BCE prepara pausa em julho e deixa apenas um corte dos juros no horizonte para este ano
Todos os 84 analistas consultados num inquérito da Reuters esperam que o Banco Central Europeu mantenha a taxa de depósitos nos 2% na reunião de julho e 58% preveem só uma descida das taxas este ano.
Raramente a unanimidade é alcançada em economia. Mas, desta vez, todos os 84 economistas consultados pela Reuters num inquérito concordam numa previsão: o Banco Central Europeu (BCE) irá manter inalterada a taxa de depósitos nos 2% na próxima reunião de política monetária, marcada para 23 e 24 de julho. A confirmar-se esta previsão, será a primeira pausa no ciclo de sete cortes consecutivos de taxas iniciado em setembro pela instituição liderada por Christine Lagarde.
Apesar da expectativa de manutenção das taxas de juro na próxima reunião, os analistas não fecham a porta a novos estímulos monetários por parte do BCE. Mais de metade dos economistas inquiridos — 58,3% do total, ou seja, 49 em 84 — antecipam que o BCE efetue mais um corte de 25 pontos base ainda este ano, levando a taxa de depósitos para 1,75%.
Com a taxa de depósitos atualmente nos 2%, o BCE encontra-se no meio do intervalo que considera “neutro” – entre 1,75% e 2,25% – onde as taxas nem restringem nem estimulam excessivamente a economia. Esta posição dá ao banco central alguma flexibilidade para responder a desenvolvimentos económicos, mas também sugere que a margem para cortes adicionais está a diminuir.
Os mercados descontam atualmente apenas mais um corte de 25 pontos base até ao final do ano, seguido de um período de estabilidade antes de eventuais subidas no final de 2026. Esta perspetiva reflete a expectativa de que o BCE tenha quase completado o seu ciclo de flexibilização monetária, pelo menos no horizonte temporal imediato.
O inquérito da Reuters revela também as expectativas dos economistas para o crescimento da economia europeia nos próximos anos, com os especialistas a apontarem para uma expansão de 1% em 2025, seguida de 1,2% em 2026 do PIB da área do euro, números que representam uma ligeira revisão em alta face às estimativas anteriores de 1% e 1,1% respetivamente, divulgadas no inquérito de junho.
Estas previsões, embora moderadamente mais otimistas, continuam a espelhar a realidade de uma economia que luta para ganhar tração. A Zona Euro tem registado um crescimento anémico, com a Alemanha (a maior economia do bloco) a estagnar no primeiro trimestre do ano, enquanto outras economias como França e Itália apresentam expansões modestas.
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