Generali cresce receitas em 15% mas mantém resultados

  • ECO Seguros
  • 16:04

A companhia italiana está quase a atingir os 100 mil milhões de receitas mundiais e apostada em dar um rendimento aos acionistas maior que 10% ao ano. Em Portugal subiu receitas e lucros.

Os prémios brutos de seguros emitidos pelo Grupo Generali a nível global aumentaram 14,9% para 95,2 mil milhões de euros em 2024, através do crescimento de 19,2% no ramo Vida e 7,7% em Não Vida ou P&C (Property & Casualty), anunciou a seguradora esta sexta-feira.

Será em Triste, na sede da Generali, que a administração do CEO Donnet se vai comprometer com dividendos superiores a 10% nos próximos três anos.

O volume de negócios foi obtido em quase 50% através de produtos poupança, de pensões e unit linked, cerca de 28% pelos ramos Não Vida e 20% por seguros de vida risco, seguros de saúde e acidentes. Agregando, o ramo Vida continua a significar cerca de dois terços dos prémios da Generali e Não Vida 35%.

Os resultados operacionais cresceram 8,2% em relação a 2023 para 7,3 mil milhões de euros, como resultado das entradas líquidas positivas (novas receitas – amortizações no ramo Vida), pelo aumento de preços nos prémios em Não Vida principalmente em clientes comércio e pequenas e médias empresas (PME), e com a Gestão de Ativos e Fortunas a contribuir com 16% desses lucros.

No entanto, o valor de lucro líquido de 3.724 milhões de euros foi inferior em 0,6% ao do ano anterior. Ainda assim, o dividendo a propor pela administração na próxima assembleia geral de 24 de abril em Triste será de 1,43 euros por ação, mais 11,7% que há um ano, enquadrando-se no compromisso do plano estratégico “Lifetime Partner 27: Driving Excellence”, em que se pretende dividendo médio para o acionista superior a 10% do capital investido entre 2024 e 2027.

O capital próprio atingiu 30.389 milhões de euros, um valor 5% acima, enquanto os ativos sob gestão em todo o grupo cresceram para 830 mil milhões de euros, uma subida de 31,6% devido a entradas líquidas positivas do ramo Vida e à consolidação da Conning Holdings Limited, uma aquisição recente na área da gestão de ativos.

O rácio de solvência II SCR – cujo valor mínimo aceitável é 100% – desceu de 220% para 210% devido essencialmente à compra da Liberty na Europa e ao programa de recompra de ações no valor de 500 milhões de euros terminado em 2024.

O rácio combinado (CoR) – que acima de 100% significa prejuízo técnico e abaixo lucro – permaneceu nos 94%, embora tenha melhorado para o CoR descontado (valor de responsabilidades futuras atualizadas para este ano) de 96,7% em 2023 para 95,9% no ano passado. Ainda o CoR atricional, não refletindo os eventos catastróficos, foi 92,3%, um valor 0,7% mais baixo que um ano antes. Os tumultos na Nova Caledónia e na Martinica causaram 75 milhões de euros, num total de perdas causadas por humanos de 405 milhões de euros.

Em Portugal, o rácio combinado Não Vida foi (CoR) de 97,1%, de 95,9% no CoR descontado (se atualizadas valores de pagamentos futuros) e também 97,1% no CoR de Atito, uma vez que a seguradora não sofreu eventos considerados catastróficos. “A melhoria deveu-se, este ano, a um saudável CoR de atrito nos ramos Não Automóvel”, refere a Generali.

Ainda para Portugal, o relatório da Generali SpA refere que os prémios cresceram a dois dígitos em Vida e Não Vida tendo a Liberty contribuído com 210 milhões de euros de receitas. O país conseguiu entradas líquidas de 71 milhões de euros no ramo Vida, enquanto em 2023 tinha tido perdas líquidas (diferença negativa entre entradas de prémios Vida e amortizações de produtos Vida) de 25 milhões de euros.

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