Vinhos e azeites do Estado entram na carteira da distribuidora Vinalda

Os produtos da Companhia das Lezírias, empresa de capitais públicos com 140 hectares de vinha e 70 de olival que o Governo já pôs a salvo da privatização, passam a ser distribuídos pela Vinalda.

A histórica Companhia das Lezírias, que iniciou a atividade vitivinícola em 1881 com a plantação da primeira vinha, fechou um acordo com a Vinalda para a distribuição exclusiva das principais marcas de vinhos e de azeites que são produzidas pela maior exploração agropecuária e florestal do país, detida a 100% pelo Estado.

Com 140 hectares de vinha e 70 de olival, numa exploração que ultrapassa os 21.300 hectares, a empresa pública que o Governo excluiu da análise de empresas a privatizar, sem esclarecer porque foi considerada “estratégica”nessa lista só estão também a RTP, a Caixa Geral de Depósitos e a Águas de Portugal –, diz que esta parceria “decorre da estratégia de crescimento da presença no mercado dos vinhos”.

Justificando a escolha da Vinalda pela “reconhecida competência e experiência neste tão disputado setor”, o novo presidente da Companhia das Lezírias, Eduardo Oliveira e Sousa, que assumiu o cargo em agosto após liderar durante sete anos a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e ser eleito deputado nas listas da Aliança Democrática (AD) nas eleições de março de 2024, espera “resultados à altura das expectativas”.

“A consolidação e o crescimento de uma marca dependem de parcerias estratégicas, que acreditam na qualidade e no valor dos nossos vinhos, dando corpo a uma nova etapa na afirmação da marca Companhia das Lezírias”, frisa Oliveira e Sousa, num comunicado que refere a necessidade de aumentar os canais de distribuição e o reconhecimento dos seus vinhos no mercado, acompanhando o aumento de produção e da qualidade.

Na carteira da Vinalda, que se apresenta como a mais antiga distribuidora nacional de bebidas alcoólicas, fundada em 1947, entram os azeites Companhia das Lezírias e Alter Real, e as várias referências de vinhos das marcas Tyto alba, Herdade de Catapereiro (propriedade onde se situam as vinhas e a adega), Senhora de Alcamé e as gamas de topo da Companhia das Lezírias (1836, Séries Singulares e Senhora Companhia).

Adega da Herdade de Catapereiro (Companhia das Lezírias)

“Os vinhos da Companhia das Lezírias vêm complementar o portefólio da Vinalda, que já há algum tempo não tinha qualquer produtor na região dos Vinhos do Tejo. (…) Estas marcas [são] uma referência histórica na vinificação das castas Fernão Pires e Castelão, contribuindo para o fortalecimento da nossa proposta com forte ambição, uma imagem muito apelativa e uma excelente relação qualidade-preço”, resume Bruno Amaral, administrador da empresa distribuidora.

Com uma exploração agrícola e florestal que se estende por mais de 20 mil hectares, incluindo a Lezíria de Vila Franca de Xira, a Charneca do Infantado, o Catapereiro e os Pauis de Magos, Belmonte e Lavouras, a empresa nacionalizada em 1975 gere também, desde agosto de 2013, a Coudelaria de Alter e a Coudelaria Nacional. Tem perto de uma centena de trabalhadores efetivos e fechou 2023 com lucros de 2,53 milhões de euros (14% acima do ano anterior) e um volume de negócios de 9,8 milhões de euros.

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