Decisões da Fed têm impacto a médio prazo na Zona Euro semelhante ao que BCE teria
Economistas defendem que efeitos a médio prazo da política monetária dos EUA na Zona Euro assemelham-se ao impacto atenuante de ações semelhantes por parte do BCE.
Se uma borboleta bater as asas na Reserva Federal norte-americana um furacão pode sentir-se na Zona Euro. A teoria popular é aqui aplicada e extrapolada para explicar o impacto da política monetária tomada pelo banco central americano no outro lado do Atlântico. De acordo com uma análise publicada na quarta-feira no blog do Banco Central Europeu (BCE), as decisões da instituição liderada por Jerome Powell têm consequências a médio prazo na Zona Euro semelhante às que teriam as opções tomadas por Frankfurt.
“Os efeitos a médio prazo da política monetária dos EUA na Zona Euro assemelham-se, portanto, ao impacto atenuante de ações semelhantes por parte do BCE“, concluem os economistas Stefan Gebauer, Georgios Georgiadis, Fédéric Holm-Hadulla and Thomas Kostka.
Na análise, cujas conclusões não vinculam o BCE, os economistas explicam que embora os impactos imediatos da política monetária norte-americana possam ser diferentes, esta irá empurrar a economia dos países da moeda única “na mesma direção que as alterações políticas na Zona Euro fariam“.
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Neste sentido, salientam que as repercussões da política monetária dos EUA funcionam inicialmente na direção oposta à política monetária do BCE, mas posteriormente na mesma direção.
“Por exemplo, um aperto surpreendente na política dos EUA leva a um aumento inicial da inflação na Zona Euro à medida que o euro enfraquece. No entanto, ao longo do tempo, uma política monetária mais restritiva dos EUA reduz a inflação na Zona Euro, tal como faria uma política mais restritiva do BCE”, argumentam.
Segundo os economistas, ao longo do tempo, o impacto inflacionista inicial das taxas diretoras mais elevadas nos EUA é compensado por pressões desinflacionistas mais amplas. “As condições de financiamento mais restritivas dos EUA têm repercussões através dos mercados financeiros globais, conduzindo a um abrandamento da atividade económica na Zona Euro“, explicam.
Simultaneamente, a restritividade da Fed também pesa sobre a atividade económica nos EUA ao longo do tempo, com a menor procura por parte das famílias e empresas dos EUA, implicando menores importações provenientes da Zona Euro.
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