Presidente da ERSE assume que hidrogénio verde levanta “muitas incertezas”

"Portugal ainda não começou a sério no hidrogénio [verde]" e "não há nada na produção de hidrogénio verde que nos faça sentir confortáveis", afirma, em paralelo, o líder da DGEG.

O presidente da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), Pedro Verdelho, acredita que o biometano “é que devia ser o gás natural” enquanto, relativamente ao hidrogénio verde, assume que existem “muitas incertezas”. Também o responsável da Direção Geral da Energia e Geologia assinala a falta de projetos estruturantes de hidrogénio verde e acusa desconforto quanto ao desenvolvimento deste gás.

Sobre o hidrogénio verde temos muitas incertezas. O custo das tecnologias é elevado. Há um caminho longo a percorrer“, afirmou Verdelho, que discursou na abertura da conferência Indústria do Futuro, organizada em parceria com a distribuidora Floene. O presidente do regulador indica que o cruzamento entre a produção, consumo e redes “é uma dificuldade”, já que todos estes investimentos devem surgir de forma síncrona, uma vez que “um desalinhamento representa um custo adicional”.

Também na abertura da conferência, o presidente da Direção Geral de Energia e Geologia, Paulo Carmona, afere que “Portugal ainda não começou a sério no hidrogénio [verde]” e “não há nada na produção de hidrogénio verde que nos faça sentir confortáveis”. Existem projetos-piloto, “que dão esperança, mas também frustração. Queríamos mais”, indica, ao mesmo tempo que assinala que “faltam projetos grandes, estruturantes, que consigam ligação com o sistema elétrico, já que são eletrointensivos”.

Em oposição, o biometano vai lançado. A Europa já produz, atualmente, 5 bcm (mil milhões de metros cúbicos) deste gás, o equivalente a todo o consumo de gás em Portugal. “Esse é que devia ser o gás natural, é o metano limpo, enquanto o gás natural é metano fóssil. A molécula é a mesma“, explicou Verdelho.

Neste caso, Paulo Carmona também se revela insatisfeito. “Não temos nada para mostrar” no biometano, enquanto Espanha tem quatro projetos operacionais e sete em pipeline“, aventou. O líder da DGEG desafiou a indústria a dialogar com esta entidade de forma a explicar o que está a travar os projetos. “Digam-nos o que podemos fazer para o biometano ser uma realidade em Portugal”, apelou.

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