Bruxelas junta ‘big tech’ para evitar manipulação eleitoral na Alemanha
Microsoft, Tik Tok, LinkedIn, Google, Snapchat, a dona do Facebook, Instagram e Whatsapp e X (ex-Twitter) vão reunir-se com a Comissão e avaliar potenciais riscos a propósito das eleições na Alemanha.
A Comissão Europeia vai reunir-se com as donas das principais plataformas digitais para avaliar potenciais riscos de desinformação e interferências nas eleições antecipadas na Alemanha, marcadas para 23 de fevereiro. A reunião será presidida pelos coordenadores dos serviços digitais da Comissão esta sexta-feira, em Bruxelas, e contará com representantes da Microsoft, Tik Tok, LinkedIn, Google, Snapchat, Meta (dona do Facebook, Instagram e Whatsapp) e X (ex-Twitter).
Além desta reunião, está agendado para dia 31 de janeiro um teste de stress com as mesmas tecnológicas, momento em que serão criados “potenciais cenários” de risco no sentido de avaliar “como é que as plataformas reagirão”, explicou um porta-voz da Comissão Europeia esta sexta-feira, durante uma conferência de imprensa.
Esta será a segunda vez que um procedimento semelhante será realizado na União Europeia. A primeira vez ocorreu no ano passado, aquando das eleições europeias. Após os resultados, Bruxelas concluiu não terem sido registadas quaisquer interferências capazes de perturbar o ato eleitoral em nenhum dos 27 Estados-membros. “Foi uma experiência bem-sucedida“, assegurou Thomas Regnier.
“Queremos garantir que as plataformas estão preparadas para que as eleições [na Alemanha] sejam livres, justas e estão verdadeiramente nas mãos dos eleitores“, continuou o porta-voz, garantindo que o ato eleitoral continua a ser “da competência nacional” e que as autoridades alemãs “pediram” que fossem realizados testes de stress.
“A única coisa que vamos fazer é analisar as plataformas e garantir que estão cientes e preparadas de mitigar potenciais riscos nestes atos eleitorais“, nomeadamente, a desinformação, interferência estrangeira, a utilização indevida de tecnologias de inteligência artificial (IA) e os riscos de cibersegurança. Ambas as reuniões serão à porta fechada, mas a Comissão admite publicar conclusões no final.
As reuniões surgem numa altura em que Elon Musk (dono do X) apoiou publicamente o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), tendo gerado polémica a poucas semanas das eleições federais no país.
Num artigo de opinião publicado num jornal alemão, no início deste mês, o magnata subscreveu às posições do partido em relação a matérias como energia e ambiente, recuperação económica e imigração. Ademais, na rede social que detém, o empresário partilhou um vídeo de uma ativista alemã de direita declarando que “só o AfD pode salvar a Alemanha”.
Em resposta, políticos alemães acusaram Musk de tentar influenciar as próximas eleições que sucedem depois de chanceler Olaf Shcholz ter perdido um voto de confiança, em Bundestag. Assim, a Alemanha vai a eleições a 23 de fevereiro e as sondagens sugerem que o AfD poderá obter cerca de 19% dos votos, ficando apenas atrás dos democratas-cristãos (CDU) liderados por Friedrich Merz, que deverão obter cerca de 30%.
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