Trabalhadores do Auchan ameaçam com greve se não houver resposta às reivindicações
Os trabalhadores da Auchan pretendem “o aumento geral dos salários”, com o sindicato a indicar que “neste momento, é a empresa que tem os salários mais baixos do setor”.
Os trabalhadores da cadeia Auchan ameaçam avançar com uma greve, no dia 21 de fevereiro, caso o grupo não responda às suas reivindicações, que passam por aumentos salariais, disse à Lusa Valter Ferreira, do sindicato CESP.
Segundo o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), os trabalhadores reuniram-se esta terça-feira em plenário para debater um caderno reivindicativo, nomeadamente o aumento dos salários. Já a Auchan, em resposta a perguntas da Lusa, apontou um salário de entrada atual de 895 euros e um vencimento médio de 1.270 euros mensais, este ano.
“Aprovamos uma resolução e definimos um conjunto de reivindicações e de respostas às quais vamos exigir uma atenção e uma resposta imediata e, caso isso não aconteça, iremos marcar uma greve para dia 21 de fevereiro, com deslocação dos trabalhadores à sede da empresa em Paço de Arcos”, referiu, por sua vez, o dirigente sindical.
Segundo o mesmo responsável, os trabalhadores pretendem “o aumento geral dos salários”, assegurando que a Auchan, “neste momento, é a empresa que tem os salários mais baixos do setor”, bem como “o aumento do subsídio de refeição”, que, garante, “também é o mais baixo do setor este ano”.
Valter Ferreira apontou ainda outras questões relacionadas com o seguro de saúde, “com as condições que se alteraram do ano passado para este ano”, indicando que não estão “disponíveis para ter um serviço pior por mais custos para o trabalhador”. Caso avance, greve será de 24 horas para todo o país, incluindo armazéns e lojas Auchan e Minipreço, que o grupo adquiriu recentemente.
“Nesta altura não temos grande esperança de obter respostas, tendo em conta até o histórico da empresa que não quis reunir-se connosco anteriormente”, lamentou. Contactada pela Lusa, fonte oficial da Auchan Retail Portugal disse que o grupo “tem vindo a reforçar o seu compromisso com a valorização dos seus colaboradores, apostando na melhoria contínua das suas condições salariais e laborais”.
De acordo com a empresa, à semelhança do ano de 2024, “a Auchan vai investir 10 milhões de euros, em 2025, na revisão das condições salariais, garantindo que o salário base mínimo de entrada na empresa está 25 euros acima do salário mínimo nacional”.
O grupo disse que o salário de entrada “é de 895 euros” e que “em 2025, o salário médio dos colaboradores de loja é de 1.270 euros por mês, durante 14 meses”, apontando ainda “um conjunto de benefícios, como descontos em compras e seguro de saúde que abrange todo o agregado familiar”.
Segundo a Auchan, “todos os colaboradores são acionistas da empresa, o que reforça o seu envolvimento no projeto empresarial”, destacando que “partilha os seus resultados com os colaboradores, tendo distribuído 4.608 milhões de euros em 2024 por todos os colaboradores acionistas”. Segundo Valter Ferreira, o grupo conta atualmente com cerca de 11 mil trabalhadores em Portugal.
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