CTT suspendem envio de encomendas para os Estados Unidos
Restrição abrange transporte de remessas postais com bens para os EUA em todos os produtos de correio, encomenda de serviço universal e encomenda expresso Internacional a partir de terça-feira.
Os CTT – Correios de Portugal anunciaram esta segunda-feira que vão suspender temporariamente o envio de encomendas para os Estados Unidos e Porto Rico devido às tarifas que entram em vigor esta semana e têm impacto no negócio do operador postal. A suspensão tem início esta terça-feira, dia 26 de agosto.
“Apesar do curto período entre o anúncio da ordem executiva e o início do novo regime, estão a ser envidados todos os esforços por parte dos CTT para implementar as alterações necessárias ao garante da prestação do serviço de envio postal de bens para os Estados Unidos em todas as modalidades de envio. A suspensão irá durar o tempo estritamente necessário para a implementação destas alterações”, explica a empresa liderada por João Bento.
Em causa está o fim do regime de minimis (isenção taxas alfandegárias para mercadorias importadas), que levou várias empresas de correios a restringir o transporte de remessas em todos os produtos de correio, encomenda de serviço universal e encomenda expresso Internacional.
“Esta alteração afeta diretamente os fluxos postais internacionais e obriga os expedidores a pagar os direitos aduaneiros antes do transporte para os Estados Unidos. Os detalhes dos novos requisitos ainda não estão totalmente esclarecidos pelas autoridades alfandegárias dos Estados Unidos e exigirão adaptações operacionais por parte das empresas postais a nível mundial”, reconhecem os CTT, sem revelarem o impacto da decisão.
O envio de remessas de bens para os Estados Unidos pode continuar a ser assegurado através do produto internacional Premium, para clientes contratuais da CTT Expresso, que permite envios até 30 kg com recolha e entrega à escolha, sob pagamento dos destinatários.
A partir de sexta-feira, os Estados Unidos vão passar a cobrar taxas alfandegárias de entre 80 e 200 dólares por cada artigo (importações de mercadorias) com valor inferior a 800 dólares. O presidente norte-americano, Donald Trump, pretende “fechar uma brecha catastrófica utilizada, entre outras coisas, para evitar impostos alfandegários e enviar opióides sintéticos e outros produtos perigosos”.
A decisão surge três dias depois de a alemã DHL, um dos principais parceiros dos CTT, ter informado que iria limitar o envio de encomendas de particulares para os Estados Unidos apenas às consideradas “presentes” e com um valor de até 100 dólares. O mesmo posicionamento teve o serviço postal austríaco Österreichische Post, o belga Bpost, o norueguês Bring, o sueco-dinamarquês Postnord e os espanhóis da Correos.
No caso dos CTT, os envios de documentos e de ofertas abaixo dos 100 dólares (aproximadamente 85,44 euros) também não serão impactados por esta medida.
Encomendas valem 270 milhões no CTT
No primeiro semestre deste ano, os CTT lucraram 22,1 milhões de euros, o que representa uma subida de 11,7% em relação aos primeiros seis meses de 2024. O operador postal registou rendimentos operacionais de 597,3 milhões de euros, mais 13,9% no mesmo período do ano passado.
A área de negócio de expresso e encomendas, que contribui com quase metade (45%) para a receita dos CTT, alcançou os 270,6 milhões de euros (+28,6%), entre janeiro e junho, devido ao crescimento do comércio eletrónico (e-commerce) na Península Ibérica e à consolidação da empresa recém-adquirida Cacesa.
As vendas associadas a correio caíram 1,7% para 236,5 milhões de euros devido ao desempenho da receita de correio endereçado (-2,3%), correio publicitário não endereçado (-28,5%) e dos pagamentos (-6,8%).
Notícia atualizada às 15h21
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