Utilização de empréstimos do PRR excedeu a meta anual das Finanças, estima UTAO
UTAO alerta para atrasos na execução do PRR no ano passado, mas que utilização de empréstimos superou em 54% a previsão anual. Técnicos pedem mais dados sobre a componente de habitação no plano.
A implementação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) continuou a registar atrasos em 2024, mas a utilização da componente de empréstimos excedeu o programado pelas Finanças para o ano passado, conclui a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO). No relatório de análise à Conta Geral do Estado de 2024, os técnicos estimam que a habitação representou um quinto da despesa, mas apelam à divulgação mais detalhada das medidas.
A unidade que presta apoio aos deputados assinala que no ano passado, em contabilidade nacional, a despesa financiada por fontes comunitárias representou apenas 63% do programado pelo Ministério das Finanças, com o desvio mais significativo a ocorrer na componente do investimento.
Porém, apesar da subexecução global, os técnicos da UTAO estimam que o recurso à componente de empréstimos, para financiamento da despesa superou a previsão anual 54%, o correspondente a 167 milhões de euros. Estes versaram sobretudo no apoios às empresas na transição climática e digital (IAPMEI), política de habitação (IHRU) e investimento nas Administrações Públicas (AP), na componente habitacional, em investimentos militares e investimentos incorpóreos da Infraestruturas de Portugal.
No relatório entregue na terça-feira no Parlamento, destacam ainda que a despesa do PRR concentrou-se “na componente de capital consistindo, maioritariamente, em transferências para apoiar as empresas nas transições climática e digital e para a Administração Local, para implementação da componente de habitação desse plano”.
Os técnicos estimam que a despesa destinada à execução da componente de habitação do PRR representou, no ano passado, cerca de um quinto da despesa total do PRR. De acordo com a análise, o impacto estimado é de 559 milhões de euros em contas nacionais, representando 29% da despesa de capital e 21% da despesa total.
“A informação sobre a implementação da componente de habitação do PRR encontra-se muito dispersa na execução orçamental”, alerta UTAO.
No entanto, apelam à divulgação de informação que permita apurar o impacto individualizado de cada uma das medidas que compõem a componente de habitação do PRR.
“A informação sobre a implementação da componente de habitação do PRR encontra-se muito dispersa na execução orçamental e a estimativa da UTAO foi apurada de forma indireta, uma vez que não é possível apurar o impacto individual de cada uma das medidas”, argumentam.
Neste sentido, justificando tratar-se de um tema com relevância social, apelam “a uma divulgação mais detalhada da componente habitação do PRR”.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Utilização de empréstimos do PRR excedeu a meta anual das Finanças, estima UTAO
{{ noCommentsLabel }}