Clara Moura Guedes: “Acho que na liderança é preciso um pouco de loucura”
De uma multinacional de cosmética ao mundo agropecuário: o percurso improvável de Clara Moura Guedes, CEO do Monte do Pasto.
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Quando Clara Moura Guedes chegou ao Monte do Pasto, em 2014, encontrou uma empresa agropecuária em profunda crise, com uma dívida de milhões de euros e uma história recente de instabilidade. Onze anos depois, a realidade do Monte do Pasto é outra: a empresa fatura milhões e exporta 90% da sua produção. O caminho não foi linear, e a forma como Clara Moura Guedes lidera revela muito sobre o seu percurso e sobre a visão que tem para o futuro.
Licenciada em Administração e Gestão de Empresas, Clara Moura Guedes nunca planeou entrar no setor agrícola. No podcast E Se Corre Bem?, assume que o seu percurso foi feito de desafios inesperados. “Acho que é difícil planear uma vida profissional e as coisas vão acontecendo. Pelo menos comigo foi assim. E os desafios foram surgindo — e eu gosto de desafios”, afirma.

Começou por trabalhar na área financeira, mas não se identificou. “Fiquei traumatizada”, conta com humor. Pouco depois, entrou na L’Oréal, onde passou seis anos e ascendeu rapidamente.
Ao longo da conversa, Clara Moura Guedes reflete sobre a instabilidade que hoje marca os percursos profissionais, principalmente entre os mais jovens. “Estava a fazer recrutamento e impressiona-me ver currículos com um ano aqui, dois anos ali. Há pouco retorno nas funções. Acho que os portugueses são mal pagos.” Ainda assim, acredita que é possível criar contextos em que as pessoas se sintam motivadas — e é isso que procura fazer no Monte do Pasto.
"Acho que as mulheres têm um tipo de liderança um bocadinho diferente. Mais intuitiva, com alguma sensibilidade e mais emocional”
Clara Moura Guedes acredita que a gestão faz mais diferença do que o produto. “Quando estava na L’Oréal achava que os produtos eram tudo. Hoje não. Acho que a gestão é que muda uma empresa.” Por isso, assim que chegou, tomou uma decisão simbólica, mas importante: mudou o nome da empresa ao fim de 15 dias. “Achei que mudar o nome marcava uma nova etapa e era esse o meu objetivo.”
Sobre o seu estilo de liderança, diz preferir correr riscos a ficar paralisada. “Acho que na liderança é preciso um pouco de loucura e, sobretudo, estar disposto a correr riscos. Senão, além de não ter graça nenhuma, também será difícil conseguir alguma coisa.”
Enquanto mulher num setor ainda muito masculino, Clara Moura Guedes nota diferenças no estilo de liderança. “Acho que as mulheres têm um tipo de liderança um bocadinho diferente. Mais intuitiva, com alguma sensibilidade e mais emocional.” E considera que ainda faltam mulheres em cargos de decisão.
Quanto ao futuro, Clara Moura Guedes quer aumentar a implantação geográfica da empresa e diversificar os produtos. “Estamos a lançar uma gama de charcutaria de carne bovina, não de porco, que acreditamos que vai ter um potencial enorme nos nossos mercados de exportação.”
E se algo não correr como previsto? “Tenta-se ir para outro caminho.”
Este podcast está disponível no Spotify e na Apple Podcasts. Uma iniciativa do ECO, na qual Diogo Agostinho, COO do ECO, procura trazer histórias que inspirem pessoas a arriscar, a terem a coragem de tomar decisões e acreditarem nas suas capacidades. Com o apoio do Doutor Finanças e da Nissan.
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