Marcelo alerta para risco de “insatisfação social crescente” com aumento de gastos em defesa
Marcelo Rebelo de Sousa concorda com a posição "sensata" da Comissão e do Conselho de que se deve perceber se os países europeus, em conjunto, cumprem os 2% do PIB de despesa em defesa.
Nos gastos em defesa “importa olhar para a Europa como um todo”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, esta quinta-feira, à margem da cerimónia de homenagem a D. Manuel Clemente na Universidade Católica. O chefe de Estado considera, por isso, “sensata” a posição da Comissão Europeia e do Conselho Europeu de perceber se os países europeus, em conjunto, cumprem os 2% do PIB de despesa em defesa e se “estão em condições de mais tarde – não agora – subir” acima desse valor.
As declarações do Presidente surgem em vésperas da visita do secretário-geral da NATO, Mark Rutte, a Lisboa, onde na próxima segunda-feira tem encontro marcado com Marcelo e com o primeiro-ministro, Luís Montenegro. E também numa altura em que o novo inquilino da Casa Branca, Donald Trump, pressiona os países europeus da NATO a subir os gastos para 5% do PIB.
“O que importa é olhar para a Europa como um todo e não estar a discriminar os bons e os maus”, reforçou o Presidente, depois de dizer que prefere esta abordagem em vez de se estar a analisar a despesa de cada país e se perceber “mais tarde” se cada um “pode subir para 3%”.
Perante a sugestão de Rutte de se cortar em apoios sociais ou nas verbas da saúde para desviar para a defesa, Marcelo recorda que a Europa “não arranca” economicamente e tem “problemas sociais”. Por isso, dividir a Europa é estar a criar “dentro de alguns países” uma “insatisfação social crescente” e uma “radicalização política crescente”. E isso “não é desejável”.
Se o objetivo passa por ter a Europa unida para a defesa e segurança, e unida aos EUA, o “pior que se pode fazer é “dividir a Europa entre ela” e “dividi-la dos EUA”.
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