Cuatrecasas enfrenta processo de 213 milhões em tribunal pela venda do campus do Santander
A gestora de investimentos Edgeworth Capital, do magnata britânico Robert Tchenguiz, recorreu à justiça por uma alegada conduta negligente da sociedade durante a venda da sede corporativa do banco.
A sociedade de advogados Cuatrecasas enfrenta um processo judicial no valor de 213 milhões de euros referente à venda da sede corporativa do Santander. A gestora de investimentos luxemburguesa, Edgeworth Capital, do empreendedor britânico Robert Tchenguiz, deu entrada no Tribunal Superior de Justiça de Inglaterra e do País de Gales com uma ação contra a Cuatrecasas por alegada conduta “negligente” durante o processo de venda da Ciudad Financiera do banco espanhol.
O magnata do imobiliário reclama mais de 200 milhões de euros, porque considera que perdeu dinheiro com o negócio, de acordo com o jornal espanhol Expansión. Por sua vez, a Cuatrecasas rejeita as acusações e pede que o processo troque o Reino Unido por Espanha. “Não há qualquer relação entre a intervenção da empresa e os factos que levaram ao dano anunciado”.
O caso remonta ao período pré-pandemia e diz respeito ao campus empresarial do Banco Santander, que se localiza no município madrileno de Boadilla del Monte, no sudoeste da capital de Espanha. Em outubro de 2019, um tribunal de Madrid aprovou a recompra da Cidade Financeira pelo Banco Santander, depois de ter negado aos recursos contra a operação interpostos pelos então proprietários, a Marme Inversiones.
A Marme Inversiones era dona da ‘cidade financeira’ do Santander desde 2008, mas acabou por se tornar insolvente seis anos mais tarde na sequência da crise financeira causada pelo colapso do Lehman Brothers. O Santander acabou por ficar com o passivo líquido do fluxo de caixa desta empresa, além de adquirir o ativo principal.
Antes disso, ainda na primavera de 2019, o investidor Robert Tchenguiz – britânico de origem iraniana – era um dos interessados na cidade financeira e aliou-se à Sorlinda Investments para apresentar uma oferta em leilão. A operação de venda acabou por ser concluída em junho de 2019, tendo um mês mais tarde sido realizado o trespasse para a instituição financeira liderada por Ana Botín por três mil milhões de euros.
Agora, a Edgeworth Capital – de Robert Tchenguiz – alega que a assessora Cuatrecasas agiu com negligência e violou o contrato de arrendamento em relação à venda do imóvel, segundo o processo a que a agência noticiosa Efe teve acesso. Ou seja, segundo a Edgeworth Capital, se os advogados tivessem prestado melhor apoio legal, até à data da transação, Robert Tchenguiz não teria perdido a oportunidade de negociar um preço de venda mais alto ou reter um ativo de valor superior ao preço de venda (e ao que considerava justo).
Robert Tchenguiz terá pagado à Cuatrecasas cerca de um milhão de euros pelos serviços de advocacia. Quanto a este processo, é a firma Withers que o está a representar, enquanto a Cuatrecasas socorre-se na Kennedy Law.
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