Bancos americanos brilham apesar dos ventos contrários
Morgan Stanley, JPMorgan e Wells Fargo desafiam a volatilidade das bolsas ao apresentarem resultados acima das expectativas dos analistas, provando com isso a força do setor.
Os gigantes da banca norte-americana Morgan Stanley, JPMorgan Chase e Wells Fargo apresentaram esta sexta-feira os resultados do primeiro trimestre, que espelharam números acima das estimativas dos analistas, apesar do contexto económico marcado por incertezas crescentes devido à política comercial da Administração Trump.
O Morgan Stanley fechou os primeiros três meses do ano com receitas líquidas de 17,7 mil milhões de dólares, superando em quase 7% os 16,56 mil milhões de dólares antecipados pelos analistas; um lucro por ação de 2,60 dólares, 18% acima da estimativa de 2,20 dólares; e apresentou uma taxa de rendibilidade sobre os capitais próprios de 17,4% (face aos 14,5% de há um ano).
Comparativamente ao período homólogo, as receitas cresceram 17,2%, enquanto o lucro líquido aumentou cerca de 26% para 4,3 mil milhões de dólares.
Segundo o comunicado do banco, este desempenho foi particularmente impulsionado pela divisão de “Institutional Securities”, que alcançou receitas recorde de 9 mil milhões de dólares. “Os resultados demonstram a execução consistente da nossa estratégia para impulsionar um crescimento sustentável em toda a nossa presença global”, destaca Ted Pick, CEO do banco, em comunicado.
Apesar das tensões geopolíticas e comerciais que aumentaram a volatilidade do mercado, os nossos resultados mostram a força subjacente dos nossos negócios.
Já o JPMorgan Chase, que anunciou um aumento de 12% do dividendo, reportou receitas de 46 mil milhões de dólares (que compara com uma previsão dos analistas de 44,39 mil milhões), lucros por ação de 5,07 dólares — 10% acima dos 4,61% esperados pelos analistas — e uma taxa de retorno sobre os capitais próprios de 18% (um ponto percentual acima da taxa registada há um ano).
O lucro líquido do banco liderado por Jamie Dimon alcançou os 14,6 mil milhões, um aumento homólogo de 9%, com destaque para o crescimento das receitas dos mercados financeiros (mais 21% face aos números de há um ano), com recordes na área de ações (mais 48%).
“Apesar das tensões geopolíticas e comerciais que aumentaram a volatilidade do mercado, os nossos resultados mostram a força subjacente dos nossos negócios”, sublinha Jamie Dimon em comunicado, que destaca ainda a posição significativa de 1,5 biliões de dólares do banco em liquidez (caixa e ativos líquidos)
Igualmente positivos foram os resultados do primeiro trimestre do Wells Fargo, que também esta sexta-feira apresentou lucros por ação de 1,39 dólares, com os lucros líquidos a subirem para 4,9 mil milhões — um aumento homólogo de 6%.
Apesar da ligeira queda nas receitas (-3%), as contas do banco revelam que a operação beneficiou da redução das despesas operacionais (-3%) e das provisões para perdas com crédito (-24% face ao trimestre anterior). “Os resultados refletem o nosso compromisso em construir uma instituição financeira mais eficiente e respeitada”, destaca Charlie Scharf, CEO do Wells Fargo, em comunicado
Os resultados destes três bancos norte-americanos com forte expressão na maior economia do mundo demonstram a capacidade do setor financeiro norte-americano em adaptar-se às condições macroeconómicas desafiantes. Contudo, os alertas sobre o impacto potencial das políticas comerciais protecionistas e o risco crescente de recessão permanecem no horizonte.
Aliás, ainda esta sexta-feira, Larry Fink, CEO da BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo, salientou que a economia dos EUA está a enfraquecer. “Estamos muito perto, se não mesmo de uma recessão”, referiu Larry Fink no programa “Squawk on the Street”, na CNBC.
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