Governo não vai divulgar relatório sobre pensões antecipadas
Peritos tinham até final de julho para apresentar relatório de progresso, nomeadamente, sobre reavaliação das reformas antecipadas. Governo diz que não está prevista divulgação.
O Governo não vai tornar público o relatório de progresso preparado pelo grupo de peritos criado para “propor medidas tendentes à reforma da Segurança Social“. Os especialistas tinham até ao final de julho para entregar uma primeira análise, nomeadamente, às pensões antecipadas, mas o Ministério do Trabalho adianta agora ao ECO que não está prevista a sua divulgação.
“O relatório intercalar é um documento de análise interna que, após apresentação ao Governo, integra os trabalhos preparatórios que conduzem ao relatório final, não estando, por isso, prevista a sua divulgação”, indica fonte oficial da tutela ao ECO.
O último Governo de António Costa “encomendou” uma análise a um conjunto de especialistas sobre a sustentabilidade do sistema previdencial, mas a atual ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, criticou esse estudo, considerando-o muito limitado.
Por isso, decidiu criar um novo grupo de trabalho para avaliar o sistema e fazer recomendações, nomeadamente, sobre o regime das pensões antecipadas, a taxa contributiva, os regimes complementares e de capitalização e a reforma a tempo parcial.
O grupo iniciou funções a 30 de janeiro, estando previsto, no despacho que o criou, que, no prazo de seis meses, os peritos deveriam apresentar um relatório de progresso sobre três tópicos: os regimes complementares e de capitalização, a reforma parcial e as reformas antecipadas.
Em julho, o ECO questionou o Ministério do Trabalho, que indicou que o relatório ainda não tinha sido entregue a Palma Ramalho. Já nessa altura, o Governo não dava por garantida a apresentação pública da análise, dizendo: “encontra-se efetivamente prevista a apresentação de um relatório intercalar que será, primeiro que tudo, de análise interna do Governo“.
Já esta quarta-feira, o ECO voltou a questionar a tutela — uma vez que o prazo para a entrega da análise já terminou — e, desta vez, a resposta do Governo não deixa dúvidas: não está mesmo prevista a divulgação deste relatório.
Este relatório é particularmente pertinente por abordar um tema que tem gerado polémica: as reformas antecipadas.
No início do ano, a ministra do Trabalho anunciou a reavaliação deste regime, sendo que o próprio livro verde que resultou do grupo de trabalho montando pelo Governo de António Costa também já tinha proposto, nomeadamente, acabar com a possibilidade de acesso à reforma antecipada partir dos 57 anos para quem ficou no desemprego aos 52 anos ou mais, e indexar a idade da reforma antecipada à idade normal de acesso à pensão.
Já o relatório final deverá ser apresentado até ao final de janeiro do próximo ano, e deverá conter “propostas e recomendações, incluindo um plano de execução, indicadores de desempenho e metas específicas para o curto, médio e longo prazo“.
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