Máquinas de cimento da Cimpor vão ser controladas por IA

A cimenteira portuguesa fez uma parceria com a tecnológica britânica Fizix para controlar a maquinaria remotamente através de sensores inteligentes e um software à base de inteligência artificial.

Máquinas de cimento cada vez mais inteligentes. É esta uma das metas da Cimpor, para evitar erros e consequentes falhas de produção, que levou a cimenteira portuguesa a fazer um contrato com a tecnológica britânica Fizix para utilizar Inteligência Artificial (IA) no controlo da saúde da maquinaria das suas fábricas.

O sistema – composto por sensores e software à base de IA – vai ser instalado em 25 unidades industriais em 10 países, incluindo Portugal, e permite monitorizar as máquinas de forma remota, encontrar eventuais falhas nos aparelhos antes que aconteçam.

O projeto desenvolvido em cooperação com a Fizix abrange cinco centros de produção em Portugal (as fábricas de cimento de Alhandra, Loulé e Souselas e as de argamassas de Alhandra e da Maia), 10 na Turquia, cinco em África e cinco terminais de outras regiões, sobretudo na Europa.

A primeira fase será implementada em seis países ainda este ano, nomeadamente Portugal, e vai garantir uma rastreabilidade dos equipamentos a nível internacional. Em 2026, está prevista uma expansão para as operações na China e em Taiwan, perfazendo um total de 14 países envolvidos.

Em causa está um sistema informático na cloud (‘nuvem’) concebido para a indústria pesada, segundo a subsidiária da taiwanesa TCC Group Holdings.

 

“A Cimpor Global investiu aproximadamente 800 milhões de euros nos últimos cinco anos, a nível global, em inovação, projetos de integração global, materiais de construção mais sustentáveis, energias renováveis e soluções baseadas em I&D”, recordou o diretor tecnológico da Cimpor, adiantando que a decisão de avançar com esta parceria aconteceu após dois anos de análise em detalhe a várias soluções de IoT (Internet das Coisas) e 5G.

Berkan Fidan diz que, nos próximos anos, a empresa planeia alocar cerca de 35% da rentabilidade anual a investimentos “em digitalização industrial, transição para energias verdes, descarbonização e processos e produtos de nova geração com baixo teor de carbono.”

“Recorremos à nossa extensa base de dados industriais, construída ao longo dos últimos cinco anos, às nossas capacidades analíticas de processamento de dados, registos de manutenção e avarias, bem como à nossa experiência em manutenção preventiva”, contou ainda.

A Cimpor tem uma rede de produção em Portugal que inclui três centros de produção de cimento integrados, duas unidades de moagem, 43 centrais de betão pronto e 17 pedreiras.

Hoje não nos limitamos a produzir cimento; estamos a construir as cidades do futuro, a fortalecer infraestruturas e a criar um mundo mais sustentável. Mantemos a nossa missão de liderar a transformação da indústria cimenteira nos mercados globais, focando-nos na inovação, sustentabilidade e parcerias estratégicas”, comentou o presidente do conselho de administração da Cimpor, Suat Çalbiyik, a propósito deste contrato com a Fizix.

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