Exclusivo Biorce levanta cinco milhões para acelerar expansão nos EUA
EUA representa 10% das receitas da health tech de ensaios clínicos por IA, mas num ano poderá vir a representar 70%, diz Pedro Coelho, CEO da empresa, que está a recrutar.

A Biorce, health tech que usa inteligência artificial (IA) para acelerar ensaios clínicos, acaba de levantar cinco milhões de euros para dar músculo à sua expansão nos Estados Unidos. Com esta operação, eleva-se para mais de dez milhões o capital da startup fundada por portugueses e sedeada em Barcelona.
A entrada nos Estados Unidos já estava nos planos da healthtech em novembro passado, altura em que tinha acabado de levantar 3,5 milhões de euros em capital.
“Acabámos de abrir o nosso escritório nos Estados Unidos e planeamos crescer a nossa equipa americana para dez pessoas ainda em 2025”, adianta Pedro Coelho, ao ECO. “Os nossos objetivos nos Estados Unidos são de estabelecer uma forte presença, criar notoriedade de marca e posicionar a Biorce como a companhia de escolha no que que toca aos ensaios clínicos através de IA”, diz CEO e cofundador da Biorce, juntamente com Clara Bernardes (chief scientific officer), Diogo Pisoeiro (chief product officer) e José Faria (CTO).
Acabamos de abrir o nosso escritório nos Estados Unidos e planeamos crescer a nossa equipa americana para dez pessoas ainda em 2025. (…) Os nossos objetivos nos Estados Unidos são de estabelecer uma forte presença, criar notoriedade de marca e posicionar a Biorce como a companhia de escolha no que que toca aos ensaios clínicos através de IA.
A ronda foi liderada pela Norrsken VC, o maior fundo de impacto europeu. “Investimos na Biorce porque estão a revelar um impacto real numa indústria que precisa urgentemente de inovação. A sua plataforma de IA está a ajudar farmacêuticas, biotech e CRO [empresas que prestam serviços de pesquisa clínica a outras empresas] a agilizar os seus ensaios clínicos — reduzindo custos, atrasos e a melhorar a taxa de sucesso”, justifica Tove Larsson, general partner do fundo, ao ECO.
“Com o mercado de ensaios clínicos pronto para um crescimento massivo e a forte tração e expansão da Biorce, acreditamos que a empresa está perfeitamente posicionada para se tornar um ator-chave no futuro do desenvolvimento de medicamentos. É uma solução escalável com claro valor comercial e impacto significativo nos pacientes”, destaca a responsável.
Mercado em crescimento
Estima-se que o mercado dos ensaios clínicos cresça de 84 mil milhões de dólares em 2024, para 150 mil milhões até 2034, segundo números partilhados pela empresa. Soluções de IA, como a Jarvis da Biorce, poderão desbloquear entre 13 a 25 mil milhões de valor para a indústria reduzindo entre 30-50% alterações dos ensaios e acelerando as melhorias de protocolo em 25%.
Acelerar os ensaios clínicos significa que, mais rapidamente, novos medicamentos ou procedimentos médicos chegam ao mercado. Mas, segundo os dados partilhados pela empresa, 70% dos ensaios registam atrasos, seis em dez ensaios obrigam a alterações nos procedimentos, com custos que rondam em média 250-450 mil dólares.
“Contamos atualmente com dezenas de clientes e nossa receita atingiu sete dígitos, com a ambição de chegar a oito dígitos em 2025. O nosso mercado mais relevante são os EUA, para onde estamos a mudar o nosso foco”, adianta Pedro Coelho.
Um mercado onde a Biorce, que hoje tem escritórios em Lisboa e Londres, deposita grandes expectativas. Hoje os EUA representam “apenas 10% da receita”, mas “esperamos que esse número cresça significativamente e chegue a 70% nos próximos 12 meses“, aponta o CEO da Biorce.
“Vamos lançar no final do ano um novo produto para dar maior robustez à nossa oferta no mercado”, adianta sem mais detalhes.
Uma aposta que vai passar igualmente pelo crescimento da equipa. “Hoje somos mais de 30 colaboradores, e queremos chegar aos 50 até ao final de 2025. Estamos a recrutar ativamente na área de engenharia, produto, ciência e comercial. Estamos interessados em engenheiros de IA de excelência, developers, os melhores cientistas e profissionais de vendas, que estejam familiarizados com ensaios clínicos”, detalha Pedro Coelho.
MSM (Maze), YZR, os investidores na ronda anterior, e a Norrsken são os principais acionistas da Biorce.
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