democracias do mundo em benefício do Partido Comunista Chinês”, disse Krishnamoorthi, membro do Comité da Câmara dos Representantes sobre a China.

Miles Yu, diretor do China Center no Hudson Institute, que no passado integrou a administração Trump, considerou por sua vez que o antigo Presidente “não disse que os EUA não vão defender Taiwan”, mas antes que o Governo da ilha deveria partilhar de forma mais visível os custos de uma “defesa coletiva”, um problema “de longe mais premente para Taiwan” face a outros aliados dos EUA na região.

Yu acrescentou que, em comparação com Biden, Trump irá privilegiar os meios de garantir uma política de dissuasão credível face a Taiwan, acrescentando que o líder dos republicanos já disse que “bombardearia” Pequim no caso de uma invasão da China a Taiwan.

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Presidente demissionário do INEM acusa ministério de negligência no processo dos helicópteros

  • Lusa
  • 17 Julho 2024

"Houve uma falha gritante, eu diria negligente, daquilo que é o dever de superintendência sobre o instituto público", disse Luís Meira, que está de saída do INEM.

O presidente demissionário do INEM acusou esta quarta-feira o Ministério da Saúde de negligência na questão da contratação do serviço dos helicópteros de emergência médica, alegando que a tutela nunca ajudou o instituto a resolver essa matéria.

Houve uma falha gritante, eu diria negligente, daquilo que é o dever de superintendência sobre o instituto público, porque nós, por numerosas ocasiões, solicitamos, relativamente a esta matéria, indicações à tutela, que nunca nos chegaram de modo a ajudar o instituto a resolver um problema”, afirmou Luís Meira, que foi ouvido na Comissão de Saúde a pedido da bancada do PS.

O conselho diretivo INEM presidido por Luís Meira apresentou em 1 de julho a sua demissão à ministra da Saúde, alegando a “quebra de confiança na atual tutela”, pedido que foi aceite por Ana Paula Martins. Nesse dia, o INEM anunciou um novo contrato com o atual operador, por ajuste direto, para garantir a continuidade do serviço dos quatro helicópteros de emergências médica, dois médios a operar 24 horas por dia e dois ligeiros a operar apenas no período diurno, à semelhança do que já vinha acontecendo desde 01 de janeiro.

Na altura, o instituto explicou que, na sequência do concurso público para esta operação lançado em janeiro, foram recebidas duas propostas, ambas com valores superiores ao preço base, que se situava nos 12 milhões de euros por ano. Também nessa ocasião, o conselho diretivo alegou que, perante isso, apresentou ao ministério de Ana Paula Martins “sucessivas e insistentes propostas” para uma nova resolução do Conselho de Ministros com a verba adequada às condições do mercado.

Justificou ainda que, perante a ausência de resposta por parte do Ministério da Saúde que permitisse a abertura de um novo concurso público internacional, a única alternativa à não adjudicação de um novo contrato por ajuste direto seria o país deixar de contar com este serviço de transporte aéreo de emergência. Perante os deputados, Luís Meira salientou ter “demasiadas evidências sobre esses pedidos” ao ministério, que foram formalizados por ofício e por email, relativamente à “necessidade de haver uma decisão da tutela relativamente a este problema”.

“O que levou à demissão do conselho diretivo foi a perda irreversível da confiança do conselho diretivo na tutela”, reiterou o presidente demissionário, ao salientar que um dos motivos para estar à frente do INEM “era haver confiança da tutela no conselho diretivo e, reciprocamente, haver confiança do seu presidente na tutela”.

Luís Meira confirmou ainda aos deputados que o conselho diretivo a que preside continua em funções, mas em gestão corrente desde 01 de julho. “Desde essa altura, não temos qualquer indicação da tutela seja sobre o nosso futuro imediato, nomeadamente quando iremos ser substituídos”, referiu o responsável demissionário, ao adiantar também que não recebeu indicações para a preparação do próximo orçamento do INEM.

Numa audição parlamentar em 10 de julho, a ministra da Saúde reconheceu que as divergências com o Luís Meira tiveram como base o lançamento do concurso público para a prestação de serviço de helicópteros de emergência médica. Ana Paula Martins adiantou que o ajuste direto realizado no início do ano estava feito para seis meses e previa que, durante esse período, fosse aberto um novo concurso público.

“Nunca impedimos o conselho de administração do INEM – que tem autonomia – nem demos qualquer orientação de não haver outro concurso. Tínhamos todos consciência de que teríamos de encontrar solução, por um lado, através de concurso internacional, eventualmente com um caderno de encargos redefinido”, afirmou. Na sequência da demissão de Luís Meira, o Ministério da Saúde anunciou que o médico Vítor Almeida foi escolhido para presidir ao INEM, mas acabou por não aceitar o cargo dias depois. Perante isso, foi nomeado o militar Sérgio Dias Janeiro.

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