Empresas de transportes são as que menos conseguem financiar-se com capitais próprios

Autonomia financeira das empresas privadas subiu no terceiro trimestre de 2024. Indústria é a que tem mais ativos financiados por capitais próprios. Transportes mais dependentes.

As empresas de transportes e armazenagem em Portugal são as mais dependentes de financiamento alheio, como o bancário ou contas a pagar a fornecedores, enquanto as indústrias são as que têm maior capacidade de se financiar com capitais próprios. Os dados são do Banco de Portugal (BdP) e revelam que a autonomia financeira das empresas privadas voltou a subir.

Na fotografia geral, a autonomia financeira das empresas privadas em Portugal, isto é a proporção dos ativos que são financiados por capitais próprios como por exemplo através de capital social, reservas ou dos resultados líquidos, aumentou para 45,4%, no final do terceiro trimestre de 2024. Em comparação com o período homólogo, registou-se um aumento em todos os setores, com exceção das sedes sociais, sendo a eletricidade, gás e água o setor que mais contribui para esta evolução.

Contudo, isolando os números e excluindo as sedes sociais, verifica-se que as empresas de transportes e armazenagem tem o menor rácio entre o capital próprio e o ativo: 30,1%. Na lista seguem-se as empresas de construção com uma autonomia financeira de 36,6%.

Fonte: Banco de Portugal

Na prática, o nível de endividamento destas empresas, isto é, a proporção dos ativos que têm de ser financiados por capitais alheios – como empréstimos, emissão de obrigações ou pagamentos a fornecedores – é o mais elevado entre os diversos setores.

Por outro lado, as empresas da área da indústria são as que têm maior capacidade de financiar os ativos com recursos próprios, com uma autonomia financeira de 50,3%, segundo seguidas pelos serviços (45,8%).

Os dados do BdP relativos ao terceiro trimestre do ano passado revelam ainda que, considerando o total das empresas privadas exceto sedes sociais, a autonomia financeira das Pequenas e Médias Empresas subiu de 44,2% para 46,2%, e a das grandes empresas aumentou de 36,3% para 40,1%.

Rendibilidade cai para 9,5%

A rendibilidade do ativo das empresas privadas caiu de 9,9% no terceiro trimestre de 2023 para 9,5%, no final do terceiro trimestre de 2024. Segundo os dados do regulador, a rendibilidade das grandes empresas situou-se em 12% e a das PME em 8,5%.

Face ao período homólogo, registou-se uma descida em todos os setores de atividade, com exceção dos setores da construção e da eletricidade, gás e água.

Fonte: Banco de Portugal

No caso da construção, esta subida reflete a melhoria generalizada do EBITDA do setor, enquanto na eletricidade, gás e água, o acréscimo da rendibilidade resultou, maioritariamente, do aumento da produção de energia renovável combinado com a descida do custo das matérias-primas na produção de energia não renovável”, explica o BdP, numa nota divulgada na sexta-feira.

Segundo o regulador, os setores das sedes sociais e indústrias foram aqueles em que a rendibilidade do ativo mais se reduziu.

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