Trump ameaça vinho português com tarifas de 200%. Exportações para EUA valem mais de 100 milhões
As bebidas alcoólicas são novo alvo das taxas aduaneiras da administração norte-americana. EUA são o 2º maior mercado de exportação para os vinhos portugueses: valeram 102,1 milhões de euros em 2024.
O vinho português está na mira das tarifas norte-americanas. Donald Trump ameaçou esta quinta-feira avançar com taxas aduaneiras de 200% sobre “todos os vinhos, champanhe e produtos alcoólicos”. Uma medida que afetará diretamente o setor vinícola português, que tem nos EUA o segundo maior mercado de exportação.
“A União Europeia, uma das autoridades fiscais e tarifárias mais hostis e abusivas do mundo, que foi formada com o único propósito de tirar vantagem dos Estados Unidos, acaba de impor uma desagradável tarifa de 50% sobre o whisky. Se esta tarifa não for removida imediatamente, os EUA em breve colocarão uma tarifa de 200% sobre todos os vinhos, champanhes e produtos alcoólicos que saem de França e de outros países da UE“, anunciou Trump na rede social Truth Social.
De acordo com dados da ViniPortugal, os EUA reforçaram no ano passado a posição de segundo maior mercado de exportação para os vinhos portugueses, com um crescimento de 2%, atingindo 102,1 milhões de euros. França manteve-se como o principal destino.
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Na mesma publicação, o presidente dos EUA destacou que, a confirmarem-se, estas novas tarifas são “ótimas para os negócios de vinho e champanhe nos EUA”.
Este é mais um episódio na guerra das tarifas, na semana em que entraram em vigor as novas tarifas sobre o aço e o alumínio, com Donald Trump a continuar a ameaçar com novas taxas aduaneiras sobre outros grupos de produtos e regiões.
A União Europeia anunciou esta quarta-feira um pacote de contramedidas no valor de 26 mil milhões de euros sobre produtos importados dos EUA, como whisky bourbon, motas e barcos, em resposta direta às tarifas de 25% sobre o aço e alumínio europeus impostas pela Administração Trump que já entraram em vigor e que terão um impacto de cerca de 28 mil milhões de euros.
As contramedidas reveladas pela Comissão Europeia surgem após semanas de negociações infrutíferas de Bruxelas com Washington. Maroš Šefčovič, comissário europeu do Comércio, reuniu-se em meados de fevereiro com três membros da Administração norte-americana para tentar encontrar uma solução para esta “guerra comercial” transatlântica, que não teve frutos.
Também o Canadá avançou com medidas retaliatórias contras as tarifas norte-americanas. Toronto vai avançar com taxas aduaneiras de 25% sobre importações de bens dos EUA, que incluem produtos de aço e alumínio, no valor de 20,1 mil milhões de dólares, anunciou o ministro das Finanças canadiano.
Além do aço e alumínio, as tarifas impostas pelo Canadá visam ainda importações de milhares de milhões de bens dos EUA como computadores, equipamento desportivo e produtos de ferro fundido.
(Notícia atualizada às 13:35)
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