BCP lucra mais de 900 milhões e dá 70% aos acionistas
"Foi um ano bom", resumiu Miguel Maya. Resultado superou estimativa dos analistas. BCE autoriza recompra de ações no montante de 200 milhões de euros. Banco paga dividendo de 450 milhões.
O BCP BCP 2,13% alcançou um lucro histórico de 906,4 milhões de euros em 2024, uma subida de quase 6% em relação ao ano anterior. O banco vai pagar um dividendo de cerca de 450 milhões e já tem autorização do supervisor para recomprar ações num montante de 200 milhões.
Os analistas antecipavam lucros de 879 milhões de euros, pelo que o resultado anunciado esta quarta-feira pela instituição – e que corresponde a uma rentabilidade de 13,8% – ficou acima do esperado.
Ao todo, o BCP irá remunerar os acionistas com 72% do resultado (650 milhões de euros) através do dividendo, que a administração vai propor à assembleia de acionistas, e da recompra de ações que vai avançar “logo que possível”, já refletindo a nova política de remuneração (75% dos lucros) divulgada no ano passado.
“Foi um ano bom”, resumiu o CEO Miguel Maya na apresentação dos resultados, sinalizando que o banco começou da melhor forma o novo ciclo.
Já o chairman Nuno Amado sublinhou que o BCP tem hoje “uma situação patrimonial e de capital muito sólida”.
“Temos o reconhecimento do mercado. Quer das empresas de rating, quer da evolução da cotação da ação”, referiu. As ações estão em máximos de nove anos, perto dos 60 cêntimos.
Imparidades contribuem com 240 milhões
A margem financeira estabilizou na ordem dos 2,83 mil milhões de euros e as comissões subiram cerca de 5% para 808 milhões, fazendo com que o produto bancário tivesse crescido pouco mais de 1% para 3,6 mil milhões.
Mas o que ajuda a explicar a subida do resultado? A redução significativa das imparidades, cujo contributo ascendeu a mais de 240 milhões de euros, dos quais 57 milhões estão relacionados com imparidades de crédito e outros 163 milhões relacionados com imparidades com os riscos legais na Polónia por conta dos empréstimos em francos suíços.
Miguel Maya considerou, ainda assim, que o banco continua a ter um elevado nível de imparidades, na ordem dos 850 milhões, e cuja inversão poderá contribuir para os resultados nos próximos anos. O banco espera atingir lucros de mil milhões de euros até 2028, de acordo com o plano estratégico anunciado em outubro.
Os custos atingiram os 1,3 mil milhões de euros, subindo 12,4% em relação a 2023, uma evolução influenciada sobretudo pelo que se observou nas operações internacionais, onde os custos subiram 16%.
Recursos superam 100 mil milhões
O banco dá ainda nota de que conseguiu superar a marca dos 100 mil milhões de euros de recursos de clientes, que cresceram 8% em termos homólogos, dos quais 84 mil milhões correspondem a depósitos à ordem e a prazo. Em Portugal os recursos cresceram 6% para mais de 70 mil milhões.
No que toca à carteira de crédito, Miguel Maya falou numa situação estável por conta da política monetária do banco central e das incertezas geopolíticas. O stock de empréstimos observou um aumento inferior a 1% para 57,2 mil milhões de euros a nível do grupo, enquanto a operação em Portugal registou uma ligeira quebra.
Garantia pública com procura a atingir 600 milhões
Miguel Maya revelou ainda que o banco já recebeu 3.250 solicitações ao abrigo da linha de garantia pública no crédito da casa para jovens, totalizando os 600 milhões de euros.
Com 1.600 pedidos em curso, já estão em fase de contratação 461 propostas que somam empréstimos na ordem dos 88 milhões de euros, correspondendo a cerca de 7% do total da garantia que foi atribuída ao banco, acrescentou o gestor.
“O BCP tem o plafond disponível e está empenhado em que os jovens venham falar connosco”, atirou o CEO do banco.
(Notícia atualizada às 18h43)
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