‘Buraco’ no SNS aumenta para 465 milhões de euros. Custos com pessoal sobem 13,6%
O défice do Serviço Nacional de Saúde quase duplicou até maio face ao mês anterior e representou uma deterioração de 312,4 milhões em comparação com o período homólogo.
O buraco nas contas públicas do Serviço Nacional de Saúde aumentou para 464,8 milhões de euros até maio, quase duplicando face ao défice de 287,6 milhões registado no mês anterior. E representou uma deterioração do saldo de 312,4 milhões de euros em relação ao período homólogo, segundo a síntese de execução orçamental, divulgada esta segunda-feira pela Entidade Orçamental (EO). Custos com pessoal subiram 13,6%.
“Em maio, o saldo do SNS situou-se em -464,8 milhões de euros, representando uma deterioração de 312,4 milhões de euros face ao período homólogo“, de acordo com o mesmo relatório.
O saldo negativo resulta de um um aumento da despesa, de 9,4%, para 6.593,8 milhões de euros, superior ao crescimento da receita, em 4,3%, que se fixou em 6.129 milhões de euros. A EO assinala o agravamento dos custos com pessoal, em 13,6%, para 3.014,7 milhões de euros.
“O aumento das despesas com pessoal reflete, entre outras, a execução das seguintes medidas:
- valorizações remuneratórias aplicadas aos trabalhadores em funções públicas;
- incentivos às equipas das Unidades de Saúde Familiar (USF) modelo B;
- alteração da estrutura remuneratória das carreiras especiais médica, de enfermagem e farmacêutica;
- nova carreira especial de Técnico Auxiliar de Saúde;
- e atribuição de um suplemento remuneratório aos médicos para assegurar o funcionamento dos serviços de urgência”.
Nos fornecimentos e serviços externos, o aumento da despesa em 5,6%, para 3.380,1 milhões de euros, é resultado, em grande medida, do aumento da despesa com: produtos vendidos em farmácias (9,7%), indicando um aumento de prescrições na medicação; e encargos com serviços especializados (13,6%), que incluem os encargos com prestadores de serviços médicos e de enfermagem para assegurar o serviço de urgência, os cuidados de saúde primários e a resposta à atividade assistencial”, segundo a Entidade Orçamental.
Já o crescimento de 4,3% da receita resultou, essencialmente, do aumento das transferências do Orçamento do Estado (5,1%), conclui o mesmo relatório.
As contas públicas, no seu todo, registaram um excedente de 597,2 milhões de euros, em maio, à boleia dos impostos, designadamente da diminuição dos reembolsos do IRS e do IVA, segundo a síntese da execução orçamental de maio. Isto significa uma subida de mais de quatro vezes mais em relação ao saldo do mês passado, de 134,8 milhões, e uma melhoria de 3.095 milhões de euros face ao período homólogo.
“O saldo global das Administrações Públicas (AP) registou, até maio de 2025, um excedente de 597,2 milhões de euros, o que representa uma melhoria de 3095 milhões de euros face ao período homólogo (que apresentou um défice de 2497,8 milhões de euros), justificado por um incremento da receita (12,3%) superior ao da despesa (4,5%)”, lê-se na mesma publicação.
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