Ouro e franco suíço disparam à velocidade a que o dólar afunda
As políticas de Trump estão a potenciar a incerteza, levando o ouro e o franco suíço para máximos históricos, enquanto o dólar perde força e afunda para mínimos de três anos contra o euro.
Os mercados enfrentam uma nova onda de turbulência, com os investidores a procurarem refúgio no ouro e no franco suíço. A imposição de tarifas comerciais agressivas por Donald Trump está a gerar incerteza económica e geopolítica, levando a uma valorização expressiva destes ativos que têm sido vistos como um refúgio e, ao mesmo tempo, a atirar o dólar para mínimos históricos.
O ouro voltou a atingir novos máximos históricos nos últimos dias. Na última semana, os contratos futuros do metal precioso chegaram aos 3.241,50 dólares por onça, superando o recorde anterior de 3.201,60 dólares registado no início do mês. Só esta sexta-feira está a subir 1,35% até aos 3.216,79 dólares, depois de no dia anterior ter valorizado quase 3%.
Desde o início do ano, o ouro já valorizou mais de 22,6%, refletindo a crescente procura por parte de investidores que procuram proteção contra os riscos económicos e cambiais associados à guerra comercial entre os EUA e a China.
O franco suíço também tem registado ganhos notáveis, consolidando-se como uma das moedas mais procuradas em tempos de incerteza. Em apenas dois meses, o franco suíço apreciou-se cerca de 12,4% face à moeda norte-americana, passando de 1,09 para 1,22 dólares americanos, estando atualmente em máximos de setembro de 2011.
Só esta quinta-feira registou uma valorização de 4,2%, a maior subida diária desde 15 de janeiro de 2015. e esta sexta-feira sobe novamente 1,4%. Esta valorização reflete a fuga dos investidores para ativos considerados estáveis perante o aumento das tensões comerciais globais.
Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.
Relativamente ao euro, a moeda suíça mantém-se estável, negociando nos 1,08 euros por cada unidade de franco suíço, que se traduz numa valorização de 1% face à moeda única desde o arranque o ano, reforçando a posição do franco suíço como uma das moedas mais fortes no cenário internacional.
A origem desta corrida aos ativos de refúgio está na política comercial agressiva da administração Trump, marcada por uma subida generalizada e cega das tarifas sobre importações – que, entretanto, teve uma pausa de 90 dias para avaliação –, e que gerou retaliações por parte da China e da União Europeia, aumentando os receios de uma recessão global.
Além disso, as tarifas estão a pressionar o dólar e as ações norte-americanas. O índice S&P 500 acumula perdas superiores a 10% este ano, enquanto o dólar acumula uma perda superior a 8,3% face a um cabaz de seis moedas em apenas dois meses.
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Só contra a moeda única, o dólar acumula uma desvalorização de 10% desde 10 de fevereiro, sendo que na quinta-feira perdeu 2,21% e esta sexta-feira está a perder 2,37%, contabilizando assim a maior queda diária desde 18 de março de 2015. Esta perda de valor da moeda verde nos mercados internacionais nos últimos dias está a atirar o dólar para em mínimos de três anos contra a moeda única, com uma unidade de dólar a ser atualmente trocada por 0,8777 euros.
Os analistas preveem que tanto o ouro quanto o franco suíço continuem a beneficiar deste clima de incerteza. O ouro poderá atingir novos máximos até ao final do ano caso as tensões comerciais persistam ou se agravem, vaticinam os especialistas. Já o franco suíço deverá manter-se forte enquanto os mercados globais permanecerem voláteis.
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